Estreias da Semana: Dakota Johnson Brilha em “Splitsville”, Wagner Moura Ruma aos Óscares e “Bambi” Volta a Fazer Chorar

De comédias românticas a dramas políticos e clássicos reinventados, as salas de cinema portuguesas enchem-se de estreias imperdíveis — com Dakota Johnson, Wagner Moura, Costa-Gavras e até o eterno Bambi.

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Esta semana, o cinema português recebe um conjunto de estreias que promete agradar a todos os públicos: há amor e ironia com Dakota Johnson, suspense político com Wagner Moura, nostalgia pura com Bambi, e ainda dramas intimistas, animação divertida e até uma nova incursão na saga Predador.

🦌 “Bambi, Uma Vida nos Bosques” — um regresso com lágrimas à mistura

Poucos filmes marcaram tantas infâncias como Bambi. O pequeno veado órfão que emocionou gerações volta agora em formato live action, sob o olhar sensível de Michel Fessler. A novidade? Não é um filme da Disney, mas sim uma produção francesa da Gébéka Films, que aposta num tom mais naturalista e melancólico.

A história acompanha o nascimento, crescimento e amadurecimento de Bambi — um corço que aprende sobre amor, perda e sobrevivência na floresta. As vozes de Mylène Farmer e Senta Berger dão vida a esta recriação que promete arrancar lágrimas e memórias.

🇧🇷 “O Agente Secreto” — Wagner Moura em modo espionagem

Depois de Ainda Estou Aqui ter feito história nos Óscares, o Brasil apresenta um novo candidato: O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, autor de Bacurau e Aquarius. A ação decorre em 1977, durante a ditadura militar, e segue Marcelo, um professor que tenta começar de novo em Recife — até se ver enredado num perigoso jogo de espionagem e paranoia política.

Com Wagner Moura no papel principal, o filme alia crítica social a suspense clássico e está a ser apontado como um dos grandes favoritos à corrida pelos prémios internacionais. O elenco inclui ainda Gabriel LeoneAlice Carvalho e Carlos Francisco, numa obra que combina tensão, memória histórica e estética meticulosa.

💔 “Splitsville – Amor em Maus Lençóis” — Dakota Johnson em modo feel-good

Depois de uma sequência de filmes menos felizes, Dakota Johnson regressa em grande forma com Splitsville – Amor em Maus Lençóis, de Michael Angelo Covino, que soma 85% de aprovação no Rotten Tomatoes.

A história centra-se em Carey, que vê o casamento ruir e decide procurar apoio entre amigos, acabando por explorar o conceito de um relacionamento aberto. O que começa como uma experiência libertadora transforma-se num caos emocional — com muito humor e ironia à mistura.

Com Adria ArjonaNicholas Braun (Succession) e O-T Fagbenle, esta é uma comédia romântica moderna, divertida e surpreendentemente inteligente, apontada por muitos como “a melhor do ano”.

🇵🇹 “A Memória do Cheiro das Coisas” — o peso da guerra e a ternura da memória

Do realizador António Ferreira, chega uma das produções portuguesas mais sensíveis do ano. A Memória do Cheiro das Coisas é uma coprodução luso-brasileira que acompanha António, um ex-soldado da Guerra Colonial obrigado a viver num lar, onde é confrontado com as memórias do passado e com uma inesperada amizade com a sua cuidadora.

Com interpretações poderosas de Mina Andala e José Martins, o filme fala sobre trauma, envelhecimento e reconciliação — temas universais tratados com poesia e delicadeza.

🐺 “200% Lobo” — diversão para os mais novos

Nesta sequela da animação australiana 100% Lobo, o jovem Freddy Lupin sonha ser mais lobo do que cão. Mas um desejo mal formulado transforma-o num lobisomem desastrado, e, para piorar, acaba por libertar um duende da Lua na Terra.

Com vozes de Samara WeavingJennifer Saunders e Ilai Swindells, esta é uma aventura leve e colorida que mistura ação, comédia e amizade — ideal para sessões em família.

