AKA Charlie Sheen: A Verdade por Trás do Colapso — e a Recuperação

Um retrato cru, mas sem verdadeira expiação

O documentário em dois episódios AKA Charlie Sheen, agora disponível na Netflix, é descrito como uma experiência emocionalmente extenuante — e não exclusivamente pela duração de mais de três horas. Segundo a crítica da The Guardian, a série oferece “deixa pouco espaço para arrependimento genuíno”, com Sheen muitas vezes se vangloriando dos seus dias de festa em vez de assumir todas as suas ações, particularmente no que toca às consequências sobre as pessoas à sua volta  .

Apesar de entrevistas com ex-mulheres, amigos e colegas — como Heidi Fleiss, que não escondeu a sua raiva, e Jon Cryer, visivelmente exausto pelo ciclo de destruição — o filme acaba por dar demasiado controlo à narrativa do próprio Sheen, suavizando partes mais sombrias e dolorosas da sua trajetória  .

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Revelações chocantes, mas a superfície permanece

Aka Charlie Sheen traz à tona factos sensacionais — ele pilotou um avião embriagado na sua lua-de-mel, cresceu numa casa de nudistas, teve encontros sexuais com homens durante fases de dependência, teve overdoses, e sofreu do HIV — mas muitos críticos apontam que a sua honestidade é calculada, contemplando destempero e glamour como parte do mesmo pacote de sofrimento e redenção  .

Tratando-se de um relato belamente cronometrado, há momentos poderosos, como o telefonema de Clint Eastwood a convencê-lo a ir para a reabilitação, e a intervenção familiar que quase não aconteceu. “Foi realmente poderoso”, admite Sheen sobre essa viragem decisiva  .


O homem por trás da lenda — ainda escapando à autocrítica

A narrativa atravessa as fases “Festas”, “Festas com problemas” até aos “Puros problemas”, com um arco que culmina na sobriedade desde 2017. Mas, como nota o The Guardian, a série enfatiza recordações nostálgicas em vez de responsabilização, com pouca contrição palpável  .

A omissão de Martin Sheen e Emilio Estevez, que recusaram participar, foi tratada de forma respeitosa — Sheen insiste que mantêm um vínculo firme — e descreve o filme como uma espécie de “carta de amor” ao pai  .


Um sobrevivente que ainda não se perdoa

Apesar dos deslizes grotescos que entraram para a história — como relatar que já “voou um avião enquanto estava bêbado” — ou usar cubos de gelo em locais inusitados para se manter acordado em cena  , Sheen parece ambivalente: aliviado por expor tudo, mas ainda relutante em encarar integralmente quem feriu. Como ele próprio descreve sobre a vergonha, “a vergonha sufoca… mas pode tornar-se uma Estrela do Norte, ou da Morte” — uma frase que oscila entre reflexão e confusão  .

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Em síntese:

AKA Charlie Sheen é uma viagem brutal e barulhenta pela queda e ressurgimento de uma estrela danoosa, exibindo-se mais como um espetáculo do que como uma rendição emocional. Existem momentos genuínos de remissão e humor negro revelador, mas a falta de verdadeira autocrítica aprofunda o desconforto em vez de oferecer reconciliação — tanto para Charlie como para quem o rodeia.

Baz Luhrmann Descobre Filmagens Perdidas de Elvis em Minas de Sal no Kansas

EPiC: Elvis Presley in Concert estreia em Toronto

Baz Luhrmann e Elvis Presley parecem estar ligados para sempre. Depois do sucesso mundial de Elvis (2022), filme que rendeu mais de 288 milhões de dólares e oito nomeações para os Óscares, o realizador regressa ao universo do Rei do Rock com o documentário EPiC: Elvis Presley in Concert, que acaba de estrear no Festival de Toronto 2025.

A produção traz à luz filmagens inéditas da residência de Elvis em Las Vegas nos anos 70, restauradas por Luhrmann a partir de material há muito considerado perdido. O filme será distribuído pela Warner Bros., incluindo em IMAX e outros formatos premium

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Tesouro escondido no subsolo

As primeiras pistas sobre as gravações chegaram ainda durante a preparação de Elvis. A existência dos registos era quase um mito, até que a equipa de Luhrmann foi investigar os arquivos da MGM, armazenados em minas de sal no Kansas.

“O cofre era como Indiana Jones e os Salteadores da Arca Perdida. Não estou a exagerar”, contou o realizador. O achado: 35 horas de negativo sem som magnético. Para reconstruir o áudio, Luhrmann contou com a colaboração de Peter Jackson e a sua equipa da Park Road, especialistas em restauro de material histórico, que já tinham trabalhado em documentários dos Beatles.

O processo implicou misturar gravações originais de palco, registos alternativos e novas orquestrações, criando o que o cineasta descreve como “um sonho audiovisual”.

