“Acorda, Defunto: Um Mistério Knives Out” Falha nas Bilheteiras — O Pior Arranque da Saga Antes da Estreia na Netflix

A Netflix volta a enfrentar um dilema já familiar: filmes concebidos para o streaming conseguem gerar entusiasmo real nas salas de cinema?

No caso de “Acorda, Defunto: Um Mistério Knives Out”, a resposta — pelo menos por agora — parece ser um sonoro não.

O terceiro capítulo da saga criada por Rian Johnson, protagonizada pelo detective Benoit Blanc, estreia no streaming a 12 de dezembro, mas recebeu antes uma exibição limitada nos Estados Unidos e noutros mercados. E os resultados ficaram muito aquém das expectativas: apenas 4 milhões de dólares nos primeiros cinco dias.

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Este número representa o pior desempenho inicial da trilogia, e coloca em evidência o desafio contínuo da Netflix em transformar o interesse online em receita de bilheteira.

Um contraste gritante com os filmes anteriores

Quando Knives Out estreou em 2019, arrecadou 313 milhões de dólares globalmente e gerou mais de 13 milhões nos primeiros cinco dias — um arranque forte que comprovou o apetite do público por mistérios modernos à moda de Agatha Christie.

O segundo filme, lançado já sob o acordo milionário da Netflix, obteve 15 milhões no mesmo período, mesmo com uma janela de exibição curta antes de chegar ao streaming.

Agora, com “Acorda, Defunto”, a quebra é evidente: menos de um terço dos números do segundo capítulo. A estratégia híbrida — limitar o lançamento nos cinemas enquanto se prepara o impacto principal no streaming — pode estar a perder eficácia, sobretudo porque o público sabe que a espera até à estreia digital é mínima.

Acordo com a Netflix: uma bênção ou um obstáculo?

O acordo que garantiu à Netflix os direitos do segundo e terceiro filmes trouxe prestígio para a plataforma e assegurou a continuidade da saga. Mas também levantou questões importantes.

Será que o público está disposto a pagar bilhete para ver algo que estará disponível em casa numa questão de dias?

E até que ponto a curta janela teatral afeta a percepção de exclusividade ou urgência?

No caso de Acorda, Defunto, a resposta parece clara. A expectativa existe — mas o incentivo para ir ao cinema, não.

E o que significa isto para o futuro de Benoit Blanc?

Rian Johnson continua a trabalhar dentro da fórmula que tornou Knives Out um sucesso crítico e comercial: humor afiado, sátira social, elenco de luxo e reviravoltas construídas ao detalhe. O fraco desempenho nas bilheteiras não reflecte necessariamente falta de interesse pelo filme, mas sim uma mudança na forma como o público interage com títulos associados directamente ao streaming.

A verdadeira prova será quando o filme estrear na Netflix, onde a saga tem um público global e devoto. É aí que Acorda, Defunto terá oportunidade de mostrar o seu valor — longe das comparações box office que já não fazem sentido no novo ecossistema da plataforma.

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Se Benoit Blanc perdeu nos cinemas, pode muito bem vencer nos salões de casa.

“Sentimental Value” Lidera Nomeações aos European Film Awards: A Nova Geografia do Cinema Europeu Está Aqui

Os European Film Awards chegaram à sua 38.ª edição com uma lista de nomeações que revela, mais do que tendências, um verdadeiro retrato do cinema europeu contemporâneo: múltiplo, multilingue, politicamente atento, esteticamente ousado e, acima de tudo, impossível de reduzir a fronteiras. Este ano, o destaque maior recai sobre “Sentimental Value”, de Joachim Trier, que lidera com cinco nomeações e confirma aquilo que muitos vinham pressentindo: a nova fase do cineasta norueguês — mais íntima, mais madura, mais ferida — está a atrair todas as atenções.

Logo a seguir surge “Sirāt”, o filme de Oliver Laxe que reafirma a presença cada vez mais forte das cinematografias ibéricas no panorama europeu, e dois títulos que têm sido presença constante nos debates críticos do ano: “Sound of Falling”, da alemã Mascha Schilinski, e “It Was Just an Accident”, de Jafar Panahi — o último um caso singular, vindo de um cineasta que continua a fazer filmes contra todas as circunstâncias políticas.

Os vencedores serão anunciados a 17 de Janeiro, em Berlim, naquela que será inevitavelmente uma das noites mais politizadas e comentadas do cinema europeu.

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O domínio de “Sentimental Value” e a afirmação das novas vozes

O filme de Joachim Trier, produzido numa aliança entre Noruega, França, Dinamarca, Alemanha e Suécia, surge como o grande favorito. Não apenas acumula nomeações nas categorias principais — Filme, Realizador, Actor, Atriz e Argumento — como representa um tipo de cinema europeu que tem conquistado espaço entre a crítica e o público: emocional, preciso, aberto às contradições da vida moderna.

Não é um acaso que Trier e o seu colaborador de longa data, Eskil Vogt, voltem a ser destacados pela escrita. Em “Sentimental Value”, tudo aponta para o mesmo rigor que os tornou figuras centrais da nova vaga escandinava: personagens frágeis, diálogos limados e um conflito interno que nunca cede ao sentimentalismo fácil, apesar do título sugerir o contrário.

Também Stellan Skarsgård e Renate Reinsve surgem como nomeados, reforçando o impacto internacional do elenco.

“Sirāt” e a força das cinematografias periféricas

Se “Sentimental Value” confirma a presença dos países nórdicos, “Sirāt” representa algo distinto: um cinema europeu que olha para as suas margens geográficas e espirituais. Realizado por Oliver Laxe, o filme — produzido entre Espanha e França, com a chancela criativa de Pedro e Agustín Almodóvar — reúne quatro nomeações, incluindo Melhor Filme, Melhor Realização e Melhor Actor para Sergi López.

Laxe continua a trabalhar num território que lhe é típico: paisagens amplas, espiritualidade intensa, figuras solitárias que se movem entre o real e o metafísico. A nomeação conjunta de Santiago Fillol e Laxe para Melhor Argumento é também um sinal da força literária deste projecto.

Jafar Panahi regressa através do cinema

Depois de anos de proibições e limitações impostas pelo regime iraniano, Jafar Panahi volta a ser nomeado pelos European Film Awards com “It Was Just an Accident”, uma coprodução entre França, Irão e Luxemburgo. O filme, uma ficção que toca no documental, está nomeado para Melhor Filme, Melhor Realização e Melhor Argumento.

A presença de Panahi nesta lista tem algo de político — não por condescendência, mas porque a sua obra insiste em existir apesar de todos os obstáculos. Os EFA têm, de resto, tradição em reconhecer artistas que desafiam estruturas de poder, e esta nomeação é mais uma peça dessa história.

“Sound of Falling” e o regresso ao intimismo alemão

Com três nomeações, “Sound of Falling”, de Mascha Schilinski, junta-se ao topo das preferências. O cinema alemão, tantas vezes associado ao rigor formal e à contenção emocional, volta aqui a explorar temas de perda, identidade e fragilidade. A presença de Schilinski nas categorias de Realização e Argumento confirma uma tendência clara: esta década está repleta de novas realizadoras que ocupam o centro do panorama europeu.

As restantes categorias: um continente a várias vozes

Embora o foco recaia inevitavelmente nos filmes mais nomeados, a lista completa revela a riqueza e amplitude do cinema europeu. Obras que transitam entre o documentário, a animação e a ficção encontram-se lado a lado, numa paisagem que resiste a classificações simples.

Para destacar apenas alguns universos presentes:

Entre os nomeados a Melhor Filme encontramos:

  • cinema de animação com forte componente autoral;
  • documentários transcontinentais sobre crise, memória e resistência;
  • ficções híbridas que cruzam géneros e desafiam estruturas narrativas.

Nas categorias de interpretação, sobressaem nomes consagrados como Mads Mikkelsen, Toni Servillo, Vicky Krieps e Leonie Benesch, ao lado de actores emergentes como Idan Weiss

Na secção de Documentário, surgem cineastas como Albert Serra e Andres Veiel, confirmando que o cinema europeu continua a explorar as fronteiras entre factos e imaginação com liberdade total.

E na Animação, a diversidade vai de produções francesas a coproduções bálticas, passando por uma sólida presença espanhola.

A categoria European Discovery – Prix FIPRESCI

Aqui encontramos algumas das vozes mais promissoras do continente, com filmes vindos da Eslovénia, Reino Unido, Turquia, Dinamarca e Polónia — uma selecção que antecipa quais serão, provavelmente, os nomes de que falaremos durante a próxima década.

A Europa continua a reinventar-se através do cinema

A lista de nomeações deste ano funciona como uma radiografia da vitalidade do cinema europeu: diversa, multiforme, politizada, aberta ao risco e, acima de tudo, profundamente humana.

Se “Sentimental Value”, “Sirāt”, “Sound of Falling” e “It Was Just an Accident” parecem liderar a corrida, o verdadeiro vencedor é o próprio continente — que, apesar dos seus conflitos, tensões e divergências, encontra no cinema um ponto de encontro, diálogo e memória.

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Dia 17 de Janeiro, em Berlim, saberemos quem leva as estatuetas para casa. Mas por agora, vale a pena celebrar aquilo que esta lista já representa: um continente que continua a pensar através da imagem, a sentir através da narrativa e a reinventar-se, filme após filme.

