O “Superman” que trocou a capa por farda da ICE
Dean Cain, eternamente associado ao papel de Clark Kent na série dos anos 90 Lois & Clark, voltou a ser notícia — e não pelo cinema. Depois de se assumir como fervoroso apoiador de Donald Trump e de criticar abertamente a nova versão de Superman de James Gunn por considerar “anti-Trump” o facto de o herói ser descrito como um “imigrante”, Cain mergulhou de cabeça noutra polémica: protagonizou um vídeo de recrutamento para o ICE (Immigration and Customs Enforcement), a agência norte-americana responsável pela detenção e deportação de imigrantes.
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No vídeo, o ator apela a que os americanos se juntem à agência para prender “centenas de milhares de criminosos perigosos”, incluindo “terroristas, violadores, assassinos, pedófilos, membros da MS-13, traficantes de droga…”. Porém, segundo dados da TRAC, cerca de sete em cada dez migrantes detidos pelo ICE não têm registo criminal nos EUA.
A resposta de Margaret Cho — e é tudo menos suave
A comediante Margaret Cho, conhecida pelo seu humor ácido e ativismo político, não poupou críticas. Num vídeo no Instagram, dirigiu-se diretamente a Cain:
“Porque é que te juntarias ao ICE e incentivarias outros a fazê-lo quando os teus antepassados foram internados durante a Segunda Guerra Mundial? Tu és japonês, nem sequer és branco… Eu conheço-te, e tu não és branco.”
Cho recordou que Cain nasceu Dean Tanaka (o pai é de ascendência japonesa) e ironizou sobre a tentativa de “participar em atividades de brancos” para ganhar aceitação:
“Nunca vais ser branco, por mais racista que sejas… Sempre Wong, nunca white.”
Cain mantém-se firme
O ator, que também se apresenta como agente da autoridade e vai ser nomeado “agente honorário” do ICE, afirma não ter qualquer vergonha das suas origens e rejeita a ideia de reparações históricas pelo internamento de cidadãos nipónicos nos EUA durante a Segunda Guerra Mundial. Cain é também presença habitual na Fox News, onde reforça a sua posição contra políticas “woke” e a favor de medidas duras contra imigração ilegal.
De herói ficcional a figura controversa
Esta não é a primeira vez que Dean Cain troca o universo dos super-heróis pela arena política. As suas críticas ao Superman de James Gunn — que elogiou a herança imigrante da personagem — já tinham provocado divisões entre fãs. Agora, com a colaboração pró-ICE e o apoio público a Trump, Cain parece determinado a consolidar uma imagem de “Superman MAGA”, mesmo que isso lhe valha ataques diretos de figuras públicas como Margaret Cho.
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Se na ficção Clark Kent lutava pela “verdade e justiça”, na vida real Dean Cain parece ter escolhido uma batalha bem diferente — e com muito mais pólvora ideológica.



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