“A Fonte da Juventude”: O Filme Mais Mal Amado… e Mais Visto da Apple TV+ em 2025

🧭 Críticos detestam, o público não quer saber — e a Apple está a rir-se até ao banco.

Num ano recheado de apostas ambiciosas no catálogo da Apple TV+, nenhum título chamou tanta atenção (e tanta polémica) como A Fonte da Juventude, a aventura internacional realizada por Guy Ritchie, protagonizada por John Krasinski e Natalie Portman. O filme? Um sucesso estrondoso… de streaming. As críticas? Um desastre arqueológico digno de museu.

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Sim, senhoras e senhores, temos entre mãos o clássico exemplo de “filme que todos dizem que é mau, mas que todos viram”. E não foi só “meio mundo”. Foi quase o mundo inteiro.

O sucesso que ninguém previu (nem a Rotten Tomatoes)

Com uns mirrados 36% no Rotten Tomatoes — a pior pontuação para uma produção original da Apple TV+ até hoje — A Fonte da Juventude parecia destinada ao esquecimento. As críticas foram unânimes: enredo reciclado, química ausente entre Portman e Krasinski, Guy Ritchie em modo automático e cenas de ação mais previsíveis que uma mensagem de phishing.

Mas como bem sabemos, o gosto do público nem sempre anda de ãos dadas com o snobismo crítico. No dia de estreia, o filme foi o conteúdo mais visto da plataforma em 99 países. Sim, noventa e nove. Nem o iPhone vende assim.

Mas afinal, porquê tanto sucesso?

Talvez porque o trailer prometia uma mistura irresistível de Indiana JonesO Código Da Vinci e National Treasure. Talvez porque John Krasinski continua a ser uma cara simpática, mesmo quando faz de arqueólogo em piloto automático. Talvez porque Natalie Portman ainda nos faz acreditar que algo mágico pode acontecer… mesmo quando não acontece.

Ou talvez, só talvez, porque o público gosta de aventuras leves e previsíveis para uma sexta-feira à noite. E ninguém quer fazer análises semióticas à terceira taça de vinho.

A Apple TV+ ganha, o bom gosto perde (mas quem se importa?)

É difícil explicar este fenómeno sem recorrer a expressões como “prazer culposo”, “filme pipoca” ou “o algoritmo venceu outra vez”. Mas a verdade é que, apesar das críticas negativas, A Fonte da Juventude está no topo do mundo do streaming.

É o maior sucesso da Apple TV+ em 2025, superando títulos aclamados mas ignorados pelo público — porque sejamos sinceros, ninguém quer ver um drama sueco sobre a crise existencial de um carpinteiro solitário às 23h.

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Conclusão? Ria-se quem quiser, conte os cliques quem puder

Se a crítica achava que o filme era um falhanço, a realidade respondeu com números. Milhões de visualizações, memes nas redes sociais, e provavelmente uma sequela em desenvolvimento. Porque, no fim, o que conta é mesmo isto: o filme mais mal amado do ano… é também o mais amado pelo algoritmo.

🎬 Hurry Up Tomorrow: The Weeknd Perde-se no Labirinto do Seu Próprio Ego

Um thriller psicológico que promete introspeção artística, mas entrega um espetáculo visual vazio e desconexo

Hurry Up Tomorrow, a estreia cinematográfica de The Weeknd (Abel Tesfaye) como protagonista e co-argumentista, surge como uma extensão visual do seu álbum homónimo. Dirigido por Trey Edward Shults (OndasEle Vem à Noite), o filme apresenta-se como uma odisseia surrealista sobre fama, identidade e crise emocional, mas rapidamente se afunda em pretensões artísticas e narrativa desorientada. 

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🎭 Uma Trama Autobiográfica que Falha na Execução

No filme, Tesfaye interpreta uma versão ficcional de si mesmo: um músico atormentado por insónias e crises emocionais, que embarca numa jornada noturna ao lado de uma fã misteriosa, Anima (Jenna Ortega). Apesar da premissa intrigante, a narrativa perde-se em simbolismos excessivos e falta de coesão, resultando numa experiência cinematográfica que carece de impacto emocional e temático. 

🎥 Estilo Visual Impressionante, mas Repetitivo

A cinematografia de Chayse Irvin (Blonde) oferece momentos visualmente marcantes, com uso ousado de cores, desfoques e composições instigantes. No entanto, a repetição constante desses elementos estilísticos torna-se cansativa e desconcertante, diluindo o efeito hipnótico inicialmente pretendido.

🎵 Uma Banda Sonora que Se Destaca

banda sonora, composta por Tesfaye e Daniel Lopatin (Oneohtrix Point Never), é um dos poucos pontos altos do filme. Combinando elementos atmosféricos e psytrance, a música complementa eficazmente as sequências visuais, oferecendo uma experiência auditiva envolvente que contrasta com a narrativa fraca. 

📝 Críticas Severas e Receção Desfavorável

A crítica especializada não poupou Hurry Up Tomorrow. A Entertainment Weekly descreveu o filme como “um projeto de vaidade autoindulgente e sem energia”, enquanto o The Guardian o considerou “uma oportunidade perdida, visualmente eficaz mas narrativamente errante” . No Rotten Tomatoes, o filme estreou com uma classificação de 0%, refletindo a receção negativa generalizada . 

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🎬 Conclusão: Um Exercício de Estilo sem Substância

Hurry Up Tomorrow ambiciona ser uma exploração profunda da psique de um artista em crise, mas acaba por ser um exercício de estilo vazio, que falha em oferecer uma narrativa coesa ou personagens envolventes. Mesmo para os fãs mais dedicados de The Weeknd, o filme pode ser uma experiência frustrante e decepcionante.