Keanu Reeves Volta à Ficção Científica em “Shiver” — Um “Edge of Tomorrow” com Tubarões, Mercenários e um Loop Temporal

Antes do regresso a John Wick e ao tão aguardado Constantine 2, Keanu Reeves mergulha num novo thriller de ação e ficção científica — e desta vez, o perigo vem do mar.

Keanu Reeves parece ter feito um pacto com o tempo — não só por continuar com a energia de um jovem herói de ação aos 61 anos, mas também porque o seu próximo filme o coloca literalmente preso num loop temporal. O projeto chama-se Shiver e junta o ator a Tim Miller, o realizador de Deadpool.

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Segundo o The Hollywood ReporterShiver mistura o ritmo frenético de Edge of Tomorrow com a tensão claustrofóbica de The Shallows. Reeves interpreta um contrabandista que é traído durante uma operação no mar das Caraíbas, encontrando-se rapidamente cercado por cadáveres, mercenários e… tubarões famintos. O verdadeiro problema, contudo, é outro: o protagonista percebe que está preso num ciclo de morte e renascimento, condenado a reviver o mesmo pesadelo até descobrir como quebrar o ciclo.

O argumento é assinado por Ian Shorr (Infinite), e a produção reúne nomes de peso como Matthew Vaughn (Kingsman) e Aaron Ryder (Dumb MoneyPieces of a Woman). A Warner Bros. está prestes a fechar o acordo para distribuir o projeto, que promete ser um dos thrillers de ficção científica mais aguardados dos próximos tempos.

Esta não é a primeira colaboração entre Reeves e Tim Miller: os dois trabalharam juntos em Secret Level, a antologia animada da Prime Video que adaptava propriedades de videojogos icónicas. Nessa série, Reeves deu voz a um episódio inspirado em Armored Core, com uma performance que rapidamente se destacou como uma das mais elogiadas da produção.

Um Futuro Cheio de Keanu

Enquanto Shiver se prepara para levantar âncora, os fãs de Keanu Reeves têm muito mais por onde se entusiasmar. O ator regressa em breve ao universo John Wick com um quinto capítulo já confirmado, e continua envolvido na adaptação cinematográfica da sua banda desenhada BRZRKR.

E, claro, há ainda Constantine 2, a sequela do filme de 2005 que o reuniu ao realizador Francis Lawrence (The Hunger Games). Apesar da escassez de novidades, Reeves revelou recentemente que “chegou uma nova versão do argumento” e que a equipa está prestes a apresentá-la à Warner Bros.

James Gunn, co-presidente da DC Studios, confirmou que já discutiu o projeto com Reeves — embora ainda não tenha lido o guião. Tudo indica que Constantine 2 poderá integrar o selo Elseworlds da DC, ao lado de The Batman – Part II, mantendo assim uma ligação independente do novo universo partilhado de super-heróis.

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Entre loops temporais, caçadores de demónios e assassinos de terno impecável, Keanu Reeves continua a provar que é o último verdadeiro herói de ação de Hollywood — e Shiver poderá ser a próxima prova disso.

Edge of Tomorrow: O Filme de Tom Cruise que Surpreendeu e Marcou uma Década

Para muitos fãs e críticos de cinema, Tom Cruise representa um dos nomes mais sólidos no género de ação, especialmente com o seu trabalho na saga Missão Impossível. No entanto, ao longo da última década, as suas escolhas de projetos fora da franquia têm sido bastante inconsistentes, variando entre sucessos como “Valkyrie” e filmes menos memoráveis, como “Knight and Day”“Rock of Ages” e “Oblivion”. Esse histórico criou uma espécie de expetativa baixa em torno de “Edge of Tomorrow”, que muitos encararam como mais uma produção mediana de ficção científica. Mas o filme, lançado em 2014, acabou por surpreender de uma forma que poucos esperavam, revelando-se uma das melhores surpresas do género na última década.

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“Edge of Tomorrow” explora uma premissa que à primeira vista poderia parecer repetitiva: um soldado, o Major William Cage (interpretado por Cruise), encontra-se preso num ciclo temporal, revivendo o mesmo dia e a mesma batalha mortífera contra uma força alienígena. Para muitos, este conceito foi reminiscente do clássico “Groundhog Day”, levando a alguma hesitação, especialmente após o fracasso comercial de “Oblivion”, outro sci-fi protagonizado por Cruise. Contudo, “Edge of Tomorrow” trouxe uma abordagem inovadora, que soube utilizar a repetição como um recurso para criar tensão, humor e uma progressão narrativa empolgante.

A personagem de Cage é uma das grandes surpresas do filme, contrastando fortemente com o arquétipo do “herói invencível” que Cruise popularizou. Aqui, Cage começa como um militar cobarde e arrogante, forçado a enfrentar uma realidade que o obriga a evoluir a cada “morte” e repetição. Esta transformação gradual é um dos pontos altos da interpretação de Cruise, que traz camadas de vulnerabilidade e coragem ao papel, mostrando que é muito mais versátil do que geralmente se lhe atribui crédito.

Emily Blunt, por outro lado, assume o papel da corajosa e poderosa Rita Vrataski, conhecida como a “Anjo de Verdun”. Blunt brilha intensamente, trazendo complexidade à personagem, que, apesar da sua força e perícia em combate, carrega uma profundidade emocional palpável. A sua personagem é o guia de Cage neste novo mundo de batalhas e morte contínua, e a química entre Blunt e Cruise é cativante, tornando cada interação significativa.

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O design dos alienígenas é outro ponto de destaque, conferindo uma estética visual distinta ao filme. As criaturas, com movimentos serpenteantes e padrões de ataque imprevisíveis, aumentam a sensação de urgência em cada cena de ação. Estes detalhes, aliados a uma execução de efeitos visuais bem trabalhada, fazem com que cada batalha seja emocionante e visualmente impressionante.

No entanto, o verdadeiro mérito de “Edge of Tomorrow” reside na sua capacidade de evitar a sensação de repetição. Apesar da premissa, a narrativa é habilmente construída para manter o ritmo e a originalidade em cada sequência, tornando-o não apenas repleto de ação, mas também altamente re-assistível. Este equilíbrio entre ação e uma narrativa bem delineada fez do filme uma experiência divertida e inteligente, um blockbuster que desafia o público a pensar enquanto os mantém imersos.

Apesar das qualidades, “Edge of Tomorrow” não teve o desempenho esperado nas bilheteiras, talvez por causa das baixas expetativas geradas por projetos anteriores de Cruise no género de ficção científica. Mesmo assim, o filme acumulou um culto de seguidores ao longo dos anos e uma base de fãs que reconhece o seu valor. Esta popularidade crescente levou à confirmação de uma sequela, intitulada “Live Die Repeat and Repeat”, atualmente em desenvolvimento.

Agora, os fãs aguardam ansiosamente pela continuação, sabendo que desta vez, a mediocridade não faz parte das expetativas. “Edge of Tomorrow” é mais do que um filme de ação; é uma prova de que Hollywood ainda pode criar blockbusters inovadores e inteligentes, e para muitos, é a joia escondida da carreira de Tom Cruise nos últimos anos.