Elvis em Las Vegas: glória e prisão

Para Luhrmann, as filmagens revelam o paradoxo da carreira de Presley nos anos 70: “Las Vegas foi um ponto de viragem. Ele tinha ambições de ir a Inglaterra e ao Japão. Mas ficou preso, como um pássaro a bater contra o vidro. Nunca devia ter ficado em Las Vegas mais do que uma vez. E lá esteve até ao dia da sua morte.”

O documentário recupera também imagens nunca vistas de outros projetos, como Elvis: That’s the Way It Is (1970) e Elvis on Tour (1972), e inclui um concerto completo em Hampton Road que, segundo Luhrmann, custaria meio milhão de dólares a preparar para exibição.

Do cinema ao palco

Além do documentário, Luhrmann confirmou que está em desenvolvimento uma adaptação musical de palco de Elvis, prolongando ainda mais a relação do realizador com a figura do cantor.

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Atualmente, Luhrmann encontra-se já em pré-produção do seu próximo projeto, um filme sobre Joana d’Arc, mas reconhece: “Melhor ou pior, Elvis vai fazer parte da minha vida para sempre. De alguma forma, estamos inextricavelmente ligados.”

Chris Evans Alimenta Rumores de Regresso Como Capitão América em Avengers: Doomsday

Físico em destaque no Festival de Toronto

Bastaram algumas fotografias recentes para incendiar a internet. Durante a passagem pelo Festival de Cinema de Toronto 2025, onde apresentou o filme de ação e aventura Sacrifice (com Anya Taylor-JoySalma Hayek e John Malkovich), Chris Evans surgiu em excelente forma física. O detalhe não passou despercebido aos fãs da Marvel, que rapidamente começaram a especular sobre um possível regresso do ator como Capitão América em Avengers: Doomsday.

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Um dos presentes no festival, o crítico Brandon Lewis, escreveu nas redes sociais: “Estava muito musculado na vida real, de uma forma surpreendente. Toda a gente à minha volta ficou de boca aberta. Sim, Chris Evans voltou para Doomsday/Secret Wars.”

O peso da nostalgia

Evans deixou o escudo em Avengers: Endgame (2019), quando Steve Rogers decidiu regressar aos anos 50 para viver com Peggy Carter (Hayley Atwell). No entanto, rumores de produção indicam que tanto Evans como Atwell poderão regressar em Doomsday, desta vez com a felicidade do casal em risco.

Histórias por contar

Os próprios irmãos Joe e Anthony Russo, realizadores de Endgame, já tinham sugerido em 2021 que ainda havia histórias por explorar sobre o período em que Rogers viajou para devolver as Gemas do Infinito. Essa deixa alimentou esperanças de uma possível continuação ou até de um projeto derivado em Disney+.

O regresso de Evans seria não só um trunfo nostálgico para o público que vibrou com Endgame, mas também uma oportunidade de ouro para o reencontro com Robert Downey Jr.. Só que, desta vez, o confronto não seria entre Capitão América e Iron Man, mas sim entre Steve Rogers e o Doutor Doom, papel que Downey Jr. vai interpretar no novo filme.

Expectativas para 2026

A lista de estrelas confirmadas para Avengers: Doomsday já é extensa, reunindo veteranos e novos rostos do MCU. Ainda assim, o sexto mês de rodagem deixa em aberto a possibilidade de mais surpresas no elenco.

Por agora, tudo não passa de rumores e análises ao físico de Evans — mas o entusiasmo dos fãs mostra que o Capitão continua a ser um dos pilares emocionais da saga.

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Avengers: Doomsday tem estreia prevista para 18 de dezembro de 2026. Até lá, a grande questão permanece: estará Steve Rogers pronto para regressar?

Nuremberg: O Tribunal Que Definiu a História Chega ao Cinema com Elenco de Luxo

Um thriller histórico sobre a natureza do mal

Quase 80 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, Nuremberg, escrito e realizado por James Vanderbilt, traz para o grande ecrã o primeiro tribunal internacional da História, onde os líderes nazis sobreviventes foram julgados pelos seus crimes. Mais do que uma recriação judicial, o filme explora a própria natureza do mal e a forma como este se manifesta através de pessoas e sistemas.

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O elenco reúne nomes de peso: Rami Malek como o psiquiatra militar Douglas Kelley, encarregado de avaliar os réus nazis; Russell Crowe como Hermann Göring, o braço-direito de Hitler; Michael Shannon como o juiz do Supremo Robert H. Jackson, chefe da acusação norte-americana; Richard E. Grant como um dos juízes do tribunal; John Slatterycomo oficial dos EUA; e Leo Woodall como tradutor.