🎭 “55” — crime, redenção e humanidade nas ruas de Bombaim

Depois de um longo percurso em festivais, o filme “55”, de Shyam Madiraju, chega finalmente às salas portuguesas. Produzido entre a Índia e os Estados Unidos, acompanha 55, um jovem órfão que sobrevive como carteirista nas ruas de Bombaim.

Quando se cruza com a filha de uma das suas vítimas, inicia uma jornada de redenção e descoberta pessoal. O elenco é liderado por Emraan Hashmi e Rizwan Shaikh, num drama intenso que combina realismo social e emoção.

💨 “O Último Suspiro” — Costa-Gavras reflete sobre a vida e a morte

O mestre grego Costa-Gavras regressa com O Último Suspiro, uma meditação sobre a mortalidade, o luto e o sentido da vida. O filme acompanha Fabrice, um escritor que, ao visitar um hospital parisiense, conhece um médico de cuidados paliativos e confronta-se com o sofrimento e a dignidade dos pacientes.

Com Denis PodalydèsCharlotte Rampling e Kad Merad, esta é uma obra profunda e humanista, fiel ao estilo político e existencial de Costa-Gavras, que aqui troca a denúncia pela contemplação.

👽 “Predador: Badlands” — o regresso de um ícone da ficção científica

Da mente de Dan Trachtenberg (Prey), chega Predador: Badlands, um novo capítulo na saga iniciada em 1987 com Arnold Schwarzenegger.

Desta vez, a protagonista é Elle Fanning, que interpreta Thia, uma jovem humana num planeta remoto onde um Predador exilado busca o seu adversário final. O filme aposta numa abordagem mais intimista e visualmente impressionante, reinventando o conceito do caçador alienígena através de uma história de sobrevivência e empatia improvável.

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De clássicos renascidos a dramas premiáveis e aventuras espaciais, as estreias desta semana em Portugal oferecem de tudo um pouco — o difícil será escolher apenas um bilhete.

🎬 El último suspiro: Costa-Gavras confronta a morte com coragem e lucidez aos 92 anos

Aos 92 anos, o lendário cineasta Costa-Gavras regressa com El último suspiro, uma obra que aborda a morte digna e os cuidados paliativos, temas que considera pessoais e urgentes. Inspirado no livro homónimo de Claude Grange e Régis Debray, o filme estreou no Festival de San Sebastián e já está a gerar debates profundos sobre o direito de cada um a decidir o seu fim de vida. 

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🧑‍⚕️ Uma história de empatia e humanidade

Le Dernier Souffle acompanha a relação entre Fabrice (Denis Podalydès), um filósofo que enfrenta a possibilidade de uma doença terminal, e Augustin (Kad Merad), um médico dedicado aos cuidados paliativos. Juntos, exploram o significado da vida e da morte, enquanto interagem com pacientes que expressam desejos únicos para os seus momentos finais, como comer ostras à beira-mar ou despedir-se de um animal de estimação. 

O elenco conta ainda com Ángela MolinaCharlotte Rampling e Françoise Lebrun, que interpretam pacientes em diferentes fases da vida, trazendo profundidade e autenticidade à narrativa. 


💬 “A morte também é um problema económico”

Em entrevistas recentes, Costa-Gavras destacou que a morte não é apenas uma questão médica ou filosófica, mas também económica. Critica a falta de coragem política para abordar o tema da morte assistida, apontando que muitos políticos evitam o assunto devido a pressões religiosas e sociais. Defende que os Estados devem oferecer locais onde as pessoas possam optar por uma morte digna, se assim o desejarem. 

“A morte também é um problema económico”, afirma o realizador, sublinhando os custos associados aos cuidados de fim de vida e a necessidade de políticas públicas que respeitem a autonomia individual. 


🎥 Uma obra pessoal e necessária

Costa-Gavras confessa que este filme é profundamente pessoal, refletindo sobre a sua própria mortalidade e a forma como a sociedade lida com o fim da vida. Aos 92 anos, mantém uma vitalidade impressionante e continua a utilizar o cinema como ferramenta de reflexão e mudança social.

