Sinners: o fenómeno original que conquistou bilheteiras e corações — e cujo final continua a dar que falar

O filme de Ryan Coogler tornou-se num dos maiores sucessos originais das últimas décadas — e o seu clímax levanta mais questões do que aquelas que resolve

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Numa era dominada por sequelas, remakes e universos partilhados, Sinners surgiu como um verdadeiro acto de fé: um filme original, ousado, violento e profundamente político. A aposta da Warner Bros. e do realizador Ryan Cooglerpagou-se com juros: $275 milhões em bilheteira nos EUA e presença no topo das maiores receitas de filmes originais dos últimos 15 anos — apenas atrás de Inception (2010).

Mas Sinners não é apenas um sucesso comercial. É também uma obra densa, metafórica e inquietante, que continua a gerar debate e interpretações, especialmente após a estreia nas plataformas digitais e a chegada iminente às edições físicas (DVD, Blu-ray e 4K a 8 de julho).

Vampiros, racismo e escolha: o dilema dos gémeos Smoke e Stack

Situado no Mississippi dos anos 1930, Sinners acompanha dois irmãos gémeos afro-americanos — Smoke e Stack, ambos interpretados com intensidade por Michael B. Jordan — que regressam à terra natal depois de trabalharem para a máfia de Chicago. Lá, compram um antigo serração e transformam-no num juke joint para a comunidade negra local, onde o primo Sammie (Miles Caton) brilha com as suas performances musicais.

Mas o que parecia um drama sobre racismo sistémico e construção comunitária revela-se rapidamente um conto sobrenatural, quando uma criatura vampírica chamada Remmick (Jack O’Connell) começa a infiltrar-se no espaço — atraído pela música e pela energia vibrante do local.

À medida que os vampiros atacam e transformam, Stack sucumbe. Smoke resiste. E é aqui que a narrativa começa a revelar camadas mais profundas.

Um final agridoce — ou uma vitória silenciosa?

No clímax, Stack — já vampirizado — implora ao irmão que se junte a ele. Que abracem juntos a eternidade, livres da opressão dos homens brancos, livres do medo, livres de morrer. É um argumento tentador, especialmente quando sabemos que o Klan está a caminho, armado e pronto a queimar tudo.

Smoke recusa. Fica. E enfrenta os agressores. Mata vários membros do Klan, incluindo o desprezível Hogwood (David Maldonado), mas acaba mortalmente ferido. Antes de morrer, vê uma visão reconfortante da sua amada Annie (Wunmi Mosaku) e do filho que perderam.

A leitura mais evidente? Smoke morre por princípio. Não pelo juke joint. Não pela vitória. Mas porque recusar a submissão — seja à violência racista, seja à sedução simbólica do vampirismo — é a única forma de manter a sua identidade intacta.

Vampirismo como metáfora de assimilação

Ryan Coogler vai além do mero horror. O vampirismo em Sinners é uma poderosa metáfora sobre:

  • Colonização cultural — onde os vampiros representam uma espécie de coletividade que apaga individualidades;
  • Assimilação forçada — onde se perde a voz, a expressão única, o legado;
  • Resistência negra — onde morrer livre é preferível a viver escravizado ou homogeneizado.

O filme deixa claro que Remmick e os seus não são simples vilões. São uma alternativa ambígua a um mundo hostil. Mas, para Smoke, até a eternidade deixa de valer a pena se isso significar perder o que o torna ele próprio.

Stack, o pós-créditos e a última tentação

Na cena pós-créditos, Stack aparece com Mary (Hailee Steinfeld), longe do Mississippi, longe de Remmick, longe de Smoke. Diz que encontrou “liberdade” agora que o vampiro principal foi eliminado. Mas será liberdade real? Ou apenas outra forma de ilusão?

A decisão de Smoke em não o seguir ganha, assim, ainda mais peso: ele escolheu morrer livre em vez de viver sem alma, mesmo ao lado do irmão que mais amava.

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Sinners é mais do que um sucesso — é um aviso

Aclamado pela crítica, adorado pelo público e objeto de análise contínua, Sinners prova que há espaço no mercado para cinema original com ambição artística e coragem política. O seu sucesso deve servir de sinal claro a estúdios e produtores: o público quer ser surpreendido, desafiado e comovido — não apenas entretido

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A sequela de culto da comédia espacial chega em 2027 — com Moranis de regresso e Keke Palmer no elenco

É oficial: o espaço volta a ser uma palhaçada. Trinta e nove anos depois da estreia de SpaceballsBill Pullman e Rick Moranis vão voltar aos seus icónicos papéis como Lone Starr e Dark Helmet numa nova sequela da comédia sci-fi realizada por Mel Brooks em 1987 — e a sátira intergaláctica prepara-se para mais um salto hiperespacial… com nova tripulação a bordo.

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O filme, produzido pela Amazon MGM Studios, tem estreia marcada para 2027 nos cinemas e já está a dar que falar antes mesmo de termos um título ou um enredo confirmado.

Moranis está de volta — e isso é notícia por si só

O regresso de Rick Moranis é talvez o maior choque de todos: o actor, conhecido por filmes como GhostbustersQuerida, Encolhi os Miúdos e Little Shop of Horrors, afastou-se do mundo da representação nos anos 90 para se dedicar à família, após a morte da mulher. Fora uma breve aparição ao lado de Ryan Reynolds numa campanha publicitária em 2020, tem estado praticamente ausente dos ecrãs.

Agora, aos 70 anos, regressa com o icónico capacete de vilão — e o universo agradece.

Família Pullman em dobro (literalmente)

Ao lado de Pullman (o Lone Starr original) estará agora o seu próprio filho, Lewis Pullman, estrela em ascensão e conhecido por Top Gun: Maverick e Thunderbolts. O papel de Lewis ainda está no segredo dos deuses, mas a ideia de um Spaceballs com legado familiar… já nos faz rir só de pensar.

Keke Palmer entra na jogada

A sempre energética Keke Palmer junta-se ao elenco, embora o seu papel ainda não tenha sido revelado. Depois de brilhar em Nope de Jordan Peele e estar a caminho da comédia The Pickup com Eddie Murphy, Palmer promete trazer nova vitalidade (e caos?) a este universo absurdo.

E Mel Brooks? Sim, está de volta também

Mel Brooks, agora com 98 anos, regressa como Yogurt, o mestre espiritual com merchandising para tudo. Não é claro se terá papel activo no argumento (o que seria glorioso), mas o seu nome como produtor e actor já garante que o ADN da obra original se mantém intacto.

A realização ficará a cargo de Josh Greenbaum (Barb and Star Go to Vista Del Mar) e o argumento é assinado por Benji Samit, Dan Hernandez e Josh Gad (que também entra no filme).

Uma sequela, um reboot, uma expansão? Sim, tudo isso

Oficialmente, o novo filme tem sido descrito como:

A Non-Prequel Non-Reboot Sequel Part Two but with Reboot Elements Franchise Expansion Film.

Ou seja… uma sequela que não é bem sequela, mas também não é reboot, e expande o universo. Confusos? É exactamente assim que Mel Brooks gostaria que estivéssemos.


Relembrar o clássico

Spaceballs (1987) foi uma paródia sem freios a Star Wars2001: Odisseia no Espaço e outros épicos sci-fi. Com Pullman como herói-relutante, Moranis como vilão ridículo, John Candy como o melhor amigo meio-cão, e Daphne Zuniga como a princesa Druish, o filme arrecadou pouco mais de 38 milhões de dólares — mas conquistou um estatuto de culto absoluto ao longo das décadas.

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Expectativas? Altíssimas. Gravidade? Zero

O que podemos esperar deste novo Spaceballs? Provavelmente tudo o que o cinema moderno leva demasiado a sério — ridicularizado com amor e génio. Se Rick Moranis volta para vestir novamente aquele capacete gigante, então o mundo pode aguentar mais um episódio da saga mais desmiolada da galáxia.

Harvey Weinstein declarado culpado por agressão sexual a Miriam Haley

Produtor de “Pulp Fiction” e “Shakespeare in Love” enfrenta novo veredicto após repetição do julgamento em Nova Iorque

Harvey Weinstein, outrora um dos nomes mais poderosos de Hollywood, foi esta quarta-feira, 11 de Junho, considerado culpado de agressão sexual contra a sua antiga assistente de produção, Miriam Haley. O veredicto foi conhecido no âmbito da repetição do julgamento em Nova Iorque, após a decisão de 2024 que anulou o veredicto original de 2020, alegando erros processuais.