O Filme Português Que Já Conquistou Paris — O Riso e a Faca Entre os Melhores do Ano para a Cahiers du Cinéma

A revista francesa colocou a obra de Pedro Pinho no top 5 de 2025, celebrando um triunfo raro e histórico para o cinema português.

O cinema português volta a fazer história — e desta vez com estrondo internacional. A Cahiers du Cinéma, considerada por muitos a mais influente revista de crítica cinematográfica do mundo, divulgou o seu top 10 dos melhores filmes de 2025, e O Riso e a Faca, de Pedro Pinho, surge numa honrosa e surpreendente 5.ª posição. Num ranking onde figuram nomes gigantes como Paul Thomas Anderson, Albert Serra, Richard Linklater ou Christian Petzold, a presença de um filme português não é apenas motivo de orgulho: é uma validação artística de dimensão global.

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A lista é liderada por Tardes de Solidão, documentário de Albert Serra dedicado ao toureiro Andrés Roca Rey, seguido de Batalha Atrás de Batalha, o novo épico de Paul Thomas Anderson, e de Yes!, de Navad Lapid. Logo depois surge O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, e, em 5.º lugar, a obra de Pedro Pinho — o único filme português distinguido este ano e um dos poucos na história a alcançar semelhante destaque.

O Riso e a Faca é uma co-produção entre Portugal, Brasil, França e Roménia e apresenta a história de Sérgio, um engenheiro ambiental português que viaja até à Guiné-Bissau para avaliar os impactos ambientais da construção de uma estrada. O que começa como uma missão aparentemente técnica transforma-se num retrato incisivo sobre neocolonialismo, desigualdade e fracturas sociais ainda vivas entre o deserto e a selva. É cinema político, sensorial e profundamente inquietante — características que certamente conquistaram os críticos franceses.

Esta é apenas a segunda longa de ficção de Pedro Pinho, depois de A Fábrica do Nada (2017), também apresentado em Cannes. E foi justamente no festival francês, em maio, que O Riso e a Faca se estreou, garantindo um feito inédito para Portugal: Cleo Diára venceu o prémio de Melhor Interpretação no Un Certain Regard. Um marco histórico para o cinema nacional, que raramente encontra espaço de destaque neste tipo de selecções.

O filme estreou nas salas portuguesas no final de Outubro, tendo já saído de exibição, mas a consagração internacional reacende o interesse e confirma a força do olhar de Pedro Pinho sobre a herança pós-colonial portuguesa. Num ano cinematográfico especialmente competitivo, com obras de autores consagrados e estreias muito aguardadas, O Riso e a Faca conseguiu impor-se como uma das experiências mais marcantes e politicamente relevantes de 2025.

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Para muitos, este reconhecimento pode trazer uma nova vida à obra, futura redescoberta em ciclos de cinema, retrospectivas e plataformas de streaming. Para o cinema português, porém, fica já gravado: em 2025, um dos melhores filmes do ano falava português.

Marrakech Abre as Portas ao Cinema Mundial: Bong Joon Ho, Jenna Ortega e Anya Taylor-Joy Dão o Arranque Oficial à 22.ª Edição do Festival

O realizador de Parasitas comanda um júri de luxo numa edição que celebra novos talentos, grandes homenagens e a consolidação de Marrakech como ponte entre continentes e palco estratégico na corrida aos Óscares.

O Festival Internacional de Cinema de Marrakech regressou em força para a sua 22.ª edição, inaugurado com uma noite que reuniu nomes maiores do cinema mundial e reafirmou o estatuto do certame como um ponto de encontro entre continentes, culturas e gerações de cineastas. Bong Joon Ho, que preside ao júri deste ano, foi recebido com uma ovação calorosa, acompanhado por Jenna Ortega, Anya Taylor-Joy e muitas outras figuras destacadas da indústria. A sessão de abertura incluiu a exibição de Dead Man’s Wire, o novo filme de Gus Van Sant, apresentado no palco pelo produtor Cassian Elwes.

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O vencedor do Óscar por Parasitas abriu oficialmente o festival evocando a sua própria juventude: “Aos 22 anos, devorava filmes com fome de estudante de cinema”, recordou. Ao olhar para Marrakech a celebrar igualmente os seus 22 anos de existência, Bong disse reconhecer “a mesma energia vibrante, cheia de paixão pelo cinema”. A comparação não poderia ser mais feliz: o festival, tal como ele próprio naquela idade, está num momento de maturidade efervescente, movido por impulso criativo e pelo desejo de descoberta.

Dead Man’s Wire, inspirado no caso real do criminoso Tony Kiritsis, chega ao festival depois da estreia em Veneza e colecciona elogios da crítica internacional, com destaque para a interpretação de Bill Skarsgård. O filme prepara-se para entrar em circuito comercial em Janeiro, mas em Marrakech foi sobretudo o elenco do júri que roubou atenções. Para além de Bong, a organização reuniu Jenna Ortega — actualmente um dos rostos mais reconhecidos da nova geração — Anya Taylor-Joy, Celine Song, Julia Ducournau, Karim Aïnouz, Hakim Belabbes e Payman Maadi. Uma equipa ecléctica e prestigiada, capaz de valorizar como poucos a selecção de 14 filmes de realizadores emergentes que competem este ano.

Na passadeira vermelha, Melita Toscan du Plantier, presidente do festival e figura central na sua arquitectura programática, sublinhou o impacto do painel de jurados para os novos talentos. Para muitos dos realizadores estreantes, saber que o seu primeiro ou segundo filme será visto por Bong Joon Ho, por vencedores de prémios internacionais ou por estrelas globais, é quase tão importante quanto a própria competição. E houve ainda espaço para confirmar a chegada de Jodie Foster, homenageada nesta edição e que visita Marrocos pela primeira vez.

Celine Song, realizadora de Past Lives e Materialists, confessou estar particularmente entusiasmada com esta vertente do festival — a capacidade de descobrir cinema sem o peso das expectativas. Para ela, Marrakech tem a mesma frescura de Sundance: um lugar onde se entra “sem contexto” e onde a surpresa é parte essencial da experiência.

Remi Bonhomme, director artístico, reforçou esse posicionamento híbrido: Marrakech vive entre a Europa e África, e isso permite-lhe ter uma programação simultaneamente cosmopolita e regional. Para além disso, o lugar estratégico no calendário — no final do ano — coloca o festival directamente no corredor da temporada de prémios. E não é coincidência que tantos países tenham inscrito os seus candidatos aos Óscares na secção dedicada ao cinema internacional, como HomeboundPalestine 36Calle MalagaThe President’s CakeA Poet e No Other Choice.

Bill Kramer, director executivo da Academia de Hollywood, esteve presente e deixou claro que a instituição pretende reforçar a sua presença no Norte de África e no Médio Oriente. Marrakech, disse, está a tornar-se “uma paragem incontornável no circuito dos Óscares”. É um elogio raro, mas merecido, para um festival que tem investido na expansão internacional sem perder o cuidado artesanal da curadoria.

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A cerimónia de abertura terminou com uma homenagem emotiva ao actor egípcio Hussein Fahmi, de 85 anos, que recebeu aplausos de pé enquanto revia cenas de alguns dos seus papéis mais marcantes. Depois, cumprimentou um a um os membros do júri, num momento de reverência entre gerações e geografias.

O festival decorre até 6 de Dezembro e promete encontros memoráveis com nomes como Jodie Foster, Guillermo del Toro, Laurence Fishburne, Kleber Mendonça Filho, Andrew Dominik e Jafar Panahi — uma edição que reafirma a vocação universalista de Marrakech e a sua crescente influência no mapa dos grandes festivais de cinema.

“O Professor de Inglês” chega esta semana a Portugal — e pode emocionar-te mais do que imaginas

Uma amizade improvável e inspiradora está prestes a chegar às salas de cinema portuguesas: o filme The Penguin Lessons — traduzido para português como O Professor de Inglês — estreia no próximo dia 4 de dezembro e traz consigo uma história real, comovente e cheia de esperança.  

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🐧 De professor desiludido a amigo improvável

A história centra-se em Tom Michell, um professor britânico que, nos anos 70, aceita leccionar numa escola para rapazes em Buenos Aires. Desiludido, indiferente e nada preparado para os desafios que encontra — turmas difíceis, ambiente de tensão política e uma sociedade em crise —, Tom pensa que vai passar por ali sem grande impacto. Mas tudo muda quando, numa viagem ao Uruguai, resgata um pinguim coberto de óleo, à beira da morte.  

Decidido a salvar o animal, Tom acaba por trazê-lo consigo para a escola, onde o pinguim — baptizado de Juan Salvador — começa, aos poucos e com gestos simples, a transformar a realidade de todos à sua volta. Estudantes que perdiam o interesse nas aulas voltam a prestar atenção, o corpo docente redescobre empatia e o próprio Tom reencontra sentido de vida. Numa Argentina mergulhada em caos e injustiças, surge uma lufada de humanidade através de olhares, peixes e barbatanas.  

Entre o drama político e o calor da esperança

O filme não evita o contexto histórico turbulento: 1976 era um dos períodos mais sombrios da Argentina, com uma ditadura militar a pairar e o medo a condicionar vidas. Esse pano de fundo dá peso à narrativa — a amizade entre homem e animal torna-se um acto de resistência, de coragem silenciosa e de humanidade partilhada.  

