🎥 Put Your Soul on Your Hand and Walk: Cannes Homenageia Fotojornalista Palestina Fatma Hassouna

O Festival de Cannes 2025 prestará homenagem póstuma à fotojornalista palestina Fatma Hassouna, protagonista do documentário Put Your Soul on Your Hand and Walk, realizado por Sepideh Farsi. A obra será exibida a 15 de maio na secção paralela ACID, destacando o trabalho corajoso de Hassouna em documentar a vida em Gaza durante o conflito em curso. 

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📸 Um Olhar de Dentro de Gaza

O documentário apresenta uma série de conversas entre Farsi e Hassouna, de 25 anos, enquanto esta captava imagens do impacto devastador da guerra no território palestiniano. Através de videochamadas, o filme oferece uma perspetiva íntima e pessoal sobre os desafios enfrentados pelos civis em Gaza. 


🕊️ Uma Homenagem Necessária

Em comunicado oficial, o Festival de Cannes expressou “horror e profunda tristeza” pela morte de Hassouna, considerando a exibição do documentário uma forma de honrar a sua memória. A realizadora Sepideh Farsi destacou a importância de partilhar a história de Hassouna com o mundo, enfatizando a sua coragem e dedicação em relatar a realidade em Gaza. 


🎞️ Exibição em Cannes

Put Your Soul on Your Hand and Walk será apresentado na secção ACID do Festival de Cannes, que decorre de 13 a 24 de maio de 2025. A exibição do documentário servirá como tributo à vida e ao trabalho de Fatma Hassouna, reforçando o papel do cinema em dar voz às histórias que precisam ser contadas. 

🎬 IndieLisboa 2025: Cinema Lusófono em Destaque na 22.ª Edição

O Festival Internacional de Cinema IndieLisboa, que decorre de 1 a 11 de maio em Lisboa, destaca-se este ano pela forte presença de filmes lusófonos, com 13 obras provenientes de países de língua portuguesa, incluindo Portugal, Brasil e Cabo Verde.  

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🌍 Diversidade Lusófona em Competição

Na Competição Nacional, salientam-se duas produções: 

  • “Balane 3”, do realizador português Ico Costa, que regressa ao festival com uma obra filmada em Moçambique. 
  • “Hanami”, da luso-cabo-verdiana Denise Fernandes, marca a estreia da realizadora em longas-metragens. 

Estas obras refletem a riqueza e diversidade das narrativas lusófonas contemporâneas.


🎶 IndieMusic: Homenagens Musicais

A secção IndieMusic apresenta documentários que celebram figuras icónicas da música lusófona: 

  • “Milton Bituca Nascimento”, de Flávia Moraes, acompanha a digressão de despedida do cantor brasileiro, com depoimentos de artistas como Caetano Veloso, Chico Buarque, Carminho e Maro. 
  • “Orlando Pantera”, de Catarina Alves Costa, revive o legado do músico cabo-verdiano através de arquivos e encenações musicais, com interpretações contemporâneas de artistas como Mayra Andrade e Princezito. 

Estas obras destacam a influência duradoura destes músicos na cultura lusófona. 


📽️ Rizoma: Narrativas Sociais e Históricas

Na categoria Rizoma, orientada para o grande público, destacam-se: 

  • “O Último Azul”, do realizador brasileiro Gabriel Mascaro, aborda o envelhecimento e a exclusão social de idosos no Brasil. 
  • “Nós, Povo das Ilhas”, de Elson Santos e Lara Sousa, documenta a história de 31 jovens cabo-verdianos que, durante o colonialismo português, foram para Cuba receber formação militar com o objetivo de lutar pela independência da Guiné e Cabo Verde. 

Estas obras oferecem perspectivas únicas sobre questões sociais e históricas relevantes. 


🎟️ IndieLisboa: Um Festival de Cinema para Todos

A 22.ª edição do IndieLisboa reafirma o seu compromisso com a promoção do cinema lusófono, oferecendo uma plataforma para obras que exploram temas diversos e relevantes. O festival decorre em várias salas de cinema de Lisboa, com destaque para a Culturgest. 

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🎬 Vermiglio: Um Retrato Íntimo da Resistência Silenciosa

Estreou em Portugal a 17 de abril de 2025 o filme Vermiglio, da realizadora Maura Delpero, uma obra que mergulha na vida de uma família numa aldeia dos Alpes italianos durante os últimos meses da Segunda Guerra Mundial. Com uma narrativa delicada e uma fotografia que capta a beleza austera da paisagem alpina, o filme foi premiado com o Grande Prémio do Júri no Festival de Veneza e é a escolha oficial de Itália para o Óscar de Melhor Filme Internacional.  

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🏔️ Sinopse: Entre a Guerra e a Montanha

Em 1944, na remota aldeia de Vermiglio, a chegada de Pietro, um desertor siciliano, altera a rotina da família Graziadei. Lucia, a filha mais velha, apaixona-se por ele, desencadeando uma série de eventos que expõem as tensões entre tradição e desejo de liberdade. A guerra, embora distante, permeia o quotidiano através de cartas, rumores e a presença de soldados escondidos.  

🎭 Personagens e Temas

O patriarca Cesare Graziadei, interpretado por Tommaso Ragno, é um mestre-escola respeitado que exerce uma autoridade rígida sobre a família. A sua visão patriarcal entra em conflito com os anseios das filhas, especialmente Ada, cuja jornada pessoal aborda temas como a fé, a sexualidade e a busca por identidade.  

🎥 Estilo e Realização

Maura Delpero utiliza uma abordagem contemplativa, focando-se nos pequenos gestos e silêncios que revelam as dinâmicas familiares e sociais. A cinematografia destaca a dualidade entre a beleza natural da região e as restrições impostas pelas normas sociais e pela guerra.  

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🏆 Reconhecimento Internacional

Além do prémio em Veneza, Vermiglio foi selecionado para representar Itália na categoria de Melhor Filme Internacional nos Óscares de 2025, consolidando-se como uma das obras mais aclamadas do cinema europeu recente.  

🎬 Festa do Cinema Italiano Premia Filmes sobre Imigração e Bullying Escolar

A 18.ª edição da Festa do Cinema Italiano, que decorreu recentemente em Lisboa, destacou obras que abordam temáticas sociais prementes, como a imigração e o bullying em meio escolar. O júri atribuiu o Prémio do Júri a “Anytime, Anywhere”, de Milad Tangshir, enquanto o Prémio do Público foi para “Il ragazzo dei pantaloni rosa”, de Margherita Ferri. 

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🏆 “Anytime, Anywhere”: Um Retrato Neorrealista da Imigração

O filme “Anytime, Anywhere”, realizado por Milad Tangshir, cineasta iraniano radicado em Itália, narra a história de um jovem imigrante clandestino em Turim. A obra foi elogiada pelo júri pela sua “narrativa crua e poderosa”, evocando o neorrealismo clássico de “Ladrões de Bicicletas”, numa versão moderna e comovente. 

“O filme surpreendeu-nos pela forma humilde e profundamente humana com que retrata a vida tal como ela é — evocando o neorrealismo e dando visibilidade a tantas e tantos que permanecem invisíveis nas cidades”, afirmou o júri.  

🎥 “Il ragazzo dei pantaloni rosa”: Uma História Real sobre Bullying

“Il ragazzo dei pantaloni rosa”, de Margherita Ferri, baseia-se na história real do primeiro caso conhecido em Itália de suicídio de um menor, provocado por bullying e cyberbullying. O filme, inspirado no livro da mãe da vítima, “Andrea além das calças cor-de-rosa”, relata a tragédia originada por uma situação aparentemente banal: umas calças vermelhas que passaram a cor-de-rosa numa lavagem errada. 

Produzido em 2024, o filme foi um dos mais vistos do ano em Itália, com mais de um milhão e meio de espectadores. 

🎞️ Um Festival de Cinema com Impacto Social

A 18.ª edição da Festa do Cinema Italiano contou com cerca de 13.200 espectadores em Lisboa, repartidos por sessões em seis salas de cinema. O festival prossegue agora a sua digressão por várias cidades portuguesas, incluindo Aveiro, Funchal, Braga, Figueira da Foz, Sintra, Almada, Coimbra, Évora, Porto, Vila Franca de Xira, Lagos, Moita, Loulé, Leiria, Oeiras, Abrantes/Sardoal, Barreiro e Odemira. 