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O ex-magnata do cinema, hoje com 73 anos e visivelmente debilitado — sentado numa cadeira de rodas e de fato escuro — ouviu o júri pronunciar-se “culpado” relativamente à acusação de Haley, uma das primeiras mulheres a falar publicamente e a denunciar os abusos de Weinstein, tornando-se uma das vozes mais marcantes do movimento #MeToo.

Inocente no caso Sokola, decisão em aberto no caso Mann

No mesmo julgamento, Weinstein foi considerado inocente das acusações de agressão sexual apresentadas pela ex-modelo polaca Kaja Sokola. Este caso havia sido incluído na nova versão do julgamento e resultou da reabertura processual depois da anulação do primeiro julgamento em 2020.

Fica agora pendente a deliberação sobre a acusação mais grave: a de violação da aspirante a actriz Jessica Mann. O júri irá reunir-se novamente esta quinta-feira, dia 12, para deliberar sobre esse ponto.

Weinstein, que já está a cumprir uma pena de 16 anos de prisão na Califórnia por outro caso de agressão sexual, poderá ver o seu tempo de reclusão agravado com este novo processo.

Um julgamento entre tensão, divisões e silêncio judicial

O ambiente no tribunal foi marcado por tensão crescente, com relatos de disputas internas entre os doze jurados, o que levou a temer um eventual impasse que poderia provocar nova repetição do julgamento — cenário que agora parece menos provável após os primeiros veredictos.

O juiz responsável pelo caso determinou que as equipas jurídicas de ambas as partes não poderiam prestar declarações públicas, numa tentativa de preservar o decurso do processo judicial.

Weinstein, através da sua defesa, já tinha solicitado a anulação do processo por diversas vezes, sem sucesso. O seu rosto permaneceu impassível durante a leitura do veredicto — um contraste evidente com o impacto emocional que a decisão teve para as vítimas que acompanham este caso desde o início do movimento #MeToo.

Um novo capítulo no caso que abalou Hollywood

Com este novo veredicto, o caso Harvey Weinstein volta a ocupar as manchetes e reafirma a sua importância histórica na transformação da forma como a indústria — e a sociedade — encara os crimes de abuso sexual, especialmente em contextos de poder e silêncio forçado.

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Resta agora aguardar pela conclusão do julgamento e pelo veredicto final no caso de Jessica Mann, cuja acusação poderá agravar ainda mais o quadro judicial de um dos nomes mais manchados da história de Hollywood.

Amanda Seyfried diz que a Paramount ainda lhe deve por… T-shirts de Mean Girls

A actriz não esconde a nostalgia pelo clássico teen… mas também não esquece o cheque que (ainda) não recebeu

Há quem diga que Mean Girls envelheceu como um bom vinho rosé com glitter. E Amanda Seyfried parece concordar — com um pequeno travo amargo.

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Numa nova conversa no Actors on Actors com Adam Brody (sim, o eterno Seth Cohen de The O.C.), Seyfried voltou a demonstrar carinho pela comédia de 2004, onde interpretava a icónica Karen Smith, a loirinha meteorologista intuitiva. Mas entre elogios e memórias, houve também espaço para um desabafo: a Paramount ainda lhe deve dinheiro. E não é por falta de camisolas com a sua cara espalhadas pelo mundo!

“Amo ver a minha cara nas T-shirts… mas quero ser paga!”

Questionada por Brody se costuma rever o filme, Seyfried respondeu com um sorriso: “Não, não revejo. Mas passa tantas vezes que não preciso.” E acrescentou, com aquele toque agridoce: “Adoro ver a minha cara nas T-shirts das pessoas. Mas fico um bocadinho ressentida porque a Paramount ainda me deve dinheiro.”

A dívida, segundo Amanda, prende-se com os direitos de imagem: “Todas as lojas vendem T-shirts do Mean Girls com as nossas caras. Fotografias mesmo!” — sublinha, em tom entre divertido e revoltado. Quando Brody lhe pergunta se é por causa das T-shirts, ela responde sem rodeios: “Pela imagem. Pela semelhança.”

Com apenas 17 anos aquando das filmagens, Amanda reconhece que talvez não estivesse ainda desperta para os meandros dos direitos comerciais. “É por ter sido burra e ter 17 anos?” — questiona-se, meio a brincar, meio a sério. Mas acaba por suavizar a crítica com um sincero “Mas adoro!” — referindo-se ao carinho que os fãs ainda nutrem pela obra.

De Karen a Nina: novos desafios no cinema

Enquanto espera (ou não) por o tão desejado pagamento retroactivo da Paramount, Amanda Seyfried continua activa no cinema e com projectos entusiasmantes.

Em breve, poderá ser vista em The Housemaid, o novo thriller de Paul Feig, onde contracena com Sydney Sweeney (Euphoria) e Brandon Sklenar. Baseado no best-seller de Freida McFadden, o filme acompanha Millie (Sweeney), uma jovem com um passado misterioso que começa a trabalhar como empregada doméstica para Nina (Seyfried) e Andrew. Mas depressa descobre que os segredos daquela casa são bem mais perigosos do que os seus próprios. Um toque de suspense à la Gone Girl, com um elenco de luxo.

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T-shirts, royalties e ícones pop

O que fica claro nesta conversa é que Mean Girls continua a marcar gerações — e que Amanda Seyfried, mesmo com algumas contas por acertar, ainda tem orgulho em ter feito parte do fenómeno. E nós também, Amanda. Só esperamos que, da próxima vez que vires alguém com a tua cara numa T-shirt, já tenhas recebido a devida compensação por isso. 💸

Chris Evans Pediu Alba Baptista em Casamento… em Português! 💍🇵🇹

O nosso Capitão América é, afinal, também um romântico incurável. E sim, treinou a pergunta “Queres casar comigo?” em português durante uma semana inteira!

Chris Evans, o eterno Steve Rogers do Universo Marvel, revelou agora como foi o momento em que decidiu dar o grande passo e pedir a actriz portuguesa Alba Baptista em casamento. E se já gostávamos dele antes, agora ficámos oficialmente derretidos.

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Num ambiente descontraído durante a estreia nova-iorquina do filme Materialists, Evans contou à The Knot que quis tornar o momento especial ainda mais íntimo — pedindo a mão da actriz portuguesa… na sua língua materna.

“Aprendi a dizer ‘Queres casar comigo?’ em português. E estive a praticar isso a semana inteira”, confessou entre risos.

Mas a dedicação quase o traiu. Evans admite que andava a repetir tanto a frase que por pouco não deixava escapar o plano antes da hora. “Estava a fazer o pequeno-almoço e quase comecei a dizer aquilo em voz alta. Tipo, ‘Oh não!’. Isto não é uma música que ficou na cabeça, é o pedido de casamento!”


Nervos, prática… e (talvez) um pequeno erro

Apesar da prática intensiva, o actor de 43 anos admite que, no momento do pedido, ficou tão nervoso que acha que até se enganou nas palavras. Ainda assim, garantiu que Alba percebeu — e o que importa é que o coração falou mais alto. ❤️

A proposta foi feita antes do casal dar o nó em setembro de 2023, numa cerimónia discreta numa propriedade privada em Massachusetts.

Evans e Baptista mantiveram o romance longe dos holofotes durante o primeiro ano de relação, mas foram fotografados juntos pela primeira vez em 2022 e, desde então, os fãs têm acompanhado com carinho esta história de amor transatlântica.

@theknot it would’ve worked on us 💍🥰 we were thrilled to talk proposals with Chris Evans on the red carpet for #Materialists! #ChrisEvans #proposal #a24 ♬ original sound – The Knot

Alba e Chris: um casal improvável… ou perfeito?

O realizador Jimmy Warden, que trabalhou com Alba Baptista em Borderline, também comentou recentemente sobre os dois, dizendo à People:

“Às vezes conheces pessoas e percebes que ninguém teve de fazer de cupido. Eles são mesmo feitos um para o outro.”

Warden e a sua esposa, a actriz Samara Weaving, chegaram a fazer um duplo encontro com o casal e confirmaram o que já suspeitávamos: Chris é tão simpático quanto parece — e sim, continua a ser “o mais fixe”, porque afinal… é o Capitão América.


Família à vista?

Evans já deixou escapar em entrevistas anteriores que o papel de “pai” é algo que o entusiasma, tendo até mencionado numa conversa com a Access Hollywood em 2024:

“O título de pai é entusiasmante. Quero ser um pai super-herói.”