Mas longe de se tornar um drama sombrio, “O Professor de Inglês” encontra equilíbrio entre a brutalidade dos tempos e a ternura de um pinguim que, sem palavras, ensina o valor da compaixão, da amizade e da esperança. A presença deste pequeno ser no grande ecrã transforma-se num símbolo poderoso de resistência emocional e colectiva — algo que talvez seja mais necessário do que nunca.

Direção e elenco: mãos seguras e corações abertos

Sob a direcção de Peter Cattaneo — conhecido nome do cinema britânico — e com argumento adaptado do livro homónimo de Tom Michell, o filme conta com performances marcantes de Steve Coogan e Jonathan Pryce, entre outros. A interpretação, sobretudo de Coogan, equilibra o ceticismo inicial com uma transformação comovente, e transforma o pinguim Juan Salvador numa das personagens mais cativantes da tela.  

A forma como o filme mistura humor subtil, drama humano e contexto histórico revela uma abordagem sensível e madura — uma prova de que, por vezes, os filmes mais simples e humanos são os que mais tocam o coração.

Por que vale a pena ver “O Professor de Inglês”

Este filme não é uma fábula ingénua sobre animais fofinhos — é uma história de redenção, resiliência e solidariedade, ambientada num momento delicado da história da Argentina. E é também um lembrete de que, mesmo nas piores circunstâncias, gestos aparentemente pequenos podem redesenhar vidas.

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Se procuras um filme que combine emoção e reflexão, com personagens reais (mesmo que algumas delas tenham barbatanas), “O Professor de Inglês” parece feito à medida. Uma prova de que a empatia não tem fronteiras — nem espécies.

“Wuthering Heights”: O Filme-Sensação de 2026 Que Está a Incendiar a Internet Antes Mesmo de Chegar aos Cinemas

Poucas adaptações literárias geram tanta antecipação (e discórdia) antes de chegarem aos cinemas, mas Wuthering Heights — a nova leitura cinematográfica de O Monte dos Vendavais — conseguiu exactamente isso. Com Margot Robbie e Jacob Elordi a darem vida a Catherine Earnshaw e Heathcliff numa abordagem ferozmente moderna do clássico de Emily Brontë, a realizadora Emerald Fennell prepara-se para dividir opiniões e deixar marca em 2026.

A estreia está marcada para 11 de Fevereiro de 2026, e, a julgar pelas primeiras imagens, Fennell não pretende seguir o caminho tradicional. Depois de Promising Young Woman e do fenómeno visual e polémico Saltburn, a realizadora regressa com uma visão visceral — mais psicológica, mais sensual, mais pop — do romance gótico que há quase dois séculos atormenta e fascina leitores..

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Uma dupla que promete inflamar o ecrã

Margot Robbie e Jacob Elordi são já o epicentro de toda a discussão online. Na prévia divulgada, os dois surgem envolvidos numa tensão quase eléctrica, acompanhados por “Chains of Love”, de Charli XCX — uma escolha inesperada que injeta pulsação contemporânea num drama originalmente enraizado na ruralidade agreste inglesa.

A reacção do público foi instantânea:

— uns elogiam a ousadia de Fennell,

— outros torcem o nariz ao afastamento do tom clássico.

Mas indiferentes? Praticamente ninguém.

Fennell recusa fazer museu: quer reinvenção

A realizadora deixa claro que não quer recriar fielmente o século XIX, mas reinterpretá-lo. Abandona o romantismo nebuloso e aposta num retrato cru das emoções violentas que definem a relação entre Catherine e Heathcliff: obsessão, dependência, desejo, destruição.

A escolha de Elordi para Heathcliff também acendeu debates entre leitores mais puristas, mas a produção sublinha que este filme é uma nova leitura — não uma reconstituição histórica, e muito menos uma tentativa de agradar à crítica tradicional.

Estética de luxo e ambição autoral

Com fotografia de Linus Sandgren, figurinos de Jacqueline Durran e Margot Robbie também na produção, o filme apresenta-se como uma reinterpretação visualmente poderosa de um dos romances mais selvagens da literatura inglesa.

Fennell parece ter um objectivo claro: pegar na energia devastadora de “O Monte dos Vendavais” e fazê-la vibrar para uma geração que vive, sente e consome histórias com urgência — mas sem paciência para adaptações tímidas.

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Um clássico a ferver — outra vez

O que se antevê é uma adaptação que não quer apenas contar a história de Catherine e Heathcliff. Quer reativar o furacão emocional que sempre definiu o livro — e fazê-lo explodir no ecrã, nas redes sociais e, se depender de Fennell, na experiência íntima de quem o vê.

Se este é apenas o efeito do trailer, Fevereiro de 2026 pode muito bem tornar-se uma data marcante no calendário cinematográfico.

A Surpresa Que Londres Esconde: Urchin Chega ao Nimas com Conversa Especial

Harris Dickinson estreia-se na realização com um retrato cru, inquieto e profundamente humano

O Cinema Nimas prepara-se para receber uma das estreias mais intrigantes deste final de ano: Urchin, a primeira longa-metragem realizada pelo actor Harris Dickinson, conhecido do grande público pelos seus papéis em Triângulo da Tristeza e Babygirl. A sessão especial acontece no dia 27 de Novembro, às 19h30, e será seguida de uma conversa com o crítico de cinema Vasco Câmara e o realizador Pedro Cabeleira, dois convidados que prometem elevar o debate sobre esta estreia inesperada.

É sempre curioso assistir ao momento em que um actor decide dar o salto para detrás da câmara. Dickinson, uma das faces mais expressivas e versáteis da sua geração, escolhe fazê-lo com um filme que não procura conforto nem convenções. Urchin é um mergulho na Londres que raramente aparece nos cartões-postais: a Londres das esquinas frias, dos ciclos difíceis de quebrar, das vidas que teimam em sobreviver apesar de tudo.

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Uma história que não pede licença

O filme segue Mike, um jovem sem-abrigo preso num loop de autodestruição, à procura de algo que se pareça com uma segunda oportunidade. Dormiu nas ruas, passou pela prisão e agora tenta reconstruir-se, mesmo que o mundo à sua volta insista em empurrá-lo para trás. Dickinson filma este trajecto com uma proximidade desconcertante, recusando dramatizações fáceis ou moralismos. Mike é falível, perdido, frustrado — e é precisamente isso que o torna tão humano.

Urchin aproxima-se do absurdo em vários momentos, mas nunca perde de vista o seu centro emocional: a ferida aberta de alguém que ainda não desistiu, mesmo quando tudo sugere que deveria. O filme expõe aquilo que a sociedade tantas vezes se recusa a ver — as microestruturas invisíveis que condicionam vidas inteiras, os padrões que se repetem, as paredes contra as quais se bate mesmo sem perceber porquê.

O estudo de uma margem que é mais familiar do que parece

Há algo de profundamente empático na forma como Dickinson constrói o filme. Não há complacência, mas também não há distância. O que Urchin propõe é uma observação honesta da vida nas margens — onde a dignidade persiste, mesmo quando o mundo inteiro parece ter virado costas.

Ao mesmo tempo, a obra não esconde o humor estranho e quase absurdo que pode surgir nos momentos mais inesperados. É esse equilíbrio — entre crueza e estranheza, entre dor e ternura — que confere ao filme uma identidade própria. Não é um drama social tradicional; é mais um retrato sensorial e emocional de alguém que tenta respirar dentro de uma vida que o sufoca.

Uma estreia que merece atenção

Harris Dickinson estreia-se na realização com uma segurança surpreendente, revelando uma direcção que sabe quando se aproximar e quando recuar, quando observar e quando confrontar. Urchin não quer ser um manifesto, nem um tratado sociológico; quer ser uma experiência — às vezes desconfortável, sempre verdadeira.

A sessão especial no Nimas, com Vasco Câmara e Pedro Cabeleira, acrescenta uma camada indispensável: a oportunidade de discutir o filme com duas vozes que pensam o cinema com profundidade e paixão. Para quem acompanha novos realizadores, novas linguagens e novas maneiras de olhar a cidade, esta é uma estreia a não perder.

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Urchin é, em última análise, um filme sobre tentar — e, por vezes, falhar — mas continuar mesmo assim. É sobre aqueles que vivem onde ninguém quer olhar, mas que, como todos, procuram apenas um lugar onde possam finalmente recomeçar.

O Filme Que Está a Dividir Críticos: A Estranha Odisseia de Hamnet

Quando Shakespeare Inspira um Drama Fantástico… e Umas Quantas Gripezinhas Criativas

Hamnet chega envolto numa onda de entusiasmo que quase parece maior do que o próprio filme. Depois de conquistar o People’s Choice Award no Festival de Toronto — um prémio que, curiosamente, tem o dom quase místico de irritar sempre os mesmos críticos — o novo trabalho de Chloé Zhao aterra nas salas com a confiança própria de quem já foi proclamado “o melhor filme de sempre” numa citação publicitária tão hiperbolizada que nem o site que a supostamente escreveu parece saber onde ela está. Convenhamos: é um começo… peculiar.

