Cinemas Portugueses Perderam 300 Mil Espectadores em Fevereiro – O Que Explica Esta Queda? 🎟️📉

Depois de um início de ano promissor, os números da bilheteira em fevereiro trouxeram uma realidade menos animadora para o setor da exibição cinematográfica em Portugal. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), os cinemas perderam cerca de 296 mil espectadores e registaram uma quebra de 1,9 milhões de euros de receita bruta em comparação com janeiro.

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A Influência de um Calendário Menos Forte

O sucesso de Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, ajudou a minimizar o impacto da descida, mas não foi suficiente para contrariar a tendência. Com 293.267 espectadores e 1,8 milhões de euros de bilheteira, o filme destacou-se como o mais visto do ano até agora, superando grandes produções como Mufasa: O Rei Leão e Sonic 3: O Filme.

A quebra poderá estar relacionada com a ausência de estreias de grande impacto comercial em fevereiro, ao contrário do mês anterior, que beneficiou do efeito dos filmes de dezembro e de algumas estreias fortes logo no início do ano.

O Estado Atual da Exibição Cinematográfica

No total, foram registados 781.809 espectadores e 4,9 milhões de euros de receita bruta em fevereiro, um número ainda positivo, mas inferior ao mesmo mês de 2024. Apesar desta descida mensal, a soma dos dois primeiros meses de 2025 mostra um crescimento face ao ano passado, com um aumento de 1,3 milhões de euros em receita e mais 123 mil bilhetes vendidos.

A nível nacional, os cinemas continuam a operar com 512 salas ativas, sendo a NOS Lusomundo Cinemas a principal exibidora, com 42,6% do mercado, seguida pela Cineplace, com 11,3%.

O filme português mais visto do ano até agora é Banzo, de Margarida Cardoso, com 2.264 espectadores e uma receita de 12.326 euros.

O Que Esperar dos Próximos Meses?

Com março a trazer lançamentos como Duna: Parte Dois e novos blockbusters a caminho, espera-se que os números voltem a subir. No entanto, a indústria do cinema continua a enfrentar desafios estruturais, incluindo a concorrência das plataformas de streaming e a mudança de hábitos de consumo do público.

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📅 Os números dos próximos meses serão cruciais para perceber se esta descida foi apenas um fenómeno pontual ou parte de uma tendência maior.

Ano de Retoma: Cinemas de Portugal e Brasil Batem Recordes e Enfrentam Desafios

O ano de 2024 marcou um período de contrastes para o cinema em Portugal e no Brasil. Se por um lado o mercado brasileiro bateu recordes de salas de exibição e crescimento do público, por outro, em Portugal, o número de espectadores caiu ligeiramente, mas a receita de bilheteira manteve-se estável. O cinema continua a ser um reflexo da cultura e do comportamento do público em cada país, e os números comprovam essa dinâmica.

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Portugal: Menos Espectadores, Receita Estável

Segundo dados revelados pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), em Portugal o número de espectadores nas salas de cinema caiu 3,8% em 2024 face ao ano anterior, totalizando 11,8 milhões de bilhetes vendidos. Ainda assim, a receita bruta de bilheteira manteve-se praticamente inalterada, crescendo ligeiros 0,4% e fixando-se nos 73,2 milhões de euros, justificado pelo aumento do preço médio dos bilhetes.

Embora o mês de dezembro tenha apresentado um crescimento impressionante de 27,1% no número de espectadores e um aumento de um terço na receita — tornando-se o melhor dezembro desde 2018 —, os resultados anuais não conseguiram recuperar as perdas do período pós-pandemia. Para comparação, em 2019, último ano antes da crise sanitária, os cinemas portugueses registaram 15,5 milhões de espectadores, um número significativamente superior ao de 2024.

A liderança do mercado de exibição em Portugal continua a pertencer à NOS, com uma quota de 68,2%, seguida pela UCI (10,7%) e pela Cineplace (6,7%). A NOS viu o número de espectadores cair 4% face a 2023, mas compensou com um aumento de 0,7% na receita.

Entre as 391 longas-metragens estreadas em Portugal, 112 eram de origem norte-americana, dominando o mercado com 72,8% do público, enquanto os filmes europeus, que totalizaram 202 lançamentos, atraíram apenas 12,9% dos espectadores.

O ‘top 10’ dos filmes mais vistos no país reflete essa tendência, sendo totalmente preenchido por produções de Hollywood. O grande vencedor foi “Divertida-Mente 2”, que conquistou 1,3 milhões de espectadores. Seguiram-se “Deadpool & Wolverine”, com 611 mil entradas, e as animações “Gru – O Maldisposto 4” e “Vaiana 2”, que juntos somaram pouco mais de um milhão de bilhetes vendidos.

O Cinema Português em 2024: “Balas & Bolinhos” No Topo

O cinema nacional teve um desempenho modesto, mas um título destacou-se: “Balas & Bolinhos: Só Mais Uma Coisa”, de Luís Ismael, foi o filme português mais visto do ano, com 248 mil espectadores e 1,6 milhões de euros em receitas. A nova aventura do grupo de amigos alcançou o oitavo lugar entre os filmes portugueses mais vistos desde 2004, aproximando-se dos números do seu antecessor, “Balas & Bolinhos: O Último Capítulo” (2012), que teve 256 mil espectadores.

Outros destaques incluem “Podia Ter Esperado por Agosto”, de César Mourão, com 102 mil espectadores, e “Vive e Deixa Andar”, de Miguel Cadilhe, que levou 31 mil pessoas às salas.