Por agora, o casal já partilha um cão, mas parece que os planos de família estão no horizonte.

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Conclusão?

Chris Evans não só roubou os corações dos fãs com o escudo da Marvel, como agora o faz com ternura, gestos em português e uma relação que parece saída de um guião romântico. E sim, temos inveja. Mas da boa.

“Caneta Canhota” escreve o seu nome na história do Festival Beast 🎬✍️

Filme lituano conquista prémio de Melhor Ficção no festival que celebra o cinema da Europa Central e de Leste

O Festival Beast chegou ao fim este domingo na cidade do Porto, mas não sem deixar uma marca firme e criativa — escrita com a Caneta Canhota. O filme lituano de Adas Burksaitis arrebatou o prémio de Melhor Ficção, destacando-se entre as propostas audazes e pouco convencionais que compuseram a programação do festival deste ano.

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Realizado por Burksaitis, Caneta Canhota confirmou o talento emergente do cinema da Lituânia, cuja estética e narrativa ousada conquistaram o júri e o público presente nas várias salas que acolheram o evento: do Batalha Centro de Cinema ao Cinema Trindade, passando pelo Passos Manuel, OKNa e a Reitoria da Universidade do Porto.

Uma celebração de vozes distintas

O Beast — festival dedicado exclusivamente ao cinema da Europa Central e de Leste — não se ficou por uma única revelação. A Tarte de Maçã da Ludmila, documentário da realizadora cipriota Loukia Hadjiyianni, conquistou o prémio de Melhor Documentário, com uma abordagem sensível e poética a temas de identidade e memória.

Já Hollowgram, da romena Laura Iancu, levou para casa o prémio de Melhor Filme Experimental, destacando-se pela sua ousadia formal e proposta estética singular. E porque a animação também tem o seu espaço neste ecossistema criativo, Consegues ouvir-me?, do polaco Anastazja Naumenko, foi distinguido como Melhor Filme de Animação, num registo intimista e comovente.

Menções honrosas e um novo calendário

O júri não se ficou apenas pelos prémios principais e decidiu atribuir menções honrosas em todas as categorias, reconhecendo assim a qualidade surpreendente dos filmes apresentados. O festival, que continua a crescer na cena cinematográfica portuguesa, anunciou ainda que a partir deste ano se fixa definitivamente no primeiro semestre, tornando o Porto num ponto de encontro anual para as cinematografias emergentes da Europa de Leste e Central.

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Jared Leto acusado de má conduta sexual por várias mulheres!

Jared Leto enfrenta acusações de má conduta sexual por parte de várias mulheres, mas nega todas as alegações.

No sábado, 7 de junho, o Air Mail revelou que nove mulheres acusam o artista, de 53 anos, de comportamentos inadequados, alguns dos quais envolvendo menores na época dos incidentes.

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“É um segredo há muito conhecido”, afirmou uma das alegadas vítimas, que optou pelo anonimato.

As acusações incluem perguntas de cariz sexual feitas a uma jovem de 16 anos, sair nu de um quarto perante uma jovem de 17 anos e, numa outra situação, expor-se e masturbar-se, colocando a mão de uma rapariga sobre si.

Segundo a People, um representante do vocalista dos Thirty Seconds to Mars negou “categoricamente” todas as acusações ao Air Mail.

Laura La Rue, uma das mulheres que acusa Leto, relata que o conheceu em 2008, aos 16 anos, num evento solidário. Conta que o músico a contactou por email e a convidou para visitar o seu estúdio em abril de 2009, onde alegadamente “flertou” com ela.

O representante de Leto afirmou que essas comunicações “não tinham qualquer teor sexual ou inapropriado” e que Laura La Rue se candidatou posteriormente para ser sua assistente pessoal, algo que ela nega.

Outra mulher, que em 2008 tinha 16 anos, alega que Leto a abordou num café em Los Angeles, obtendo o seu número de telefone. Mais tarde, diz que o artista lhe ligou a meio da noite com “uma voz estranha”, sugerindo que poderia estar sob efeito de drogas.

O representante de Leto refutou, declarando que o artista “não consome álcool nem drogas há mais de 35 anos”.

A mesma mulher afirma que, após recusar um convite para uma festa, Leto continuou a contactá-la, e as conversas assumiram um teor sexual.

Outra acusadora, de 18 anos na altura, relata que durante um encontro, Leto “de repente expôs o pénis e começou a masturbar-se”, pegando na sua mão e colocando-a sobre si, dizendo: “Quero que cuspas nela”.

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O representante do cantor e ator negou todas as acusações contra Jared Leto.

The Accountant 2 – Um Contabilista Armado em Herói? Sim. E Funciona Surpreendentemente Bem

Ben Affleck volta a dar tiros e contas certas numa sequela que é meio desastrada, meio divertida… mas cumpre aquilo a que se propõe

Voltou o contabilista mais perigoso do cinema. Sim, aquele que resolve fraudes fiscais de dia e despacha criminosos com precisão cirúrgica à noite. The Accountant 2 já chegou ao Prime Video em Portugal e no Brasil, e depois de ver esta nova dose de pancadaria com matemática pelo meio… posso dizer que não é brilhante, mas é competente. E isso, por vezes, já é muito.

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🧮 Entre tiroteios e planilhas de Excel

Ben Affleck volta ao papel de Christian Wolff, agora numa narrativa que mistura ação violenta com uma espécie de buddy movie improvável entre irmãos. Jon Bernthal junta-se à equação e rouba bastantes cenas, com o seu estilo bruto e impulsivo a contrastar bem com a contenção quase robótica de Affleck.

O argumento? É um daqueles labirintos onde se entra por uma ponta com promessas de mistério financeiro e se sai pelo outro lado com um rasto de corpos e números pouco claros. Mas lá está — ninguém veio aqui à procura de coerência narrativa tipo Chinatown. Viemos pela ação, pelo ritmo e por uns bons momentos de escapismo.

😬 Caótico? Um bocado. Mas também há charme.

É verdade que The Accountant 2 parece às vezes três filmes enfiados num só: há uma parte de drama familiar que quase emociona, uma tentativa de conspiração financeira que nem sempre cola, e depois cenas de ação muito competentes com Affleck em modo Jason Bourne versão silenciosa.

A realização é sólida, a química entre os irmãos funciona (especialmente quando trocam farpas e porrada), e o filme vai-se desenrolando com aquele ritmo “streaming ideal”: nunca aborrece, mesmo que nem sempre nos convença.

🍿 Vale a pena?

Depende das expectativas. Se estiveres à espera de um thriller elegante, bem amarrado e emocionalmente sofisticado… talvez fiques a pensar que a calculadora avariou. Mas se quiseres duas horas de tiros, murros, irmãos traumatizados a tentarem entender-se à pancada e algum charme despretensioso, então estás no sítio certo.

O filme não reinventa nada, e é verdade que o argumento parece ter sido remendado à pressa entre reuniões de produção. Mas… diverte. E às vezes, isso basta.

Veredicto Clube de Cinema:

★ ★ ★ ☆ ☆

Entretenimento eficaz com falhas de lógica e tom — mas se não fores demasiado exigente, vais divertir-te.


Disponível em:

🇵🇹 Prime Video Portugal

🇧🇷 Prime Video Brasil

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Mike Flanagan e os Fantasmas Que o Ajudaram a Viver: “Hill House Foi a Minha Terapia Para o Luto”

Criador de algumas das obras mais assombrosas (e emocionais) da última década, o realizador abriu o coração em Londres sobre o poder curativo do terror

Mike Flanagan não é apenas um dos nomes mais respeitados do terror contemporâneo — é também alguém que transforma as suas dores mais íntimas em histórias capazes de tocar profundamente quem as vê. E foi exactamente isso que confessou no encerramento do SXSW London, onde partilhou com o público que a criação de The Haunting of Hill House foi, na verdade, a sua maneira de sobreviver ao luto.

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👻 A dor por detrás de Nell Crain

A série de 2018, que se tornou um fenómeno na Netflix e uma referência moderna do terror psicológico, tem por base o romance de Shirley Jackson — mas muito daquilo que vimos no ecrã nasceu de dentro do próprio Flanagan.

“Foi a minha forma de lidar com o luto. Houve um suicídio na minha família, e há imagens naquela série que nasceram de pesadelos que tive nessa altura.”