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Adaptado do romance de Maggie O’Farrell, Hamnet reinventa a história por detrás da criação de Hamlet, imaginando um Shakespeare em modo devaneio espiritual, a transformar a morte real do filho de onze anos numa catarse literária. O problema é que, segundo o texto original que inspirou este artigo, esta transformação cinematográfica não só exige um salto de fé, como um salto ornamental completo — daqueles dignos de competição olímpica.

Zhao anuncia desde o primeiro plano que não está interessada no rigor histórico. Jessie Buckley surge enrolada no chão da floresta, vestida de vermelho vivo, quase como uma divindade pagã caída num postal ilustrado de Terrence Malick. A sua Agnes (o nome pelo qual Anne Hathaway, mulher de Shakespeare, é aqui chamada) é apresentada como uma espécie de criatura mística que conversa com aves de rapina, tem poderes telúricos e transforma um parto numa cheia bíblica. Buckley, sempre impecável, tenta dar humanidade a esta figura mitológica, mas nem o seu talento evita que a personagem oscile entre o excêntrico e o involuntariamente cómico.

Depois temos Shakespeare, interpretado por Paul Mescal num registo tão trapalhão e desarticulado que o espectador fica a pensar se a ausência de eloquência será uma piada interna. A decisão artística é ousada, sem dúvida, mas acaba por ser estranha numa narrativa que gira à volta de um dos maiores escritores da História. Mescal — brilhante em Aftersun — vê-se aqui preso a um papel que insiste em transformá-lo num bobalhão melancólico perseguido por ravinas simbólicas que gritam “DESTINO TRÁGICO” com letras gigantes.

Quando chega a morte da criança, Zhao puxa do manual de melodrama com tanta intensidade que qualquer comparação com E.T. passa a parecer elogio moderado. A encenação do sacrifício do pequeno Hamnet, que supostamente “engana” a doença para salvar a irmã, estica o conceito de realismo mágico para lá da elasticidade possível. Buckley entrega uma performance visceral, repleta de gritos, lágrimas e toda a carga emocional possível, mas o filme parece mais interessado em provocar soluços do que em explorar a dor com subtileza.

O luto dá depois lugar ao ressentimento: Agnes transforma Shakespeare no saco de pancada emocional da casa, acusando-o de estar ausente em Londres, ocupado a escrever algumas das maiores obras da literatura, enquanto devia… assistir à tragédia em directo. A tensão culmina numa cena no Globe Theatre que desafia qualquer lógica histórica e que apresenta Agnes como alguém que, ao ver uma peça pela primeira vez, encontra redenção espiritual no exacto momento em que o argumento o exige.

O texto fornecido afirma ainda que Hamnet adopta uma visão quase simplista do processo criativo, atribuindo a génese de Hamlet a um momento de dor tão imediato que ignora completamente o trabalho, reescrita e complexidade inerentes à criação artística. Shakespeare, tal como aqui apresentado, praticamente tropeça no famoso “Ser ou não ser” entre um abismo e outro, como se as palavras lhe caíssem do céu. É um retrato algo redutor, por mais poético que Zhao o tente tornar.

Também há ecos de Nomadland, com os mesmos enquadramentos poético-rústicos ao pôr-do-sol e um uso intensivo da música de Max Richter — incluindo “On the Nature of Daylight”, peça recorrente em tantas produções que já rivaliza com “Carmina Burana” na categoria “banda sonora incontornável, mas desgastada”.

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No fim, Hamnet pode ser visto como uma tentativa ambiciosa de transformar Shakespeare em mito e dor em fantasia. Mas, segundo a crítica que esteve na base deste texto, é uma obra que procura lágrimas antes de procurar verdade, preferindo adornar a emoção em vez de a explorar. O resultado é um filme que divide, que provoca reacções fortes — nem sempre pelas razões pretendidas — e que deixa no ar uma pergunta: será este épico emocional um poema visual ou apenas um truque dramático à procura de prémios?

“Zootrópolis 2”: Uma Continuação Que Cumpre o Mínimo… e Pouco Mais

Há dias assim: acordamos, respiramos fundo e percebemos que estreou mais uma comédia de animação sobre animais falantes que resolvem problemas em cenários digitais impecáveis. Zootrópolis 2 — ou Zootopia 2, como é conhecido nos Estados Unidos — encaixa exactamente neste molde. Não é um filme produzido por inteligência artificial, mas não seria difícil acreditar no contrário.

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O original de 2016 conquistou o público com uma proposta fresca: uma cidade onde predadores e presas convivem numa utopia altamente funcional, recheada de humor, metáforas sociais e um duo improvável de protagonistas. Desta vez, porém, a sequela parece seguir uma cartilha corporativa tão rígida que as suas piadas soam pré-aprovadas por comité e a sua estrutura avança com o automático ligado.

Regressamos a Zootrópolis, esse mundo tecnicolor onde coelhos, ursos, antílopes, preguiças e leões vivem side by side — e onde, claro, Alan Tudyk aparece mais uma vez em modo cameo vocal, como se fosse uma tradição contratual. Judy Hopps, a coelha persistente e idealista, continua a patrulhar a cidade; Nick Wilde, a raposa streetwise promovida a agente da autoridade, mantém o charme cínico mas domesticado. A dupla continua funcional, simpática, eficaz. Mas muito pouco além disso.

A nova aventura começa com um crime improvável: um réptil — o único grupo animal que a cidade continua a rejeitar de forma óbvia — é acusado de roubar um diário pertencente à família aristocrática dos linces fundadores de Zootrópolis. O caderno esconde segredos sobre as “paredes meteorológicas”, as estruturas que permitem coexistirem dentro da mesma cidade múltiplos climas e biomas. A investigação rapidamente os leva a uma conspiração que, como sempre, atinge o topo da pirâmide social. Nada de novo, nada inesperado, nada particularmente ousado.

Há piadas, claro. Algumas até funcionam. Mas têm aquela precisão tão mecânica — quase estéril — que parece resultante de fórmulas testadas à exaustão em focus groups. O filme é limpinho, seguro, funcional. Mas falta-lhe alma. A sensação dominante é a de estarmos perante um “produto” que cumpre tabela, em vez de uma sequela com identidade própria.

Zootrópolis 2 é, no fundo, um filme ideal para entreter crianças num voo longo ou numa viagem de carro. E isto não é uma crítica — há valor em obras que cumprem essa função. Mas, ao contrário do primeiro capítulo, que surpreendia pelo humor inteligente e pela ambição temática, esta continuação avança sem riscos e sem entusiasmo, como se fosse apenas mais uma entrada encomendadíssima num catálogo de streaming.

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Disney já fez melhor. E os espectadores também já viram melhor. Talvez a terceira parte — se vier aí um Z3 — tenha a coragem de regressar às raízes mais sombrias, satíricas e criativamente desafiantes do original. Por agora, ficamos com este capítulo ameno, competente, mas quase indistinguível de uma criação algorítmica.

“Rental Family”: O Filme com Brendan Fraser que Expõe a Solidão Moderna Através de Relações “Por Aluguer”

A obra de Hikari mergulha num fenómeno real no Japão e transforma-o num retrato comovente sobre perda, pertença e a procura desesperada de ligação humana.

O conceito parece retirado de uma ficção sombria, mas existe mesmo: serviços que permitem “alugar” familiares, amigos ou acompanhantes para momentos específicos da vida. No Japão, esta prática — simultaneamente transaccional e emocional — tem alimentado artigos, livros e estudos sociológicos. Agora chega também ao cinema através de “Rental Family”, o novo filme de Hikari, com Brendan Fraser no papel principal.

A longa-metragem, que passou pelo Festival Internacional de Cinema de Tóquio e estreou nos EUA esta sexta-feira (chega a portugal em 26 de Janeiro e ao Japão a 27 de Fevereiro de 2026), acompanha Phillip, um actor norte-americano em dificuldades que vive em Tóquio e decide trabalhar para uma agência chamada Rental Family. O que começa como um emprego peculiar rapidamente se transforma numa viagem íntima pela vida dos clientes — e pela dele próprio.

Mari Yamamoto: uma actriz movida pela empatia — e marcada pelo luto

Entre os destaques do elenco está Mari Yamamoto, actriz e argumentista japonesa, que interpreta Aiko, uma funcionária da agência. A actriz revelou que foi atraída pela personagem por esta representar alguém capaz de cuidar profundamente dos outros, mesmo quando isso exige ir “mais além”.

Aiko chegou-lhe num momento frágil: Yamamoto enfrentava um processo de luto pessoal. O guião, profundamente humano, tornou-se uma espécie de catarse:

“O argumento era incrivelmente belo. Eu estava a atravessar uma perda e tocou-me muito perceber que há esperança — que é possível encontrar pessoas que cuidam de nós.”

O seu passado como jornalista surgiria como uma mais-valia inesperada: ajudou-a a investigar, a observar e a construir a vida interior da personagem com precisão quase documental.

“O jornalismo procura a verdade factual; a representação procura a verdade emocional. Construo uma personagem como escrevia um artigo: tijolo a tijolo.”

Uma realidade muito mais próxima do que parece

Para compor Aiko, Yamamoto e o actor Takehiro Hira — que interpreta o dono da agência — visitaram uma empresa real que oferece serviços semelhantes aos de uma “família de aluguer”. A experiência ajudou a solidificar o conceito e a perceber como estas relações funcionam na prática.