Russell Crowe a aprender alemão e intensidade nos bastidores

Russell Crowe e Leo Woodall tiveram de aprender alemão para os seus papéis, um desafio que Vanderbilt sublinha como prova do empenho do elenco. Crowe, em particular, mergulhou no estudo da figura histórica de Göring, procurando recriar o seu carisma perturbador.

Rami Malek recorda a intensidade das filmagens nas celas: “Quando se está frente a frente com Russell naquele ambiente, nada fica por dizer. Foi um confronto destrutivo e humano ao mesmo tempo. Magnífico de interpretar.”

Relevância atual de um julgamento histórico

John Slattery destaca que, apesar de ser um filme histórico, Nuremberg é antes de tudo um thriller com pertinência para o presente: “Foi o primeiro tribunal internacional alguma vez organizado e a primeira vez que imagens em filme foram usadas como prova. É impossível não pensar nos desafios democráticos de hoje ao revisitar este momento.”

Richard E. Grant elogia a autenticidade da produção, desde os cenários recriados ao detalhe até aos figurantes húngaros que carregavam memórias familiares ligadas ao nazismo ou ao comunismo: “Sentia-se o peso da História na sala.”

Michael Shannon, com a sua habitual ironia, confessou que nunca foi bom aluno, mas que a representação lhe deu uma nova forma de aprender: “Entrar nesta História e vivê-la é um enorme privilégio.” Sobre o papel de Robert Jackson, Shannon realça a mensagem central: “Para lidar com o mal, temos de o investigar, dissecar e compreender porque é que ele existe.”

Entre a História e o entretenimento

Para Vanderbilt, Nuremberg não é apenas uma lição de História, mas um filme construído como thriller, no espírito de clássicos como JFKApollo 13 ou Glory: “É sobre algo sério, mas deve emocionar e prender o espectador. Assim que o filme estrear, a história passa a pertencer ao público.”

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Com interpretações intensas e um tema que continua a ecoar na atualidade, Nuremberg promete ser não só um retrato do passado, mas também uma reflexão urgente sobre o presente.

Warner Bros. Faz História: Sete Estreias Consecutivas Acima dos 40 Milhões de Dólares

“The Conjuring: Last Rites” abre caminho para um recorde inédito

A Warner Bros. acaba de entrar para a história do cinema ao tornar-se o primeiro estúdio a lançar sete filmes consecutivos com estreias acima dos 40 milhões de dólares nas bilheteiras norte-americanas. O feito foi consolidado com The Conjuring: Last Rites, que alcançou 83 milhões nos EUA e 187 milhões globalmente no fim de semana de estreia — o melhor arranque de sempre para a saga.

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De fracassos a sucessos estrondosos

O estúdio vinha de um período difícil, marcado pelos desaires de Joker: Folie a Deux (2024), Mickey 17 e The Alto Knights, que causaram perdas milionárias. A reviravolta começou em abril com A Minecraft Movie, que surpreendeu com uma abertura de 162 milhões de dólares e já acumula quase 957 milhões globalmente, tornando-se o título mais rentável do ano.

Seguiram-se sucessos consecutivos:

  • Sinners, thriller de vampiros de Ryan Coogler e Michael B. Jordan (48M de estreia);
  • Final Destination: Bloodlines (51,6M);
  • F1: The Movie, com Brad Pitt (57M);
  • Superman (125M);
  • Weapons, mistério de terror de Zach Cregger (43,5M).

Todos estes filmes conseguiram resistir além do primeiro fim de semana, algo que muitos blockbusters recentes — incluindo The Fantastic Four: First Steps e Thunderbolts, da Disney — não conseguiram.

Lucros e apostas de risco

Segundo a Franchise Entertainment Research, o estúdio terá gerado já cerca de 600 milhões de dólares em lucros teatrais este ano, antes de contar com os resultados de The Conjuring: Last Rites. Filmes como Superman (com cerca de 125M de lucro previsto) e Final Destination: Bloodlines (75M) estão entre os destaques.

O analista David A. Gross resumiu: “A Warner Bros. está numa fase fantástica. O estúdio fez escolhas ousadas e criativas — e estão a compensar.”

O futuro imediato: Paul Thomas Anderson e 2026 recheado

O próximo grande teste será One Battle After Another, épico de Paul Thomas Anderson protagonizado por Leonardo DiCaprio, com estreia ainda em setembro. O projeto custou pelo menos 130 milhões e precisa de cerca de 300 milhõespara equilibrar contas — uma fasquia elevada, tendo em conta que o maior sucesso do realizador até hoje foi There Will Be Blood (2007), com 76,4 milhões.

Já em 2026, o calendário da Warner promete ser igualmente ambicioso, com títulos como Wuthering Heights de Emerald Fennell (com Margot Robbie e Jacob Elordi), The Bride de Maggie Gyllenhaal, SupergirlClayfaceFlowervale Streetcom Anne Hathaway e Ewan McGregor, Mortal Kombat II, um projeto de Alejandro G. Iñárritu com Tom Cruise e ainda Dune: Part Three.