Entre os filmes exibidos, destacam-se “A Grande Ambição”, de Andrea Segre, sobre o antigo secretário-geral do Partido Comunista Italiano, Enrico Berlinguer, e “Diva Futura – Cicciolina e a Revolução do Desejo”, de Giulia Steigerwalt. 

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A Festa do Cinema Italiano é organizada pela Associação Il Sorpasso, em colaboração com a Câmara Municipal de Lisboa, a Embaixada de Itália, o Instituto Italiano de Cultura, o Instituto do Cinema e do Audiovisual e a Cinecittà, entre outras entidades. 

“O Quarteto Fantástico: Primeiros Passos”: Marvel Apresenta Um Começo Cósmico e Familiar Para a Primeira Família dos Super-Heróis

🌀 Depois de anos de espera, rumores e reinvenções falhadas, O Quarteto Fantástico prepara-se para finalmente entrar no Universo Cinematográfico da Marvel — e fá-lo com um título revelador: Primeiros Passos. O novo filme, com estreia marcada para 24 de julho de 2025, promete ser mais do que apenas uma introdução a estes heróis. Será, segundo o novo trailer, uma viagem ao coração daquilo que define o Quarteto: família, descoberta, ciência… e um toque muito retro.

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Entre o amor e a radiação cósmica: um Quarteto de rosto novo

Pedro Pascal lidera o elenco como Reed Richards, o Senhor Fantástico — um génio científico dividido entre as equações do universo e a emoção de ser (em breve) pai. Ao seu lado, Vanessa Kirby encarna Sue Storm, a Mulher Invisível, cuja gravidez é um dos elementos centrais da narrativa — uma escolha ousada que promete trazer emoção e complexidade à história.

Joseph Quinn surge como Johnny Storm, o impulsivo Tocha Humana, enquanto Ebon Moss-Bachrach dá vida a Ben Grimm, o eterno Cosa de coração mole e punho de pedra. O grupo, ainda a aprender a lidar com os seus poderes, é apresentado numa fase inicial — como indica o subtítulo Primeiros Passos — mas já com uma ameaça de proporções galácticas à vista.


Galactus e a Surfista Prateada: os deuses entram em cena

O trailer revela que os heróis vão enfrentar Galactus, o devorador de mundos, interpretado por Ralph Ineson. Com voz cavernosa e presença imponente, Galactus surge acompanhado da sua arauta: a enigmática Surfista Prateada, aqui reinterpretada por Julia Garner — um casting que causou surpresa entre os fãs mais conservadores, mas que poderá trazer nova dimensão à personagem.

Este confronto com o cósmico abre também portas a futuras ramificações do MCU, especialmente com a eventual introdução de Franklin Richards, o filho de Reed e Sue, que nos comics tem poderes com ligações aos mutantes. Teremos aqui uma ligação ao universo dos X-Men? A especulação está em marcha.


Visual retro, narrativa nova

Uma das grandes surpresas do trailer é o estilo visual: há uma clara inspiração nos anos 1960, com uma estética retro-futurista que mistura equipamentos analógicos, arquitetura modernista e cores saturadas. É uma escolha artística que presta homenagem à era original da banda desenhada criada por Stan Lee e Jack Kirby, mas que também estabelece um tom muito próprio para o filme.

Em vez de tentar competir com o frenesim urbano dos Avengers ou a ironia dos Guardiões da Galáxia, Primeiros Passosaposta num tom mais intimista, mais centrado nas dinâmicas pessoais — e, claro, no fascínio pela exploração científica. É como se estivéssemos a ver uma ficção científica clássica, passada por um filtro Marvel.


Uma estreia cheia de promessas

Com realização de Matt Shakman (WandaVision) e argumento de Josh Friedman (Avatar: O Caminho da Água), O Quarteto Fantástico: Primeiros Passos posiciona-se como um dos pilares da Fase Seis do MCU — e também como uma das maiores apostas para revitalizar a marca Marvel, que tem atravessado um período de recepção dividida.

A expectativa é elevada, mas o trailer mostrou o suficiente para reacender o entusiasmo: há emoção, humor contido, potencial narrativo e uma estética que se distingue da fórmula habitual. O MCU precisa de novos começos — e parece ter encontrado um nas estrelas… e numa barriga prestes a mudar tudo.

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Chaplin, Ennio Morricone e John Williams Invadem o Palco: Teatro Nacional de S. Carlos Celebra o Cinema com Música ao Vivo

O cinema vai ganhar nova vida nos próximos meses em Lisboa — e não será numa sala escura, mas sim no palco do Teatro Camões, onde a música de filmes icónicos será interpretada ao vivo por orquestras de excelência. A programação especial do Teatro Nacional de S. Carlos (TNSC), dedicada à sétima arte, leva o público numa viagem sonora que une grandes compositores e cineastas numa celebração da magia cinematográfica.

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Entre os destaques, brilha com força o cine-concerto de “O Grande Ditador” (1940), de Charles Chaplin, que será exibido em cópia restaurada nos dias 30 e 31 de maio, com acompanhamento musical da Orquestra Sinfónica Portuguesa, dirigida pelo maestro norte-americano Timothy Brock.

🎬 Chaplin, o músico escondido por detrás do génio

Mais do que realizador e actor, Chaplin foi também compositor, e este filme — uma sátira mordaz ao totalitarismo e à intolerância — é uma oportunidade única para redescobrir o seu talento musical. O programa destaca duas peças orquestrais usadas por Chaplin com rara sensibilidade: a “Dança Húngara n.º 5”, de Brahms, e o “Prelúdio de Lohengrin”, de Wagner, que acompanham sequências mudas, em claro tributo às origens do cinema.

É também a última vez que Charlot aparece no ecrã, no papel de um barbeiro judeu confundido com o ditador Adenoid Hynkel — uma duplicidade que ressoa mais do que nunca.

🎶 Música para Filmes: de Hitchcock a Lucas

Antes do encontro com Chaplin, a Orquestra Sinfónica Portuguesa, desta vez sob a batuta de José Eduardo Gomes, apresenta no dia 18 de maio, no Parque Eduardo VII, o concerto “Música para Filmes”, uma homenagem a parcerias artísticas lendárias entre realizadores e compositores:

  • Bernard Herrmann & Alfred Hitchcock – Vertigo: Suíte
  • Ennio Morricone & Sergio Leone – Era Uma Vez na América
  • Nino Rota & Federico Fellini – Oito e Meio
  • John Williams & George Lucas – Guerra das Estrelas
  • John Barry & Sydney Pollack – África Minha
  • Leonard Bernstein & Robert Wise – West Side Story

Uma seleção de luxo que promete emocionar qualquer cinéfilo — sobretudo quando interpretada por uma orquestra ao ar livre, no coração de Lisboa.

🎭 De Bernstein ao musical na Figueira da Foz

A homenagem à música no ecrã não fica por aqui. A 21 de junho, o musical “Wonderful Town”, de Leonard Bernstein, sobe ao palco do Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa, com encenação musical de Joana Carneiro e um elenco de luxo: Laura Pitt-Pulford, Lara Martins, Luís Rodrigues, entre outros, acompanhados pelo Coro do Teatro Nacional de São Carlos.

O espetáculo será repetido no Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz a 28 de junho. O musical, baseado em contos autobiográficos de Ruth McKenney, teve uma versão televisiva em 1958 com Rosalind Russell, embora nunca tenha chegado ao grande ecrã.


🎬 Numa época em que a música dos filmes muitas vezes passa despercebida, o Teatro Nacional de S. Carlos faz um gesto grandioso: coloca a partitura no centro da narrativa cinematográfica, e devolve-lhe a grandiosidade que merece — ao vivo, em palco, para um público que ainda sabe escutar com o coração.

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🧙‍♀️ Snow White Banido no Líbano Devido à Presença de Gal Gadot no Elenco

A nova adaptação live-action da Disney, Snow White, ainda nem chegou às salas de cinema internacionais, mas já está no centro de uma polémica política: o filme foi oficialmente banido no Líbano devido à participação da atriz israelita Gal Gadot, que interpreta a Rainha Má.

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A decisão foi tomada pelo Ministro do Interior libanês, Ahmad Al-Hajjar, após recomendação do órgão regulador de cinema e media do país, e surge no contexto das tensões crescentes entre Israel e o Hezbollah — especialmente após ataques recentes que causaram vítimas civis no território libanês.

🎬 O boicote a Gal Gadot

Segundo a distribuidora regional Italia Films, com sede em Beirute e responsável pelos títulos da Disney no Médio Oriente, Gal Gadot já faz parte da “lista de boicote israelita” do Líbano há vários anos, e nenhum filme com a sua participação foi alguma vez exibido comercialmente no país.

