Marrakech Abre as Portas ao Cinema Mundial: Bong Joon Ho, Jenna Ortega e Anya Taylor-Joy Dão o Arranque Oficial à 22.ª Edição do Festival

O realizador de Parasitas comanda um júri de luxo numa edição que celebra novos talentos, grandes homenagens e a consolidação de Marrakech como ponte entre continentes e palco estratégico na corrida aos Óscares.

O Festival Internacional de Cinema de Marrakech regressou em força para a sua 22.ª edição, inaugurado com uma noite que reuniu nomes maiores do cinema mundial e reafirmou o estatuto do certame como um ponto de encontro entre continentes, culturas e gerações de cineastas. Bong Joon Ho, que preside ao júri deste ano, foi recebido com uma ovação calorosa, acompanhado por Jenna Ortega, Anya Taylor-Joy e muitas outras figuras destacadas da indústria. A sessão de abertura incluiu a exibição de Dead Man’s Wire, o novo filme de Gus Van Sant, apresentado no palco pelo produtor Cassian Elwes.

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O vencedor do Óscar por Parasitas abriu oficialmente o festival evocando a sua própria juventude: “Aos 22 anos, devorava filmes com fome de estudante de cinema”, recordou. Ao olhar para Marrakech a celebrar igualmente os seus 22 anos de existência, Bong disse reconhecer “a mesma energia vibrante, cheia de paixão pelo cinema”. A comparação não poderia ser mais feliz: o festival, tal como ele próprio naquela idade, está num momento de maturidade efervescente, movido por impulso criativo e pelo desejo de descoberta.

Dead Man’s Wire, inspirado no caso real do criminoso Tony Kiritsis, chega ao festival depois da estreia em Veneza e colecciona elogios da crítica internacional, com destaque para a interpretação de Bill Skarsgård. O filme prepara-se para entrar em circuito comercial em Janeiro, mas em Marrakech foi sobretudo o elenco do júri que roubou atenções. Para além de Bong, a organização reuniu Jenna Ortega — actualmente um dos rostos mais reconhecidos da nova geração — Anya Taylor-Joy, Celine Song, Julia Ducournau, Karim Aïnouz, Hakim Belabbes e Payman Maadi. Uma equipa ecléctica e prestigiada, capaz de valorizar como poucos a selecção de 14 filmes de realizadores emergentes que competem este ano.

Na passadeira vermelha, Melita Toscan du Plantier, presidente do festival e figura central na sua arquitectura programática, sublinhou o impacto do painel de jurados para os novos talentos. Para muitos dos realizadores estreantes, saber que o seu primeiro ou segundo filme será visto por Bong Joon Ho, por vencedores de prémios internacionais ou por estrelas globais, é quase tão importante quanto a própria competição. E houve ainda espaço para confirmar a chegada de Jodie Foster, homenageada nesta edição e que visita Marrocos pela primeira vez.

Celine Song, realizadora de Past Lives e Materialists, confessou estar particularmente entusiasmada com esta vertente do festival — a capacidade de descobrir cinema sem o peso das expectativas. Para ela, Marrakech tem a mesma frescura de Sundance: um lugar onde se entra “sem contexto” e onde a surpresa é parte essencial da experiência.

Remi Bonhomme, director artístico, reforçou esse posicionamento híbrido: Marrakech vive entre a Europa e África, e isso permite-lhe ter uma programação simultaneamente cosmopolita e regional. Para além disso, o lugar estratégico no calendário — no final do ano — coloca o festival directamente no corredor da temporada de prémios. E não é coincidência que tantos países tenham inscrito os seus candidatos aos Óscares na secção dedicada ao cinema internacional, como HomeboundPalestine 36Calle MalagaThe President’s CakeA Poet e No Other Choice.

Bill Kramer, director executivo da Academia de Hollywood, esteve presente e deixou claro que a instituição pretende reforçar a sua presença no Norte de África e no Médio Oriente. Marrakech, disse, está a tornar-se “uma paragem incontornável no circuito dos Óscares”. É um elogio raro, mas merecido, para um festival que tem investido na expansão internacional sem perder o cuidado artesanal da curadoria.

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A cerimónia de abertura terminou com uma homenagem emotiva ao actor egípcio Hussein Fahmi, de 85 anos, que recebeu aplausos de pé enquanto revia cenas de alguns dos seus papéis mais marcantes. Depois, cumprimentou um a um os membros do júri, num momento de reverência entre gerações e geografias.

O festival decorre até 6 de Dezembro e promete encontros memoráveis com nomes como Jodie Foster, Guillermo del Toro, Laurence Fishburne, Kleber Mendonça Filho, Andrew Dominik e Jafar Panahi — uma edição que reafirma a vocação universalista de Marrakech e a sua crescente influência no mapa dos grandes festivais de cinema.

“Parasitas” é eleito o melhor filme do século XXI por centenas de profissionais de cinema

Inquérito conduzido pelo New York Times reúne mais de 500 realizadores, actores e produtores para eleger os 100 filmes mais marcantes deste século

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Parasitas, de Bong Joon Ho, foi eleito o melhor filme do século XXI por um extenso painel de mais de 500 profissionais da indústria cinematográfica, entre os quais se encontram realizadores, actores, argumentistas, críticos e produtores. A iniciativa foi promovida pelo The New York Times, que publicou ao longo da última semana os resultados do inquérito, culminando com a revelação do Top 20 esta sexta-feira.

O galardoado filme sul-coreano, vencedor dos Óscares de Melhor Filme e Melhor Filme Internacional, superou obras de mestres como David Lynch (Mulholland Drive, 2.º lugar), Paul Thomas Anderson (Haverá Sangue, 3.º lugar) e Wong Kar Wai (Disponível para Amar, 4.º lugar).

O Top 10 apresenta uma diversidade notável de estilos, géneros e origens geográficas, destacando também o impacto contínuo de obras como MoonlightEste País Não É Para VelhosA Viagem de Chihiro e A Rede Social.

Uma lista eclética, com surpresas e confirmações

Ao todo, o Top 100 inclui 25 filmes “internacionais” — cuja língua principal não é o inglês — e 12 realizados ou correalizados por mulheres, revelando uma crescente abertura da indústria a novas vozes e linguagens cinematográficas.

O cinema lusófono marca presença com Cidade de Deus, dos brasileiros Fernando Meirelles e Kátia Lund, colocado em 15.º lugar. Na animação, apenas quatro títulos marcaram presença: A Viagem de Chihiro (9.º), WALL-E (34.º), Up! – Altamente (50.º) e Ratatui (73.º).