Na série, Nell Crain tira a própria vida, e todo o arco familiar da história gira em torno de trauma, perda e o vazio que fica. Não era ficção vazia — era catarse.

“Terei de lidar com isso o resto da vida. Mas ter um escape criativo foi incrivelmente terapêutico. E espero que o tenha sido para quem passa por algo semelhante.”

🧠 Terror como espelho da alma

Durante a conversa no festival, Flanagan foi ainda mais longe ao revelar que outros projectos seus — como Doctor Sleepou Midnight Mass — também serviram de forma de combate interno, neste caso à dependência do álcool.

Doctor Sleep ajudou-me a ficar sóbrio.”

É uma abordagem rara em Hollywood: cineastas que usam o terror não só como entretenimento, mas como linguagem para expressar vulnerabilidade, cura e introspecção.

📺 “Ainda existe preconceito contra o terror”

Flanagan não escondeu a sua frustração com a forma como o género é frequentemente subvalorizado:

“O terror sempre foi popular. Mas a indústria — e parte do público — continua a ficar ‘surpresa’ de cada vez que aparece um bom filme. É como se tivessem de redescobrir que também pode ser dramático, complexo e artisticamente poderoso.”

Citou Get Out de Jordan Peele como exemplo: um sucesso que “legitima” momentaneamente o género… até ao próximo esquecimento.

🗣️ Uma defesa apaixonada dos monólogos

Numa das passagens mais aplaudidas da sessão, Flanagan defendeu o uso de monólogos no cinema:

“O monólogo está a morrer. Mas não há nada mais poderoso do que ver um actor a mudar a realidade só com palavras.”

Criticou ainda os estúdios e plataformas de streaming que insistem em cortar este tipo de momentos:

“Dizem que adoram, mas pedem sempre que tenha metade do tempo. Eu recuso. Quero lutar contra esta cultura de atenção limitada e entretenimento de rajadas.”

👁️ Stephen King? “Não é um autor de terror.”

Surpreendentemente, Flanagan recusa classificar Stephen King — o autor que mais adaptou ao longo da carreira — como escritor de terror.

“É um humanista, sensível e generoso. Escreve sobre pessoas, emoções e laços humanos. O horror surge naturalmente das personagens.”

E acrescenta:

“Demorei até aos 20 anos a perceber que It não é sobre um palhaço mutante — é sobre crianças e amizade.”

Flanagan está actualmente a desenvolver uma nova adaptação de The Dark Tower e a série Carrie para a Amazon.

🎬 The Life of Chuck: o novo Flanagan não é (só) terror

O cineasta encerrou o SXSW London com a estreia mundial de The Life of Chuck, com Tom Hiddleston no papel de um homem cuja vida é contada de forma inversa e parece afectar o universo à sua volta.

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Apesar de ser baseado em mais uma obra de King, o filme afasta-se do terror tradicional. É introspectivo, tocante — mais um exemplo de como Flanagan está a expandir os limites do género, sem perder a alma.

“O Teu Pai é um PÉSSIMO Realizador”: Bryce Dallas Howard e o Bizarro Encontro com Lars von Trier

Realizadores provocadores, copos de água na cara e uma actriz que (por incrível que pareça) achou graça a tudo

Lars von Trier nunca foi homem de meias medidas. Bryce Dallas Howard também não. E quando os dois se cruzaram no set de Manderlay (2005), o choque de mundos foi inevitável — com direito a insultos, copos de água arremessados e, surpreendentemente, gargalhadas no final.

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Numa entrevista recente ao The Times do Reino Unido, Bryce — actualmente em promoção da série Deep Cover para a Prime Video — relembrou a sua estreia no cinema europeu… e a forma peculiar como Lars tentou arrancar-lhe uma reacção emocional.


🎬 “O teu pai é um realizador horrível!”

Segundo Bryce, ao chegar ao set, Lars von Trier recebeu-a com uma provocação directa:

“O teu pai é um péssimo realizador.”

Ron Howard, para quem não sabe, é o realizador de filmes como Apollo 13A Beautiful Mind e Cinderella Man. Portanto, a frase não foi exactamente neutra. Mas Lars tinha uma razão (ou pelo menos uma intenção artística):

“Perguntei-lhe: ‘Lars, o que é que estás a tentar ver?’ E ele respondeu: ‘A tua cara zangada. Não sei como é.’”

💦 E depois? Água para a cara. Literalmente.

Bryce conta que, sem mais avisos, Lars von Trier atirou-lhe um copo de água à cara.

A reacção dela? Atirou-lhe outro de volta. Um para um.

Von Trier, impávido, perguntou: “Porque é que fizeste isso?”

E saiu da sala.

“Foi essa a minha introdução ao universo Lars von Trier,” diz a actriz.

“Mas não fui para o quarto chorar. Fiquei quase… deliciada com aquilo.”


🎭 Manderlay: o filme (e a polémica)

Manderlay foi o segundo capítulo da trilogia inacabada de Lars sobre os Estados Unidos, sucedendo a Dogville (2003). No filme, Bryce interpreta uma jovem que descobre, com o pai (Willem Dafoe), uma plantação no Alabama que, nos anos 30, ainda vive sob um regime de escravatura. Movida por convicções de justiça, tenta libertar os escravizados — nem que para isso tenha de impor uma nova ordem.

O filme foi controverso não só pelo tema, mas por decisões no set que geraram indignação. John C. Reilly abandonou o projecto quando um burro foi abatido para uma cena (que nem chegou à versão final). E Björk acusou von Trier de assédio sexual durante a produção de Dancer in the Dark (2000).

🧠 Lars von Trier: génio, provocador, ou os dois?

Von Trier foi diagnosticado com Parkinson em 2022 e internado num centro de cuidados prolongados em Fevereiro de 2025. Ao longo da carreira, os elogios e as polémicas andaram sempre de mãos dadas. O cineasta dinamarquês chegou a fazer comentários públicos infelizes onde sugeriu simpatia pelos nazis (por causa da herança germânica), levando o Festival de Cannes a declará-lo “persona non grata”.

Mas há quem continue a vê-lo como um dos grandes inovadores do cinema europeu. Outros, nem por isso.

🎞️ E Bryce?

A actriz, hoje mundialmente conhecida por Jurassic World e pelo seu trabalho como realizadora, guarda esta história não com rancor, mas com um certo prazer absurdo.

“Foi estranho. Mas não me traumatizou. Faz parte da viagem.”

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Martin Scorsese Brilha (e Corrige) em ‘The Studio’: “Isto Está Errado, Mas Não Quis Ser um Realizador de Bancada”

O mestre do cinema entra em cena… mas resiste a dar ordens (quase)

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Martin Scorsese é daqueles nomes que não precisa de apresentações — mas quando aparece numa série de comédia da Apple TV+ ao lado de Charlize Theron e Seth Rogen, o mínimo que se pode esperar é que… diga qualquer coisa. E disse. Só que só depois de a cena estar filmada.

Em The Studio, a nova série de comédia que satiriza os bastidores de Hollywood, Scorsese aparece a interpretar-se a si próprio. Mas como recordaram os criadores Evan Goldberg e Alex Gregory numa conversa recente com a People, o lendário realizador não conseguiu evitar… realizar — mesmo em silêncio.

🎬 “Sabia que estavam a fazer mal, mas não quis dizer nada”

Durante a gravação de uma cena com Charlize Theron, foram necessárias dez takes para capturar o momento certo. O realizador do episódio, Evan Goldberg, estranhou o tempo que demoravam e perguntou o que se passava. Scorsese respondeu, com aquela sabedoria tranquila:

“Eu sabia que estavam a fazer isto mal. Mas não quis ser um realizador de bancada.”

Sim, leste bem. Scorsese percebeu que algo estava errado… mas decidiu não interferir. Um gesto de humildade raríssimo num meio onde todos têm algo a dizer — sobretudo um mestre com um Óscar na estante.

Goldberg brincou:

“Podíamos ter poupado tempo, mas agradeço que ele não nos tenha ‘manipulado’.”

🎥 Scorsese: o actor inesperado

Apesar da surpresa por o realizador de Taxi DriverOs Bons Rapazes e O Irlandês aceitar participar numa série de comédia sobre os bastidores de Hollywood, a equipa ficou rendida à sua performance.

“Unanimemente, achámos que o Scorsese como actor foi inacreditável. Ainda hoje mal acreditamos que ele apareceu,” confessou Goldberg.

O próprio admitiu que esperava que ele cancelasse à última hora — “Era demasiado bom para ser verdade”.