Assim, a exclusão de Snow White não é propriamente uma surpresa — mas ganha maior visibilidade internacional dado o peso mediático do filme, da atriz e do estúdio.

Ao contrário do que chegou a ser noticiado nalguns meios, a distribuidora esclareceu que o filme não está banido no Kuwait, sendo esta uma decisão isolada do Líbano.

🇮🇱 Gal Gadot e o activismo político

Gal Gadot, que nasceu em Israel e serviu nas Forças de Defesa Israelitas (IDF), tem sido uma defensora vocal do seu país, especialmente após os ataques do Hamas a 7 de outubro de 2023.

Durante a sua intervenção no Anti-Defamation League Summit, em Nova Iorque, em março deste ano, Gadot disse:

“Nunca imaginei que nas ruas dos Estados Unidos — e em várias cidades do mundo — veríamos pessoas a não condenar o Hamas, mas sim a celebrar, justificar e aplaudir um massacre de judeus.”

Estas declarações, e a sua constante posição pública pró-Israel, têm contribuído para que a sua presença em grandes produções continue a ser um ponto de fricção política em países com legislação activa de boicote a artistas israelitas.

📽️ Uma tendência crescente?

Esta não é a primeira vez que o Líbano toma este tipo de decisão. Há dois meses, o país também proibiu a exibição de Captain America: Brave New World, devido à participação da atriz israelita Shira Haas.

O caso levanta questões mais amplas sobre a intersecção entre política internacional e exibição cinematográfica — e até onde deve (ou pode) ir o boicote cultural num mundo cada vez mais interligado e polarizado.


🎬 A polémica em torno de Snow White poderá não afetar diretamente a maioria dos espectadores ocidentais, mas é mais um exemplo de como o cinema e a geopolítica continuam inevitavelmente entrelaçados. Num tempo em que as histórias de princesas voltam a ser reimaginadas, o verdadeiro conflito está fora do ecrã.

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🌍 Sobreviventes Chega ao Brasil: Uma Homenagem Tardia e Necessária a José Barahona

O filme Sobreviventes, do realizador português José Barahona, prepara-se para chegar aos cinemas brasileiros no próximo 24 de abril, assinalando não apenas uma nova etapa de distribuição internacional, mas também um tributo emocionado ao cineasta, falecido em novembro do ano passado. A estreia no Brasil surge como uma celebração da sua visão e da ligação profunda que mantinha com a cultura brasileira.

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🧭 Um naufrágio, um espelho do passado colonial

Baseado numa ideia de Barahona e com argumento coescrito por José Eduardo AgualusaSobreviventes parte da história de um naufrágio fictício para abordar as tensões raciais e culturais herdadas do colonialismo português. Os sobreviventes — brancos e negros — são forçados a conviver numa ilha deserta no Atlântico, onde as máscaras sociais caem e o essencial da condição humana vem ao de cima.

O filme, rodado em 2022 na costa portuguesa, inspira-se em parte no romance Nação Crioula, de Agualusa, e na enigmática figura de Fradique Mendes, personagem literária inventada por Eça de Queirós, aqui reinterpretada à luz de um olhar contemporâneo e africano.

“O mais interessante no filme é o facto de trazer um olhar africano”, destacou Agualusa.

“O Brasil é um país de matriz africana, mas conhece mal a África de hoje — e também a mais arcaica, de onde vieram muitos dos que ajudaram a moldar o Brasil.”

🎬 Um português mais brasileiro que muitos brasileiros

A estreia no Brasil é carregada de emoção. Como sublinhou o actor Paulo Azevedo:

“É uma homenagem ao Zé, esse português mais brasileiro que eu já conheci.”

Barahona foi um realizador que soube questionar criticamente o passado glorioso de Portugal, confrontando a narrativa dominante com os fantasmas do colonialismo. O seu cinema, feito com meios modestos mas com enorme ambição temática, refletia uma inquietação humanista e histórica.

A sua mulher e produtora, Carolina Dias, sublinha esse olhar crítico:

“Ele já questionava muito essa cultura e esse passado histórico português. Era muito crítico desse olhar glorioso que os portugueses têm em relação à história.”

A produção de Sobreviventes junta a portuguesa David & Golias (Fernando Vendrell e Luís Alvarães) à brasileira Refinaria Filmes, reforçando a vontade de estreitar os laços criativos entre Portugal e Brasil.

🏆 Um legado que sobrevive

O filme, que teve estreia comercial em Portugal em outubro de 2024, foi escolhido pela Academia Portuguesa de Cinema como candidato aos Prémios Ariel, no México — reforçando o seu percurso internacional e a relevância temática num tempo em que o passado colonial europeu continua a ser amplamente debatido.

Barahona, que também realizou obras como Nheengatu – A Língua da Amazónia e Estive em Lisboa e Lembrei de Você, deixa um legado marcado pelo interculturalismo, consciência crítica e empatia pelas narrativas marginalizadas.

🎄 “Uma maldição”: Realizador de Sozinho em Casa 2 Confessa que Gostava de Apagar Donald Trump do Filme

🎬 Sobreviventes não é apenas um filme sobre um naufrágio fictício. É, na verdade, um gesto cinematográfico de resgate da memória, da culpa e da identidade — e uma despedida digna de um realizador que sempre soube navegar por entre as correntes cruzadas da História.

🎬 Box Office: Filme de Minecraft domina com $80,6M e já superou os $550M a nível mundial

O sucesso de A Minecraft Movie continua a surpreender a indústria. O filme da Warner Bros., adaptado do popular videojogo, somou 80,6 milhões de dólares no segundo fim de semana nas salas norte-americanas e já ultrapassou os 550 milhões de dólares de receita global em menos de duas semanas. Com este ritmo, deverá ser o primeiro título de 2025 a atingir a marca do milhar de milhão de dólares.

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Com 281 milhões nos EUA e 296,6 milhões no mercado internacional — incluindo 20,5M só na China — o filme mostra-se imparável, apesar de uma quebra acentuada no segundo fim de semana, em parte explicada pelas novas restrições chinesas a filmes de Hollywood.


📽️ Outros destaques do fim de semana:

🥈The King of Kings– $19M

O filme animado de inspiração bíblica da Angel Studios estreou com força, conquistando o segundo lugar com 19 milhões de dólares. A história — baseada num conto de Charles Dickens — recebeu um raro A+ dos espectadores, e marcou a melhor estreia de sempre para um filme bíblico animado. O elenco vocal conta com nomes como Kenneth Branagh, Uma Thurman, Ben Kingsley e Oscar Isaac (como Jesus).

🥉The Amateur  – $15M

O thriller de espionagem protagonizado por Rami Malek estreou em terceiro lugar com 15 milhões de dólares. Apesar de críticas divididas, o filme agradou ao público (B+ CinemaScore). O elenco inclui ainda Rachel Brosnahan e Laurence Fishburne.

🎖️Warfare  – $8,3M

O drama de guerra iraquiano da A24, realizado por Ray Mendoza (ex-Navy SEAL) e Alex Garland, abriu com 8,3 milhões e excelentes críticas. Com um elenco liderado por Will Poulter e Joseph Quinn, recebeu um A- CinemaScore e tem 94% no Rotten Tomatoes.

😱 Drop – $7,5M

Este thriller de encontros amorosos com Meghann Fahy (White Lotus) e Brandon Sklenar estreou em quinto lugar com 7,5 milhões. Realizado por Christopher Landon, o filme é bem recebido tanto por críticos como pelo público.

✝️ 

The Chosen: The Last Supper (Parte 3) – $5,8M

A produção baseada na série sobre a vida de Jesus continua forte, somando 5,8 milhões nesta nova parte e 34 milhões de dólares no total da 5.ª temporada.


🧾 Resumo do Top 6 da Bilheteira EUA (fim de semana 11-13 abril 2025)

  1. A Minecraft Movie – $80,6M
  2. The King of Kings – $19M
  3. The Amateur – $15M
  4. Warfare – $8,3M
  5. Drop – $7,5M
  6. The Chosen: The Last Supper (Part 3) – $5,8M

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“A Minecraft Movie” Constrói um Sucesso Colossal nas Bilheteiras: Recordes, Gritos e Jack Black aos Saltos

🎮🍿 Quem diria que um mundo feito de cubos viria a revolucionar (mais uma vez) o cinema? A Minecraft Movie, a muito aguardada adaptação cinematográfica do lendário videojogo da Mojang, está a rebentar nas bilheteiras e a deixar os estúdios de Hollywood com os olhos a brilhar… de espanto e inveja.