Os grandes nomes de Hollywood também marcaram território: Paul Thomas Anderson é o realizador mais representado com seis filmes, seguido por Christopher Nolan com cinco. Os irmãos Coen e Alfonso Cuarón surgem com quatro títulos cada, enquanto Quentin Tarantino e David Fincher marcam presença com três.

Representações notáveis e ausências curiosas

Entre os veteranos, Martin Scorsese garantiu dois títulos (The Departed e O Lobo de Wall Street), enquanto Steven Spielberg surge apenas com Relatório Minoritário. Clint Eastwood não teve qualquer filme mencionado no Top 100.

Curiosamente, só um filme da trilogia O Senhor dos Anéis — A Irmandade do Anel — entrou para a lista, e a única entrada do universo Marvel foi Black Panther, na 96.ª posição. Da parte das plataformas de streaming, apenas ROMA, de Alfonso Cuarón, lançado pela Netflix, foi considerado (46.º lugar).

Os favoritos dos favoritos

As listas individuais, algumas também divulgadas, incluíram nomes tão diversos como Pedro Almodóvar, Bong Joon Ho, Sofia Coppola, Ava DuVernay, Barry Jenkins, Mel Brooks, Celine Song, Edgar Wright e até o escritor Stephen King.

Estas contribuições revelaram um amplo leque de sensibilidades artísticas e confirmaram o poder da cinefilia como elemento agregador numa indústria cada vez mais fragmentada.

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Top 10 dos melhores filmes do século XXI segundo os profissionais de Hollywood:

  1. Parasitas (Bong Joon Ho)
  2. Mulholland Drive (David Lynch)
  3. Haverá Sangue (Paul Thomas Anderson)
  4. Disponível para Amar (Wong Kar Wai)
  5. Moonlight (Barry Jenkins)
  6. Este País Não é Para Velhos (Joel & Ethan Coen)
  7. O Despertar da Mente (Michel Gondry)
  8. Foge (Jordan Peele)
  9. A Viagem de Chihiro (Hayao Miyazaki)
  10. A Rede Social (David Fincher)

Miguel Gomes Convidado para a Academia de Hollywood 🎬

Realizador português junta-se ao seleto grupo que escolhe os Óscares

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que todos os anos nos dá razões para reclamar com os Óscares, acaba de convidar o realizador português Miguel Gomes para se juntar ao clube. Um clube exclusivo, note-se, com cerca de 10.500 membros, todos eles com direito a voto nas categorias da maior premiação da sétima arte.

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A notícia foi avançada pela própria Academia esta quinta-feira, acompanhada de uma lista com 534 novos convidados – o número mais elevado desde 2020. A justificação? Premiar artistas e executivos que se distinguiram “pelos seus contributos para o cinema”. Segundo os responsáveis da instituição, Bill Kramer e Janet Yang, esta seleção representa “compromisso com a criação cinematográfica” e pretende “refletir a diversidade da comunidade global do cinema”.

E entre as novas vozes com lugar à mesa das decisões da Academia, lá está Miguel Gomes, um dos nossos nomes maiores, que em 2024 brilhou em Cannes ao tornar-se o primeiro cineasta português a ganhar o prémio de Melhor Realizador. Fê-lo com Grand Tour, o seu mais recente filme, numa carreira recheada de distinções internacionais — de Tabu a Aquele Querido Mês de Agosto, passando por Diários de Otsoga.

Brasileiros, espanhóis… e Ariana Grande

Mas Miguel Gomes não está sozinho nesta ronda de convites. A lista também inclui a actriz brasileira Fernanda Torres, protagonista de Ainda Estou Aqui, filme que venceu o Óscar de Melhor Filme Internacional, bem como os realizadores Daniel Filho e Gabriel Mascaro, a produtora Maria Carlota Bruno e a figurinista Claudia Kopke. Albert Serra, cineasta espanhol habituado a coproduções com Portugal, também foi chamado.

E porque estamos a falar de Hollywood, há muitos rostos (e vozes) familiares para o público mais mainstream. Foram convidados, entre outros, Gillian Anderson, Dave Bautista, Emma Corrin, Sebastian Stan, Andrew Scott, Jeremy Strong, Ariana Grande e Aubrey Plaza. Um casting digno de um filme de super-heróis com orçamento da Marvel.

Um passo em frente… com algumas ausências

Os 534 convites reflectem a tentativa da Academia de se tornar mais representativa: 41% dos nomes são mulheres, 45% pertencem a comunidades sub-representadas e 55% são de fora dos EUA. Ainda assim, houve ausências notadas, como a da actriz trans espanhola Karla Sofía Gascón (Emilia Pérez), afastada por polémicas passadas, e a do actor Jonathan Bailey (Wicked), cuja ausência também fez levantar algumas sobrancelhas.

Um português na linha da frente

Se aceitar o convite, Miguel Gomes junta-se a um grupo restrito de portugueses que integram a Academia, como Patrícia Vasconcelos (directora de casting), os produtores Bruno Caetano e Luís Urbano e os realizadores Abi Feijó, João Gonzalez, Mónica Santos e Regina Pessoa.

Actualmente com 53 anos, nascido em Lisboa, Miguel Gomes está a preparar o seu próximo filme, Selvajaria, produzido pela Uma Pedra no Sapato. A obra é inspirada no clássico brasileiro Os Sertões, de Euclides da Cunha, que o cineasta considera “um dos melhores livros de sempre escritos em português”. Não duvidamos.

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Agora só falta mesmo uma nomeação. Ou duas. Ou três.

José Martins Conquista Prémio de Melhor Ator em Xangai

“A Memória do Cheiro das Coisas” destaca-se na competição oficial com performance comovente de um veterano ator português

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O prestigiado Festival Internacional de Cinema de Xangai terminou com uma grande vitória para o cinema português: o ator José Martins foi distinguido com o Prémio de Melhor Ator, graças à sua impactante performance no filme A Memória do Cheiro das Coisas, de António Ferreira.

Um papel com peso histórico e emocional

No filme, José Martins dá vida a um veterano da guerra colonial que, forçado a entrar num lar de idosos, se vê confrontado com os fantasmas do passado e estabelece um inesperado laço com a sua cuidadora negra. A história, situada entre a realidade pungente do envelhecimento e os ecos não resolvidos da história colonial portuguesa, é apresentada como um “retrato poético e intimista da fragilidade da condição humana, da inevitabilidade da morte e da busca de redenção”.