Durante as filmagens, Yamamoto confrontou-se também com notícias reais que ecoavam directamente a narrativa. A caminho do set, leu sobre duas mulheres japonesas que receberam estatuto de refugiadas no Canadá devido à discriminação que sofreram por serem um casal. Esse detalhe aproximou-a ainda mais da história: no filme, Phillip tem como primeiro trabalho interpretar o noivo numa cerimónia falsa para ocultar o relacionamento homossexual de uma cliente. A coincidência cortou-lhe o coração — e confirmou-lhe que este era um filme necessário.

Quando a terapia não é opção: o estigma da saúde mental no Japão

No enredo, Phillip questiona o porquê de tantas pessoas recorrerem a uma “família por aluguer” em vez de procurar apoio psicológico. A resposta é simples — e real:

“Muitos não podem. A saúde mental ainda é fortemente estigmatizada no Japão.”

O filme sublinha que, num país onde 38% dos agregados eram compostos por apenas uma pessoa em 2020 (e poderão ser 44,3% em 2050), a solidão tornou-se um problema nacional. Uma sondagem recente indica que 39% dos japoneses se sentem sós com frequência.

Para Yamamoto, criticar estes serviços é ignorar a realidade:

“Prefiro que exista um sítio para onde as pessoas possam ir, em vez de caírem nas falhas da solidão. Ninguém está imune a ela.”

Entre dois mundos: a própria solidão de Yamamoto

Filha de duas culturas — Japão e Reino Unido — Yamamoto cresceu a sentir-se deslocada. Quando regressou ao Japão, descobriu que já não correspondia às expectativas de uma sociedade onde a conformidade é norma.

“Era demasiado crítica e demasiado directa. Não encaixava.”

Ao viver nos EUA, percebeu que o Ocidente também não tinha respostas para tudo. Hoje, reconhece os méritos e falhas de ambos os mundos. E essa compreensão torna Rental Family ainda mais pessoal:

“Não há soluções universais. Cada cultura precisa de enfrentar os seus desafios à sua maneira.”

Um filme sobre solidão — mas também sobre humanidade

No fundo, Rental Family é menos sobre serviços artificiais e mais sobre a profunda necessidade humana de pertença. Hikari conduz essa reflexão com delicadeza, e Brendan Fraser — que continua numa fase artística extraordinária — entrega uma interpretação tocante, silenciosa, mas cheia de vida interior.

É um daqueles filmes que parecem pequenos por fora, mas gigantes por dentro — e que falam de uma verdade que, de tão óbvia, dói: ninguém devia enfrentar a vida sozinho.

O Filme Português que Está a Surpreender a Estónia e a Argentina — e a Levar o Alentejo pelo Mundo

«18 Buracos para o Paraíso», de João Nuno Pinto, estreia em dois festivais internacionais e torna-se o primeiro filme português distinguido com o selo Green Film.

Há filmes que nascem de uma paisagem. Outros, de uma inquietação profunda. 18 Buracos para o Paraíso nasce dos dois. A nova longa-metragem de João Nuno Pinto, inspirada no território alentejano, está a dar que falar muito para lá das fronteiras portuguesas. Ontem estreou na 29.ª edição do Tallinn Black Nights Film Festival, na Estónia, e hoje chega ao prestigiado Mar del Plata Film Festival, na Argentina — o único festival de classe A na América Latina, ao lado de gigantes como Berlim, Cannes ou Veneza.

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A obra, com 108 minutos, percorre a ruralidade alentejana através de uma narrativa fragmentada, construída a partir de três olhares femininos. No elenco encontramos nomes como Margarida Marinho, Beatriz Batarda, Rita Cabaço e Jorge Andrade, acompanhados por membros da comunidade local onde decorreu a rodagem. A história passa-se numa herdade assolada pela seca, onde proprietários e trabalhadores relatam os mesmos acontecimentos, cada um segundo a sua visão, como se cada perspetiva fosse um raio de sol a bater de forma diferente na mesma terra.

Além da presença internacional, o filme já conquistou um marco importante: tornou-se o primeiro filme português a receber a certificação Green Film. Este selo reconhece práticas ambientais responsáveis no processo de produção audiovisual — um detalhe particularmente simbólico, tendo em conta o tema central da obra. Afinal, 18 Buracos para o Paraíso é tão sobre o que vemos no ecrã como sobre o modo como o próprio cinema impacta o mundo que retrata.

A produção é da Wonder Maria Filmes, liderada por Andreia Nunes, em co-produção com a italiana Albolina Film e a argentina Aurora Cine. A distribuição internacional cabe à Alpha Violet. Em Portugal, o público terá de esperar mais um pouco: a estreia comercial está prevista apenas para 2026.

As sessões no Mar del Plata decorrem no Auditorium e voltam a repetir-se a 15 de Novembro, às 14h30, no Colon — apresentando a história alentejana a públicos de dois continentes diferentes no espaço de 24 horas.

Uma reflexão nascida da terra

João Nuno Pinto revela que o filme nasceu da urgência de retratar uma realidade que conhece de perto. A viver no Alentejo desde 2020, o realizador tem observado “a seca, a desertificação e as pressões do turismo e da especulação imobiliária”. O filme, explica, procura olhar para a crise ambiental não como um alerta distante, mas como uma presença quotidiana, que molda a vida das pessoas e o futuro da região.

A estrutura tripartida — três mulheres, três narrativas, três formas de interpretar os mesmos factos — reorganiza constantemente a perceção do público, criando uma teia emocional onde cada revelação altera o significado da anterior. Para o realizador, esta abordagem coloca o espectador “dentro dos mundos inquietos e frágeis destas mulheres”, tornando a história simultaneamente íntima e universal.

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No fundo, como sublinha João Nuno Pinto, o filme é “uma reflexão sobre fragilidade: da terra, da sociedade e da conexão humana”. Um tema local que ecoa uma realidade partilhada em todo o mundo — e que agora encontra voz em palcos internacionais, onde o Alentejo se revela não apenas cenário, mas personagem viva.

Keeper — O Novo Pesadelo de Osgood Perkins Chega Envolto em Mistério… e Com um Score Que Já Está a Dividir Críticos

Osgood Perkins tem construído, quase em silêncio e sem pressas de agradar, uma das filmografias de terror mais sugestivas dos últimos anos. Depois do fenómeno inquietante que foi Longlegs e da recepção calorosa a The Monkey, o realizador regressa com Keeper — um filme envolto em secretismo, promovido pela Neon com a mesma estratégia de sombras e silêncio que transformou o seu nome numa espécie de promessa para fãs de terror psicológico.

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E agora que as primeiras críticas chegaram, a pergunta impõe-se: está à altura do hype?

Segundo o Rotten Tomatoes, Keeper estreia-se com 65% de aprovação, baseado nas primeiras dezenas de críticas. É uma recepção intermédia, mas longe de ser um desaire — e, mais importante ainda, confirma algo que já se suspeitava: Perkins continua a ser um realizador fascinante, mesmo quando a crítica se divide.

O score não é o mais alto da carreira do cineasta, que recentemente atingiu os 86% com Longlegs, nem supera os 77% de The Monkey. Porém, supera outros trabalhos anteriores, como I Am the Pretty Thing That Lives in the House, que permanece nos 59%. Há uma oscilação clara, mas também uma evolução: Perkins é um cineasta que arrisca, que experimenta, que não segue tendências. E isso, no terror contemporâneo, vale ouro.

As primeiras críticas sugerem um padrão comum. A narrativa de Keeper pode ser “delgada”, como descreveu o Hollywood Reporter, mas aquilo que parece manter a tensão e a eficácia é o trabalho dos actores — especialmente Tatiana Maslany, cuja performance muitos descrevem como o verdadeiro coração da obra. É interessante notar que Perkins já a tinha dirigido num papel mais pequeno em The Monkey; aqui, ele dá-lhe espaço para respirar, sofrer, comandar a câmara. É visível, nas palavras dos críticos, uma espécie de “confiança absoluta” na actriz, que retribui com um desempenho feroz, íntimo e inquietante.

Há também quem note que a experiência de ver Keeper depende muito do espectador. Britt Hayes, da MovieWeb, escreveu que o filme funciona “se acreditarmos que Perkins usa estes tropos com um propósito claro, se considerarmos que os fins justificam os meios”. É uma observação certeira: o cinema de Perkins nunca foi sobre simplicidade ou gratificação imediata. É sobre atmosfera, silêncio, texturas emocionais — e sobre o desconforto que nasce do que não é explicado.

Independentemente de divisões críticas, há algo que ninguém contesta: Perkins está num ritmo criativo impressionante. Enquanto Keeper chega agora às salas, o realizador já está a meio da produção de The Young People, filme que tem gerado expectativas — não só pela premissa, mas pelo elenco, que inclui Lola Tung, Nico Parker e uma adição sonante: Nicole Kidman. É o tipo de velocidade criativa que poucos cineastas conseguem manter no género, especialmente num mercado onde o terror original luta para sobreviver entre sequelas, remakes e universos partilhados.