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Num fim de semana marcado por filas intermináveis, aplausos em salas esgotadas e crianças literalmente aos saltos nas cadeiras, o filme protagonizado por Jason Momoa, Jack Black e Danielle Brooks arrecadou 145 milhões de dólares nos seus primeiros três dias, superando todas as previsões e deixando para trás o anterior recorde de abertura para filmes baseados em videojogos — sim, estamos a olhar para ti, Super Mario Bros..

🎬 Uma estreia de fazer história (e barulho)

Desde as sessões de pré-estreia, na quinta-feira à noite, que se percebia que algo estava a acontecer: só nessa noite, A Minecraft Movie já tinha acumulado 10,5 milhões de dólares — um número impressionante que deixou Five Nights at Freddy’s a um canto da sala a chorar em silêncio.

As audiências não tardaram a reagir: os miúdos adoraram, os adolescentes vibraram, e até o público acima dos 45 anos deu nota alta ao filme. As redes sociais, como seria de esperar, explodiram: vídeos de fãs aos gritos, danças espontâneas nas filas dos cinemas e pais confusos mas rendidos à euforia generalizada.

Num dos vídeos virais, um espectador emocionado resume a experiência:

🗣️ “A MELHOR experiência no cinema da minha vida! Minecraft para sempre!”

💥 Blockbusters em modo pixelado

A comédia em live-action, realizada por Jared Hess (Napoleon Dynamite), consegue equilibrar na perfeição o tom visual e narrativo do jogo, com piadas acessíveis, visuais vibrantes e uma inesperada profundidade emocional. Jack Black, como a personagem Steve, rouba cenas com canções hilariantes — um verdadeiro êxito, a julgar pelas crianças que cantam as falas no meio da sessão.

Além disso, os dados são claros:

  • O filme lidera em 4.263 salas de cinema.
  • 57% dos bilhetes foram comprados no próprio dia — um reflexo da eficácia da estratégia de marketing digital hiperlocal da Warner Bros.
  • 50% dos espectadores disseram que o filme superou as suas expectativas.

E se ainda havia dúvidas, as Minecraft Happy Meals da McDonald’s vieram selar o fenómeno com molho barbecue e brinquedos em forma de Creepers. 🧨🍔

🎯 Uma pedrada no charco para 2025

Este mega êxito é um verdadeiro sopro de ar fresco para uma indústria ainda a recuperar do duplo murro no estômago da pandemia e das greves de 2023. Num ano onde muitos títulos “grandes” tropeçaram — como Snow White ou Mickey 17—, A Minecraft Movie surge como o salvador improvável do box office.

E nem as críticas mornas (51% no Rotten Tomatoes) conseguiram travar o entusiasmo dos fãs. Tal como aconteceu com Five Nights at Freddy’s, estamos perante um daqueles casos em que a opinião do público vale mais do que qualquer crítica de jaleca vestida.

🔮 E agora?

Com este arranque fulgurante, tudo aponta para que A Minecraft Movie se torne a maior estreia de um filme baseado em videojogos da história. O merchandising já voa das prateleiras, os memes multiplicam-se, e os fãs já pedem sequela. Aliás, se a Warner Bros. não estiver já a preparar o segundo capítulo… estará a perder uma montanha de blocos de ouro.

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E num mercado faminto por sucessos e nostalgia, talvez a resposta esteja mesmo nos píxeis.

“Fantastic Four: First Steps” Traz Bebé, Batalhas e Uma Surfista Prateada que Vai Dar Que Falar! 🍼🪐

Depois de meses em que a Marvel andava a tropeçar nos próprios superpoderes, a apresentação de Fantastic Four: First Steps na CinemaCon 2025 foi como uma lufada de ar cósmico. O novo trailer da próxima grande aposta do estúdio arrancou aplausos e gritos em Las Vegas — com direito a barriga de grávida, estrelas da televisão e… uma Surfista Prateada que é tudo menos o que estávamos à espera.

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Pedro Pascal, Vanessa Kirby, Joseph Quinn e Ebon Moss-Bachrach: A Nova Família Mais Fantástica do Universo

Num cenário retrofuturista e com o charme de um velho episódio de Twilight Zone misturado com Jetsons, a Marvel apresenta-nos uma nova versão dos Quatro Fantásticos. Desta vez temos Pedro Pascal como o elástico Reed Richards, Vanessa Kirby como Sue Storm (visivelmente grávida!), Joseph Quinn a incendiar tudo como Johnny Storm e Ebon Moss-Bachrach a dar corpo (e pedra) ao melancólico Ben Grimm, aka The Thing.

Sim, leram bem: Sue Storm está grávida. Pela primeira vez num filme da Marvel, temos uma super-heroína que combate o mal e gere o stress da maternidade ao mesmo tempo — finalmente uma representação mais fiel do que é ser mãe moderna.

Celebridades com Superpoderes

Neste universo alternativo da Terra, os Quatro Fantásticos são uma espécie de estrelas de reality show misturadas com ícones da cultura pop. Aparecem em talk shows, recebem vídeos de agradecimento de crianças e bombeiros, e toda a gente parece conhecê-los. É um novo tom, mais leve e familiar, que promete atrair públicos de todas as idades — mesmo aqueles já saturados de multiversos e variantes infinitas.

A Surfista Prateada (Sim, No Feminino) Chega para Arrasar

Mas nem tudo são fraldas e palminhas nas costas. A grande surpresa do trailer — e da apresentação na CinemaCon — foi a revelação da Silver Surfer… que aqui é uma mulher imponente, enigmática e com intenções nada simpáticas. A personagem avisa que o planeta Terra foi marcado para aniquilação por uma força alienígena superior. E não parece estar a brincar.

A reacção na sala foi imediata: aplausos, gritos e até umas exclamações do tipo “finalmente algo novo!”. Se o objectivo era surpreender, conseguiram.

A Marvel Quer Voltar ao Topo — E Este Pode Ser o Bilhete de Regresso

Depois de desaires como Ant-Man and the Wasp: Quantumania e The Marvels, a Marvel tem andado à procura da sua própria “fonte da juventude cinematográfica”. E embora Deadpool & Wolverine tenha sido um sucesso brutal em 2024 (1,3 mil milhões de dólares não se ignoram), a casa das ideias precisava de uma aposta forte e renovada.

Fantastic Four: First Steps pode ser precisamente isso. Uma combinação de acção, coração e humor — as três armas secretas da Marvel em tempos de glória.

O actor Paul Walter Hauser, que integra o elenco, não tem dúvidas: “Acredito que este filme vai entrar para a história como o início de uma nova maré de sucesso para a Marvel, à semelhança do que aconteceu com Black Panther ou Guardians of the Galaxy.”

Quando Estreia?

A data de estreia ainda está a ser mantida em segredo como se fosse o código do cofre do Doutor Destino, mas com este tipo de buzz, é garantido que será um dos filmes mais aguardados de 2026. Até lá, resta-nos rever os trailers, analisar cada frame com olhar de falcão e começar a preparar as teorias sobre o novo bebé da Marvel.

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Festival Cinéma du Réel consagra “Little Boy” e deixa Portugal de mãos a abanar — mas com dignidade 🎬🇫🇷

Num universo de 37 filmes a disputar a glória em Paris, foi “Little Boy”, do veterano James Benning, que saiu vitorioso no Cinéma du Réel, o prestigiado festival francês dedicado ao cinema documental. Apesar da forte presença lusófona com duas produções de origem portuguesa, nenhuma trouxe troféu para casa. Mas calma, que o festival foi tudo menos um desperdício.

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A 47.ª edição do evento, que decorreu no mítico Centre Pompidou, continua a ser uma das grandes montras do documentário contemporâneo. E se há coisa que ficou clara nesta edição de 2025, é que o mundo está a ser filmado por todos os ângulos — dos subúrbios de Paris às ruas de Moçambique, das memórias pessoais às cicatrizes globais.

O grande vencedor: um “rapazinho” com muita bagagem

Com uns respeitáveis 82 anos de idade, o realizador norte-americano James Benning levou para casa o Grande Prémio Internacional de Cinema com “Little Boy”, título que alude à bomba atómica lançada sobre Hiroshima — e que, pelas palavras de quem já viu, oferece mais reflexão do que destruição. Benning continua a ser uma força contemplativa no cinema experimental, e este prémio reforça a sua relevância ao fim de cinco décadas de carreira.

Mas não foi só ele a dar nas vistas.