Entre a memória e o olfato, um espelho social

Mais do que um drama pessoal, A Memória do Cheiro das Coisas aborda temáticas universais e socialmente urgentes, como o racismo estrutural e o envelhecimento da população. Com coprodução luso-brasileira, o filme foi um dos 12 seleccionados para a competição oficial da 27.ª edição do festival e destacou-se pela sua sensibilidade, linguagem cinematográfica e intensidade emocional.

Um nome incontornável do teatro e agora, do cinema

José Martins, nascido em Lisboa em 1952, é uma figura incontornável do teatro português. Foi um dos fundadores do antigo Grupo de Campolide (actual Companhia de Teatro de Almada), do Teatro da Malaposta e da Companhia Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana, onde continua activo. Esta distinção internacional reforça o valor do seu percurso artístico e representa um momento de consagração merecida para um intérprete que tem sabido manter-se fiel ao rigor da profissão.

Um festival de excelência com nomes de peso

O Festival de Xangai, que decorreu entre 13 e 22 de Junho, contou com a presidência do júri principal a cargo de Giuseppe Tornatore, realizador de Cinema Paraíso. O grande prémio da competição — o Cálice de Ouro de Melhor Longa-Metragem — foi para Black Red Yellow, do Quirguistão, realizado por Aktan Arym Kubat. Entre outros premiados, destaque ainda para Wan Qian como Melhor Atriz (Wild Nights, Tamed Beasts), Cao Baoping como Melhor Realizador (One Wacky Summer), e o documentário espanhol Constanza, que venceu na sua categoria.

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Mas foi o nome de José Martins que pôs Portugal nas manchetes, elevando o talento nacional a um dos maiores palcos do cinema asiático e global.

Robert De Niro e Whoopi Goldberg rendem-se a Portugal no Festival Tribeca: “Segurança, diversidade e talento”

Lisboa volta a brilhar no mapa do cinema internacional com a segunda edição do Tribeca Lisboa

O Festival Tribeca Lisboa regressa em força de 30 de Outubro a 1 de Novembro, e a apresentação da segunda edição, feita esta quinta-feira em Nova Iorque, não deixou dúvidas: Portugal conquistou corações — e grandes nomes — no panorama do cinema internacional. Entre elogios à segurança, diversidade e hospitalidade portuguesa, Robert De NiroWhoopi Goldberg e Jane Rosenthal partilharam publicamente o seu entusiasmo com a experiência lisboeta.

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O evento, realizado no âmbito do Festival Tribeca em Nova Iorque, revelou novidades para a edição lisboeta e confirmou a presença de Kim CattrallMeg Ryan e Giancarlo Esposito no evento português, que promete tornar-se um marco do calendário cultural da cidade.

Whoopi Goldberg: “Lisboa é maravilhosa, segura e diversa”

A atriz e comediante Whoopi Goldberg, numa declaração à Lusa, sublinhou a multiculturalidade de Lisboa e a sensação de segurança que encontrou nas ruas da capital portuguesa:

“Gostei de ver todas as pessoas, porque não eram só brancos. (…) Havia todos os tipos de pessoas. Adorei isso e recomendo que as pessoas vão, porque é maravilhoso.”

Apesar de não confirmar se marcará presença na edição de Lisboa deste ano, Goldberg mostrou-se genuinamente entusiasmada com o país e deixou no ar a vontade de voltar.

Robert De Niro encantado com o Beato

Também Robert De Niro não poupou elogios à sua visita a Lisboa, especialmente ao Hub Criativo do Beato, onde decorreu a primeira edição do Tribeca Lisboa em 2024:

“Aquela zona industrial (…), o Beato, foi fantástica. Diverti-me muito. Estou ansioso por voltar e falar sobre a nossa relação com todos em Lisboa, em Portugal.”

De Niro, que cofundou o festival em 2001 como resposta ao 11 de Setembro, vê em Lisboa uma extensão natural do espírito do Tribeca — um lugar para contar histórias, cruzar culturas e apostar no talento emergente.

Jane Rosenthal destaca “intercâmbio cultural” e necessidade de proteger artistas

Jane Rosenthal, a outra fundadora do festival, frisou o ambiente positivo e receptivo que encontrou em Lisboa, assim como o interesse genuíno do público português na programação apresentada:

“Tudo isso trouxe-nos de volta às origens do festival de cinema, mas de uma forma alegre, uma forma de intercâmbio cultural, diplomacia cultural.”

Rosenthal aproveitou ainda para sublinhar a importância de proteger a liberdade de expressão, referindo que cabe aos artistas e educadores manter acesa a chama da criatividade:

“Só seremos mais fortes se formos mais educados. E os artistas, as histórias de artistas podem, por vezes, ir além do que os políticos dizem.”

Novidades da segunda edição: mais dias, mais locais e uma estreia açoriana

A edição de 2025 do Tribeca Lisboa terá três dias de duração (de 30 de Outubro a 1 de Novembro) e expandir-se-á para novos espaços além do Hub Criativo do Beato: o Teatro Ibérico e a Igreja do Convento do Beato também vão acolher sessões, reforçando o ambiente cinematográfico da cidade.

Entre os filmes já confirmados está “Honeyjoon”, primeira longa-metragem da realizadora norte-americana Lilian T. Mehrel, produzida em parceria com a portuguesa Wonder Maria Filmes. O filme, rodado integralmente em São Miguel, nos Açores, conta com Ayden Mayeri, Amira Casar e José Condessa no elenco.

Lisboa no radar do cinema global

Para o CEO do Grupo Impresa, Francisco Pedro Balsemão, o sucesso da primeira edição provou que Lisboa pode (e deve) ter um papel de destaque no circuito internacional:

“Isto não é só um festival, é uma forma de nós conseguirmos criar mais conteúdos, de estarmos a abrir horizontes, estarmos mais próximos da visão internacional dos conteúdos audiovisuais.”

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Fundado em 2001, o Tribeca Festival começou como uma celebração do cinema independente, mas evoluiu para um espaço alargado de storytelling em múltiplos formatos. Com Lisboa como destino europeu, Portugal está agora no centro desta narrativa global — com estrelas, talentos e histórias que merecem ser contadas.

🎬 Festival de Cannes 2025: Três Novos Filmes Entram na Corrida pela Palma de Ouro

Carla Simón, Oliver Hermanus e Joachim Trier apresentam obras que exploram memória, amor e reconciliação

O Festival de Cannes continua a surpreender com a adição de três novos filmes à sua mostra competitiva. As obras “Romería”, “The History of Sound” e “Sentimental Value” trazem narrativas profundas e emocionantes, reforçando a diversidade e qualidade da seleção deste ano. 


