“After the Hunt”: o filme que 2025 precisava — e que não tem medo de mexer nas feridas

Julia Roberts, Ayo Edebiri e Andrew Garfield num duelo moral incendiário — e um argumento de estreia que já está a dividir plateias 🔥

“After the Hunt” chega envolto em polémica, debates acesos e clips virais — exactamente como um filme adulto, sobre o mundo real, deve chegar. Estreado em Veneza e apresentado depois no New York Film Festival, o novo trabalho de Luca Guadagnino junta Julia Roberts (Alma), Andrew Garfield (Hank) e Ayo Edebiri (uma aluna-protegida que desencadeia o drama) para desmontar, com bisturi e sem anestesia, um caso de alegada agressão sexual num campus da Ivy League. A partir daqui, nada é simples: a justiça parece binária, as pessoas não.

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O “filme-conversa” que ferve por dentro

Escrito pela estreante Nora Garrett, o argumento recusa a cartilha do preto-no-branco. Em vez de discursos programáticos, há conversas, contradições e dilemas: ambição académica, culpa, memória, auto-preservação. Guadagnino filma isto como um thriller de ideias — câmara próxima, silêncios a arder, olhares que dizem mais do que páginas de diálogo — e dá aos actores espaço para respirarem (e para nos tirarem o ar).

Alma, Hank, Maggie: três verdades, um abismo

  • Alma (Roberts) é uma académica que viveu “da cabeça para cima”: metódica, controladora, ferozmente ambiciosa. A crise testa não só a sua ética, mas a identidade que construiu para chegar “lá acima”.
  • Hank (Garfield) é o colega-referência, ora mentor, ora espelho estilhaçado. O filme obriga-nos a confrontar a distância entre a imagem pública e o íntimo.
  • A jovem protegida (Edebiri) surge como epicentro de uma história onde acreditar ou duvidar tem consequências — pessoais, profissionais, políticas.

Nada aqui se resolve com uma frase feita ou com um tweet. Garrett insiste na zona cinzenta onde vivemos: pessoas boas que falham, pessoas falíveis que, ainda assim, merecem ser ouvidas.

O viral que o filme já previa

O momento que incendiou as redes — a entrevista em Veneza onde uma pergunta sobre “pós-#MeToo” e “pós-BLM” saiu torta — tornou-se um espelho meta do próprio filme: quem tem voz, quem a usa, quem a interpreta e quem a contesta. A reacção em cadeia online confirmou a tese de Garrett: vivemos tempos de flattening, em que opiniões são achatadas à sua leitura mais extrema. “After the Hunt” empurra no sentido contrário.

Garrett, a “má feminista”? Nem pensar.

A argumentista tem ouvido de tudo — inclusive rótulos fáceis — e responde com aquilo que o seu texto pratica: nuance. A sua Alma não é bandeira, é personagem. A dúvida que sobrevoa partes da narrativa não é um jogo cínico: é um convite a pensarmos como julgamos, com que provascom que pressa. E o cinema, lembra o filme, não existe para nos dar folhas de cálculo moral, mas para nos deixar a pensar a caminho de casa.

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Guadagnino em modo lâmina

Sem listas de planos e sem medo do risco, Guadagnino assina um filme de gestos: um olhar que vacila, um aperto de mão que não acontece, uma nota de 20 dólares pousada na mesa que resume — sem explicar — poder e transacção. É esse realismo nervoso que torna “After the Hunt” desconfortável e, por isso mesmo, necessário.

Vale a pena?

Se procuras respostas fechadas, este não é o filme. Se queres um cinema que mexeprovoca e obriga a pensar antes de “tomar partido”, então “After the Hunt” é, muito provavelmente, o título mais provocador de 2025. E com performances que vão dar que falar — Roberts em modo lâmina fria, Garfield num equilíbrio perigoso e Edebiri a provar que a sua intensidade não é só televisiva.

Sem spoilers, mas com aviso

Não esperes absolvições fáceis nem vilões de desenho animado. O último acto não fecha portas — abre fissuras. É aí, nesse desconforto, que o filme encontra a sua força.

“Artificial”: Monica Barbaro Junta-se a Andrew Garfield no Filme Secreto de Luca Guadagnino

A actriz nomeada ao Óscar vai integrar o elenco do novo projecto sobre inteligência artificial — inspirado em Sam Altman e a crise na OpenAI?