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Com apenas 1h39 de duraçãoKeeper promete ser mais uma obra contida, afiada e profundamente estilística — muito à imagem daquilo que fez de Perkins um nome incontornável do terror moderno. E mesmo que não atinja a mesma aclamação que Longlegs, o consenso é claro: este filme tem personalidade suficiente, risco suficiente e densidade emocional suficiente para justificar uma ida ao cinema.

Afinal, o terror precisa de vozes singulares. Mesmo quando essas vozes nos deixam inquietos, divididos ou fora do nosso lugar de conforto. Talvez especialmente por isso.

Keeper: Para Sempre — O Amor, o Medo e os Segredos Que Nunca Deveriam Sair da Cabana

O novo pesadelo psicológico de Osgood Perkins chega aos cinemas portugueses

O terror elegante e profundamente psicológico de Osgood Perkins regressa às salas portuguesas este mês com Keeper: Para Sempre, um thriller inquietante onde o amor e a loucura dançam de mãos dadas. O filme, que estreia a 20 de novembro nos cinemas, promete ser uma das experiências cinematográficas mais intensas da estação — uma viagem ao interior de uma relação e aos abismos da mente.

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Perkins, realizador de O Colecionador de Almas (The Blackcoat’s Daughter) e do aclamado Longlegs, volta a explorar a fragilidade humana através de uma narrativa que começa como um drama íntimo e termina num pesadelo de segredos, sombras e arrependimento.

Um aniversário de casamento… e um inferno à espera

A premissa é simples, mas o resultado promete ser devastador: um casal viaja até uma cabana isolada para celebrar o aniversário de casamento. O cenário é idílico — neve, silêncio e promessas de reconciliação. Mas, à medida que a noite cai, algo começa a mexer-se nas paredes, nas vozes e nas memórias.

O que deveria ser um refúgio romântico transforma-se num labirinto de culpa e paranóia, onde o tempo parece distorcer-se e os laços de amor se confundem com as correntes da possessão. As “forças sombrias” que emergem naquela cabana não são apenas sobrenaturais — são também os fantasmas da intimidade, as verdades enterradas e os segredos que nenhuma relação sobrevive a ouvir.

Perkins descreve o filme como “uma história de terror emocional disfarçada de conto de amor”, e, conhecendo a sua obra, é seguro esperar o inesperado: ambientes minimalistas, silêncios longos e uma tensão que se infiltra lentamente, até que já é tarde demais para fugir.

O estilo Perkins: terror com elegância e alma

Filho do lendário Anthony Perkins (Psycho), Osgood construiu o seu próprio espaço no cinema contemporâneo com uma assinatura distinta — o terror atmosférico, cerebral e profundamente humano.

Em Keeper: Para Sempre, essa abordagem parece atingir nova maturidade. Perkins não se contenta com sustos fáceis: prefere explorar a psicologia das personagens, a dor do passado e o peso das escolhas. O resultado é um terror que se sente na pele, mas também no coração.

Visualmente, o filme promete a habitual estética fria e milimetricamente composta — cada plano uma pintura gótica, cada sombra um eco de culpa. A banda sonora, minimalista e dissonante, reforça o desconforto emocional que atravessa toda a narrativa.

O terror como metáfora

O que distingue o cinema de Osgood Perkins é a forma como o sobrenatural serve de espelho para o que é profundamente humano. Em Keeper: Para Sempre, a cabana isolada funciona como uma metáfora de confinamento — o local onde os segredos do casal, cuidadosamente trancados ao longo dos anos, encontram forma e voz.

É um filme sobre o que escondemos das pessoas que amamos e o que acontece quando o passado exige ser ouvido. E, como em Longlegs, o medo não vem apenas do exterior, mas da inevitabilidade do confronto interior.

A promessa de um novo clássico moderno

Com Keeper: Para Sempre, a Neon e Osgood Perkins consolidam uma parceria que tem redefinido o terror contemporâneo: inteligente, visualmente sofisticado e emocionalmente devastador.

Em tempos em que o género é dominado por sustos fáceis e clichés, Perkins propõe outra coisa: um mergulho no íntimo, onde o horror nasce da empatia e da dor, não apenas do medo.

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Prepare-se para um filme que não grita — sussurra. Que não assusta com monstros, mas com verdades. Que não se esquece quando termina.

🎬 Keeper: Para Sempre

📅 Estreia: 20 de novembro de 2025

🎭 Género: Thriller Psicológico

🎥 Realização: Osgood Perkins (O Colecionador de AlmasLonglegs)

🏠 Distribuição em Portugal: Estreia nacional nas principais salas de cinema

Ruby Rose Ataca Sydney Sweeney: “Arruinaste o Filme”

Uma polémica que agita Hollywood

Hollywood nunca dorme — e quando o drama não vem do grande ecrã, vem das redes sociais. Desta vez, o palco da discórdia chama-se Christy, o novo biopic sobre a lendária pugilista Christy Martin, e as protagonistas do combate fora do ringue são Ruby Rose e Sydney Sweeney. A actriz australiana, conhecida por Orange Is the New Black, lançou farpas públicas a Sweeney, acusando-a de ter “arruinado o filme” e de transformar uma história inspiradora numa oportunidade desperdiçada.

A faísca acendeu-se quando Christy estreou nos cinemas, arrecadando apenas 1,3 milhões de dólares na estreia americana — um resultado decepcionante para um projecto que prometia impacto emocional e visibilidade para o boxe feminino. Sweeney interpreta Christy Martin, figura histórica que, nos anos 90, quebrou barreiras num desporto dominado por homens e cuja vida pessoal foi marcada por coragem, violência e superação.

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Ruby Rose: “Christy merecia melhor”

Na terça-feira, Ruby Rose utilizou a rede Threads para desabafar a sua frustração com o filme e com a actriz principal. No texto, revelou ter estado originalmente ligada ao projecto, quando este ainda estava em desenvolvimento:

“O guião original de Christy Martin era incrível. Mudava vidas. Eu estava ligada para interpretar a Cherry — era assim que chamávamos a Christy. A maioria de nós era gay, e tínhamos ligação verdadeira com a história. Foi isso que me manteve na representação.”

Rose criticou abertamente o rumo que o filme tomou e o que considera ter sido uma falta de autenticidade na escolha do elenco, insinuando que Sweeney não teria ligação emocional nem compreensão suficiente do universo retratado:

“As pessoas não querem ver alguém que nos despreza a fingir ser um de nós. És uma cretina e arruinaste o filme. Ponto final. Christy merecia melhor.”

Sydney Sweeney responde com serenidade

As declarações de Rose surgem na sequência de uma publicação de Sydney Sweeney no Instagram, onde a actriz procurou reagir à fraca performance comercial de Christy. Num tom diplomático, Sweeney agradeceu aos fãs pelo apoio e afirmou orgulhar-se da mensagem do filme:

“Nem sempre fazemos arte pelos números. Fazemo-la pelo impacto.”

Mas as palavras não bastaram para conter a onda de críticas — especialmente vindas de quem, como Ruby Rose, defende que histórias queer ou de minorias devem ser contadas por quem vive essas realidades.

A actriz australiana reforçou ainda que o filme perdeu a “voz autêntica” que o tornava especial e lamentou ver uma oportunidade desperdiçada de representar uma mulher complexa e inspiradora como Christy Martin com a verdade que ela merecia.

Um debate que vai além de um filme

A controvérsia reacendeu um debate antigo em Hollywood: quem tem o direito de contar certas histórias? Será a interpretação uma questão de talento e empatia ou de representatividade real?

Kathryn Bigelow — A Mestra da Tensão Que Mudou as Regras de Hollywood

Enquanto Christy enfrenta críticas mornas e resultados de bilheteira abaixo do esperado, Ruby Rose e Sydney Sweeney tornam-se, involuntariamente, símbolos de uma discussão maior sobre autenticidade, identidade e poder criativo na indústria cinematográfica.

No fim, resta uma certeza: mesmo longe do ringue, as lutas de Christy Martin continuam — agora no coração de Hollywood.

Robert Pattinson Interroga Jennifer Lawrence Sobre Hunger Games vs. Crepúsculo — E a Resposta Deixa-o Sem Palavras

Durante a promoção de Die My Love, o ator surpreendeu a colega ao saber que esta fez teste para Crepúsculo — e a discussão sobre qual saga YA é “mais fixe” ficou marcada.

Enquanto promoviam o drama de Lynne Ramsay, Die My Love, nos bastidores de uma entrevista com a revista Vanity Fair, os protagonistas Robert Pattinson e Jennifer Lawrence protagonizaram um momento bem divertido — e revelador.

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Pattinson, que ficou mundialmente conhecido por interpretar Edward Cullen na saga‍ Crepúsculo, perguntou à sua co-estrela:

“Tu fizeste teste para Crepúsculo, certo?”

Jennifer Lawrence não hesitou em responder:

“Sim. Fiz teste para *Crepúsculo’.”

A surpresa de Pattinson foi visível. Depois, ele lançou a pergunta que muitos fãs discutem:

“Achas que Hunger Games é mais gira do que Crepúsculo?”

E a resposta de Lawrence foi… um categórico “não”.

“Não”, disparou a atriz entre risos — e mais tarde brincou com o detetor de mentiras no vídeo: “Esta máquina está avariada.”