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Se a atual maré de sorte continuar, a Warner poderá transformar mais uma vez riscos calculados em sucessos de bilheteira.

Jennifer Lawrence e Robert Pattinson em Ruptura Psicológica: Die My Love Revela o Seu Primeiro Trailer 🎬🖤


O regresso de Lynne Ramsay

Depois de oito anos afastada da realização de longas-metragens, Lynne Ramsay regressa em grande com Die My Love, filme que promete marcar a temporada de prémios. A realizadora escocesa, conhecida pela intensidade de We Need to Talk About Kevin e You Were Never Really Here, apresenta aqui mais um mergulho profundo na psicologia humana.

O filme estreou em competição oficial no Festival de Cannes, em maio, onde foi imediatamente apontado como um dos favoritos.

Um drama psicológico em Montana

A história passa-se numa zona rural de Montana. Jennifer Lawrence interpreta uma mulher em luta com a maternidade, incapaz de se adaptar ao papel de mãe. Ao seu lado, Robert Pattinson dá vida ao marido, que se revela pouco presente e ainda menos útil perante o colapso da companheira.

A dupla divide o ecrã com nomes de peso como Sissy SpacekNick Nolte e LaKeith Stanfield, compondo um elenco de luxo para um drama psicológico que explora os limites entre depressão pós-parto, psicose e perturbações de personalidade.

Um retrato cru e visceral

Em crítica publicada na Variety, o jornalista Owen Gleiberman destacou uma das cenas mais arrebatadoras do filme, onde Lawrence tem uma quebra emocional ao som de “Mickey”, de Toni Basil:

“Ramsay tem um dom exuberante para encenar esse tipo de colapso barroco ao som de rock ‘n’ roll.”

Mais do que dar respostas clínicas, o filme oferece ao público um retrato intenso e vívido de uma mulher e mãe a sucumbir à pressão, enquanto a realidade começa a fragmentar-se.

Mubi aposta forte após sucesso de The Substance

A distribuição de Die My Love ficou a cargo da Mubi, que adquiriu os direitos de exibição por 24 milhões de dólares, garantindo a estreia na América do Norte e em vários territórios internacionais. O negócio segue a aposta da plataforma no cinema de autor, depois do sucesso alcançado com The Substance, que se transformou numa surpresa da temporada de prémios.

A ligação ao produtor Martin Scorsese, destacada no próprio trailer, reforça ainda mais o peso artístico e mediático da produção.

Estreia marcada para novembro

Com estreia agendada para 7 de novembroDie My Love promete ser um dos grandes títulos do ano, combinando a intensidade de Lynne Ramsay com interpretações de fôlego de Jennifer Lawrence e Robert Pattinson.

O trailer já disponível deixa antever um filme cru, denso e perturbador — daqueles que não nos deixam indiferentes muito depois de sairmos da sala de cinema.

O Monte dos Vendavais em Polémica: Adaptação de Emerald Fennell Faz Disparar Vendas do Clássico 📚🎬

A polémica que trouxe Emily Brontë de volta às tabelas

Desde que a Warner Bros. lançou o primeiro teaser da nova adaptação de Wuthering Heights (O Monte dos Vendavais), o clássico de Emily Brontë voltou a estar nas bocas do mundo. E não apenas nas conversas — também nas prateleiras: as vendas do romance de 1847 dispararam na Amazon.

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A edição da Wordsworth Classics registou uma subida de 504% em apenas 24 horas, tornando-se o segundo livro de romance gótico mais vendido na plataforma. Já a edição da Penguin Classics, lançada em 2002, viu as suas vendas crescerem 187%, ocupando o 98.º lugar geral de vendas.

O trailer que incendiou as redes

O motivo da súbita procura? O teaser divulgado na passada quarta-feira, que causou controvérsia imediata.

  • Jacob Elordi foi escolhido para interpretar Heathcliff, personagem descrita no livro como de pele escura — uma diferença que gerou acusações de “whitewashing”.
  • Margot Robbie, de 35 anos, foi anunciada como Catherine Earnshaw, apesar de a personagem ser uma adolescente no romance original.
  • O tom do trailer, marcado por olhares lânguidos e uma forte carga erótica, foi apontado por críticos como uma distorção de um enredo que, no livro, se centra em abuso, violência e trauma.

A realizadora Emerald Fennell, vencedora de um Óscar por Promising Young Woman, parece assim preparar uma visão ousada — mas não consensual — da obra-prima de Brontë.

Quando o “efeito Twilight” ressuscitou o clássico

Curiosamente, esta não é a primeira vez que Wuthering Heights conhece uma nova vida graças à cultura pop. Em 2009, o chamado “efeito Twilight” fez as vendas do livro quadruplicarem, depois de ser referido como o favorito da protagonista Bella Swan na saga de vampiros criada por Stephenie Meyer.