🇪🇸 “Romería” de Carla Simón: Uma Viagem às Raízes Familiares

A realizadora espanhola Carla Simón apresenta “Romería”, encerrando a sua trilogia sobre memória familiar. O filme segue Marina, uma adolescente que viaja até à Galiza para conhecer os parentes do seu pai, falecido devido à SIDA. Com a ajuda do diário da mãe, também vítima da mesma doença, Marina confronta as lembranças e segredos da família. Simón, que já havia conquistado o Urso de Ouro em Berlim com “Alcarràs”, volta a emocionar com uma narrativa íntima e pessoal. 

🇺🇸 “The History of Sound” de Oliver Hermanus: Amor em Tempos de Guerra

O sul-africano Oliver Hermanus traz “The History of Sound”, protagonizado por Paul Mescal e Josh O’Connor. Ambientado nos Estados Unidos durante a Primeira Guerra Mundial, o filme explora a relação entre dois homens numa área rural, destacando a conexão humana em tempos de conflito. Hermanus, conhecido por “Moffie”, continua a abordar temas complexos com sensibilidade e profundidade. 

🇳🇴 “Sentimental Value” de Joachim Trier: Reconstruindo Laços Familiares

O norueguês Joachim Trier apresenta “Sentimental Value”, sua terceira participação em Cannes. Com um elenco de peso, incluindo Stellan Skarsgård, Elle Fanning e Renate Reinsve, o filme narra a tentativa de um cineasta em reconstruir os laços com as suas filhas. Trier, conhecido por “The Worst Person in the World”, continua a explorar as complexidades das relações humanas com uma abordagem única. 


🏆 A Competição Aquece

Com estas adições, a competição pela Palma de Ouro torna-se ainda mais acirrada. Entre os favoritos da crítica estão o brasileiro “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Filho, o ucraniano “Two Prosecutors”, de Sergei Loznitsa, e “It Was Just an Accident”, do iraniano Jafar Panahi. A diversidade de temas e estilos promete uma decisão difícil para o júri. 

Cinemas Portugueses Perderam 300 Mil Espectadores em Fevereiro – O Que Explica Esta Queda? 🎟️📉

Depois de um início de ano promissor, os números da bilheteira em fevereiro trouxeram uma realidade menos animadora para o setor da exibição cinematográfica em Portugal. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), os cinemas perderam cerca de 296 mil espectadores e registaram uma quebra de 1,9 milhões de euros de receita bruta em comparação com janeiro.

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A Influência de um Calendário Menos Forte

O sucesso de Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, ajudou a minimizar o impacto da descida, mas não foi suficiente para contrariar a tendência. Com 293.267 espectadores e 1,8 milhões de euros de bilheteira, o filme destacou-se como o mais visto do ano até agora, superando grandes produções como Mufasa: O Rei Leão e Sonic 3: O Filme.

A quebra poderá estar relacionada com a ausência de estreias de grande impacto comercial em fevereiro, ao contrário do mês anterior, que beneficiou do efeito dos filmes de dezembro e de algumas estreias fortes logo no início do ano.

O Estado Atual da Exibição Cinematográfica

No total, foram registados 781.809 espectadores e 4,9 milhões de euros de receita bruta em fevereiro, um número ainda positivo, mas inferior ao mesmo mês de 2024. Apesar desta descida mensal, a soma dos dois primeiros meses de 2025 mostra um crescimento face ao ano passado, com um aumento de 1,3 milhões de euros em receita e mais 123 mil bilhetes vendidos.

A nível nacional, os cinemas continuam a operar com 512 salas ativas, sendo a NOS Lusomundo Cinemas a principal exibidora, com 42,6% do mercado, seguida pela Cineplace, com 11,3%.

O filme português mais visto do ano até agora é Banzo, de Margarida Cardoso, com 2.264 espectadores e uma receita de 12.326 euros.

O Que Esperar dos Próximos Meses?

Com março a trazer lançamentos como Duna: Parte Dois e novos blockbusters a caminho, espera-se que os números voltem a subir. No entanto, a indústria do cinema continua a enfrentar desafios estruturais, incluindo a concorrência das plataformas de streaming e a mudança de hábitos de consumo do público.

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📅 Os números dos próximos meses serão cruciais para perceber se esta descida foi apenas um fenómeno pontual ou parte de uma tendência maior.

Tribeca Festival Lisboa Está de Volta em 2025 – E Promete Melhorias! 🎬✨

Após uma primeira edição que gerou tanto entusiasmo quanto polémica, o Tribeca Festival Lisboa regressa este ano para uma segunda edição, agora com melhores condições de exibição e um programa mais alargado. O evento, que trouxe a Lisboa figuras como Robert De Niro, Whoopi Goldberg e Patty Jenkins, promete corrigir os erros do passado e consolidar-se como um dos grandes festivais internacionais de cinema na capital portuguesa.

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Mais Dias, Melhor Espaço e Um Compromisso com a Qualidade

A segunda edição do Tribeca Festival Lisboa decorre de 30 de outubro a 1 de novembro de 2025, na Unicorn Factory, aumentando um dia de programação em comparação com o ano passado.

The Substance 💉🩸 – O polémico filme de Demi Moore chega ao streaming em Portugal!

Se em 2024 houve críticas às deficientes condições de exibição e ao preço elevado dos bilhetes (que chegavam aos 130 euros para um passe completo), a organização – composta pela Tribeca Enterprises, a SIC, a plataforma de streaming OPTO e a Câmara Municipal de Lisboa – anunciou melhorias significativas.

Segundo o comunicado oficial, o festival terá “espaços melhorados, exibições aprimoradas e uma atmosfera ainda mais acolhedora para todos os participantes”.

Francisco Pedro Balsemão, CEO da Impresa, afirmou que o primeiro ano do festival foi “uma experiência incrível e única para o público português” e que o objetivo é elevar ainda mais a fasquia.

Jane Rosenthal, cofundadora do festival ao lado de Robert De Niro, destacou que Lisboa se revelou “um refúgio criativo repleto de inspiração e inovação” e que o evento pretende reforçar esse ambiente na sua segunda edição.

O Que Podemos Esperar do Tribeca Festival Lisboa 2025?

A programação deste ano ainda não foi revelada, mas os organizadores garantem que o festival trará um misto de cinema independente dos EUA, filmes portugueses, séries, podcasts, showcases musicais e conversas ao vivo com estrelas internacionais e nacionais.

Em 2024, o festival teve a sua abertura com Anora, de Sean Baker, filme que acabou por vencer a Palma de Ouro em Cannes e arrecadar cinco Óscares, incluindo Melhor Filme.