Prémios em dobro e um monólogo colectivo

A categoria principal acabou por distinguir dois outros filmes ex aequo:

• “In the Manner of Smoke”, de Armand Yervant Tufenkian,

• e “Monólogo Colectivo”, de Jessica Sarah Rinland.

E o prémio de melhor filme francês foi para “Lumière de mes yeux”, de Sophie Bredier, uma obra intimista que emocionou o júri. Já na categoria de música original, o galardão foi para Jeff Parker, pela banda sonora de “Evidence”, de Lee Anne Schmitt — jazz sofisticado ao serviço da imagem.

E Portugal? Bem representado, mas sem estatueta 🐓

Maureen Fazendeiro, realizadora francesa radicada em Lisboa (e já com créditos firmados com “A Metamorfose dos Pássaros”), entrou em competição com “Les Habitants”, uma curta luso-francesa sobre tensões e solidariedades nos subúrbios de Paris. Produzida pela Uma Pedra no Sapato, o filme mistura documentário com ficção e colocou a lupa sobre um tema quente: a chegada de uma comunidade cigana a uma vila nos arredores da capital francesa.

Já Ico Costa, que continua a filmar entre África e Portugal, levou a concurso a sua longa-metragem “Balane 3”, um retrato documental da vida quotidiana em Inhambane, Moçambique. Produzida pela Terratreme Filmes, em coprodução com a francesa La Belle Affaire Productions, é um filme sensorial e político que merecia, no mínimo, uma menção honrosa (na nossa modesta opinião).

Os destaques nas curtas — e que nomes!

A secção de curtas-metragens revelou novos talentos e premiou obras com nomes quase poéticos:

• “Selegna Sol”, de Anouk Moyaux

• “Notes of a Crocodile”, de Daphne Xu

• “About the Pink Cocoon”, de Binyu Wang

Sim, é isto que nos encanta no Cinéma du Réel: a diversidade estética, cultural e até linguística. Entre cocons cor-de-rosa e crocodilos de bolso, a criatividade está vivíssima.

Documentar para resistir e imaginar

A edição de 2025 reforçou a vocação política e poética do festival. As obras em competição mostraram que o documentário está longe de ser uma arte “menor” — pelo contrário, é o olho atento do mundo, um espelho (às vezes rachado) que reflete desde as feridas coloniais até os bairros esquecidos, passando pela espiritualidade urbana e o íntimo das famílias.


Portugal não ganhou, mas ficou na fotografia 📸🇵🇹

Mesmo sem prémios, a presença portuguesa voltou a marcar pontos. Produções comprometidas, com voz autoral, e uma crescente reputação no circuito internacional. E isso, convenhamos, também é vitória. E como diz o povo: “o que é nacional é bom” — e, às vezes, vai a Paris e volta com aplausos (mesmo que sem troféu).

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💥 Arianna Rivas e Jason Statham Lado a Lado em A Working Man: “Senti-me Libertada”

Num género muitas vezes dominado por protagonistas masculinos, A Working Man chega para abanar as convenções dos filmes de ação. E se Jason Statham continua a ser o rosto impassível da vingança implacável, Arianna Rivas é a revelação que rouba os holofotes — punho cerrado, algemas nos pulsos e a ferocidade de quem recusa ser uma vítima.

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“Senti-me libertada. Senti-me poderosa, senti-me forte, senti-me radiante”, declarou Rivas à Variety, sobre o momento em que combate lado a lado com Statham na reta final do filme.

Realizado por David Ayer e coescrito por Sylvester StalloneA Working Man é mais do que outro thriller testosterónico. Aqui, a suposta “donzela em perigo” transforma-se numa guerreira decidida, mesmo quando o plano de filmagens muda em cima da hora.

🛠️ Statham em modo martelo, Rivas como lâmina afiada

No filme, Levon Cade (Statham) é um ex-militar que troca o campo de batalha por uma vida pacata na construção civil. Mas quando Jenny (Rivas), a filha adolescente do seu chefe, é raptada por uma rede de tráfico humano, Levon regressa ao campo de batalha — agora urbano.

O que ninguém esperava era que a jovem Jenny recusasse ficar no papel de espectadora: no clímax, Rivas e Statham combatem juntos, com sangue, suor e cumplicidade.

“Eles olham um para o outro e é como se dissessem: ‘Não foste só tu a proteger-me. Eu também te protegi a ti’”, revela Eddie J. Fernandez, coordenador de duplos e também ator no filme.

🎬 Uma revelação em ascensão

Apesar de jovem, Rivas entrou no projeto com uma mentalidade determinada. Fã de clássicos de ação, não hesitou quando viu o nome de Stallone no e-mail: “Foi como um sinal. Sempre adorei a história dele com o Rocky — se ele conseguiu, eu também consigo”.

O resultado? Quatro meses intensivos de treino físico, coreografias e quedas, sempre com antecedência nos ensaios. Fernandez destaca: “Ela é bonita, talentosa, jovem e destemida. Dizia-lhe para estar no ginásio a uma hora e ela já lá estava a aquecer antes do tempo.”

🔥 Técnica, emoção… e improviso

Curiosamente, a sequência mais marcante de Rivas no filme quase não existia da forma como a vemos. Por limitações no calendário de filmagens, a produção teve de reinventar o confronto final entre Jenny e a vilã Artemis (Eve Mauro), onde Rivas combate de mãos algemadas acima da cabeça.

“Foi a cena mais difícil. Sentia-me uma peixe fora de água. Tínhamos ensaiado uma luta durante quatro meses… e no fim mudámos tudo em 24 horas. Mas foi incrível quando conseguimos”, partilhou a atriz.

Ainda assim, o momento sobreviveu graças à química entre os dois protagonistas e à emoção crua que transparece no ecrã. “Estavam os dois exaustos, mas davam tudo. Foi mágico vê-los olhar um para o outro naquela cena”, acrescenta Fernandez.

👊 Representação feminina que não precisa de permissão

O mais importante? Rivas não está ali para ser salva. Está ali para salvar. Para lutar. Para marcar a diferença.

“Só ver o Jason lançar um murro já era uma aula de representação”, admite a atriz. “Como é que se faz parecer forte sem realmente magoar alguém? Onde é que está o peso? Fiquei fascinada.”

Essa curiosidade e entrega refletem-se numa performance que não só desafia as normas dos filmes de ação, mas também aponta para um futuro onde as mulheres não são apenas secundárias — são parte essencial da pancadaria, da narrativa e da vitória.

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👻 “The Woman in the Yard”: A Nova Aposta de Terror da Blumhouse Que Pode Salvar 2025

Depois do tropeço com Wolf Man, a Blumhouse pode finalmente ter encontrado o seu primeiro sucesso de bilheteira do ano com The Woman in the Yard, o novo filme de terror psicológico que já começou a destacar-se nas bilheteiras norte-americanas.

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Com um orçamento contido e uma história arrepiante que mistura luto, alucinação e ameaça sobrenatural, este novo título poderá reverter a má sorte do estúdio — e devolver-lhe o trono do horror de baixo custo com grande impacto.

🕯️ Sinopse: O terror instala-se… no jardim

Realizado por Jaume Collet-Serra (OrphanHouse of Wax, e mais recentemente Carry-On), The Woman in the Yardsegue a história de Ramona, interpretada por Danielle Deadwyler, uma mulher que ainda está a recuperar de um grave acidente de viação que vitimou o seu marido.

A sua frágil estabilidade emocional é abalada pela súbita aparição de uma estranha figura feminina vestida de preto que se instala no jardim da sua casa e anuncia de forma enigmática: “Hoje é o dia.”

A partir desse momento, o quotidiano de Ramona transforma-se num pesadelo de dúvida, paranóia e ameaça, com a narrativa a explorar com inteligência os limites entre o trauma psicológico e o terror sobrenatural.

🎬 Um arranque promissor (e potencialmente lucrativo)

De acordo com os primeiros dados da bilheteira, The Woman in the Yard arrecadou cerca de 9 milhões de dólares no seu fim de semana de estreia nos EUA, o que representa um início encorajador — sobretudo tendo em conta o orçamento de apenas 12 milhões.

O filme estreou na mesma semana de títulos como A Working Man (15.6 milhões), Snow White (13.7 milhões, segunda semana), e The Chosen: Last Supper Part 1 (12 milhões), e conseguiu posicionar-se em quarto lugar no top norte-americano, o que é notável dado o peso promocional dos concorrentes.