🎭 O que é The Studio?

Estreada a 26 de Março na Apple TV+, The Studio segue Matt Remick (Seth Rogen), o novo e algo desesperado presidente de um estúdio histórico de cinema, que tenta equilibrar a integridade artística com as exigências comerciais da indústria moderna.

A série é co-criada por Evan Goldberg (colaborador habitual de Rogen) e Alex Gregory (Veep), e aposta forte em sátira, participações especiais e humor meta-hollywoodiano. Scorsese a representar Scorsese? Só por isso já vale a pena espreitar o piloto.

📺 Onde ver

The Studio está disponível na Apple TV+, com novos episódios a serem lançados semanalmente. A participação de Martin Scorsese surge logo no primeiro episódio — portanto, não é preciso esperar para ver o mestre em acção.

Taylor Sheridan quer pôr as mãos em Leatherface: o criador de Yellowstone poderá assumir a saga Texas Chainsaw Massacre

A icónica franquia de terror está à venda e os tubarões de Hollywood estão prontos para o banquete

Parece cena saída de um thriller texano: Taylor Sheridan, criador de Yellowstone e mestre em westerns modernos, está a considerar assumir o controlo de uma das mais lendárias sagas de terror de sempre — The Texas Chainsaw Massacre. Segundo o site Deadline, o nome do argumentista e realizador texano “tem ganho força” entre os potenciais compradores da franquia, que já rendeu 247 milhões de dólares em bilheteira com um investimento total inferior a 50 milhões.

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Sim, Leatherface poderá estar prestes a receber um upgrade cinematográfico com assinatura Sheridan — um homem habituado a terrenos poeirentos, violência crua e personagens com cicatrizes interiores.

Terror texano? Sheridan conhece bem o terreno

Embora Taylor Sheridan não assumisse a realização (ficaria como produtor), a ligação simbólica ao Texas — território que moldou grande parte da sua obra — faz dele uma escolha natural. E com o sucesso financeiro que tem acumulado com séries como Yellowstone ou Landman, não seria difícil imaginar uma nova versão de The Texas Chainsaw Massacrecom um orçamento mais musculado… e talvez uma dose extra de realismo brutal.

Uma corrida sangrenta: quem mais quer ficar com Leatherface?

Mas Sheridan não é o único com olhos postos na serra elétrica. Há mais nomes — e pesos pesados — na lista de potenciais compradores:

  • NEON, distribuidora de filmes como Anora, quer o franchise e já teria planos para colocar Oz Perkins (LonglegsThe Monkey) como argumentista e Bryan Bertino como realizador.
  • Jordan Peele, mestre do novo terror psicológico (Get OutUs), também está interessado através da sua produtora Monkeypaw, que tem acordo com a Universal.
  • Roy Lee, produtor de A Minecraft Movie, tem planos duplos: uma série de televisão via A24, com Glen Powellcomo produtor, e um filme para a Netflix.

Segundo o Deadlineainda não há favoritos na corrida.

A última vez que vimos Leatherface…

A saga começou em 1974 com o original The Texas Chainsaw Massacre, um filme independente de terror puro e cru, que fez história ao arrecadar 26 milhões de dólares com apenas 140 mil investidos. Já o mais recente capítulo, lançado diretamente na Netflix em 2022, foi um desastre: 30% de aprovação crítica e 25% do público no Rotten Tomatoes. O filme, realizado por David Blue Garcia e escrito por Fede Alvarez e Rodo Sayagues (Alien: Romulus), caiu no esquecimento quase tão rápido quanto as cabeças decapitadas pelo protagonista.

E agora, que futuro para a saga?

Com o legado de Leatherface em jogo, e a promessa de novos talentos a querer dar-lhe nova vida (ou nova morte), tudo está em aberto. Será que Sheridan trará um tom mais sombrio e realista ao massacre? Veremos um Texas Chainsaw Massacre com o olhar clínico e frio que transformou Sicario e Wind River em filmes memoráveis? Ou será Jordan Peele a reimaginar a saga com camadas sociais e desconstruções modernas?

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Uma coisa é certa: o massacre está longe de acabar — e pode estar prestes a recomeçar com muito estilo e um novo grito.

Arquiteturas Film Festival 2025: Fronteiras, memórias urbanas e o regresso ao Bairro do Aleixo

A 12.ª edição do festival dedica quatro dias à reflexão sobre os limites físicos, simbólicos e sociais das cidades

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Arquiteturas Film Festival está de volta para a sua 12.ª edição e, este ano, promete ser mais do que um festival de cinema: será um espaço de confronto, escuta e memória. Entre 25 e 28 de Junho, o Porto acolhe uma programação que coloca no centro do debate o tema das fronteiras — sejam elas geográficas, sociais, arquitectónicas ou invisíveis — com 18 filmes de 14 paísesinstalações artísticasoficinascaminhadas urbanas e um olhar atento e crítico sobre o Bairro do Aleixo, símbolo das transformações urbanas da cidade.

Organizado actualmente pelo Instituto, centro cultural com sede no Porto, o festival mantém o seu foco na intersecção entre cinema, arquitectura e práticas espaciais, promovendo um diálogo entre disciplinas e sensibilidades. Ao todo, serão três secções cinematográficas, distribuídas principalmente pelo Batalha – Centro de Cinema e pela Casa Comum da Universidade do Porto, onde o acesso será gratuito nas sessões dedicadas ao Aleixo.

Sessão de abertura: da Cidade do Cabo para o Porto

O arranque oficial acontece no dia 25 de Junho às 19h15, no Batalha, com “Mother City” (2024), de Miki Redelinghuys e Pearlie Joubert, um filme que examina a luta por habitação na Cidade do Cabo, atravessada por décadas de apartheid. Uma escolha certeira para um festival que este ano se debruça sobre o impacto das fronteiras no quotidiano urbano.

Fronteiras em movimento e comunidades em transição

programa oficial conta com 14 filmes, todos alinhados com o tema central. Entre eles destaca-se “The Strong Man of Bureng” (2023), de Mauro Bucci, e “Twin Fences”, da realizadora Yana Osman, cuja vida — ucraniana de nascimento, russa de criação e com raízes afegãs — é, por si só, um mapa de fronteiras pessoais e culturais.

Na secção Especial Portugal, o destaque vai para duas curtas que exploram comunidades periféricas e invisibilizadas:

  • “Maio”, de Claudio Carbone, retrata uma das últimas moradoras do bairro autoconstruído 6 de Maio, na Amadora.
  • “Outra Ilha”, de Eduardo Saraiva Pereira, é um mosaico íntimo da comunidade cabo-verdiana no Bairro Amílcar Cabral, em Sines.

O regresso ao Bairro do Aleixo: memória e resistência

Bairro do Aleixo, outrora dominado por cinco torres que hoje já não existem, está no centro da secção Especial Portugal, onde o festival presta homenagem à memória do lugar e das pessoas que o habitavam. A programação cruza-se com a exposição “Aleixo: 5 Torres, 5 Décadas”, patente até ao fim do ano, e apresenta a estreia da primeira versão de “Memória Futura”, um documentário rodado no bairro que reflete sobre o seu passado e projeta interrogações sobre o seu futuro.

Nesta mesma secção regressam ainda dois filmes fundamentais sobre o Aleixo:

  • “Russa” (2018), de João Salaviza e Ricardo Alves Jr., rodado antes das últimas demolições.
  • “Bicicleta” (2013), de Luís Vieira Campos, que oferece um retrato singular dessa “cidade vertical” suspensa entre abandono e resistência.

No dia 28, às 10h15, o festival convida o público para uma caminhada pelos terrenos onde existiu o Bairro do Aleixo, numa acção simbólica que mistura arqueologia urbana e escuta colectiva.

Instalações, oficinas e masterclasses

arc en rêve centre d’architecture, de Bordéus, é a instituição convidada deste ano. Traz ao Porto duas instalações vídeo e dinamiza um debate sobre práticas arquitectónicas em contextos de transformação urbana.

O programa inclui ainda uma oficina artística, debates e outras actividades paralelas que reforçam o carácter multidisciplinar e interventivo do festival, criado em 2013 por Sofia Mourato, originalmente em Lisboa, e hoje dirigido por Paulo Moreira.

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Um festival para pensar o cinema e o espaço

Arquiteturas Film Festival 2025 é, acima de tudo, uma proposta de reflexão urgente sobre como habitamos — e desabitamos — os nossos espaços. Entre ruínas, torres derrubadas, comunidades desalojadas e fronteiras que mudam de forma e lugar, o festival convida-nos a olhar, escutar e — talvez — compreender um pouco melhor o mundo contemporâneo.