Se o objetivo é melhorar a experiência do público e atrair ainda mais nomes sonantes do cinema, podemos esperar um cartaz repleto de estreias, convidados de renome e um esforço renovado para tornar Lisboa um ponto de referência no circuito internacional de festivais de cinema.

As Controvérsias do Financiamento – Continuam as Dúvidas?

Apesar do sucesso e do impacto mediático do Tribeca Festival Lisboa, nem tudo foi elogios na primeira edição.

O financiamento público do evento foi fortemente questionado, com a revista Sábado a revelar que o festival recebeu 750 mil euros em apoios públicos de várias entidades, incluindo:

✔ 250 mil euros do Turismo de Portugal

✔ 250 mil euros da Associação de Turismo de Lisboa

✔ 250 mil euros da empresa municipal Lisboa Cultura

Além disso, o evento arrecadou 615 mil euros em patrocínios, 95 mil euros em bilheteira e apenas 3.389 euros em vendas de comida e bebida. No final das contas, o festival fechou com um prejuízo de 360.794 euros, o que gerou questões políticas e levou o Bloco de Esquerda a interpelar a Câmara Municipal de Lisboa sobre a atribuição destas verbas sem uma decisão pública.

Para 2025, ainda não há uma confirmação sobre o modelo de financiamento. A Câmara de Lisboa declarou à Lusa que os detalhes do apoio financeiro “ainda estão a ser avaliados e acertados”, o que sugere que o festival poderá tentar obter um maior equilíbrio entre fundos privados e públicos.

Tribeca em Lisboa – Um Festival Para Ficar?

O regresso do Tribeca Festival Lisboa demonstra que há interesse em consolidar este evento no panorama cultural da cidade. Se as melhorias anunciadas forem concretizadas e as polémicas financeiras forem esclarecidas, o festival pode tornar-se um marco na agenda cinematográfica portuguesa, atraindo não só grandes estrelas, mas também o público cinéfilo que deseja experiências de alta qualidade.

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🎥 O que achas do regresso do Tribeca Festival Lisboa? Estás entusiasmado para esta segunda edição?

Festival de Cinema de Berlim abre com tom político e resistência contra a extrema-direita

Tilda Swinton recebe Urso de Ouro e faz discurso crítico na Berlinale

A 75.ª edição do Festival de Cinema de Berlim arrancou com um forte tom político, refletindo o clima de tensão que se vive na Alemanha, a poucos dias das eleições legislativas. A atriz escocesa Tilda Swinton, homenageada com o Urso de Ouro honorário pela sua carreira, fez um discurso contundente sobre o estado atual do mundo, denunciando a violência, os extremismos e as injustiças sociais.

“O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder” – Prime Video Confirma Terceira Temporada!

“O desumano está a ser perpetuado perante os nossos próprios olhos”, declarou Swinton, de 64 anos, sublinhando a sua preocupação com os assassinatos em massa organizados por Estados e permitidos em escala internacional.

A Berlinale, conhecida pelo seu caráter progressista e politicamente engajado, tornou-se um palco de resistência, num momento em que a extrema-direita cresce na Alemanha. A noite de abertura incluiu também um gesto de solidariedade, com vários atores alemães e Tricia Tuttle, diretora do festival, a segurarem uma fotografia do ator israelita David Cunio, atualmente refém do Hamas.

A presença de Cunio no festival prende-se com o filme “A Letter to David”, do realizador Tom Shoval, que será apresentado nos próximos dias.

Eleições na Alemanha e a ascensão da extrema-direita

O contexto político da Berlinale este ano não passa despercebido. A Alemanha está prestes a realizar eleições parlamentares a 23 de fevereiro, e as sondagens indicam que o partido de extrema-direita AfD (Alternativa para a Alemanha) poderá conquistar o segundo lugar, atrás apenas dos conservadores.

Na conferência de imprensa do júri, Tricia Tuttle reforçou a importância do festival como um espaço de resistência ao autoritarismo, enquanto o realizador Todd Haynes, presidente do júri, mencionou a crise política global e os desafios que os EUA enfrentam atualmente.

O festival também prestou homenagem às vítimas de um atropelamento em massa em Munique, ocorrido na quinta-feira, protagonizado por um requerente de asilo afegão que feriu 30 pessoas.

A competição e os filmes em destaque

A edição deste ano da Berlinale apresenta 19 filmes na competição oficial, com um júri presidido por Todd Haynes, conhecido por filmes como Carol e Velvet Goldmine.

Entre os destaques estão:

• “Dreams”, do realizador mexicano Michel Franco, protagonizado por Jessica Chastain e Isaac Hernandez, sobre uma bailarina mexicana que tenta vencer nos EUA.

• “O Último Azul”, do brasileiro Gabriel Mascaro.

• “El Mensaje”, do argentino Iván Fund.

• Filmes de cineastas consagrados como Richard Linklater e Hong Sang-soo também integram a competição.

O festival procura este ano atrair mais estrelas para a passadeira vermelha, com nomes como Timothée Chalamet, Jessica Chastain, Marion Cotillard, Ethan Hawke e Robert Pattinson a marcarem presença.

Steven Spielberg Lutou para Impedir uma Sequela de E.T. – O Extraterrestre

Pattinson protagoniza “Mickey 17”, novo filme de Bong Joon-ho, que está fora de competição e marca o regresso do realizador sul-coreano desde o sucesso de “Parasitas”. O filme, uma comédia de ficção científica, satiriza um multimilionário que faz lembrar Elon Musk, líder da Tesla e SpaceX, próximo de Donald Trump e simpatizante do AfD alemão.

⭐ Penélope Cruz e Scarlett Johansson Vão Apresentar os Óscares 2025 – Conhece a Lista Completa!

A 96.ª edição dos Óscares está a chegar, e a Academia continua a revelar os grandes nomes que irão pisar o palco do Dolby Theatre como apresentadores da cerimónia, que acontece a 2 de março.

Entre os destaques desta nova lista estão Penélope Cruz e Scarlett Johansson, que voltam a reunir-se no mesmo evento após terem contracenado em Vicky Cristina Barcelona (2008), de Woody Allen – o filme que valeu a Cruz o Óscar de Melhor Atriz Secundária.

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Mas não são as únicas estrelas que estarão em destaque! 🌟

🎤 Quem Vai Apresentar os Óscares?

Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou esta terça-feira mais nomes que subirão ao palco para apresentar categorias e entregar prémios. A nova lista inclui:

✅ Penélope Cruz (Mãe ParalelasVolver)

✅ Scarlett Johansson (Viúva NegraJojo Rabbit)

✅ Halle Berry (Monster’s Ball – Depois do Ódio, primeira atriz negra a ganhar Melhor Atriz)

✅ Whoopi Goldberg (Ghost – O Espírito do Amor, vencedora do Óscar de Melhor Atriz Secundária e anfitriã da cerimónia por quatro vezes)

✅ Elle Fanning (The GreatSuper 8)

✅ John Lithgow (The CrownO Mundo Segundo Garp)

✅ Amy Poehler (Inside Out – Divertida-MenteParks and Recreation)

✅ Bowen Yang (Saturday Night LiveFora da Rota)

✅ June Squibb, de 95 anos, nomeada ao Óscar por Nebraska e agora protagonista de Thelma

Na semana passada, a Academia já tinha confirmado a presença dos “Big Four”, ou seja, os vencedores das categorias de interpretação em 2024:

✔️ Cillian Murphy (Oppenheimer, Melhor Ator)

✔️ Robert Downey Jr. (Oppenheimer, Melhor Ator Secundário)

✔️ Emma Stone (Pobres Criaturas, Melhor Atriz)

✔️ Da’Vine Joy Randolph (Os Excluídos, Melhor Atriz Secundária)

E claro, Conan O’Brien será o anfitrião desta edição, assumindo pela primeira vez o papel de apresentador dos Óscares.

🏆 Quem Lidera a Corrida aos Óscares 2025?

Os Óscares deste ano prometem uma disputa renhida, com filmes que marcaram o cinema em 2024. Eis os mais nomeados:

🎬 “Emília Pérez” – 13 nomeações 🎭

🎬 “O Brutalista” e “Wicked” – 10 nomeações cada

🎬 “Conclave” e “A Complete Unknown” – 8 nomeações cada

🎬 “Anora” – 6 nomeações

🎬 “Dune: Parte 2” e “A Substância” – 5 nomeações cada

Uma grande surpresa para os falantes de português: o filme brasileiro “Ainda Estou Aqui” está nomeado em três categorias importantes:

🏆 Melhor Filme

🏆 Melhor Atriz (Fernanda Torres)

🏆 Melhor Filme Internacional

📡 Onde Assistir à Cerimónia em Portugal?

Os Óscares serão transmitidos em Portugal através da RTP1 e da Disney+, com uma cobertura completa e comentários em direto.

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E claro, não percas a cobertura especial do Clube de Cinema com análise dos vencedores, momentos marcantes e os melhores looks da passadeira vermelha!

Pronto para a grande noite do cinema? 🎬✨🏆

“When the Light Breaks” vence o prémio máximo do Festival de Gotemburgo 2024

Festival Internacional de Cinema de Gotemburgo chegou ao fim e os vencedores da sua 48.ª edição já são conhecidos. O grande destaque foi para When the Light Breaks, do realizador islandês Rúnar Rúnarsson, que levou para casa o Dragon Award de Melhor Filme Nórdico, o maior prémio do festival.

O filme, protagonizado por Elín Hall, é um delicado drama coming-of-age que acompanha uma jovem estudante de arte num longo dia de verão na Islândia, explorando temas como o amor, a amizade e o luto. O júri, composto por nomes como Ella Lemhagen, Philippe Lesage e Athina Rachel Tsangari, justificou a escolha pela “sensibilidade e leveza delicada” do filme, que oferece uma abordagem inesperadamente esperançosa sobre o sofrimento.

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O grande destaque do cinema internacional

Na competição internacional, o vencedor foi Memoir of a Snail, uma trágico-comédia de Adam Elliot, vencedor do Óscar. O júri destacou a obra como um filme que “capta com nuances e ternura a alegria e a tristeza da vida quotidiana, iluminada por atuações que evidenciam os laços profundos e não ditos entre mães, filhas e as suas comunidades”.

O festival também premiou Andrea Bræin Hovig, que venceu o prémio de interpretação pelo seu desempenho em Love, de Dag Johan Haugerud. O filme, que estreou no Festival de Veneza, faz parte de uma trilogia sobre temas íntimos e relacionamentos contemporâneos.

Outro dos filmes mais falados da edição foi o Oscar-nomeado The Girl with the Needle, de Magnus von Horn, que recebeu o prémio FIPRESCI pelo seu “domínio absoluto da forma cinematográfica”. Este drama psicológico a preto e branco retrata a luta de uma mulher pela sua integridade num ambiente hostil.

Documentários e estreias promissoras

O prémio de Melhor Documentário foi para Trans Memoria, de Victoria Verseau, que aborda a transição de género da realizadora, feita na Tailândia. O júri elogiou a “abordagem subtil e cativante” e a forma como a narrativa visual se entrelaça com a experiência pessoal da cineasta.

Na categoria de melhor estreia, o prémio Ingmar Bergman International Debut foi entregue a Denise Fernandes pelo filme Hanami. O júri descreveu-o como uma obra “impossível de encaixar nas estruturas narrativas convencionais”, destacando a sua abordagem artística singular.

Um festival de cinema com ativismo e impacto social

O Festival de Gotemburgo sempre se destacou pela sua postura provocadora e de questionamento sobre o papel do cinema na sociedade. Este ano, o evento foi inaugurado sob o tema “Desobediência”, incluindo uma seleção de filmes que abordavam o ativismo e a resistência social.

Destaque para No Other Land, documentário palestiniano-norueguês nomeado para o Óscar, que foi ovacionado pelo público. O festival também organizou protestos artísticos, como uma instalação secreta para denunciar a desflorestação, criada em parceria com a Greenpeace e a comunidade indígena Sami.

No total, 270 filmes de 83 países foram exibidos, atraindo mais de 270 mil visitantes tanto em salas de cinema como online. O evento também contou com a participação de 2.368 profissionais da indústria, consolidando o Festival de Gotemburgo como um dos mais importantes do panorama europeu.

O futuro do cinema nórdico

Com um alinhamento sólido de filmes inovadores e um forte compromisso com as causas sociais, o Festival de Gotemburgo demonstrou, mais uma vez, a sua relevância na cena cinematográfica internacional. Os vencedores desta edição refletem a crescente diversidade e complexidade do cinema nórdico e global, mostrando que há sempre novas histórias a serem contadas e novos talentos a serem descobertos.

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E vocês, caros associados, ficaram curiosos com algum dos filmes premiados? Contem-nos nas redes sociais do Clube de Cinema!

Os Filmes Favoritos de 2024 de Barack Obama: Timothée Chalamet em Destaque

Barack Obama continua a surpreender com as suas tradicionais listas de final de ano, desta vez destacando os seus filmes preferidos de 2024. Este ritual, que começou enquanto ainda era presidente dos EUA, é agora um marco cultural, oferecendo um vislumbre dos gostos do antigo estadista e, muitas vezes, alimentando debates sobre as tendências cinematográficas do momento.