🧛‍♂️ Um contraste com o falhanço de Wolf Man

Este sucesso discreto surge depois de Wolf Man, uma ambiciosa reinterpretação moderna do monstro da Universal realizada por Leigh Whannell, ter falhado redondamente. Apesar de um orçamento de 25 milhões, o filme só arrecadou 34.9 milhões globalmente — e sofreu uma queda de audiência de 70% na segunda semana, sinal de má recepção por parte do público.

The Woman in the Yard, com custos mais controlados e melhores reações iniciais, não precisa de tanto para ser considerada um sucesso. Se conseguir ultrapassar a marca dos 30 milhões nas próximas semanas — o valor que garantiria rentabilidade — poderá dar à Blumhouse o seu primeiro “hit” do ano.

💡 Terror eficaz, orçamento enxuto: a fórmula Blumhouse

Desde o fenómeno Paranormal Activity, que rendeu mais de 890 milhões com orçamentos irrisórios, a Blumhouse tornou-se sinónimo de terror inteligente e financeiramente sustentável. Casos recentes como M3GAN (181M contra 12M), Get Out (Óscar de Melhor Argumento Original), e Five Nights at Freddy’s (297M contra 20M), mostraram que o estúdio sabe como transformar medo em milhões.

Ainda é cedo para dizer se The Woman in the Yard atingirá esse patamar, mas tudo indica que estamos perante um regresso à boa forma, depois do tropeço inicial com Wolf Man.

🔮 Expectativas para o futuro

O que The Woman in the Yard representa vai além de números: é a validação de que o terror psicológico intimista ainda tem um enorme apelo junto do público — especialmente quando equilibrado com boas interpretações e uma atmosfera claustrofóbica bem trabalhada.

Danielle Deadwyler, que já se tinha destacado em Till e The Harder They Fall, é aqui uma protagonista intensa e vulnerável, o que ajuda a elevar a tensão emocional do filme.

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Com um segundo fim de semana decisivo a aproximar-se, e com a crítica a dar sinais positivos, The Woman in the Yardpoderá muito bem tornar-se um dos grandes sleeper hits de 2025.

Branca de Neve em crise: novo remake da Disney afunda-se em críticas, polémicas e um arranque morno nas bilheteiras

A nova versão em imagem real de Branca de Neve, da Disney, está a transformar-se num dos maiores desastres comerciais da história recente do estúdio. Com um orçamento estimado em 350 milhões de dólares (entre produção e marketing), o filme registou um fim de semana de estreia apático, devendo arrecadar cerca de 100 milhões a nível mundial — valor semelhante ao do fracasso Dumbo, de Tim Burton, em 2019.

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Além da receção fria do público, a produção enfrentou tempestades mediáticas desde muito antes da estreia, envolvendo polémicas com os efeitos visuais, críticas à própria história original e até divisões internas entre os protagonistas, alimentadas por posições políticas.

Um remake que (quase) ninguém pediu

A crítica foi impiedosa com o filme. O Rotten Tomatoes atribuiu-lhe apenas 43% de aprovação, com descrições como “medíocre”, “sem originalidade” e com CGI “fraco”. O The Guardian chamou-lhe uma “enxaqueca criada por IA”, e o The New York Times lamentou que não fosse “bom o suficiente para admirar, nem suficientemente mau para satirizar com gosto”.

The Wrap ironizou: “Nada de errado com o remake de Branca de Neve que não pudesse ser resolvido fazendo-o 26 minutos mais curto, 88 anos atrás e em animação desenhada à mão.” Apenas o The Telegraph ofereceu algum consolo, com três estrelas e a afirmação de que é “melhor do que Wicked”.

Ainda assim, as reações do público mostraram-se ligeiramente mais simpáticas: CinemaScore apontou uma média B+, sugerindo que nem todos os espectadores partilham do desagrado da crítica especializada.

Rachel Zegler no centro das atenções (e das polémicas)

Rachel Zegler, que interpreta a nova Branca de Neve, esteve envolvida em várias controvérsias. Desde 2022, a atriz tem criticado abertamente o filme original de 1937, chamando-o de “estranho” por se centrar num príncipe que “persegue” a protagonista. Esta nova versão, portanto, abandona o clássico “Someday My Prince Will Come” e substitui-o por temas originais como “Waiting on a Wish” e “Princess Problems”, removendo a figura do príncipe encantado.

Mas foi a sua posição política em relação ao conflito Israel-Palestina que mais polémica gerou. Numa publicação que ligava o trailer do filme à frase “Free Palestine”, Zegler criou um “sério fosso” com a co-protagonista Gal Gadot, que interpreta a Rainha Má e é uma conhecida apoiadora do exército israelita. Segundo o New York Times, o produtor Mark Platt chegou mesmo a ter uma “conversa de coração aberto” com a atriz para tentar apaziguar tensões.

O resultado? Um ambiente dividido no set e apelos ao boicote vindos de vários grupos árabes, que veem a participação de Gadot como “uma tentativa de limpar a sua imagem pública através da arte”. Organizações da Jordânia, Bahrein e outros países do Médio Oriente têm pressionado para que o filme não seja exibido em territórios árabes.

Os “sete anões” e a polémica que ninguém esqueceu

Para além das questões políticas, o próprio conceito do filme levantou dúvidas desde o início. A decisão de substituir os sete anões por personagens CGI — e, em alguns casos, por atores de estatura média — gerou críticas. O ator Peter Dinklage, conhecido por Game of Thrones, foi um dos primeiros a denunciar a abordagem como “retrógrada”.

“Estão a tentar ser progressistas de um lado e, ao mesmo tempo, a refazer uma história em que sete anões vivem juntos numa gruta. Que raio estão a fazer?”, questionou Dinklage em 2022, criando mais uma ferida na já frágil relação entre o projeto e a opinião pública.

Um conto de fadas… que pode acabar em tragédia

Com fraca adesão nas bilheteiras, um orçamento astronómico e um rasto de polémicas à mistura, Branca de Neve pode tornar-se na pior adaptação em imagem real da história da Disney. A falta de consenso artístico, os erros estratégicos de comunicação e o contexto político complicado transformaram um clássico intemporal num campo minado moderno.

Enquanto a Disney enfrenta o desafio de recuperar o investimento e restaurar a reputação do seu catálogo de remakes, este episódio levanta questões sobre o futuro das adaptações em imagem real e a capacidade do estúdio de lidar com temas contemporâneos sem alienar o público — ou os próprios envolvidos na produção.

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Talvez, afinal, “esperar por um desejo” já não seja suficiente para salvar o reino encantado da Disney.

🎬 Crítica – Black Bag: Espionagem, Ironia e o Casamento como Campo de Batalha

Black Bag, de Steven Soderbergh, é um thriller de espionagem que se move ao ritmo de uma dança elegante entre o suspense e a sátira, com Michael Fassbender e Cate Blanchett como protagonistas de uma história onde o maior inimigo pode estar mesmo à mesa do jantar — ou até no lado da cama.

Num contexto cinematográfico sedento por substitutos convincentes para o universo Bond, Black Bag surge como uma alternativa refrescante. Não tenta competir com os 007 do passado, mas antes propõe-se a subverter o género com inteligência e um sentido de humor seco e peculiar, bem ao estilo de Soderbergh. O argumento de David Koepp parece feito de bisturi na mão, cortando os clichés do género e expondo os seus nervos com ironia — mas sem nunca cair no puro pastiche.

📁 Espiões e Cônjuges: o Casamento como Enigma

A premissa é simultaneamente clássica e deliciosamente moderna: George e Kathryn (Fassbender e Blanchett) são agentes secretos e casados. Estão, aparentemente, do mesmo lado — até que uma fuga de informação coloca tudo em causa. A partir daqui, Black Bag mistura paranoia conjugal com operações secretas e pequenos gestos do quotidiano que adquirem carga simbólica: um crachá trocado no saco do pequeno-almoço, um olhar de desconfiança durante uma conversa trivial.

Soderbergh não filma com pirotecnia, mas sim com contenção elegante. Os seus ambientes — gabinetes cinzentos com vidros que se tornam opacos por controlo remoto, reuniões discretas em casas de campo luxuosas, chamadas telefónicas feitas à beira do lago — criam um tom onde o realismo tecnológico do espionagem moderna se cruza com a teatralidade dos relacionamentos secretos.