A editora Harper Collins aproveitou então o momento e relançou o romance com a tagline “O livro favorito de Bella e Edward”. O resultado? Mais de 34 mil cópias vendidas nesse ano, contra as 8.551 registadas em 2005.

Um clássico incontornável do gótico

O Monte dos Vendavais, a única obra de Emily Brontë, foi inicialmente recebido com críticas frias e comparações desfavoráveis a Jane Eyre, da sua irmã Charlotte. Mas, a partir do século XX, conquistou lugar cativo na literatura mundial, sendo hoje considerado um dos grandes romances góticos de sempre.

O livro já foi adaptado mais de uma dúzia de vezes ao cinema e televisão. A versão de 1939 foi nomeada a sete Óscares, incluindo Melhor Filme, e venceu o de Melhor Fotografia. Perdeu o prémio principal para E Tudo o Vento Levou.

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Agora, com Emerald Fennell ao leme e Elordi e Robbie nos papéis principais, o romance volta a dividir opiniões — mas também a provar que continua a ser impossível de ignorar.

Tom Holland Assume Diagnóstico de PHDA e Explica Como Isso Afeta a Sua Carreira 🎭🕷️

Um desafio pessoal em plena carreira de sucesso

Tom Holland, o ator britânico conhecido por dar vida ao Homem-Aranha no Universo Cinematográfico da Marvel, revelou recentemente que foi diagnosticado com PHDA – Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção. Esta condição, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, caracteriza-se por dificuldades em manter o foco, gerir a impulsividade e controlar a hiperatividade, podendo persistir ao longo da vida adulta.

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A revelação surge numa altura em que o ator se encontra envolvido em novos projetos, e a notícia tem despertado atenção não apenas pelo impacto na sua vida pessoal, mas também pela forma como influencia a sua arte de representar.

Do diagnóstico à dislexia: um percurso com obstáculos

Holland já tinha anteriormente falado sobre a sua dislexia, que lhe causa dificuldades na ortografia. Agora, acrescenta mais um desafio à sua lista:

“Tenho PHDA e sou disléxico, e às vezes acho que quando alguém me dá uma página em branco, isso pode ser um pouco intimidador. E às vezes deparamo-nos com estes desafios ao desenvolver uma personagem”, confessou o ator em entrevista ao IGN.

Apesar das dificuldades, o intérprete destaca que estas condições não o impedem de se dedicar ao trabalho. Pelo contrário, obrigam-no a procurar estratégias criativas para superar os obstáculos.

Brincar como forma de liberdade criativa

A revelação surgiu durante a promoção da curta-metragem da LEGO, “Never Stop Playing”, onde Tom Holland assume vários papéis: de jogador de futebol a herói de ficção científica, passando por empreendedor de tecnologia.

Segundo o ator, a brincadeira continua a ser uma forma essencial de manter a criatividade viva:

“Qualquer maneira que tu, enquanto jovem ou adulto, possas interagir com algo que te force a ser criativo, a pensar fora da caixa e a fazer mudanças que podem ou não estar num manual de instruções, apenas promove uma criatividade saudável.”

Para Holland, essa é uma filosofia de vida: nunca deixar de brincar, nunca perder a capacidade de imaginar e reinventar-se.

A importância da visibilidade

Ao assumir publicamente o diagnóstico de PHDA, Tom Holland junta-se a uma crescente lista de figuras públicas que falam abertamente sobre condições de saúde mental e do neurodesenvolvimento. Esta partilha tem um impacto relevante, ajudando a quebrar tabus e a aumentar a consciência em torno da PHDA, que muitas vezes continua a ser incompreendida, sobretudo na idade adulta.

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Seja no grande ecrã como super-herói, ou fora dele como voz de experiências reais e inspiradoras, Holland mostra que vulnerabilidade e talento podem caminhar lado a lado.

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A sátira política volta em força

“South Park” nunca foi conhecido por meias palavras — e a nova temporada está a provar isso mesmo. Depois de décadas a chocar e a provocar gargalhadas desconfortáveis, Trey Parker e Matt Stone voltam a pegar no atual presidente dos EUA como alvo principal.

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O mais recente episódio, intitulado “Wok Is Dead”, exibido na passada quarta-feira, mostra Donald Trump envolvido numa relação com… Satanás. E como se não bastasse, o Senhor das Trevas aparece grávido do presidente.

A cena que está a dar que falar

No episódio, jornalistas perguntam a Satanás sobre o alegado romance com Trump. A resposta é digna da ousadia habitual da série:

“Adorava poder deixá-lo, mas estou grávido.”

É este tipo de humor provocatório que mantém “South Park” na linha da frente da cultura pop: misturar política, absurdo e polémica em doses iguais.

