
A morte de Val Kilmer abalou Hollywood — e alguns dos seus amigos e colegas de profissão estão agora a partilhar palavras de tributo que ajudam a perceber o impacto que o ator teve tanto dentro como fora do ecrã. Jim Carrey, com quem contracenou no explosivo Batman Forever (1995), e o realizador Ron Howard, que o dirigiu em Willow, estão entre os nomes que prestaram homenagem a este talento que, mesmo com uma carreira cheia de altos e baixos, deixou uma marca inegável no cinema.
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Val Kilmer faleceu na terça-feira, aos 65 anos, vítima de uma pneumonia. A notícia foi confirmada pela filha, Mercedes Kilmer, e rapidamente gerou uma onda de emoção nas redes sociais — de fãs, amigos e antigos colegas.
Jim Carrey, que vestiu a pele do enigmático Riddler (Charada) em Batman Forever, fez questão de expressar publicamente a sua admiração:
“Estou a recordar hoje Val Kilmer com grande admiração, como homem e como um talento geracional que nos deixou um legado invejável de interpretações inesquecíveis”, escreveu o ator.
“As suas maiores conquistas artísticas só foram rivalizadas pela graça e coragem com que enfrentou os momentos mais desafiantes da sua vida. Desejo à sua família muito amor.”
Batman, Riddler e uma química explosiva em Gotham
Lançado em 1995, Batman Forever tornou-se o segundo filme mais rentável do ano nos Estados Unidos, com Val Kilmer a assumir o manto do Cavaleiro das Trevas depois da saída de Michael Keaton. Ao lado de Jim Carrey e Tommy Lee Jones, o filme dividiu a crítica, mas foi um sucesso de bilheteira. Kilmer interpretou Bruce Wayne com um ar mais introspectivo e melancólico, enquanto Carrey dava largas ao seu lado mais maníaco e excêntrico com o Riddler.
A dinâmica entre ambos — tão contrastante como Gotham e o Arkham Asylum — marcou o filme. E embora Kilmer não tenha regressado ao papel, chegou a fazer uma piscadela ao legado do Batman no Jay and Silent Bob Reboot (2019), onde apareceu com um fato muito semelhante ao do Homem-Morcego.
Tributos sentidos… e cheios de história
Ron Howard, que dirigiu Kilmer em Willow (1988), foi outro dos nomes que não quis deixar passar o momento sem agradecer ao ator.
“Tive a sorte incrível de colaborar com o Val várias vezes ao longo dos anos”, escreveu no X (antigo Twitter).
“Desde o espadachim excêntrico Madmartagan em Willow, ao deslumbrante Jim Morrison em The Doors, e ainda a um cameo arrepiante em The Missing, ele surpreendia sempre. A sua arte ia para lá da representação — era poesia, pintura, cinema e forma de viver. Bon voyage, Val, e obrigado.”
Cher, que namorou com o ator nos anos 80, partilhou uma mensagem ternurenta nas redes sociais, chamando-o de “engraçado, louco, um grande amigo e uma dor de cabeça maravilhosa”, relembrando ainda a sua performance em palco na peça Citizen Twain, sobre Mark Twain.
Um legado que vai para lá de Gotham
Val Kilmer foi Jim Morrison, Batman, Madmartagan, Doc Holliday, o tenente Iceman e tantos outros. Foi também um dos atores mais falados — pelos melhores e piores motivos — de uma geração inteira. Lutou contra um cancro na garganta durante anos e acabou por perder a voz. Ainda assim, reapareceu com dignidade e coragem em Top Gun: Maverick(2022), com a sua voz recriada por Inteligência Artificial, mas com a sua presença bem viva no ecrã.
Como diria o próprio Kilmer no documentário Val (2021):
“Comportei-me mal. Comportei-me com coragem. Para alguns, fui bizarro. Não nego nada — e não me arrependo de nada.”
Palavras de quem viveu tudo com intensidade.
ver também : Val Kilmer: Morreu o Rebelde de Hollywood que Foi Batman, Iceman e Jim Morrison
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