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Na lista de 2024, Obama colocou em destaque dois filmes estrelados por Timothée Chalamet, consolidando o ator como uma das figuras mais proeminentes da indústria. A seleção do ex-presidente também incluiu uma diversidade de géneros e culturas, desde ficção científica épica até dramas intimistas e documentários poderosos.

Os Destaques da Lista

Entre os dez filmes escolhidos, os seguintes chamam particularmente a atenção:

1. “Dune – Duna: Parte 2”, de Denis Villeneuve:

A aguardada continuação da saga épica baseada nos livros de Frank Herbert figura como um dos grandes favoritos de Obama. Com Timothée Chalamet e Zendaya nos papéis principais, o filme continua a explorar o destino de Paul Atreides e as intrigas em torno de Arrakis.

2. “A Complete Unknown”, de James Mangold:

Este drama biográfico sobre Bob Dylan, protagonizado por Timothée Chalamet, também impressionou Obama. O filme mergulha nos primeiros anos da carreira do lendário músico, com um elenco de luxo que inclui Edward Norton e Elle Fanning.

3. “Conclave”, de Edward Berger:

Este thriller político com um elenco notável — Ralph FiennesStanley Tucci e Isabella Rossellini — explora os bastidores da eleição de um novo Papa. O tema atual e provocador garantiu o seu lugar na lista.

4. “The Seed of the Sacred Fig”, de Mohammad Rasoulof:

Este drama iraniano-alemão aborda questões políticas e sociais, refletindo o interesse de Obama por narrativas profundas e culturalmente relevantes.

5. “Sugarcane: Sombras de Um Colégio Interno”, de Julian Brave NoiseCat e Emily Kassie:

Este documentário, disponível na Disney+, oferece um olhar poderoso sobre desigualdades sociais e traumas no sistema educativo, mostrando o lado mais reflexivo das escolhas de Obama.

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Controvérsias e Omissões

Apesar da diversidade e profundidade da lista, a ausência de alguns títulos de destaque não passou despercebida. Filmes como “Wicked”“Challengers” e o brasileiro “Ainda Estou Aqui” foram mencionados nas redes sociais como grandes omissões. Críticos apontam que estas escolhas refletem uma preferência por narrativas intimistas e dramas sociais, em detrimento de produções mais populares ou comerciais.

Um Ritual Cultural em Ascensão

Independentemente das críticas, as listas de Barack Obama continuam a ser uma referência cultural, atraindo fãs de cinema, música e literatura. Embora haja rumores de que os seus assessores ajudam a compilar estas listas, a seleção final demonstra sempre um cuidado em destacar produções inovadoras e temas relevantes.

Para os fãs de cinema, a lista de 2024 é um guia essencial, combinando nomes conhecidos como Timothée Chalamet e Denis Villeneuve com obras menos divulgadas, mas igualmente impactantes. E com títulos como “Dune – Duna: Parte 2” e “A Complete Unknown”, Obama reafirma o seu olhar atento às tendências culturais e ao poder transformador do cinema.

Andrew Garfield Reflete sobre “Spider-Man” e o Futuro da Carreira em Marraquexe

Enquanto membro do júri no Festival Internacional de Cinema de Marraquexe, o ator Andrew Garfield partilhou as suas experiências sobre equilibrar o estrelato de “Spider-Man” com projetos artísticos mais desafiantes. Durante uma conferência de imprensa, Garfield abordou a sua transição de blockbusters para colaborações com cineastas aclamados como Martin Scorsese.

A transição de Spider-Man para Scorsese
Garfield reconheceu que o papel em “Spider-Man” abriu portas, permitindo-lhe trabalhar com realizadores como Scorsese no filme “Silence”. “Acho maravilhoso que um filme de super-heróis tenha facilitado a produção de um projeto tão profundo e espiritual,” disse o ator, refletindo sobre como a popularidade da franquia influenciou o seu percurso.

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Colaborações com cineastas internacionais
O ator também destacou o seu entusiasmo por trabalhar com realizadores de diferentes culturas. “Cada experiência é uma oportunidade de ver o mundo através de uma nova lente,” afirmou, mencionando as colaborações com Ramin Bahrani e, mais recentemente, com Luca Guadagnino no thriller “After the Hunt”. Garfield revelou que ele e Guadagnino planeavam trabalhar juntos há 15 anos, o que tornou o projeto especialmente gratificante.

O papel do cinema como linguagem universal
Garfield foi acompanhado por Jacob Elordi, colega no júri, que expressou a sua ambição de colaborar com cineastas de todo o mundo. “O cinema é uma linguagem universal, e o meu sonho é aprender a dizer ‘olá’ em todos os idiomas,” disse Elordi, destacando o impacto transformador do cinema.

Andrew Garfield continua a equilibrar o sucesso comercial com projetos artísticos, reforçando o papel do cinema como ponte entre culturas e ideias.

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Festival de Cinema de Marraquexe 2024: Uma celebração da diversidade cinematográfica

Festival Internacional de Cinema de Marraquexe, um dos eventos mais prestigiados no calendário cinematográfico, regressa em 2024 com uma programação que promete enaltecer a diversidade e o talento global. Realizado na histórica cidade marroquina, o festival é conhecido por atrair realizadores, atores e amantes da sétima arte de todo o mundo.

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Uma celebração de 22 anos de história
Desde a sua fundação em 2001, o Festival de Marraquexe tornou-se um ponto de encontro para culturas e estilos cinematográficos. Este ano, a edição celebra o cinema como uma linguagem universal, destacando filmes que exploram temas como identidade, memória e mudança social.

O evento contará com uma seleção oficial composta por longas-metragens de mais de 20 países, abrangendo géneros que vão do drama ao experimental, com especial ênfase no cinema africano e do Médio Oriente. A Competição Oficial terá um júri internacional presidido por uma figura de renome na indústria cinematográfica, cujo nome será revelado nas próximas semanas.

Homenagens a ícones do cinema
Um dos momentos mais aguardados do festival é a homenagem a figuras marcantes do cinema mundial. Este ano, serão celebradas personalidades que contribuíram significativamente para a evolução da sétima arte, com tributos a atores, realizadores e produtores de diferentes partes do globo. Em edições passadas, nomes como Martin ScorseseIsabelle Huppert e Francis Ford Coppola receberam este prestigiado reconhecimento.

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Foco na nova geração
O festival também dedica especial atenção a novos talentos, com programas como o Atelier de Realização e as Masterclasses, que proporcionam a jovens cineastas a oportunidade de aprender com os melhores da indústria. Estas iniciativas têm como objetivo fomentar a próxima geração de criadores de cinema, reforçando o compromisso do evento com a educação e a inovação.