Uma temporada marcada pelos ataques a Trump

Esta não é a primeira vez que a nova temporada ataca diretamente o presidente. Logo no arranque, com o episódio “Sermon on the Mount”, a série já tinha conquistado recordes de audiência, tornando-se o episódio mais visto desde 1999.

Parker e Stone sempre tiveram o talento de transformar figuras políticas em personagens recorrentes da sua sátira feroz. Agora, com Trump, parecem ter encontrado material inesgotável para novas histórias — e o público responde, com números que provam que, em 2025, “South Park” continua mais relevante do que nunca.

South Park continua a desafiar limites

Há quem considere exagerado, há quem veja como genialidade satírica. A verdade é que, ao fim de tantos anos, “South Park” continua a desafiar os limites do que é aceitável na televisão. E, convenhamos, a imagem de Satanás grávido de Donald Trump dificilmente será esquecida tão cedo.

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O Mar em Grande Ecrã: International Ocean Film Tour Regressa a Portugal com Sessões em Lisboa e no Porto 🌊🎬

Um festival que celebra o oceano

O International Ocean Film Tour (IOFT) está de volta a Portugal em 2025 e promete mergulhar o público numa experiência única, onde o cinema se cruza com as histórias mais inspiradoras ligadas ao mar. Depois de edições anteriores com salas cheias, Lisboa e Porto voltam a receber este evento internacional que faz da sétima arte uma janela aberta para a vida marinha, o desporto e a sustentabilidade.

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As datas estão já definidas: em Lisboa, o encontro está marcado para 29 de Setembro, no Cinema São Jorge, enquanto no Porto a sessão decorre a 7 de Outubro, nos cinemas UCI Arrábida. Ambas arrancam às 19 horas e os bilhetes encontram-se disponíveis a partir de 16 euros.

Cinco filmes, cinco olhares sobre o oceano

A edição de 2025 apresenta cinco obras muito distintas, mas com um denominador comum: a ligação íntima e poderosa ao mar.

  • Row of Life acompanha a extraordinária jornada de uma atleta paralímpica que desafia limites em alto mar.
  • Kelp! revela o potencial das algas marinhas como recurso agrícola e ambiental.
  • Nika explora a ligação profunda entre humanos e animais em ambiente marinho.
  • Trilogy, um dos grandes destaques, reúne três dos melhores surfistas do mundo – Ethan Ewing, Griffin Colapinto e Seth Moniz – num retrato vibrante da adrenalina sobre as ondas.
  • 7 Beats per Minute leva-nos ao universo fascinante da apneia, onde cada mergulho é uma dança com o silêncio e com a própria respiração.

Portugal no mapa do cinema ligado ao mar

O International Ocean Film Tour é mais do que uma mostra de cinema: é também um manifesto em defesa do oceano. Cada sessão procura sensibilizar para os desafios ambientais que enfrentamos e inspirar novas formas de viver em harmonia com o mar. Não é por acaso que Portugal, com a sua forte identidade atlântica e tradição ligada ao surf, volta a ser palco destas exibições.

Além do IOFT, Setembro traz outro evento cinematográfico ligado ao mar: o Save the Waves Film Festival, que estará na Ericeira a 13 de Setembro e nos Açores a 20 do mesmo mês. Duas oportunidades imperdíveis para os cinéfilos e amantes do oceano.

Para quem é este festival?

Se gosta de cinema documental, se vibra com o surf ou se simplesmente sente que o mar é uma parte essencial da sua vida, este festival foi feito a pensar em si. É também uma excelente porta de entrada para descobrir novas narrativas visuais, onde o oceano deixa de ser apenas cenário e passa a ser protagonista.

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O Monte dos Vendavais : Margot Robbie e Jacob Elordi inflamam o primeiro trailer do clássico de Emily Brontë por Emerald Fennell

Mais Bridgerton do que Downton Abbey

Chegou o primeiro trailer de Wuthering Heights, a nova adaptação de Emerald Fennell (Promising Young WomanSaltburn) do romance de Emily Brontë. O tom? Sensual, febril e conscientemente provocador — “mais Bridgerton do que Downton Abbey”, como diria a própria apresentação. A dupla Margot Robbie e Jacob Elordi promete combustão romântica em dose dupla, num filme que aterra nos cinemas a 13 de fevereiro de 2026 (perfeito para o Dia dos Namorados).

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O trailer: pão, peles e pulsação

O vídeo abre nos páramos ventosos de West Yorkshire, corta para o rosto de Robbie e, de súbito, mergulha numa gramática táctil e carnal: mãos femininas a amassar pão, costas suadas, Elordi em tronco nu a trabalhar fardos de palha, dedos a passarem por gemas de ovofios de espartilho a apertar (e a romper)dedos em bocas (inclusive… a de um peixe), arreios de cavalo sobre um rosto, e os amantes cara a cara à beira do beijo proibido. Fennell filma o desejo como um ritual, alternando etiqueta de salão e impulsos de celeiro.

