“Hanami”, de Denise Fernandes, vence prémio no Festival de Gotemburgo 🎬🏆

O cinema português continua a brilhar além-fronteiras! “Hanami”, a primeira longa-metragem da realizadora portuguesa Denise Fernandes, conquistou o prémio Ingmar Bergman no prestigiado Festival de Cinema de Gotemburgo, na Suécia. O galardão, destinado a destacar primeiras obras cinematográficas, reconhece o talento emergente e a inovação narrativa no cinema mundial.

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Uma vitória especial para “Hanami”

prémio Ingmar Bergman, atribuído na 48ª edição do festival sueco, representa um enorme reconhecimento para um filme que já vinha acumulando distinções. A competição era forte, com oito candidatos em disputa, incluindo On Falling, da realizadora Laura Carreira. No entanto, a história sensível e profundamente humana de “Hanami” conseguiu destacar-se.

Produzido pela portuguesa O Som e a Fúria, o filme foi rodado na ilha do Fogo, em Cabo Verde, com um elenco maioritariamente composto por não-atores, tornando a obra ainda mais autêntica e visceral.

De Lisboa a Cabo Verde – A jornada de Denise Fernandes

Nascida em Lisboa, filha de pais cabo-verdianos e criada na Suíça, Denise Fernandes tem explorado, ao longo da sua filmografia, temas de identidade, pertencimento e crescimento“Hanami” não é exceção.

A realizadora explicou que a inspiração para o filme surgiu da sua própria experiência de crescimento entre culturas:

“Quando eu era criança, reparei que Cabo Verde, por ser muito pequeno, era muitas vezes omitido dos mapas e dos globos. Crescendo na Europa, tinha a sensação de vir de um país que não existia fora das paredes da minha casa. Para o tornar visível, fiz de Cabo Verde e dos seus habitantes o tema central da minha primeira longa-metragem.”

O filme acompanha as etapas e dores do crescimento de uma menina, desde o momento em que está na barriga da mãe até à adolescência. A narrativa sensível e poética tem conquistado prémios e aclamação crítica por onde passa.

“Hanami”: um percurso de sucesso nos festivais

Desde a sua estreia, “Hanami” tem sido um dos filmes portugueses mais premiados dos últimos tempos. Em 2024, conquistou o Prémio Revelação no Festival de Locarno, na Suíça, e desde então tem arrecadado distinções em Chicago, São Paulo e agora Gotemburgo.

O elenco inclui nomes como Sanaya Andrade, Daílma Mendes, Alice da Luz, Nha Nha Rodrigues, João Mendes e Yuta Nakano, todos trazendo uma energia autêntica e emocionante ao grande ecrã.

Quando estreia “Hanami” nos cinemas? 🎥

Depois do sucesso nos festivais, o público finalmente terá a oportunidade de assistir a “Hanami” nos cinemas!

📅 Estreia na Suíça: 19 de março

📅 Estreia em Portugal: 15 de maio

Com esta nova conquista no Festival de Gotemburgo, Denise Fernandes solidifica o seu lugar como uma das vozes mais promissoras do cinema lusófono. Aguardamos com grande expectativa a estreia nacional deste filme intimista e visualmente deslumbrante.

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“When the Light Breaks” vence o prémio máximo do Festival de Gotemburgo 2024

Festival Internacional de Cinema de Gotemburgo chegou ao fim e os vencedores da sua 48.ª edição já são conhecidos. O grande destaque foi para When the Light Breaks, do realizador islandês Rúnar Rúnarsson, que levou para casa o Dragon Award de Melhor Filme Nórdico, o maior prémio do festival.

O filme, protagonizado por Elín Hall, é um delicado drama coming-of-age que acompanha uma jovem estudante de arte num longo dia de verão na Islândia, explorando temas como o amor, a amizade e o luto. O júri, composto por nomes como Ella Lemhagen, Philippe Lesage e Athina Rachel Tsangari, justificou a escolha pela “sensibilidade e leveza delicada” do filme, que oferece uma abordagem inesperadamente esperançosa sobre o sofrimento.

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O grande destaque do cinema internacional

Na competição internacional, o vencedor foi Memoir of a Snail, uma trágico-comédia de Adam Elliot, vencedor do Óscar. O júri destacou a obra como um filme que “capta com nuances e ternura a alegria e a tristeza da vida quotidiana, iluminada por atuações que evidenciam os laços profundos e não ditos entre mães, filhas e as suas comunidades”.

O festival também premiou Andrea Bræin Hovig, que venceu o prémio de interpretação pelo seu desempenho em Love, de Dag Johan Haugerud. O filme, que estreou no Festival de Veneza, faz parte de uma trilogia sobre temas íntimos e relacionamentos contemporâneos.

Outro dos filmes mais falados da edição foi o Oscar-nomeado The Girl with the Needle, de Magnus von Horn, que recebeu o prémio FIPRESCI pelo seu “domínio absoluto da forma cinematográfica”. Este drama psicológico a preto e branco retrata a luta de uma mulher pela sua integridade num ambiente hostil.

Documentários e estreias promissoras

O prémio de Melhor Documentário foi para Trans Memoria, de Victoria Verseau, que aborda a transição de género da realizadora, feita na Tailândia. O júri elogiou a “abordagem subtil e cativante” e a forma como a narrativa visual se entrelaça com a experiência pessoal da cineasta.

Na categoria de melhor estreia, o prémio Ingmar Bergman International Debut foi entregue a Denise Fernandes pelo filme Hanami. O júri descreveu-o como uma obra “impossível de encaixar nas estruturas narrativas convencionais”, destacando a sua abordagem artística singular.

Um festival de cinema com ativismo e impacto social

O Festival de Gotemburgo sempre se destacou pela sua postura provocadora e de questionamento sobre o papel do cinema na sociedade. Este ano, o evento foi inaugurado sob o tema “Desobediência”, incluindo uma seleção de filmes que abordavam o ativismo e a resistência social.

Destaque para No Other Land, documentário palestiniano-norueguês nomeado para o Óscar, que foi ovacionado pelo público. O festival também organizou protestos artísticos, como uma instalação secreta para denunciar a desflorestação, criada em parceria com a Greenpeace e a comunidade indígena Sami.

No total, 270 filmes de 83 países foram exibidos, atraindo mais de 270 mil visitantes tanto em salas de cinema como online. O evento também contou com a participação de 2.368 profissionais da indústria, consolidando o Festival de Gotemburgo como um dos mais importantes do panorama europeu.

O futuro do cinema nórdico

Com um alinhamento sólido de filmes inovadores e um forte compromisso com as causas sociais, o Festival de Gotemburgo demonstrou, mais uma vez, a sua relevância na cena cinematográfica internacional. Os vencedores desta edição refletem a crescente diversidade e complexidade do cinema nórdico e global, mostrando que há sempre novas histórias a serem contadas e novos talentos a serem descobertos.

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