A cidade de Marraquexe como palco central
Realizado em locais icónicos da cidade, como a Praça Jemaa el-Fna e o luxuoso Palácio El Badi, o festival mistura a tradição cultural de Marrocos com a modernidade do cinema internacional. Esta combinação única atrai visitantes não só pelo cinema, mas também pela experiência imersiva que a cidade oferece.

Uma plataforma global para o cinema
O Festival de Marraquexe continua a ser uma celebração do poder do cinema para unir pessoas e culturas. Com uma programação diversificada, homenagens a lendas da indústria e um foco no futuro do cinema, o evento reforça o seu estatuto como um dos mais importantes no cenário cinematográfico internacional.

Datas imperdíveis
O festival realiza-se de 24 de novembro a 2 de dezembro de 2024, oferecendo uma semana repleta de exibições, debates e celebrações que prometem encantar os apaixonados pelo cinema.

Novo “Beetlejuice” de Tim Burton: Sucesso na América, Acolhimento Morno no Resto do Mundo

O regresso de Tim Burton com Beetlejuice Beetlejuice, a sequela do icónico Os Fantasmas Divertem-se de 1988, está a fazer sucesso nos Estados Unidos, mas o desempenho fora da América do Norte tem sido modesto. Nos primeiros dez dias de exibição, o filme arrecadou 188 milhões de dólares nos EUA, mantendo-se no topo das bilheteiras, mas os números internacionais não estão a acompanhar esse ritmo.

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A nostalgia pela obra original, que lançou Michael Keaton e Winona Ryder como protagonistas, parece ter tido um impacto mais significativo nos Estados Unidos, onde o filme é considerado um clássico. Contudo, em mercados como Portugal, o desempenho está a ser mais discreto, com apenas 62.714 espetadores nas primeiras semanas. Analistas acreditam que a falta de familiaridade com o filme original em vários países, onde a obra não teve uma estreia em cinema, pode explicar esta disparidade.

A nova versão, que conta também com a participação de Jenna Ortega e Monica Bellucci, não deixa de ser uma das mais aguardadas do ano. Tim Burton manteve o seu estilo visual excêntrico, que mistura comédia com terror, mas parece que o entusiasmo fora da América do Norte não foi tão grande quanto o esperado. Apesar disso, a produção ainda pode atingir os 300 milhões de dólares necessários para cobrir os custos e garantir o seu sucesso comercial.

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Com a indústria cinematográfica a recuperar dos tempos difíceis durante a pandemia, Beetlejuice Beetlejuice é um dos primeiros grandes lançamentos a devolver confiança aos cinemas norte-americanos. Contudo, os estúdios continuarão atentos à reação internacional, que poderá determinar a continuação de outros projetos semelhantes.

Primeira edição do Tribeca Festival Lisboa traz estrelas de Hollywood à capital

Entre os dias 17 e 19 de outubro, Lisboa receberá pela primeira vez a edição europeia do Tribeca Festival, evento fundado há mais de duas décadas por Robert De Niro e Jane Rosenthal em Nova Iorque. Esta estreia em solo europeu acontecerá no Beato Innovation District e contará com a presença de grandes nomes do cinema internacional, como Robert De Niro, Whoopi Goldberg e Patty Jenkins.

Tribeca Festival Lisboa apresentará uma programação eclética, com filmes norte-americanos, produções independentes, séries, podcasts e atuações musicais. Entre os destaques está o filme “Anora”, de Sean Baker, que venceu a Palma de Ouro em Cannes, e “In the Summers”, de Lacorazza Samudio, premiado no Festival de Sundance. Também será exibido o filme “Ezra”, de Tony Goldwyn, seguido de uma conversa exclusiva com Robert De Niro.

Além do cinema, o evento incluirá cerca de vinte conversas com grandes personalidades do setor, como Robert De Niro, Whoopi Goldberg e Griffin Dunne. Estes diálogos abrangerão temas contemporâneos, como o impacto da inteligência artificial na produção cinematográfica e o futuro das plataformas de streaming. Haverá ainda espaço para explorar o cinema português, com a exibição da série “Azul”, de Pedro Varela, e a longa-metragem “Podia Ter Esperado por Agosto”, de César Mourão.

O festival pretende consolidar-se como um espaço de troca cultural entre os Estados Unidos e Portugal, destacando tanto o talento internacional como a criatividade portuguesa. A estreia de Tribeca em Lisboa promete ser um evento marcante, que reunirá estrelas de Hollywood, cineastas emergentes e um público ávido por novas experiências cinematográficas.

Curtas-metragens da Estónia abrem o Beast – Festival Internacional de Cinema no Porto

O Beast – Festival Internacional de Cinema regressa ao Porto para a sua 7ª edição, que decorrerá entre os dias 25 e 29 de setembro. O festival, que promove o diálogo cinematográfico entre o Leste e o Oeste da Europa, será inaugurado com a exibição de três curtas-metragens da Estónia, o país convidado deste ano.

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As obras escolhidas para abrir o evento no cinema Batalha incluem “Sauna Day” (2024), uma co-produção entre Anna Hints e Tushar Prakash, que estarão presentes no Porto para acompanhar a sessão, “Heiki on the Other Side” (2022), de Katariina Aule, e “Miisufy” (2024), de Liisi Grünberg. Estas curtas-metragens oferecem uma visão sobre a realidade mais recente da Estónia, um país cujo cinema tem vindo a ganhar notoriedade no panorama europeu.

O festival contará com a exibição de 80 filmes no total, dos quais 23 são curtas-metragens que participam na competição oficial. A seleção inclui ainda a AnimaEast, uma secção dedicada à animação de cineastas emergentes da Europa Central e de Leste, com destaque para produções da Hungria, Polónia, Croácia e República Checa.

Além das curtas-metragens, o programa da Estónia no Beast inclui uma retrospetiva de documentários dos anos 70 e 80, conhecidos por misturarem a linguagem cinematográfica com composições musicais marcantes, retratando diferentes cenários urbanos, suburbanos e rurais. Também serão exibidos jornais de atualidades e anúncios publicitários da época soviética, produzidos pela agência Eesti Reklaamfilm.

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Ainda no âmbito da colaboração com a Estónia, a Academia de Artes do país terá carta branca para apresentar uma seleção de filmes realizados por estudantes entre 2021 e 2024. O festival Beast é uma oportunidade única para explorar o cinema da Europa de Leste, refletindo sobre a sua estética, história e relevância atual.