Catherine & Heathcliff: o amor que fere

Robbie interpreta Catherine Earnshaw; Elordi é Heathcliff, o forasteiro que desestabiliza as famílias Earnshaw e Linton. O romance de 1847 é um ícone da literatura pela forma como tece amor, classe, violência doméstica e obsessão. Fennell assina argumento, realização e produção, com Robbie também na produção via LuckyChap — é a terceira colaboração entre ambas, depois de Promising Young Woman (Óscar de Argumento Original) e Saltburn.

A polémica do casting e o olhar de Fennell

A cineasta já enfrentou críticas por ter escolhido um ator branco para Heathcliff, descrito no texto de Brontë como “de pele escura” e associado a termos hoje lidos no contexto racial e colonial. A obra original sublinha não apenas a condição social duvidosa do rapaz sem família conhecida, mas também a forma como a diferença (de aparência, origem, classe) alimenta abusos e rejeições. Fica a expectativa sobre como Fennell vai lidar com essa camada — e se a sua estética declaradamente sensual vai conviver com a violência emocional que define o livro.

“É um épico romântico”

Em declarações recentes, Jacob Elordi não poupou elogios: “As interpretações são de cortar a respiração… É um verdadeiro épico. Visualmente deslumbrante, com guarda-roupa e um argumento belíssimos.”

Quem está por trás e quando estreia

O filme é financiado pela MRC, com distribuição da Warner Bros. após disputa acesa pelos direitos. Estreia marcada para 13 de fevereiro de 2026, apontando de forma cirúrgica ao fim-de-semana mais romântico do calendário — ainda que Brontë nos tenha lembrado, há 177 anos, que apaixonar-se em Cimeira dos Ventos raramente é indolor.

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Tom Holland quer abrir escola gratuita em Londres para rivalizar com as privadas

O Homem-Aranha com um projeto além do cinema

Conhecido mundialmente como Spider-Man no Universo Cinematográfico da Marvel, Tom Holland surpreendeu ao revelar um plano radical fora da sua carreira de ator: criar uma escola em Londres, 100% gratuita, mas com as melhores condições possíveis, capaz de rivalizar com qualquer colégio privado do país.

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Numa entrevista recente, Holland explicou que este é o seu “objetivo de vida”, algo que pretende desenvolver através da fundação da sua família, a The Brother’s Trust.

Uma escola de excelência… mas gratuita

“Gostava de construir uma escola com as melhores instalações que qualquer escola em Londres pode oferecer, mas totalmente gratuita e ao nível das melhores privadas do país”, revelou o ator.

A ideia é proporcionar oportunidades a crianças e jovens que, de outra forma, não teriam acesso a esse nível de ensino. Holland destacou que este sempre foi um sonho a longo prazo e que pretende usar a visibilidade e os recursos conquistados no cinema para concretizá-lo.

O lado solidário da família Holland

A iniciativa faz parte do trabalho desenvolvido pela The Brother’s Trust, criada pelos pais do ator, Nikki e Dominic, e atualmente gerida pela família inteira, incluindo Tom e os irmãos Sam, Harry e Paddy.

O objetivo da organização é apoiar instituições de caridade que, muitas vezes, passam despercebidas no competitivo setor solidário, através de eventos e angariações de fundos.

Entre Spider-Man, Nolan e LEGO

Enquanto alimenta este projeto social, Holland não abranda no cinema. Já começou a rodagem de Spider-Man: Brand New Day, o quarto filme a solo do herói da Marvel, e vai ainda trabalhar com Christopher Nolan no aguardado The Odyssey.

Paralelamente, protagoniza a nova campanha global da LEGO, intitulada Never Stop Playing, ao lado dos irmãos, numa curta que incentiva os adultos a não perderem o espírito lúdico da infância.

“É inspirador ver a LEGO apostar na ideia de que brincar é uma forma de conexão. Vivemos numa época em que até as crianças passam demasiado tempo no telemóvel à mesa”, comentou Holland.

Mais do que um super-herói de cinema

Para muitos fãs, Tom Holland já é um exemplo além das telas, e esta ambição de fundar uma escola gratuita apenas reforça essa imagem. Entre filmes de super-heróis, colaborações com realizadores de prestígio e campanhas globais, o ator parece determinado a deixar também um legado social duradouro.

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“Broken English”: Documentário de Veneza lança nova luz sobre Marianne Faithfull

O Festival de Veneza abriu espaço para redescobrir uma das vozes mais fascinantes e turbulentas da música britânica. Broken English, realizado pela dupla Jane Pollard e Iain Forsyth, olha de frente para a vida de Marianne Faithfull — cantora, compositora e ícone da “Swinging London” — que morreu em janeiro deste ano, aos 78 anos.