📦 Jantar com Verdade no Prato

Um dos pontos altos é um jantar de suspeitos com chana masala adulterado com um soro da verdade, onde os diálogos rapidamente se tornam surtos de culpa e confissão. O elenco secundário brilha: Marisa Abela, Naomie Harris, Regé-Jean Page e um Tom Burke absolutamente fiel ao arquétipo do espião desleixado mas arguto — como uma reencarnação londrina de Roy Bland ou Jackson Lamb. São cenas como esta que fazem o filme respirar, alternando entre o cômico e o inquietante com naturalidade.

🎭 Blanchett, Fassbender e a Força do Subtexto

Cate Blanchett, que raramente falha, entrega aqui uma performance contida e ambígua, sempre com algo por revelar sob o olhar penetrante. Fassbender, mais soturno e introspectivo, equilibra bem a frieza exterior com as hesitações internas. A dinâmica entre ambos é a verdadeira alma do filme: um casamento onde a confiança é tão fluida quanto as fronteiras nacionais.

Embora o filme se possa acusar de “cartoonish” em alguns momentos — há uma estilização algo exagerada, por vezes quase teatral —, isso parece ser parte do ponto. Black Bag não pretende um realismo exaustivo, mas antes um olhar irónico sobre a forma como a espionagem (e os casamentos) são palcos de performance constante, onde a verdade é tão rara como um agente reformado.

🎥 Conclusão: Um Thriller Inusitado com Carácter Próprio

Apesar de alguns críticos apontarem falhas na profundidade emocional ou na consistência do tom, Black Bag é um thriller elegante, divertido e, em última análise, surpreendentemente eficaz. Soderbergh não está interessado em fazer Skyfall. Está mais interessado em brincar com as ferramentas do género, desmontá-las com elegância, e oferecer-nos algo entre o rom-com neurótico e o drama de espionagem.

A verdade é que, por detrás da frieza calculada da mise-en-scène e da contenção britânica dos diálogos, Black Bagconsegue extrair o melhor de Tarantino (o humor negro, os diálogos carregados de subtexto, a tensão acumulada numa única divisão) e injectá-lo numa visão que é inequivocamente de Soderbergh. É, por isso, um dos seus filmes mais singulares dos últimos anos — e um dos mais deliciosamente enigmáticos.

Animação Portuguesa Brilha nos Prémios Quirino com “A Menina com os Olhos Ocupados” e “Percebes”

animação portuguesa está em destaque na nova edição dos Prémios Quirino, os prestigiados galardões ibero-americanos dedicados ao cinema de animação. Entre os nomeados revelados esta quarta-feira, dois filmes portugueses e uma coprodução nacional surgem em diferentes categorias, confirmando o talento e a criatividade nacional nesta área.

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Os vencedores serão conhecidos a 10 de maio, em Tenerife, Espanha.

“A Menina com os Olhos Ocupados” Conquista Três Nomeações

O filme “A Menina com os Olhos Ocupados”, baseado no livro ilustrado de André Carrilho, é um dos grandes destaques da edição deste ano, somando três nomeações:

🏆 Melhor Curta-Metragem de Animação Ibero-Americana

🎨 Melhor Desenvolvimento Visual

🎼 Melhor Desenho de Som e Música Original

A história acompanha uma menina que não desgruda os olhos do telemóvel, ignorando tudo o que a rodeia – desde brincadeiras imaginárias a passeios na praia ou visitas ao circo. Sem diálogos, mas com uma animação expressiva e sonora, o filme já conquistou um lugar em mais de 70 festivais internacionais.

“Percebes”: Um Documentário Animado Que Explora a Tradição e o Turismo

Também nomeado na categoria de Melhor Curta-Metragem de Animação Ibero-Americana está “Percebes”, de Alexandra Ramires e Laura Gonçalves.

O filme, premiado no Festival de Annecy em 2024, aborda o ciclo de vida do percebe, um dos mais cobiçados mariscos da gastronomia portuguesa. Mas não é apenas sobre biologia marinha: o documentário explora a dura realidade de quem apanha e comercializa percebes no Algarve, num contraste com o turismo massificado que afeta a região.

“Mataram o Pianista”: A Coprodução Portuguesa na Corrida

Na categoria de Melhor Longa-Metragem de AnimaçãoPortugal marca presença com a coprodução “Mataram o Pianista”, um documentário animado realizado pelos espanhóis Fernando Trueba e Javier Mariscal e produzido pela portuguesa Animanostra.

O filme mergulha na história trágica do pianista Francisco Tenório Jr., um nome essencial da Bossa Nova, desaparecido em Buenos Aires, em 1976, durante a ditadura militar argentina. A obra explora não só a riqueza musical do Brasil, mas também as brutais perseguições políticas que marcaram a América Latina nas décadas de 1960 e 1970.

O Prestígio dos Prémios Quirino

Criados em 2018, os Prémios Quirino visam promover o cinema de animação dos 23 países ibero-americanos. O nome do galardão homenageia Quirino Cristiani, pioneiro argentino responsável pela primeira longa-metragem de animação da história: “El Apóstol” (1917).

Nesta oitava edição, estão nomeados 26 filmes distribuídos por 10 categorias.

Quando e Onde Acompanhar?

📅 Data da cerimónia: 10 de maio

📍 Local: San Cristóbal de La Laguna, Tenerife, Espanha

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📽️ E tu, já viste alguma destas animações? Qual delas achas que tem mais hipóteses de vencer?

Monstra 2024: Festival de Animação Celebra 25 Anos com Edição Especial em Lisboa

Festival de Animação de Lisboa – Monstra está de regresso para celebrar um quarto de século a promover o melhor da animação portuguesa e internacional. Entre os dias 20 e 30 de março, Lisboa transforma-se no epicentro da animação, reunindo realizadores, produtores e amantes do cinema animado num evento repleto de exibições, exposições, debates e masterclasses.

A edição deste ano foca-se no encontro entre artistas e na expansão da animação portuguesa, destacando-se a presença do país convidado, a Áustria, e uma grande exposição dedicada à Laika Studios, criadores de filmes como Coraline e a Porta Secreta e Paranorman.

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25 Anos de Monstra: Um Festival Que Cresce a Cada Edição

Desde a sua fundação, em 2000, a Monstra tem sido um espaço de descoberta e inovação no cinema de animação, reunindo artistas consagrados e talentos emergentes.

📌 Mais de 1 milhão de espectadores

📌 Cerca de 12.500 filmes exibidos em 3.000 sessões

📌 Mais de 2.000 criadores, realizadores e animadores convidados

📌 Três dezenas de artistas nomeados para os Óscares passaram pelo festival

O diretor do festival, Fernando Galrito, destaca a importância do evento como ponto de encontro para cineastas de diferentes partes do mundo, incentivando colaborações internacionais e promovendo o diálogo entre culturas através da animação.

Homenagem a José-Manuel Xavier e Exposições Imperdíveis

Um dos grandes destaques desta edição é a homenagem ao animador e artista visual José-Manuel Xavier, cuja obra será exibida na exposição “Outros Movimentos”, na Sociedade Nacional de Belas Artes.

O artista, que fez carreira em França, regressou nos anos 2000 a Portugal e tornou-se presença assídua na Monstra. O festival exibirá duas das suas curtas-metragens:

📽️ “Mind the Gap” (sessão de abertura)

📽️ “Saudade, talvez…” (competição portuguesa)

Já no Museu da Marioneta, os fãs da animação stop motion poderão mergulhar no universo da Laika Studios, com uma exposição que reúne 600 objetos e artefactos de filmes como “Coraline”, “Paranorman” e “Mr. Link”, além de material exclusivo da sua nova produção, Wildwood.

Cinemateca Portuguesa também participa nas comemorações, acolhendo uma exposição que assinala os dez anos do estúdio português Cola – Coletivo Audiovisual.

A Competição de Curtas-Metragens Portuguesas em Destaque

A Monstra continua a dar espaço ao cinema de animação português, que vive uma fase de crescimento e reconhecimento internacional. A competição de curtas-metragens teve de ser desdobrada em duas sessões, dada a qualidade e quantidade dos filmes submetidos.

Os nomeados para o Prémio Vasco Granja, de Melhor Curta Portuguesa, incluem:

🏆 “A Menina com os Olhos Ocupados”, de André Carrilho

🏆 “Percebes”, de Alexandra Ramires e Laura Gonçalves

🏆 “The Hunt”, de Diogo Costa

🏆 “Sequencial”, de Bruno Caetano

🏆 “Reason and Impulse – Disappear”, de Ala Nunu

🏆 “Amanhã não dão chuva”, de Maria Trigo Teixeira

Entre as curtas portuguesas em competição destaca-se também “Veni Vidi Non Vici”, de Leonor Calaça, que expõe a brutalidade da tauromaquia em Portugal.