Brasil: Recordes de Público e Salas de Cinema

Se em Portugal o setor enfrentou um ligeiro decréscimo, no Brasil o cenário foi de recuperação e crescimento. Segundo dados da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), 2024 foi um ano de recordes. O país atingiu o maior número de salas de exibição da sua história, acompanhado por um aumento significativo do público.

Os números mostram que o cinema brasileiro continua a recuperar do impacto da pandemia e a consolidar-se como uma indústria em crescimento. O maior número de salas em funcionamento permitiu um acesso mais amplo ao público, resultando num aumento das bilheteiras e no fortalecimento da indústria nacional.

O cinema brasileiro viu algumas das suas produções alcançarem êxitos expressivos. Filmes nacionais ganharam destaque e demonstraram a diversidade do mercado, apostando em géneros variados e explorando novas narrativas para atrair audiências cada vez mais amplas.

O Cinema Nacional em Destaque

Entre os títulos nacionais mais bem-sucedidos em 2024, destacam-se produções que conquistaram não apenas o público, mas também a crítica. O cinema brasileiro demonstrou força tanto nos circuitos comerciais quanto nos festivais internacionais, solidificando a sua presença e mostrando a capacidade de competir com as grandes produções de Hollywood.

O Que Explica as Diferenças?

O contraste entre os mercados português e brasileiro pode ser explicado por vários fatores. No Brasil, a expansão do número de salas de cinema e o crescimento do público refletem um investimento contínuo na indústria cinematográfica. Em Portugal, apesar da estabilidade nas receitas, a diminuição do número de espectadores aponta para desafios como o aumento do preço dos bilhetes e a concorrência do streaming.

Ainda assim, ambos os países partilham um fator comum: o domínio das produções norte-americanas. Nos dois mercados, os filmes de Hollywood continuam a liderar as bilheteiras, o que reforça a necessidade de políticas e incentivos que promovam a produção nacional e estimulem o interesse do público por conteúdos locais.

Perspetivas para 2025

Olhando para o futuro, tanto em Portugal quanto no Brasil, a expectativa é que o cinema continue a recuperar e a adaptar-se às novas realidades do mercado. A aposta em conteúdos nacionais e estratégias inovadoras de distribuição pode ser a chave para um crescimento sustentado.

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Enquanto Portugal procura recuperar os números pré-pandemia, o Brasil avança com recordes e uma crescente valorização do seu cinema. Resta saber se essa tendência se manterá nos próximos anos e como os dois países poderão aprender com as suas experiências para fortalecer a sétima arte.

Especial CinePortugal: Maratona de Cinema Português nos Canais TVCine

No próximo dia 18 de agosto, os Canais TVCine vão celebrar o cinema nacional com um evento especial que promete ser imperdível para os amantes da sétima arte em Portugal. O Especial CinePortugal, transmitido em exclusivo no TVCine Edition, oferecerá uma maratona de cinema português que começará às 15h35 e se estenderá até à meia-noite, com a estreia de cinco filmes que destacam a diversidade e a riqueza do cinema lusófono.

A programação começa com o aclamado filme “1618”, de Luís Ismael, às 15h35. Baseado em factos verídicos, o filme explora o período da Inquisição em Portugal, onde o Visitador Sebastião de Noronha persegue os judeus no Porto. O protagonista, António Álvares, luta para salvar a sua família e comunidade, delineando um plano de fuga. Este filme, que já arrecadou mais de 60 prémios internacionais, é um projeto inter-religioso que visa combater o antissemitismo, e conta com um elenco de peso, incluindo Pedro Laginha e Mafalda Banquart.

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Segue-se “Manga D’Terra”, às 17h05, a terceira longa-metragem de Basil da Cunha. A história acompanha Rosa, uma jovem cabo-verdiana que emigra para Lisboa em busca de uma vida melhor para os seus filhos, enfrentando os desafios de uma nova realidade, desde o assédio de gangsters até à violência policial. Este filme, que estreou no prestigiado Festival de Locarno, é protagonizado pela cantora Eliana Rosa e reforça a importância da música como um refúgio em tempos difíceis.

Às 18h45, é a vez de “Primeira Obra”, de Rui Simões, um filme que mistura realidade e ficção ao seguir Michel, um jovem investigador luso-descendente que explora a Revolução dos Cravos através do cinema. Em busca de respostas, Michel traça paralelismos entre o passado e o presente, numa viagem que o leva a descobrir o amor e a perceber que a vida e o cinema estão intrinsecamente ligados.

A noite continua com “O Vento Assobiando Nas Gruas”, de Jeanne Waltz, às 20h30. Baseado no romance homónimo de Lídia Jorge, o filme situa-se no Algarve dos anos 90 e aborda a complexa dinâmica entre duas famílias, uma portuguesa e outra cabo-verdiana, após a morte da matriarca. Com um elenco notável, incluindo Beatriz Batarda e João Lagarto, o filme é uma reflexão profunda sobre as relações humanas e as mudanças sociais em Portugal.

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O evento culmina às 22h com “A Flor do Buriti”, de João Salaviza e Renée Nader Messora. Este filme, que estreou no Festival de Cannes e foi premiado pelo seu elenco, retrata a luta pela sobrevivência de uma comunidade indígena no coração da floresta brasileira. Contado através dos olhos de uma criança, o filme mergulha nas tradições ancestrais e na constante busca pela liberdade e preservação cultural.

Este Especial CinePortugal promete ser uma celebração única do cinema português, destacando a criatividade e a profundidade das histórias que refletem tanto a história como a contemporaneidade de Portugal e além-fronteiras. Não perca esta oportunidade de apreciar o melhor do cinema nacional no dia 18 de agosto, em exclusivo no TVCine Edition.