Para quem não recorda: Pattinson interpretou Edward na franquia Crepúsculo entre 2008 e 2012, contribuindo para tornar o fenómeno YA numa febre mundial. Por sua vez, Jennifer Lawrence ganhou fama mundial como Katniss Everdeen em The Hunger Games, iniciada em 2012, tornando-se uma das principais atrizes de Hollywood.

A curiosidade está lançada: e se Lawrence tivesse sido escolhida para Bella Swan em vez de Kristen Stewart? Sem dúvida que o panorama YA poderia ter sido bem diferente.

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Die My Love, tem data prevista de estreia para 8 de Janeiro de 2026 nas salas portuguesas.

The Running Man: Edgar Wright Reinventa o Clássico de Stephen King com Glen Powell e Josh Brolin

As pré-vendas arrancam já esta sexta-feira, 7 de Novembro. O filme estreia a 13 de Novembro em Portugal, em todos os formatos premium — IMAX, 4DX, D-Box e ScreenX.

A espera está quase a terminar. A partir desta sexta-feira, 7 de Novembro, o público português já poderá garantir os bilhetes para The Running Man, o novo filme de Edgar Wright, que promete reinventar o clássico distópico de Stephen King (publicado sob o pseudónimo Richard Bachman). A estreia nacional está marcada para 13 de Novembro, com distribuição da NOS Audiovisuais, e chega aos cinemas em grande escala — IMAX, 4DX, D-Box e ScreenX.

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Um regresso ao universo brutal de King

Realizado por Edgar Wright, conhecido por Baby Driver e Last Night in SohoThe Running Man regressa às origens do livro, oferecendo uma leitura mais próxima da visão original de King.

A história segue Ben Richards (interpretado por Glen Powell, estrela de Top Gun: Maverick), um homem comum que aceita participar no programa televisivo mais visto do planeta — uma competição mortal onde os concorrentes, chamados runners, são caçados em direto por assassinos profissionais.

O motivo de Richards é desesperado: salvar a filha doente. O prémio é milionário, mas as hipóteses de sobrevivência são quase nulas. Durante 30 dias, cada passo é transmitido a um público sedento de sangue, num espetáculo controlado pela implacável corporação The Network.

“Queríamos um thriller que refletisse a nossa relação atual com os media, a violência e o voyeurismo. The Running Man é mais relevante do que nunca”, afirmou Edgar Wright na antestreia em Londres.

Elenco de luxo e produção de escala épica

O elenco reúne nomes de peso: Josh Brolin assume o papel de Dan Killian, o produtor carismático e manipulador do programa; Lee Pace interpreta o caçador McCone; e Colman Domingo dá vida a Bobby T, o apresentador que transforma a carnificina num espetáculo televisivo.

Completam o elenco William H. MacyMichael CeraEmilia JonesKaty O’Brian e Daniel Ezra. A produção executiva tem a assinatura do próprio Stephen King, que acompanha de perto esta nova adaptação.

Filmado em mais de 70 localizações europeias, o filme destaca o contraste entre o luxo tecnológico das elites e a dura realidade de uma sociedade autoritária onde a desigualdade se tornou entretenimento.

Antestreia mundial e presença portuguesa

A antestreia mundial decorreu ontem, em Londres, com a presença do realizador e do elenco principal. Entre os convidados internacionais estiveram também os criadores de conteúdo portugueses Afonso Santos e Diogo Brehm, que marcaram presença na red carpet ao lado de Glen Powell e Colman Domingo.

Livro e filme lado a lado

Em simultâneo com o lançamento nos cinemas, a Bertrand Editora apresenta uma edição especial de “The Running Man – Jogo de Sobrevivência”, o romance original de Stephen King, ambientado num futuro distópico em 2025. Esta nova edição, inspirada no poster do filme e lançada em parceria com a Paramount Pictures e a NOS Audiovisuais, assinala a estreia da obra em território português.

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Um retrato feroz da sociedade do espetáculo

Com argumento de Edgar Wright e Michael BacallThe Running Man transporta o público para uma América fragmentada, onde a violência e o entretenimento se confundem. É uma história sobre resistência, moralidade e o preço da audiência — temas que, mais de 40 anos depois do livro original, continuam a ressoar com força perturbadora.

Estreias da Semana: Dakota Johnson Brilha em “Splitsville”, Wagner Moura Ruma aos Óscares e “Bambi” Volta a Fazer Chorar

De comédias românticas a dramas políticos e clássicos reinventados, as salas de cinema portuguesas enchem-se de estreias imperdíveis — com Dakota Johnson, Wagner Moura, Costa-Gavras e até o eterno Bambi.

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Esta semana, o cinema português recebe um conjunto de estreias que promete agradar a todos os públicos: há amor e ironia com Dakota Johnson, suspense político com Wagner Moura, nostalgia pura com Bambi, e ainda dramas intimistas, animação divertida e até uma nova incursão na saga Predador.

🦌 “Bambi, Uma Vida nos Bosques” — um regresso com lágrimas à mistura

Poucos filmes marcaram tantas infâncias como Bambi. O pequeno veado órfão que emocionou gerações volta agora em formato live action, sob o olhar sensível de Michel Fessler. A novidade? Não é um filme da Disney, mas sim uma produção francesa da Gébéka Films, que aposta num tom mais naturalista e melancólico.

A história acompanha o nascimento, crescimento e amadurecimento de Bambi — um corço que aprende sobre amor, perda e sobrevivência na floresta. As vozes de Mylène Farmer e Senta Berger dão vida a esta recriação que promete arrancar lágrimas e memórias.

🇧🇷 “O Agente Secreto” — Wagner Moura em modo espionagem

Depois de Ainda Estou Aqui ter feito história nos Óscares, o Brasil apresenta um novo candidato: O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, autor de Bacurau e Aquarius. A ação decorre em 1977, durante a ditadura militar, e segue Marcelo, um professor que tenta começar de novo em Recife — até se ver enredado num perigoso jogo de espionagem e paranoia política.

Com Wagner Moura no papel principal, o filme alia crítica social a suspense clássico e está a ser apontado como um dos grandes favoritos à corrida pelos prémios internacionais. O elenco inclui ainda Gabriel LeoneAlice Carvalho e Carlos Francisco, numa obra que combina tensão, memória histórica e estética meticulosa.

💔 “Splitsville – Amor em Maus Lençóis” — Dakota Johnson em modo feel-good

Depois de uma sequência de filmes menos felizes, Dakota Johnson regressa em grande forma com Splitsville – Amor em Maus Lençóis, de Michael Angelo Covino, que soma 85% de aprovação no Rotten Tomatoes.

A história centra-se em Carey, que vê o casamento ruir e decide procurar apoio entre amigos, acabando por explorar o conceito de um relacionamento aberto. O que começa como uma experiência libertadora transforma-se num caos emocional — com muito humor e ironia à mistura.

Com Adria ArjonaNicholas Braun (Succession) e O-T Fagbenle, esta é uma comédia romântica moderna, divertida e surpreendentemente inteligente, apontada por muitos como “a melhor do ano”.

🇵🇹 “A Memória do Cheiro das Coisas” — o peso da guerra e a ternura da memória

Do realizador António Ferreira, chega uma das produções portuguesas mais sensíveis do ano. A Memória do Cheiro das Coisas é uma coprodução luso-brasileira que acompanha António, um ex-soldado da Guerra Colonial obrigado a viver num lar, onde é confrontado com as memórias do passado e com uma inesperada amizade com a sua cuidadora.

Com interpretações poderosas de Mina Andala e José Martins, o filme fala sobre trauma, envelhecimento e reconciliação — temas universais tratados com poesia e delicadeza.

🐺 “200% Lobo” — diversão para os mais novos

Nesta sequela da animação australiana 100% Lobo, o jovem Freddy Lupin sonha ser mais lobo do que cão. Mas um desejo mal formulado transforma-o num lobisomem desastrado, e, para piorar, acaba por libertar um duende da Lua na Terra.

Com vozes de Samara WeavingJennifer Saunders e Ilai Swindells, esta é uma aventura leve e colorida que mistura ação, comédia e amizade — ideal para sessões em família.

🎭 “55” — crime, redenção e humanidade nas ruas de Bombaim

Depois de um longo percurso em festivais, o filme “55”, de Shyam Madiraju, chega finalmente às salas portuguesas. Produzido entre a Índia e os Estados Unidos, acompanha 55, um jovem órfão que sobrevive como carteirista nas ruas de Bombaim.

Quando se cruza com a filha de uma das suas vítimas, inicia uma jornada de redenção e descoberta pessoal. O elenco é liderado por Emraan Hashmi e Rizwan Shaikh, num drama intenso que combina realismo social e emoção.

💨 “O Último Suspiro” — Costa-Gavras reflete sobre a vida e a morte

O mestre grego Costa-Gavras regressa com O Último Suspiro, uma meditação sobre a mortalidade, o luto e o sentido da vida. O filme acompanha Fabrice, um escritor que, ao visitar um hospital parisiense, conhece um médico de cuidados paliativos e confronta-se com o sofrimento e a dignidade dos pacientes.

Com Denis PodalydèsCharlotte Rampling e Kad Merad, esta é uma obra profunda e humanista, fiel ao estilo político e existencial de Costa-Gavras, que aqui troca a denúncia pela contemplação.

👽 “Predador: Badlands” — o regresso de um ícone da ficção científica

Da mente de Dan Trachtenberg (Prey), chega Predador: Badlands, um novo capítulo na saga iniciada em 1987 com Arnold Schwarzenegger.

