Nicolas Cage em “O Surfista”: o regresso intenso que vai abalar os cinemas portugueses

Nicolas Cage não para de surpreender. Depois de incursões no fantástico, no drama e até no terror indie, o ator norte-americano regressa agora às salas portuguesas com O Surfista, um thriller psicológico inquietante que promete deixar os espectadores desconfortáveis na cadeira. O filme, realizado por Lorcan Finnegan (Vivarium), estreia em Portugal a 11 de setembro, com distribuição da NOS Audiovisuais.

De Cannes a Lisboa: um filme que não deixa ninguém indiferente

Apresentado em estreia mundial no Festival de Cannes de 2024 e integrado na seleção oficial do MOTELX no mesmo ano, O Surfista conquistou destaque internacional pela forma como transforma uma história aparentemente simples num estudo sobre pertença, orgulho e alienação.

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A premissa é direta: um homem regressa à praia idílica da sua infância com o filho, pronto para voltar a surfar. Mas rapidamente se vê expulso pelos surfistas locais, que seguem a regra rígida — “não vives aqui, não surfas aqui”. A partir desse momento, o que poderia ser um reencontro nostálgico com o passado transforma-se num espiral de conflito e humilhação, onde a raiva e o calor sufocante do verão empurram o protagonista para o limite.

Nicolas Cage em registo visceral

Conhecido por mergulhar de corpo inteiro em personagens intensas, Cage encontra aqui mais um papel feito à medida da sua entrega visceral. Sem espaço para heróis fáceis ou vilões óbvios, O Surfista propõe uma jornada densa e perturbadora, onde as fronteiras entre vítima e agressor se desmoronam.

O filme destaca-se por evitar explicações simplistas: em vez disso, obriga o espectador a lidar com o desconforto da exclusão, da hostilidade e da perda do lugar que um dia se chamou “casa”.

O peso da crítica social em ritmo de thriller

Para além da tensão psicológica, O Surfista funciona como metáfora poderosa sobre pertença, identidade e o choque entre tradição e forasteiro. É cinema que provoca, que recusa respostas fáceis e que deixa a audiência a refletir muito depois do genérico final.

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Com estreia marcada para 11 de setembro nas salas portuguesas, esta nova aposta de Nicolas Cage promete ser um dos títulos mais falados do outono. Prepare-se para um mergulho em águas agitadas — e nada convidativas.

Amor, Terror e Metamorfose: O Regresso de Alison Brie e Dave Franco no Surpreendente Juntos

🖤 Eyes Wide Shut encontra A Mosca nesta intensa viagem emocional e física que estreia a 14 de Agosto em Portugal.

Preparem-se para um dos filmes mais inquietantes, íntimos e surpreendentes do ano. Juntos (Together, no original) chega aos cinemas portugueses a 14 de Agosto com distribuição da NOS Audiovisuais, trazendo consigo uma combinação explosiva de romance, body horror e realismo psicológico protagonizado por um casal real: Alison Brie e Dave Franco.

Realizado por Michael Shanks, na sua estreia em longa-metragem, Juntos acompanha a história de Tim e Millie, um casal à beira da ruptura que decide isolar-se numa casa remota no campo em busca de recomeço. Mas este refúgio transforma-se rapidamente num pesadelo visceral quando uma presença misteriosa começa a manifestar-se, afetando não só a mente mas também o corpo dos protagonistas.

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🎬 Terror na pele (literalmente)

Mais do que um filme de sustos fáceis, Juntos mergulha profundamente no body horror — um género imortalizado por David Cronenberg, que Alison Brie e Dave Franco admitem ter redescoberto durante a pandemia. As influências de A Mosca são claras, mas a dupla leva este conceito mais além ao incorporar dinâmicas relacionais reais, e a transformação física dos personagens torna-se uma metáfora crua para o desgaste emocional da relação.

Apesar da intensidade do argumento, Brie e Franco revelaram numa entrevista recente à IndieWire que trabalhar juntos neste projecto foi não só uma experiência enriquecedora, como surpreendentemente divertida. A química entre ambos — casados na vida real — é palpável, e o facto de viverem juntos permitiu-lhes ensaiar exaustivamente, chegando ao set com uma preparação rara no cinema independente.

🧟‍♀️ Monstros do quotidiano

Com um orçamento contido, filmagens apressadas em 21 dias e o recurso extensivo a próteses físicas e efeitos visuais práticos, Juntos brilha pela ousadia. Não há espaço para overthinking: os atores entregam-se de corpo e alma — literalmente — a uma narrativa que desafia a lógica e desconstrói a ideia de que os maiores monstros vivem fora de nós. Neste filme, o horror vem de dentro.

Além do seu impacto visual, o filme foi já aclamado pela crítica internacional. Após a estreia no Festival de Sundance, Juntos conquistou uma rara pontuação de 100% no Rotten Tomatoes, com muitos a considerarem-no “um dos melhores filmes de terror do ano”.

💔 Amor em decomposição… ou renascimento?

Mais do que um filme de género, Juntos é uma reflexão sobre intimidade, codependência e a natureza transformadora — por vezes corrosiva — do amor. Como Alison Brie descreveu: “Este é um verdadeiro filme de monstros… onde o monstro vive dentro de nós”.

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Se gosta de terror com substância, de personagens que sangram — por dentro e por fora — e de cinema que desafia convenções, Juntos é a proposta obrigatória deste verão.