Soldado Ucraniano no Documentário ‘Timestamp’ Responde a Trump: “A Única Opção é Vencer Esta Guerra”

Boris Khovriak, soldado ucraniano e protagonista do documentário Timestamp, de Kateryna Gornostai, que está em competição no Festival de Berlim, afirmou que “a única opção é vencer esta guerra” em resposta aos comentários controversos do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o conflito.

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Durante a conferência de imprensa do filme em Berlim, Khovriak declarou: “A cada 100 anos, a Rússia tenta destruir a cultura ucraniana e o Estado ucraniano”. Acrescentou ainda que “a Federação Russa deve ser empurrada para lá das fronteiras reconhecidas internacionalmente; devemos defender a Ucrânia acima de tudo”.

Contexto das Declarações

Os comentários de Khovriak surgem após Trump ter chamado Volodymyr Zelensky de “dictador” e ter declarado que ele “deveria agir rápido” ou “não terá mais um país”, numa publicação na sua rede social Truth Social.

O Documentário ‘Timestamp’

Khovriak, que antes de ser chamado para o exército era professor, é uma das figuras centrais de Timestamp, um documentário que explora como a guerra afetou a vida de estudantes e professores na Ucrânia. O soldado compareceu à conferência de imprensa vestindo o uniforme militar.

Questionado sobre as suas emoções em relação ao filme, respondeu: “Não se trata das minhas emoções. É difícil expressá-las em palavras. Mas entendo que devemos defender a Ucrânia e o nosso sistema educacional contra a agressão russa. Independentemente do que aconteça, continuaremos a defender a Ucrânia e a proteger as nossas crianças.”

Apoio e Reconhecimento Internacional

Durante a conferência, o jornalista norte-americano Daniel Eagan dirigiu-se à equipa do filme: “Gostaria de pedir desculpa pelo meu país. Parte dos EUA apoia a Ucrânia, mas as pessoas erradas estão no poder. Agradeço-vos por este filme incrível que mostra por que motivo devemos apoiar o vosso país.”

A distribuição mundial de Timestamp está a cargo da empresa belga Best Friend Forever. O filme marca a segunda longa-metragem de Kateryna Gornostai, depois de Stop-Zemilia, que teve estreia na secção Generation da Berlinale 2021.

A produtora Olha Bregman revelou que espera que Zelensky compareça à estreia ucraniana do filme, numa data ainda por confirmar. “A Berlinale tem a primeira oportunidade de exibir este filme. É o primeiro filme ucraniano em competição no festival em mais de 28 anos.”

A realizadora Kateryna Gornostai esteve ausente da conferência de imprensa, uma vez que deu à luz há apenas dois dias. O editor e seu parceiro, Nikon Romanchenko, indicou que ela poderia ainda comparecer na estreia mundial do filme na mesma noite. “Espero que ela consiga assistir à estreia hoje, e que possamos trocar de lugar, e eu ficarei com o bebê”, comentou.

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A produtora Natalia Libet encerrou a conferência com uma mensagem de esperança: “Timestamp fala sobre o futuro. Ainda acreditamos que podemos ter um futuro feliz.”

Festival de Cinema de Berlim Revela Programação de 2025 com Estreias Imperdíveis

O prestigiado Festival de Cinema de Berlim, que decorre de 13 a 23 de fevereiro de 2025, revelou a sua programação oficial. Esta edição, a primeira sob a liderança de Tricia Tuttle, promete deslumbrar os cinéfilos com uma seleção diversificada de filmes, incluindo estreias mundiais e produções de renome internacional.

A Abertura com “The Light” de Tom Tykwer

A abertura do festival ficará a cargo de The Light (Das Licht), do aclamado realizador alemão Tom Tykwer. O filme, protagonizado por Lars Eidinger e Nicolette Krebitz, será exibido fora de competição. A trama segue a família Engels, cuja vida é profundamente abalada pela chegada de uma misteriosa empregada doméstica síria. Esta será a terceira vez que Tykwer inaugura a Berlinale, após Heaven (2002) e The International (2009).

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Destaques na Competição e Galas Especiais

Entre os filmes em competição e nas galas especiais, destacam-se:

“After This Death”, de Lucio Castro, com Mia Maestro, Lee Pace e Gwendoline Christie, estreia mundial.

“A Complete Unknown”, de James Mangold, com Timothée Chalamet e Edward Norton, estreia alemã.

“Leibniz – Chronicle of a Lost Painting”, de Edgar Reitz, uma investigação histórica profunda com estreia mundial.

“Kein Tier. So Wild.”, de Burhan Qurbani, uma coprodução Alemanha-Polónia-França que explora narrativas ousadas.

Secções Paralelas Repletas de Talento

As secções Generation e Panorama trazem obras de realizadores consagrados como Michel Gondry, com o stop-motion poético Maya, Give Me a Title, e Ira Sachs, que apresenta Peter Hujar’s Day, com Ben Whishaw e Rebecca Hall.

Filmes de Estreantes que Prometem Surpreender

A Berlinale é também uma plataforma para novos talentos, com diversos filmes de estreia programados, como:

“El Diablo Fuma”, de Ernesto Martinez Bucio, uma obra mexicana envolta em simbolismo e mistério.

“Little Trouble Girls”, de Urška Đukić, uma produção eslovena que explora as nuances da juventude.

“Punching the World”, da alemã Constanze Klaue, uma narrativa poderosa sobre desafios e superação.

O Retorno de Nomes Icónicos

Além das estreias, realizadores como Bong Joon Ho marcam presença com Mickey 17, protagonizado por Robert Pattinson, consolidando a Berlinale como uma vitrine global para o melhor do cinema contemporâneo.

Um Festival em Renovação

Com uma programação ambiciosa e diversificada, a Berlinale de 2025 promete ser um marco na celebração do cinema. A presença de estreias mundiais, talentos emergentes e obras de mestres do cinema garante que Berlim será, mais uma vez, o epicentro da sétima arte em fevereiro.

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