Luis Miguel Cintra revisita uma vida inteira no cinema num livro de memórias a apresentar no Porto

“Comentários a uma Filmografia” junta quase 100 filmes e um olhar íntimo sobre décadas de representação

Há actores que atravessam o cinema como personagens. Luis Miguel Cintra atravessou-o como presença. Com voz, corpo e uma inteligência discreta mas marcante, tornou-se figura incontornável tanto no teatro como no grande ecrã. Agora, aos 76 anos, o actor e encenador olha para trás e organiza essa travessia num livro que é, ao mesmo tempo, inventário e confissão.

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“Luis Miguel Cintra: Comentários a uma Filmografia” é lançado este mês pelas Edições Caminhos do Cinema Português e será apresentado no dia 12 de Junho, no Cinema Trindade, no Porto, com a exibição especial de Uma Pedra no Bolso (1988), de Joaquim Pinto — escolha pessoal do actor para assinalar o momento.

Uma filmografia, muitas memórias

O livro nasceu de um desafio lançado pelo festival Caminhos do Cinema Português, que em 2024 homenageou o actor com o Prémio Ethos. A proposta era simples: revisitar os muitos filmes em que participou. A resposta de Cintra foi tudo menos banal — comentou um por um, com lucidez, ironia e emoção.

São quase 100 filmes, entre 1970 e 2022, percorrendo colaborações com nomes como Manoel de Oliveira, Pedro Costa, Solveig Nordlund, Maria de Medeiros, Joaquim Pinto, Paulo Rocha, João César Monteiro, entre muitos outros.

Foi precisamente com João César Monteiro que Cintra se estreou no cinema, em Quem Espera por Sapatos de Defunto Morre Descalço (1970). Na introdução ao texto sobre esse filme, escreve:

“Quando comecei foi quase por acaso. Mas nada é por acaso a não ser os desastres e o primeiro amor.”

Um livro entre o íntimo e o político

Muito mais do que um exercício de memória, o livro revela-se uma viagem interior ao ofício da representação no cinema, feita por quem sempre assumiu que o seu lugar natural era o teatro.

Luis Miguel Cintra escreve com gratidão, mas também com ironia e alguma mágoa. Sobre o seu percurso no cinema, observa:

“Serei talvez o actor que em Portugal não ganhou quase nada com os filmes, porque nunca recusei um papel por ganhar pouco ou nada, e recusei sempre qualquer papel na televisão.”

Reflexões como esta pontuam o livro, que oscila entre o comentário técnico, o registo afectivo e a análise artística. Em Peixe Lua (2000), de José Álvaro Morais, por exemplo, lê-se:

“Marca a vida de uma pessoa fazer um filme assim (…) quase um filme de família com tantas histórias secretas.”

E quando escreve sobre O Gebo e a Sombra (2012), com Manoel de Oliveira, emociona:

“É um filme que surge na minha vida como uma incrível recompensa pela admiração e pela amizade incondicionais que para sempre associam o meu ofício de actor de cinema à sua obra.”

Uma vida contada em planos, falas e silêncios

O livro percorre não apenas as obras maiores, mas também momentos mais discretos — todos tratados com a mesma atenção. O tom, por vezes confessional, nunca cede ao sentimentalismo fácil. Em vez disso, temos um homem a pensar sobre o tempo, o trabalho e a memória, com a serenidade de quem sabe que o seu legado está construído não em prémios, mas em presenças.

No caso de Capitães de Abril (2000), de Maria de Medeiros, por exemplo, a memória do filme convoca a memória do próprio 25 de Abril. Cintra recorda-se de estar no Quartel do Carmo com o actor Luís Lucas, e escreve:

“Posso jurar que a atmosfera que se viveu não foi a de um doce e amável festejo com bandeirinhas. Nós estávamos cheios de medo de que aquilo não resultasse.”

Uma sessão para celebrar o cinema português… e um actor maior

A sessão de apresentação no Cinema Trindade, no dia 12 de Junho, é um momento para celebrar não só o livro, mas também a própria ideia de memória no cinema. Com a exibição de Uma Pedra no Bolso, de Joaquim Pinto, o evento recupera uma das muitas colaborações que marcaram o percurso de Cintra — um actor que, nas palavras de muitos, nunca fez um papel menor, mesmo quando o papel era pequeno.

O livro, segundo o próprio, “ficou uma espécie de livro de memórias, uma coisa meio sentimental da minha vida no cinema.”

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Felizmente para nós, ficou também um testemunho precioso de um dos maiores actores portugueses e do modo como viveu o cinema: com entrega, curiosidade e — acima de tudo — dignidade.

Três estreias portuguesas no Festival de Cinema de Marselha: Rita Azevedo Gomes, Leonor Noivo e João Miller Guerra em destaque

Cinema português em força no FIDMarseille 2025

Portugal volta a marcar presença no panorama internacional do cinema com três estreias mundiais no Festival Internacional de Cinema de Marselha (FIDMarseille), que celebra a sua 36.ª edição de 8 a 13 de Julho de 2025. Os novos filmes de Rita Azevedo GomesLeonor Noivo e João Miller Guerra foram seleccionados para a programação oficial do festival francês, um dos mais relevantes do circuito europeu no campo do cinema documental e de autor.

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Entre ficção, documentário e experiências híbridas, os três projectos representam diferentes abordagens estéticas e temáticas, revelando a vitalidade criativa do cinema português contemporâneo — e também a sua capacidade de dialogar com temas universais.

“Fuck the Polis”: Rita Azevedo Gomes em competição internacional

Em estreia mundial e inserido na competição internacionalFuck the Polis marca o regresso de Rita Azevedo Gomes com uma obra que volta a cruzar literatura, paisagem e existencialismo. O título invoca o livro de poesia de João Miguel Fernandes Jorge, mas também um gesto político de rebeldia e contemplação.

Segundo a sinopse oficial, o filme parte de uma personagem chamada Irma, que, vinte anos depois de uma viagem à Grécia feita sob a convicção de que estava condenada, regressa agora acompanhada por três jovens. Entre ilhas, mar e céu, o grupo mergulha em leituras, escutas e vivências guiadas pelo apelo à beleza e à clareza. O argumento é assinado pela realizadora e por Regina Guimarães, e a produção é da responsabilidade da própria Rita Azevedo Gomes.

“Bulakna”: Leonor Noivo estreia-se na longa-metragem

Também em competição e em estreia absoluta estará Bulaknaprimeira longa-metragem de Leonor Noivo, produzida pela Terratreme Filmes com coprodução francesa. O documentário foca-se na diáspora de mulheres filipinas, um tema raramente explorado no cinema português, e promete lançar luz sobre histórias de migração, resistência e identidade feminina globalizada.

Leonor Noivo, com uma carreira marcada por curtas-metragens intensas e observacionais, dá agora um passo sólido para o grande ecrã, mantendo o seu olhar atento à intimidade dos corpos e à invisibilidade das histórias que habitam as margens do quotidiano.

“Complô”: o cinema político de João Miller Guerra

A terceira estreia portuguesa no festival é Complô, de João Miller Guerra, documentário que parte da figura de Ghoya (Bruno Furtado), rapper e activista luso-cabo-verdiano, cuja história de vida é atravessada por questões de identidade, exclusão e pertença.

Segundo a produtora Uma Pedra no Sapato, o filme mergulha na experiência de alguém que “viu negado à nascença o direito de ser e se sentir português”, propondo uma reflexão poderosa sobre racismo estrutural e cidadania num país que ainda se confronta com os seus fantasmas coloniais. Uma obra urgente e política, que prolonga a linha de intervenção social visível noutras obras do realizador.

Coproduções e panorama internacional

Além dos filmes portugueses, o FIDMarseille 2025 conta ainda com coproduções nacionais, como All Roads Lead to You, da artista ucraniana Jenya Milyukos, e Morte e Vida Madalena, do brasileiro Guto Parente — ambas com presença portuguesa nos créditos, revelando a crescente participação lusa em projectos transnacionais.

O festival abrirá com Kontinental, do romeno Radu Jude, outro autor de culto do cinema europeu contemporâneo.

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FIDMarseille volta assim a afirmar-se como um espaço privilegiado para a descoberta de vozes singulares e para a afirmação de um cinema que resiste ao formato, à fórmula e ao facilitismo — e Portugal, felizmente, está no centro dessa conversa.