Desta vez, a protagonista é Elle Fanning, que interpreta Thia, uma jovem humana num planeta remoto onde um Predador exilado busca o seu adversário final. O filme aposta numa abordagem mais intimista e visualmente impressionante, reinventando o conceito do caçador alienígena através de uma história de sobrevivência e empatia improvável.

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De clássicos renascidos a dramas premiáveis e aventuras espaciais, as estreias desta semana em Portugal oferecem de tudo um pouco — o difícil será escolher apenas um bilhete.

Predator: Badlands Conquista a Crítica e Estreia com 86% no Rotten Tomatoes

O novo capítulo da saga de ficção científica surpreende fãs e críticos com uma abordagem ousada: desta vez, o Predador é o herói.

A selva voltou a tremer — mas, desta vez, o monstro está do lado certo da luta. Predator: Badlands, o mais recente filme do realizador Dan Trachtenberg, chegou à crítica e já é apontado como uma das melhores surpresas do ano.

Com uma pontuação de 86% no Rotten Tomatoes, baseada em 51 críticas, o filme foi elogiado por reinventar a fórmula da saga e dar-lhe um toque inesperado de aventura, emoção e humor.

Segundo o consenso dos críticos, Badlands “mantém o sangue e a brutalidade característicos, mas adiciona coração e propósito ao caos.”

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Um Predador com alma (e propósito)

Na nova história, o centro da ação deixa de ser o humano em fuga. Aqui, o protagonista é Dek, um jovem Yautja (a espécie alienígena dos Predadores), interpretado por Dimitrius Schuster-Koloamatangi, que parte numa missão para provar o seu valor — e, curiosamente, salvar mais do que destruir.

Acompanhado por um androide meio-destruído (com ecos do universo Alien) e um companheiro não verbal que muitos já comparam a uma mascote de desenho animado, Dek enfrenta uma criatura ainda mais feroz do que qualquer caçada anterior.

“Trachtenberg arrisca e ganha — transforma o terror em aventura sem perder o impacto,” escreveu Eric Goldman, da MovieWeb, elogiando o filme como “uma direção nova e delirantemente divertida para a saga.”

Do terror à aventura pulp

Críticos do Bloody Disgusting destacam o tom “mais leve e aventureiro”, onde o ritmo e o humor lembram “um sábado de manhã com monstros e explosões.”

Já o The Film District descreveu Badlands como “o episódio piloto de um desenho animado clássico — mas no melhor sentido possível.”

Essa mudança de tom divide opiniões, mas é precisamente o que dá frescura ao filme: Badlands deixa de ser apenas um jogo de caça e sobrevivência e transforma-se numa odisseia espacial cheia de criaturas, ironia e adrenalina.

Nem todos ficaram convencidos

Nem todas as reações foram entusiásticas. O The Playlist classificou o filme como “uma mutação meio bem-sucedida”, argumentando que o realizador tenta “transcender o instinto primal da franquia” e, no processo, “esquece-se do que a tornou icónica.”

Deadline também lamentou que o novo Predador pareça “ter perdido o mojo ameaçador”, considerando que as cenas de ação “nunca galvanizam como antes.”

Ainda assim, a maioria das críticas reconhece o mérito de arriscar num formato novo, algo que poucas franquias com quase quatro décadas de existência se atrevem a fazer.

A evolução do caçador

Depois do sucesso de Prey (2022), também de Dan Trachtenberg, Predator: Badlands confirma o realizador como o nome certo para revitalizar o universo. A crítica parece concordar: a saga encontrou uma nova forma de rugir — e, quem diria, até de emocionar.

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Os fãs vão poder tirar as próprias conclusões quando o filme chegar às salas de cinema ainda esta semana.

Preparem-se: o Predador voltou. Só que, desta vez, ele é o herói.

Jennifer Lawrence Confessa Que Era “Irritante” em Entrevistas Antigas e Entende Por Que o Público se Cansou Dela

A atriz reflete sobre a fama, o desgaste da exposição e o reencontro com o prazer de representar no novo filme 

Die My Love

Jennifer Lawrence já não é a mesma que tropeçava nos Óscares ou fazia piadas desajeitadas em tapetes vermelhos. Numa entrevista reveladora à The New Yorker, a atriz vencedora de um Óscar confessou que hoje sente vergonha de muitas das suas antigas aparições públicas e compreende por que razão o público acabou por “rejeitar” a sua personalidade.

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Tão hiperativa, tão embaraçosa”, disse, ao rever excertos de entrevistas antigas. “Era mesmo a minha personalidade — mas também um mecanismo de defesa. Eu achava que, se me mostrasse desastrada e autodepreciativa, o público me aceitaria. Agora olho para aquela pessoa e penso: ‘Que irritante!’.”

“Perdi o controlo sobre o meu ofício por causa da imprensa”

Lawrence admitiu que detesta o processo de promoção de filmes, sentindo que a pressão mediática a afasta da essência de representar. “Cada vez que faço uma entrevista, penso: ‘Não posso continuar a fazer isto a mim mesma’. Sinto que perco o controlo sobre o meu trabalho quando tenho de fazer imprensa.”

O desgaste da exposição não é novidade. A atriz tornou-se um fenómeno global após Jogos da Fome e Silver Linings Playbook, mas entre 2012 e 2018 fez 16 filmes em seis anos — uma maratona que resultou em cansaço, críticas e uma série de fracassos de bilheteira.

Toda a gente se fartou de mim — e eu também”, contou à Vanity Fair em 2021. “Cheguei a um ponto em que nada do que fazia era bem visto. Se eu aparecia numa passadeira vermelha, perguntavam porque é que não tinha ficado em casa.”

Do cansaço à paz interior

A rejeição pública levou-a a fazer uma pausa de dois anos. “Durante a maior parte da minha vida fui uma pessoa que queria agradar a todos”, confessou. “O trabalho fazia-me sentir que ninguém podia estar zangado comigo. Mas percebi que não podemos encontrar paz na aprovação dos outros.”

Agora, com 35 anos, Lawrence diz estar finalmente “em paz” com o seu lugar dentro — e fora — de Hollywood. “Hollywood é muito. Acho que teria aguentado, mas também teria ficado muito infeliz.”

O regresso com Die My Love

Jennifer Lawrence regressa ao cinema com “Die My Love”, um psicodrama realizado por Lynne Ramsay e co-protagonizado por Robert Pattinson. O filme, que teve estreia mundial em Cannes, segue uma mulher cuja vida entra em colapso ao tentar equilibrar o casamento e a maternidade.

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O projeto nasceu de uma sugestão de Martin Scorsese, que encorajou Lawrence a aceitar o desafio. “Ele disse-me: ‘Isto é o tipo de papel que deves fazer. Arrisca. Deita fora qualquer noção de conforto e vai com tudo’”, contou a atriz.

Die My Love chega aos cinemas através da MUBI a 7 de novembro, e promete marcar uma nova fase na carreira de Lawrence — menos “hiperativa”, mais introspectiva, e decididamente dona do seu próprio ritmo.

“Sombras”: O Novo Terror Português Que Promete Deixar o Público em Suspenso 🌒🎬

O filme de Jorge Cramez, protagonizado por Vitória Guerra e Pedro Lacerda, chega agora aos cinemas depois de causar sensação no Motelx

Depois de uma estreia arrepiantemente bem recebida no Motelx – Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa, o novo filme de Jorge Cramez, intitulado Sombras, chega finalmente às salas de cinema em todo o país. O realizador, conhecido por obras de registo intimista, mergulha agora no território do terror psicológico, com uma história que mistura o drama emocional com o sobrenatural.

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Um casal, uma casa isolada e o peso do desconhecido

Em SombrasVitória Guerra e Pedro Lacerda dão vida a um casal que decide abandonar a vida urbana e mudar-se para o campo, em busca de tranquilidade. Mas, como em tantas histórias do género, a paz depressa se transforma em inquietação. No isolamento rural, começam a surgir presenças inexplicáveis, memórias distorcidas e silêncios que se tornam ameaçadores.

O filme não aposta no susto fácil: prefere a tensão lenta, o desconforto crescente e a dúvida constante sobre o que é real e o que nasce da mente das personagens.

Jorge Cramez entre o drama e o fantástico

Conhecido por obras como O Capacete Dourado e Amor Amor, Cramez sempre demonstrou interesse pelas zonas cinzentas da emoção humana. Em Sombras, leva essa sensibilidade para um terreno mais sombrio, onde o terror serve de espelho à fragilidade psicológica das personagens.

A atmosfera densa, os enquadramentos meticulosos e a fotografia que oscila entre a luz natural e o negrume da noite rural reforçam a sensação de que algo se esconde fora de campo — ou talvez dentro de nós.

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O terror português em expansão

Com a estreia de Sombras, o cinema português continua a explorar o género do terror psicológico, uma vertente que tem vindo a ganhar força nos últimos anos. Depois de títulos como Mutant Blast e O Pior Homem de Londres, Jorge Cramez traz uma abordagem mais introspectiva e emocional — uma que aposta na sugestão em vez do choque.

Se gosta de terror com alma e significado, Sombras promete ser uma experiência inquietante e, talvez, profundamente humana.