Sérgio Godinho no Apocalipse? Curta Portuguesa Brilha nos EUA com Distopia Premiada 🎬

“Era Uma Vez no Apocalipse” conquista o prémio de Melhor Curta-Metragem no Gen Con Film Festival e reforça a afirmação do cinema português lá fora

Pode um país devastado pela III Guerra Mundial dar origem a uma das curtas-metragens mais aclamadas do circuito indie internacional? A resposta, claramente, é sim. E tem sotaque português.

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A curta Era Uma Vez no Apocalipse, de Tiago Pimentel, protagonizada pelo incontornável Sérgio Godinho — sim, o músico e poeta — ao lado de Paulo Calatré e Mariana Pacheco, acaba de conquistar o prémio de Melhor Curta-Metragem no prestigiado Gen Con Film Festival, nos Estados Unidos. A cerimónia decorreu entre 31 de julho e 3 de agosto em Indianapolis, num evento que junta o melhor do cinema e do universo gaming, numa celebração da cultura pop com milhares de participantes.

Do MotelX à América: um percurso fulgurante

Este novo reconhecimento surge cerca de um ano depois da participação do filme na emblemática Comic Con de San Diego, onde integrou a competição do Comic Con Independent Film Festival na categoria de Terror / Suspense. Desde então, a produção portuguesa tem vindo a acumular distinções e selecções em vários festivais, incluindo o MOTELX (fora de competição), o Fantasporto, o Shortcutz Lisboa — onde foi eleita a melhor curta do mês de fevereiro — e o Avanca Film Fest, onde arrecadou três prémios: Melhor Ator, Competição Avanca e Cineastas com menos de 30 anos.

A tudo isto somam-se os cinco galardões conquistados na última edição dos Prémios Curtas, consolidando a curta como um dos projectos nacionais mais relevantes do momento.

Um Portugal distópico, um jogo mortal

Descrita como uma “fábula negra”, Era Uma Vez no Apocalipse transporta-nos para um Portugal distorcido pelo horror da III Guerra Mundial e mergulhado num cruel inverno nuclear. A sinopse não poupa nos pesadelos: uma ditadura militar implacável governa o que resta do país e um pai idoso e a sua filha são confrontados com a visita de um oficial do regime, iniciando-se um inquietante jogo de manipulação, tensão e violência — com final anunciado: tragédia.

A atmosfera opressiva é realçada pela fotografia de Tomás Brice e pela banda sonora composta por José Tornada, enquanto o argumento é assinado pelo próprio Tiago Pimentel e António Miguel Pereira, dupla criativa que já havia colaborado na série de ficção científica Projeto Delta (2023) e na curta Cá Dentro | Inside (2019), ambas com carreira internacional.

Uma estreia nacional com pedigree internacional

Entre os trunfos desta produção, destaca-se a colaboração inédita com Luís Sequeira, figurinista luso-canadiano nomeado para os Óscares pelos seus trabalhos em A Forma da Água (2017) e Nightmare Alley – Beco das Almas Perdidas (2021), ambos de Guillermo del Toro. É a primeira vez que Sequeira colabora numa produção portuguesa — e isso nota-se, reforçando a estética cuidada e visualmente marcante da obra.

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Com mais este prémio internacional no bolso, Era Uma Vez no Apocalipse confirma que há vida — e muito talento — no cinema de género português. E se ainda havia dúvidas sobre a versatilidade de Sérgio Godinho, este filme trata de dissipá-las numa nuvem radioactiva de qualidade cinematográfica. 🎥🇵🇹

Dois Filmes de Terror Lideram Nomeações dos Prémios Curtas 2024

Os filmes de terror “Umbral” e “Era uma vez no Apocalipse” são os mais nomeados para os Prémios Curtas 2024, que celebram a curta-metragem e que, nesta terceira edição, prestam homenagem ao ator e encenador Luís Miguel Cintra.

Reconhecimento ao Cinema de Curta-Metragem 🎬🏆

Criados em 2023, os Prémios Curtas destacam os profissionais do cinema em 18 categorias, incluindo realização, interpretação, direção de fotografia e guarda-roupa. A edição deste ano tem como líderes nas nomeações “Umbral”, de Miguel Andrade, com dez indicações, e “Era uma vez no Apocalipse”, de Tiago Pimentel, com nove nomeações.

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Umbral e Era uma vez no Apocalipse: Os Favoritos do Ano 👻🎭

“Umbral”, uma produção académica do Politécnico do Porto – Escola Superior de Media Artes e Design, venceu uma menção especial no MOTELX 2024 e está indicado para Melhor Curta de Ficção, Melhores Efeitos Especiais (Nuno Costa), Melhor Ator (Daniel Silva) e Melhor Atriz Secundária (Diana Sá), entre outras categorias.

“Era uma vez no Apocalipse”, protagonizado por Sérgio Godinho, Mariana Pacheco e Paulo Calatré, garantiu nomeações para todos os seus atores. O guarda-roupa ficou a cargo do designer luso-canadiano Luís Sequeira, nomeado aos Óscares pelo seu trabalho com Guillermo del Toro. O filme já foi premiado no festival de Avanca e no Shortcutz Lisboa.

Nomeados para Melhor Realização 🎥✨

A categoria de Melhor Realização inclui:

  • Cláudia Varejão (Kora)
  • Daniel Soares (Bad for a Moment)
  • Inês Lima (O Jardim em Movimento)
  • Isadora Neves Marques (As Minhas Sensações São Tudo o que Tenho para Oferecer)
  • Mário Veloso (Chuvas de Verão)

Homenagem a Luís Miguel Cintra 🎭🌟

A partir desta edição, os Prémios Curtas passam a atribuir um prémio honorário pelo conjunto da carreira, com Luís Miguel Cintra a ser o primeiro homenageado, em reconhecimento pelo seu contributo no teatro e cinema, bem como pelo apoio a novos realizadores.

Júri e Data da Cerimónia 📅🏛️

O júri desta edição é composto por Frederico Corado, Marina Leonardo, Hugo Gomes, Inês Moreira Santos, Rafael Félix, Carolina Serranito, Francisco Rocha, Jasmim Bettencourt, Filipa Amaro, André Pereira, Bernardo Freire e Bruno Gascon.

A cerimónia de entrega dos prémios está marcada para 5 de abril no Fórum Lisboa.