Ana de Armas: Da pronúncia fonética ao topo da ação em “Ballerina”

De “Knock Knock” a “Ballerina”, a viagem improvável e extraordinária de Ana de Armas até ao coração do universo John Wick.

Ana de Armas já provou que não é uma estrela qualquer — é uma força imparável. Com o novo filme Do Mundo de John Wick: Ballerina, que acaba de estrear nos cinemas portugueses, a atriz cubana alcança o seu momento de consagração num género que, até há pouco tempo, parecia-lhe completamente improvável: o cinema de ação.

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Mas a sua relação com Keanu Reeves — e com o próprio Wick-verso — começou bem antes de patins de gelo transformados em armas mortais. Foi em Knock Knock (2015), um thriller erótico realizado por Eli Roth, que Ana de Armas pisou pela primeira vez um plateau de Hollywood. Tinha acabado de chegar a Los Angeles, falava pouco inglês e teve de decorar o guião… foneticamente.

“Foi duro. Senti-me miserável por vezes. Muito sozinha”, recorda hoje. “Mas queria provar que conseguia. Diziam-me ‘vemos-te daqui a um ano, quando falares inglês’. E eu respondia: ‘Vejo-vos daqui a dois meses’.”

Da “Bond Girl” à protagonista de ação

De Armas subiu a escada de Hollywood com uma velocidade vertiginosa. Brilhou em Blade Runner 2049, roubou a cena em Knives Out e foi nomeada para o Óscar com a sua arrebatadora interpretação de Marilyn Monroe em Blonde. Mas Ballerina é o seu primeiro grande protagonismo num filme de ação com estreia mundial em sala — e o desafio é tão grande quanto o universo que herdou.

Ballerina decorre entre os eventos de John Wick 3: Implacável e John Wick 4 e segue Eve, uma bailarina que se transforma em assassina para vingar a morte da sua família. Uma personagem feminina dura, letal, mas também com camadas de vulnerabilidade — algo que Ana de Armas transmite com uma autenticidade rara.

“O que mais gosto nos meus heróis de ação é vê-los a fraquejar. Não quero a personagem estoica, que sabe que tudo vai ficar bem. Quero que lutem com tudo”, diz Chad Stahelski, realizador da saga John Wick e produtor de Ballerina.

Uma vida de sacrifício, luta… e persistência

Para Stahelski, o que convenceu definitivamente não foi apenas o talento ou o carisma de Ana de Armas, mas a sua história de vida.

“Ela não veio só aproveitar a vista — ela gosta de subir a montanha”, afirma.

E Ana confirma: “Nunca tive um plano B. Esta era a única coisa que eu tinha. Esta é a forma como me alimento e como sustento a minha família. Isto é sobrevivência.”

Desde os dias em que sofria de asma na infância em Cuba, incapaz de correr com os amigos, até hoje — onde protagoniza cenas de luta coreografadas, lida com lança-chamas e combate corpo a corpo — Ana de Armas redefiniu o que significa ser uma estrela de ação.

Um rosto novo, uma energia diferente para o universo “John Wick”

Apesar de ter tido um breve papel na ação de 007: Sem Tempo Para Morrer, foi com Ballerina que Ana mergulhou verdadeiramente no treino físico e emocional de uma heroína do género. E isso vê-se na tela — e fora dela.

Participou em festivais, entrevistas, vídeos virais com asas de frango picante, e até foi questionada sobre o seu próximo filme com Tom Cruise, Deeper. Tudo sem perder a graça, o humor e a empatia que a tornam uma presença cativante. E sim, parte dessa leveza vem do facto de dividir o seu tempo entre Los Angeles e… Vermont.

“Sim, surpreende muita gente. Mas trouxe-me felicidade, sanidade e paz”, diz ela a rir.

O futuro? Com os dois pés na ação… e o coração no cinema

Com Ballerina, Ana de Armas carimba o passaporte para o panteão dos grandes nomes do cinema de ação. E mais do que isso: abre a porta a uma nova geração de protagonistas femininas complexas, humanas e verdadeiramente letais.

ver também : Tom Cruise Faz História (Outra Vez): Guinness Recorde Para Cena de Paraquedas em Chamas em Mission: Impossible — The Final Reckoning 🪂🔥

Para a atriz, a missão está clara: “Quando dou uma hipótese a algo, dou o meu melhor. O que quer que isso signifique. E depois posso dizer: dei o meu melhor.”

E sim, Ana: deu — e arrasou.

Tom Cruise Faz História (Outra Vez): Guinness Recorde Para Cena de Paraquedas em Chamas em Mission: Impossible — The Final Reckoning 🪂🔥

Aos 61 anos, Tom Cruise continua a provar que a idade é apenas um número… especialmente quando se fala em voar de helicóptero com um paraquedas em chamas. Sim, leu bem. O astro de Hollywood conquistou agora um Guinness World Record pelo maior número de saltos com paraquedas em chamas — 16, para ser exacto — durante as filmagens de Mission: Impossible — The Final Reckoning.

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Este feito não é apenas mais uma entrada no vasto portefólio de loucuras físicas de Cruise. É a consagração oficial de uma carreira que desafia continuamente os limites do que um actor pode (ou deve) fazer num set de filmagens.

Um salto (ou 16) para a eternidade

O momento histórico foi filmado nos céus da cordilheira de Drakensberg, na África do Sul, com Cruise a saltar de um helicóptero a mais de 75.000 pés de altitude, com o paraquedas literalmente ensopado em combustível e a arder. Cada salto terminava com a libertação do paraquedas em chamas, seguido da activação de um segundo paraquedas de segurança. Porque claro, se é para ser perigoso, ao menos que se faça com classe (e seguro).

E como se não bastasse o fogo e a gravidade, Cruise levava também um arnês com uma câmara Snorri de 22 kg presa ao corpo para captar imagens em plano fechado do momento. Se parece insano… é porque é mesmo.

“Não estamos a correr riscos… obviamente.” 😏

O Guinness World Records não teve dúvidas: “Tom não é apenas um actor de filmes de acção — ele é um herói de acção real”, afirmou Craig Glenday, editor-chefe da instituição. “Esta conquista mostra o seu compromisso absoluto com a autenticidade e os limites que está disposto a ultrapassar.”

Numa entrevista dos bastidores, Cruise — entre risos — garantiu que tudo foi feito com cuidado: “Vamos ser inteligentes. Não estou a dizer para sermos imprudentes. Nós não corremos riscos… obviamente.”

Claro que isto vindo de alguém que já pilotou aviões de combate reais em Top Gun: Maverick, escalou o Burj Khalifa em Missão: Impossível — Protocolo Fantasma, e saltou de motos de penhascos na Noruega, pode ser interpretado de várias formas.

Mais do que um recorde, uma lenda viva

Este momento épico junta-se a uma longa lista de acrobacias inesquecíveis protagonizadas por Cruise. Mas o que distingue The Final Reckoning é o facto de ser a despedida desta saga em duas partes, e tudo indica que esta seja uma das entradas mais ambiciosas da série.

Com um Guinness Recorde agora no currículo e os fãs a salivar por ver o resultado final no grande ecrã, Tom Cruise não está apenas a terminar Missão: Impossível — está a reformular o que significa ser uma estrela de acção no século XXI.

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E se por acaso tinha dúvidas, lembre-se: há actores que simulam ser heróis… e há Tom Cruise.

se não conseguir ver o video neste artigo veja aqui

O Terror Está de Volta ao Amor: “Together” Promete Arrepiar os Corações a 14 de Agosto 🎬🖤

Preparem-se para um verão com arrepios – mas não é por causa do ar condicionado! Together chega aos cinemas portugueses a 14 de agosto e promete ser uma das experiências cinematográficas mais intensas do ano. Protagonizado por Dave Franco (The Disaster Artist) e Alison Brie (Promising Young Woman), o filme tem sido descrito como uma verdadeira viagem visceral ao universo do body horror… e do casamento em crise. Um terror tão íntimo como inquietante.

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O Amor é Lindo… Até Deixar de Ser

Casados na vida real desde 2017, Dave Franco e Alison Brie encarnam em Together o casal Tim e Millie, que decide fugir do bulício da cidade e recomeçar numa casa isolada no campo. O que começa como um retiro romântico rapidamente se transforma num pesadelo psicológico: as tensões da relação intensificam-se e, como se não bastasse, uma entidade misteriosa começa a interferir… primeiro nas emoções, depois nos corpos.