Seis Longas-Metragens na Competição Principal

Na secção competitiva de longas-metragens, os filmes selecionados incluem:

🎞️ “Selvagens”, de Claude Barras

🎞️ “Rock Bottom”, de Maria Trénor

🎞️ “As Cores Interiores”, de Naoko Yamada

🎞️ “Um Barco no Jardim”, de Jean-François Laguionie

🎞️ “Sanatório sob o Signo da Clepsidra”, de Stephen Quay e Timothy Quay

🎞️ “O Caminho das Sombras”, de Yves Netzhammer

Masterclasses e Sessões Especiais

Além das exibições, o festival contará com diversas masterclasses, incluindo:

🎤 Regina Pessoa (realizadora portuguesa premiada) – já com lotação esgotada

🎼 Sound Particles (estúdio de design de som português usado em Hollywood)

🎨 José-Manuel Xavier, que trará uma visão sobre o seu percurso e as suas técnicas inovadoras

Entre os eventos de networking, destaca-se uma sessão especial sobre coproduções entre Portugal e Espanha, fomentando novas parcerias no setor.

Onde e Quando Acompanhar?

📅 Datas: 20 a 30 de março

📍 Locais: Cinema São Jorge, Sociedade Nacional de Belas Artes, Cinemateca Portuguesa, Museu da Marioneta e outros espaços de Lisboa

📽️ E tu, já tens o teu bilhete para a Monstra 2024? Que filme de animação mais te entusiasma?

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Dakota Johnson Entre Chris Evans e Pedro Pascal: “Materialists” Promete Ser a Nova Comédia Romântica do Ano

triângulo amoroso mais inesperado de 2024 está prestes a chegar aos cinemas! No novo filme de Celine Song, realizadora nomeada para os Óscares com Vidas PassadasDakota Johnson encontra-se dividida entre Chris Evans e Pedro Pascal numa história que promete ser um dos grandes destaques do ano.

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O primeiro trailer de “Materialists” já foi divulgado, e o filme estreia a 13 de junho na América do Norte – uma alternativa bem-vinda à avalanche de superproduções de Hollywood.

O Que Nos Conta “Materialists”?

💘 Dakota Johnson interpreta uma casamenteira profissional de Nova Iorque, cujo trabalho é encontrar o par ideal para os seus clientes. No entanto, a sua própria vida amorosa entra em conflito quando se vê dividida entre o homem perfeito (Pedro Pascal) e um antigo namorado que não é bem o que deveria ser (Chris Evans).

A premissa segue o mesmo tom intimista que tornou Vidas Passadas um sucesso de crítica e nomeado aos Óscares, mas agora numa abordagem mais leve e romântica, misturando o drama emocional com o charme e humor característico das boas comédias românticas.

Celine Song: Do Drama ao Romance com um Toque de A24

Depois de impressionar o mundo com Vidas Passadas (2023), Celine Song regressa com um filme que, à primeira vista, parece uma mudança de tom, mas mantém o seu estilo sofisticado e observador.

A produção é da A24, o estúdio indie mais prestigiado da atualidade, conhecido por trazer histórias emocionantes e visualmente marcantes ao grande ecrã.

O facto de Chris Evans, Pedro Pascal e Dakota Johnson se juntarem neste projeto só eleva ainda mais as expectativas.

Quem São os Três Protagonistas?

⭐ Dakota Johnson (Madame Web, Suspiria, A Filha Perdida)

👉 Interpreta uma mulher de sucesso que parece ter a vida sob controlo, mas que se depara com uma escolha emocionalmente difícil entre segurança e paixão.

⭐ Pedro Pascal (The Last of Us, The Mandalorian, Kingsman: O Círculo Dourado)

👉 Interpreta o homem perfeito, charmoso, estável e seguro. Mas será isso suficiente?

⭐ Chris Evans (Capitão América, Knives Out, The Gray Man)

👉 O ex-namorado que não deveria ser uma opção, mas que continua a ter um poder inexplicável sobre a protagonista.

Quando e Onde Ver?

📅 Estreia nos EUA: 13 de junho de 2024

🇵🇹 Estreia em Portugal: Ainda sem data confirmada

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Se gostas de comédias românticas inteligentes, este pode ser o filme do verão que vais querer ver!

📽️ E tu, entre Pedro Pascal e Chris Evans, quem escolherias?

Bilheteiras em Crise? “Novocaine” Lidera um Fim de Semana Desastroso nos Cinemas Norte-Americanos

O cinema norte-americano viveu um dos seus fins de semana mais fracos dos últimos anos, com Novocaine, uma comédia de ação protagonizada por Jack Quaid, a liderar as bilheteiras com um resultado pouco animador. A arrecadação de apenas 8,7 milhões de dólares deixou a Paramount aquém dos 10 milhões esperados, tornando esta uma das estreias mais fracas a alcançar o topo do ranking desde os piores momentos da pandemia.

A quebra na venda de bilhetes tem sido motivo de preocupação para a indústria, que espera um verão mais forte com a chegada de grandes títulos como Branca de Neve e Um Filme Minecraft. Mas, por agora, os números são desanimadores.

Jack Quaid em “Novocaine”: O Filme Mais Rentável… Mas Sem Grande Concorrência

Com uma premissa curiosa – um bancário que não consegue sentir dor –, Novocaine conseguiu o primeiro lugar nas bilheteiras, mas sem grande concorrência. O desempenho modesto reflete um mercado enfraquecido, onde até filmes bem recebidos pelo público têm dificuldades em atingir números significativos.

Abaixo de Novocaine ficaram duas produções que tinham aspirações bem maiores:

📉 “Mickey 17” de Bong Joon-ho (2.º lugar, 7,51 milhões de dólares)

Depois do sucesso de Parasitas, o realizador sul-coreano Bong Joon-ho voltou com Mickey 17, um thriller de ficção científica protagonizado por Robert Pattinson. A história acompanha um homem que se voluntaria para missões espaciais perigosas e é “reimpresso” cada vez que morre. O elenco conta ainda com Steven Yeun, Toni Collette e Mark Ruffalo.

Apesar do prestígio do realizador e de um conceito intrigante, o filme não está a convencer financeiramente. Com 90,4 milhões de dólares arrecadados mundialmente, a produção precisa de 275 a 300 milhões para atingir a rentabilidade, um objetivo que parece cada vez mais distante.

🔍 “Black Bag” de Steven Soderbergh (3.º lugar, 7,5 milhões de dólares)

Este thriller de espionagem, que junta Michael Fassbender e Cate Blanchett, teve uma estreia igualmente morna. O realizador Steven Soderbergh já teve mais sucesso noutros projetos, e o baixo desempenho sugere que o público não se deixou seduzir pela proposta.

Marvel e Looney Tunes Também Lutam por Atenção

🚀 “Capitão América: Admirável Mundo Novo” (4.º lugar, 5,5 milhões de dólares)

O mais recente capítulo do Universo Cinematográfico Marvel, protagonizado por Anthony Mackie e Harrison Ford, já arrecadou 388,5 milhões de dólares globalmente, mas continua a lutar para justificar os seus custos de produção. Apesar de a Marvel garantir que o orçamento se manteve nos 180 milhões de dólares (mais cerca de 100 milhões em marketing), a projeção indica que o filme precisa de pelo menos 450 milhões para ser lucrativo.

🐰 “Looney Tunes: Daffy & Porky Salvam o Mundo” (5.º lugar, 3,2 milhões de dólares)

A nova animação da Warner Bros., que estreia em Portugal a 24 de julho, ficou num discreto quinto lugar. A pouca adesão do público pode indicar que os Looney Tunes, apesar da sua popularidade histórica, enfrentam dificuldades em atrair as novas gerações para o grande ecrã.

Esperança no Horizonte? “Branca de Neve” e “Minecraft” Podem Salvar as Bilheteiras

Os exibidores de cinema aguardam ansiosamente os próximos grandes lançamentos para reverter a tendência negativa. A Disney aposta forte na nova versão de Branca de Neve, enquanto “Um Filme Minecraft” promete mobilizar uma legião de fãs. Ambos os filmes têm previsões acima dos 50 milhões de dólares no primeiro fim de semana nos Estados Unidos.

O verão cinematográfico está à porta – mas será que conseguirá salvar um início de ano tão desastroso nas bilheteiras?

📽️ E tu, achas que os cinemas estão a perder o encanto ou que esta fase menos lucrativa é apenas temporária?