Le Dernier Souffle é descrito como uma narrativa sensível, que evita o sensacionalismo e se concentra na dignidade humana, convidando o público a enfrentar um tema muitas vezes evitado com empatia e compreensão. 


📅 Estreia e disponibilidade

O filme estreou em Espanha a 25 de abril de 2025 e deverá chegar a Portugal em junho do mesmo ano. Espera-se que esteja disponível em plataformas de streaming no final do verão.

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Costa-Gavras será homenageado com o César Honorário na 50ª edição dos prémios

O realizador franco-grego Costa-Gavras, conhecido por ser um mestre do suspense político, será distinguido com um César Honorário durante a 50ª cerimónia dos prémios César, marcada para 28 de fevereiro de 2025, no Olympia de Paris. Esta homenagem reconhece a sua longa e ilustre carreira, que influenciou gerações de cineastas e deixou uma marca profunda no cinema mundial.

Nascido na Grécia e exilado em França, Costa-Gavras tornou-se uma figura incontornável do cinema político, abordando temas controversos e de grande relevância social. Entre os seus filmes mais conhecidos estão “Z – A Orgia do Poder” (1969), que lhe valeu o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, e “Missing – Desaparecido” (1982), que lhe rendeu a Palma de Ouro em Cannes e um Óscar pelo argumento, focado no golpe de Estado no Chile em 1973. Ambos os filmes continuam a ser referências incontornáveis no que toca à crítica política através do cinema.

Além destas conquistas, Costa-Gavras também recebeu dois prémios César em 2002, com “Amen”, uma dura crítica ao silêncio do Vaticano durante o Holocausto. O realizador, hoje com 91 anos, é presidente da Cinemateca Francesa, e continua a influenciar a indústria cinematográfica, não apenas com os seus filmes, mas também com o seu papel na preservação e promoção do cinema.

A 50ª edição dos prémios César, organizada pela Academia Francesa de Cinema, será transmitida pelo Canal+ e terá Catherine Deneuve como presidente. Esta edição especial promete ser uma celebração da carreira de Costa-Gavras, uma figura que transcendeu fronteiras, tanto geográficas como artísticas, para se tornar num dos mais importantes realizadores do nosso tempo.

Costa-Gavras Apresenta Filme Filosófico Sobre a Morte no Festival de San Sebastián

O aclamado realizador greco-francês Costa-Gavras, de 91 anos, voltou ao grande ecrã com um novo filme intitulado “Le dernier souffle”, que explora debates filosóficos sobre a morte. A longa-metragem foi apresentada no prestigiado Festival de Cinema de San Sebastián, onde competiu pela Concha de Ouro.

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Conhecido pelos seus dramas políticos, como “Z – A Orgia do Poder” e “Missing – Desaparecido”, Costa-Gavras trouxe agora uma reflexão mais pessoal e profunda, inspirada em diálogos entre o médico Augustin Masset e o escritor Fabrice Toussaint. O realizador confessou na conferência de imprensa que, com a idade, a questão da morte se tornou uma preocupação cada vez mais presente na sua vida.

“Estou a chegar a uma idade na qual o horizonte da vida está cada vez mais próximo e há muito tempo me pergunto: como será, como terminaremos, como nos sentiremos?”, disse o realizador.

A obra de Costa-Gavras, que já venceu um Óscar, não perde a sua intensidade dramática, mas desta vez explora o fim da vida com uma sensibilidade filosófica. A competição no Festival de San Sebastián inclui também outras obras de grande calibre, como “On Falling” de Laura Carreira e “Conclave” de Edward Berger.

O Festival também contou com a estreia da longa-metragem de terror “El llanto”, de Pedro Martín-Calero, que explora o terror psicológico através de uma narrativa cheia de tensão e mistério.

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Com quase um século de vida, Costa-Gavras continua a desafiar o público com a sua visão única e com temas universais, sendo uma presença incontornável no panorama cinematográfico.