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Stephen Colbert questiona cancelamento de The Late Show após proposta bilionária da Paramount

“Falta de dinheiro” ou prioridades muito bem definidas?

Stephen Colbert voltou a mostrar que o humor continua a ser uma das melhores ferramentas para comentar os bastidores da indústria do entretenimento. No seu monólogo mais recente, o apresentador de The Late Show questionou abertamente a decisão da CBS de cancelar o programa, depois de se saber que a empresa-mãe, a Paramount, está disposta a investir mais de 108 mil milhões de dólares numa tentativa de compra da Warner Bros. Discovery.

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A piada — que arrancou gargalhadas e aplausos no estúdio — foi tão simples quanto eficaz: se há dinheiro para uma das maiores aquisições da história dos media, talvez também haja margem para “descancelar” um dos talk-shows mais emblemáticos da televisão americana.

A proposta da Paramount que levantou sobrancelhas

Na segunda-feira, a Paramount, liderada pelo CEO David Ellison, lançou uma proposta hostil para adquirir a Warner Bros. Discovery, poucos dias depois de esta ter aceite um acordo com a Netflix. Esse negócio com a plataforma de streaming avaliava o grupo em cerca de 82,7 mil milhões de dólares, ou 27,75 dólares por acção.

A Paramount subiu a parada para 30 dólares por acção, elevando o valor total da proposta para mais de 108 mil milhões de dólares — um número que, inevitavelmente, reacendeu o debate sobre as finanças internas da empresa e as decisões tomadas nos últimos meses.

“Se há tanto dinheiro, porque cancelar o programa?”

Durante o monólogo, Colbert foi directo ao ponto:

“Se a minha empresa tem assim tanto dinheiro disponível, tenho a certeza de que pode pagar para não cancelar um dos seus melhores programas.”

A ironia não ficou por aqui. O apresentador aproveitou ainda para brincar com o facto de parte do financiamento da proposta envolver fundos soberanos da Arábia Saudita, Qatar e Abu Dhabi, sugerindo — com o seu habitual sarcasmo — que “certamente não há nenhuma condição associada”.

O comentário surge num contexto delicado. Em Julho, a CBS anunciou que The Late Show with Stephen Colbert chegaria ao fim após a temporada actual, justificando a decisão com razões financeiras. Segundo a estação, o programa representa um prejuízo anual na ordem dos 40 milhões de dólares.

Um símbolo maior do que um simples talk-show

Mais do que uma piada bem colocada, o comentário de Colbert expõe uma contradição difícil de ignorar: a de um conglomerado mediático disposto a investir somas astronómicas em aquisições estratégicas, enquanto corta custos em formatos tradicionais que continuam a ter impacto cultural, político e mediático.

The Late Show não é apenas um programa de entretenimento nocturno. Ao longo dos últimos anos, tornou-se um espaço central de comentário político e sátira social nos Estados Unidos, com Colbert a assumir um papel cada vez mais relevante no debate público.

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O contraste entre o discurso oficial de contenção de custos e a agressividade financeira da proposta à Warner Bros. Discovery deixa no ar uma pergunta incómoda: estará o problema realmente no dinheiro — ou na forma como as prioridades estão a mudar dentro da indústria televisiva?

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