Sim, leu bem. Este não é apenas mais um thriller conjugal com um fantasma ao fundo do corredor. Estamos a falar de body horror puro e duro – daqueles que fazem torcer o estômago e olhar para o amor com um misto de fascínio e medo.

Crítica Unânime e 100% no Rotten Tomatoes 🍅

Estreado mundialmente no Festival de Cinema de Sundance em janeiro, Together conquistou a crítica de forma rara no cinema de género. Mantém, até agora, uma impressionante classificação de 100% no Rotten Tomatoes – um feito que poucos filmes de terror conseguem alcançar, quanto mais um indie com alma e ambição.

Sob a realização de Michael Shanks, que aqui se estreia na direção de longas-metragens, o filme combina atmosfera, intimismo e um crescendo de tensão que culmina numa experiência desconcertante. E não só o realizador estreia-se – Franco e Brie também assinam a produção, tornando este projeto ainda mais pessoal.

“Juntos” até que o Horror os Separe

A grande força de Together reside na química perturbadora entre os protagonistas. Esta não é apenas uma história sobre um casal; é uma exploração dos limites do amor, da dor e da identidade. Quando tudo o que conheces é a pessoa que tens à tua frente… e mesmo essa começa a parecer estranha, que resta?

Preparem-se: este é um filme que mistura os terrores sobrenaturais com os muito reais dilemas de uma relação que se desmorona. E fá-lo com coragem, criatividade e um certo prazer sádico.

Together estreia em Portugal a 14 de agosto, com distribuição da NOS Audiovisuais. O trailer oficial já está disponível — e é melhor vê-lo com a luz acesa.

Stephen King, o dançarino secreto do apocalipse – “The Life of Chuck” estreia nos cinemas com emoção e humanidade

🎬 “A vida de Chuck mostra que até o fim do mundo pode ter momentos de beleza”. Esta frase poderia muito bem resumir a nova adaptação de Stephen King, The Life of Chuck, que chega aos cinemas portugueses a 13 de Junho, depois de conquistar o público no Festival de Toronto com o seu tom surpreendentemente… esperançoso.

O mestre do horror com coração

Stephen King é conhecido pelas suas criaturas terríveis, cidades amaldiçoadas e crianças a enfrentar o mal puro. Mas quem lê com atenção sabe que, por detrás de cada monstro, há sempre uma centelha de humanidade. É por isso que obras como It ou The Stand funcionam tão bem: porque, no fundo, falam sobre amizade, empatia e resistência.

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Em The Life of Chuck, King vira o jogo. O mundo está a acabar – literalmente –, mas o foco não está nos desastres ou no caos. Está numa única vida: a de Chuck, interpretado por Tom Hiddleston. A narrativa começa com a internet a colapsar e a Califórnia a descolar como papel de parede velho. Mas logo percebemos que não se trata do apocalipse clássico: trata-se da despedida serena de um homem que viveu, dançou e foi amado.

Mike Flanagan e o cinema sem cinismo

Mike Flanagan, que já adaptou com sucesso Doctor Sleep e Gerald’s Game, volta a trabalhar com o universo King e mostra, mais uma vez, o seu talento em equilibrar o fantástico com o profundamente humano. Em entrevista, Flanagan disse que este filme “não tem uma grama de cinismo” — e é isso que torna The Life of Chuck tão especial. Num mundo cansado de sarcasmo e distanciamento, eis um filme que fala de amor, perda, alegria e memórias com a mesma seriedade com que King trataria um vampiro ou um palhaço demoníaco.

Flanagan tem razão ao dizer que muitos se esquecem que os melhores livros de King têm coração. “Stand By Me” ou “The Shawshank Redemption” são histórias sobre crescer, acreditar e recomeçar. “The Life of Chuck” segue essa tradição.

Um toque pessoal

Stephen King, agora com 77 anos e quase 80 livros no currículo, vive uma fase particularmente introspectiva. Depois de uma experiência de quase morte e com novas obras no forno (incluindo “Never Flinch” e uma terceira parte de Talisman), King decidiu celebrar a vida e as pequenas coisas. Em The Life of Chuck, tudo começou com uma imagem: um executivo que não resiste a dançar ao som de um baterista de rua em Boston. A partir daí, nasceu uma história sobre identidade, memória e legado.

Chuck aparece primeiro num cartaz enigmático. Depois, vai-se revelando como uma figura que marcou discretamente muitas vidas — talvez um reflexo de King, que, mesmo escrevendo sobre horrores, tocou corações em todo o mundo.

O elenco e o apelo da simplicidade

Além de Hiddleston, o filme conta com Chiwetel Ejiofor como um professor em crise existencial, Karen Gillan, Mark Hamill, Mia Sara (que regressa aos ecrãs após mais de uma década) e o jovem Benjamin Pajak. Um elenco que, como a narrativa, aposta na subtileza e na emoção.

King confidenciou que esta é das poucas adaptações pelas quais se sentiu verdadeiramente protetor — ao ponto de comparecer à estreia no Festival de Toronto, algo que não fazia desde The Green Mile, há 26 anos.

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O mundo pode acabar, mas ainda há tempo para dançar

Entre o fim do mundo e uma dança espontânea ao som de Walt Whitman, The Life of Chuck é um filme sobre encontrar beleza onde menos se espera. Não é um conto de terror — é um lembrete de que viver, amar e até dançar, mesmo diante do abismo, continua a ser das maiores formas de resistência.

Michael J. Fox e a busca pela guitarra perdida de Regresso ao Futuro

🎸 A icónica Cherry Red Gibson ES-345 está desaparecida há quase 40 anos e Michael J. Fox quer a ajuda dos fãs para resolver o mistério.

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“Acho que vocês ainda não estão prontos para isto… mas os vossos filhos vão adorar.” A frase é lendária, o momento é inesquecível, e a guitarra? Bem, essa desapareceu misteriosamente. Quase quatro décadas depois da estreia de Regresso ao Futuro, Michael J. Fox e a Gibson lançaram uma campanha para tentar encontrar a guitarra vermelha que Marty McFly imortalizou no ecrã.

Perdida no tempo (e no espaço cinematográfico)

A Cherry Red Gibson ES-345 tornou-se um símbolo instantâneo do filme desde que Fox, como Marty, subiu ao palco do baile “Enchantment Under the Sea” e arrasou com Johnny B. Goode, muito antes de Chuck Berry sequer a ter lançado oficialmente.

Mas há um detalhe que poucos sabiam: a guitarra usada na rodagem desapareceu em 1985, ano de estreia do primeiro filme. Desde então, nem produtores, nem colecionadores, nem a própria Gibson conseguiram rastrear o instrumento.

Uma missão digna de Doc Brown

Numa iniciativa que parece saída da própria saga, a Gibson uniu forças com Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Lea Thompson e Harry Waters Jr. para um apelo global. Num vídeo partilhado nas redes sociais, os atores juntaram-se para pedir aos fãs que ajudem a localizar a ES-345 original — uma peça que, além do seu valor musical, carrega um peso icónico na história do cinema.

A Gibson está inclusivamente a produzir um documentário chamado Lost to the Future, que acompanhará os esforços de busca e investigação. E como se isso não bastasse para emocionar os fãs, a marca planeia também relançar a famosa guitarra num modelo especial.

A cena que marcou gerações

Para quem precisa de um lembrete (ou apenas de um pretexto para rever o filme), Regresso ao Futuro leva-nos a 1955, onde Marty McFly tem de garantir que os pais se apaixonam — sob pena de deixar de existir.

No baile da escola, Marty é forçado a substituir o vocalista da banda, e decide tocar um tema que os jovens da época ainda nem conheciam: Johnny B. Goode. O solo energético, a performance contagiante e o carisma de Fox deram origem a uma das cenas mais adoradas da sétima arte.

“Vocês ainda não estão prontos para isto… mas os vossos filhos vão adorar.”

E assim nasceu uma lenda — mas a guitarra que a protagonizou perdeu-se no tempo.

Um final por escrever

Com o documentário a caminho e os fãs mobilizados, talvez o futuro ainda reserve um final feliz para esta história. Quem sabe, algures numa arrecadação em Los Angeles, num estúdio esquecido, ou nas mãos de um colecionador anónimo, esteja a lendária ES-345, à espera de regressar ao palco que a eternizou.

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Se a encontrares, lembra-te: não precisas de 1.21 gigawatts. Basta um email à Gibson.