🎬 Monica Barbaro está oficialmente confirmada no elenco de Artificial, o novo filme de Luca Guadagnino para a Amazon MGM Studios — e sim, tudo indica que vamos ter drama, inteligência artificial… e possivelmente Sam Altman.

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Embora os detalhes do enredo estejam a ser mantidos sob um manto de silêncio, fontes próximas da produção sugerem que o filme será uma comédia dramática inspirada nos bastidores da OpenAI, durante o turbulento episódio de 2023 em que o CEO Sam Altman foi despedido e readmitido no espaço de apenas alguns dias.

Andrew Garfield deverá interpretar Altman, enquanto Yura Borisov (destaque em Anora) dará vida a Ilya Sutskever, o co-fundador da OpenAI que alegadamente liderou a tentativa de afastar o CEO.

Barbaro, cujo nome já circulava nos rumores há semanas, junta-se agora oficialmente a um elenco de peso que inclui também Jason Schwartzman, Cooper Hoffman, Cooper Koch, e possivelmente Ike Barinholtz (ainda em negociações).

Da folk americana à inteligência artificial

Monica Barbaro está em clara ascensão. Após o sucesso como Phoenix em Top Gun: Maverick, a actriz conquistou uma nomeação ao Óscar este ano pela sua interpretação da cantora folk e activista Joan Baez em A Complete Unknown. E não fica por aqui: está prestes a protagonizar Crime 101 ao lado de Chris Hemsworth, Mark Ruffalo e Barry Keoghan, e vai fazer a sua estreia nos palcos com uma nova produção de Ligações Perigosas no National Theatre de Londres.

Guadagnino e Amazon MGM: uma parceria cada vez mais sólida

Artificial marca mais uma colaboração entre Luca Guadagnino e a Amazon MGM Studios. O realizador de Challengers e Bones and All também tem em mãos After the Hunt, um drama com Julia Roberts, Andrew Garfield e Ayo Edebiri que terá estreia mundial no Festival de Veneza, com estreia em sala marcada para 10 de Outubro.

Com argumento de Simon Rich e produção a cargo de David Heyman (Harry Potter), Jeffrey Clifford, Jennifer Fox e o próprio Guadagnino, Artificial promete ser mais uma peça provocadora no já diversificado percurso do cineasta italiano.

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A inteligência artificial nunca esteve tão na moda — e, ao que tudo indica, Guadagnino prepara-se para pegar fogo ao tema… com humor e algum caos corporativo à mistura.

Andrew Garfield Reflete sobre “Spider-Man” e o Futuro da Carreira em Marraquexe

Enquanto membro do júri no Festival Internacional de Cinema de Marraquexe, o ator Andrew Garfield partilhou as suas experiências sobre equilibrar o estrelato de “Spider-Man” com projetos artísticos mais desafiantes. Durante uma conferência de imprensa, Garfield abordou a sua transição de blockbusters para colaborações com cineastas aclamados como Martin Scorsese.

A transição de Spider-Man para Scorsese
Garfield reconheceu que o papel em “Spider-Man” abriu portas, permitindo-lhe trabalhar com realizadores como Scorsese no filme “Silence”. “Acho maravilhoso que um filme de super-heróis tenha facilitado a produção de um projeto tão profundo e espiritual,” disse o ator, refletindo sobre como a popularidade da franquia influenciou o seu percurso.

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Colaborações com cineastas internacionais
O ator também destacou o seu entusiasmo por trabalhar com realizadores de diferentes culturas. “Cada experiência é uma oportunidade de ver o mundo através de uma nova lente,” afirmou, mencionando as colaborações com Ramin Bahrani e, mais recentemente, com Luca Guadagnino no thriller “After the Hunt”. Garfield revelou que ele e Guadagnino planeavam trabalhar juntos há 15 anos, o que tornou o projeto especialmente gratificante.

O papel do cinema como linguagem universal
Garfield foi acompanhado por Jacob Elordi, colega no júri, que expressou a sua ambição de colaborar com cineastas de todo o mundo. “O cinema é uma linguagem universal, e o meu sonho é aprender a dizer ‘olá’ em todos os idiomas,” disse Elordi, destacando o impacto transformador do cinema.

Andrew Garfield continua a equilibrar o sucesso comercial com projetos artísticos, reforçando o papel do cinema como ponte entre culturas e ideias.

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