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O filme, exibido fora de competição, não segue o caminho tradicional do documentário musical. Em vez disso, mistura arquivo, encenação e até ficção para construir um retrato íntimo e ousado de Faithfull. Uma das ideias mais originais é a criação de um fictício “Ministério do Não Esquecimento”, dirigido por uma Tilda Swinton enigmática, encarregado de corrigir a memória histórica de uma artista tantas vezes reduzida à sombra de Mick Jagger ou ao peso das manchetes sensacionalistas.

Faithfull conheceu o estrelato em 1964 com As Tears Go By, escrita por Jagger e Keith Richards, mas a ascensão rápida trouxe também os excessos: drogas, perseguição da imprensa e, em determinado momento, a queda ao ponto de viver nas ruas de Londres. Porém, tal como o título do documentário sugere, Broken English também é sobre renascimento: o seu álbum homónimo de 1979 devolveu-lhe voz, energia e uma carreira que, nos anos seguintes, se manteve vibrante graças à sua disponibilidade para colaborar com novas gerações de músicos.

As imagens recentes mostram uma Faithfull frágil, em cadeira de rodas e dependente de oxigénio, mas ainda combativa. Durante as filmagens, a artista apelou a uma “recalibração urgente dos legados de alguns artistas brilhantes que correm o risco de serem esquecidos ou deturpados”. Essa é precisamente a missão do filme: devolver-lhe a profundidade que tantas vezes lhe foi negada.

Pollard confessou que, no início, Faithfull estava desconfiada da proposta — afinal, ninguém gosta da ideia de uma “instituição fictícia” a remexer no passado. Mas rapidamente percebeu que o dispositivo lhe dava liberdade para se abrir, revisitar memórias e reconsiderar a sua própria vida. O resultado é um retrato que não se limita ao registo jornalístico: aproxima-se antes da pintura ou da fotografia, procurando capturar a essência de uma mulher que nunca aceitou ser domada.

Ao lado de Broken English, Veneza destacou ainda outros documentários que exploram mundos ocultos ou memórias em risco. Gianfranco Rosi filmou Sotto le Nuvole, uma poderosa ode a Nápoles e ao constante perigo dos seus vulcões, enquanto Werner Herzog apresentou Ghost Elephants, uma busca quase mística por uma espécie de elefante nas florestas de Angola.

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Mas foi o regresso de Marianne Faithfull ao grande ecrã — através de um filme que desafia géneros e convenções — que mais tocou o público. Afinal, a sua vida foi tudo menos linear: da glória pop à marginalidade, da queda à redenção. Agora, com Broken English, fica a certeza de que a sua história não se apaga, mas ganha um novo fôlego para a eternidade.

Snoop Dogg retrata-se após polémica com Lightyear: “Errei, ensinem-me a aprender”

Depois das críticas geradas pelos seus comentários sobre a representação LGBTQ+ em Lightyear, Snoop Dogg veio a público pedir desculpa e reafirmar o seu apoio à comunidade.

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O rapper tinha dito recentemente que a cena em que Alisha Hawthorne (voz de Uzo Aduba) surge com a sua esposa o deixou “desconcertado” e “com medo de levar os netos ao cinema”. A declaração causou forte reação, incluindo uma resposta direta de uma das argumentistas do filme.

Numa publicação em redes sociais, Snoop procurou esclarecer a sua posição:

“Todos os meus amigos gays sabem que sou aliado. Fui apanhado de surpresa e não soube responder às perguntas dos meus netos de seis anos. A culpa foi minha. Ensinem-me a aprender, não sou perfeito.”

Enquanto isso, Lauren Gunderson, uma das guionistas que trabalharam em versões iniciais do argumento, explicou a importância da decisão de incluir a personagem de Alisha com a sua esposa e filho:

“Foi tão natural escrever ‘ela’ em vez de ‘ele’. Pequeno detalhe, grande impacto. Estou orgulhosa de ter contribuído para que uma relação feliz entre duas mulheres aparecesse no grande ecrã, mesmo que por poucos segundos. O amor é amor.”

A escritora recordou ainda que a cena, embora breve, teve um efeito representativo significativo, sobretudo num filme pensado para um público jovem.

Lightyear, derivado do universo Toy Story e protagonizado na versão original por Chris Evans, estreou em 2022 e ficou marcado por esta cena de afeto entre Alisha e Kiko, o que levou à sua proibição em vários países do Médio Oriente.

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Apesar da polémica, a obra da Pixar continua a ser lembrada como um marco pela inclusão, e o mea culpa de Snoop Dogg surge como uma tentativa de transformar um momento de desconforto pessoal numa oportunidade de diálogo.

Jim Jarmusch em Veneza: “Quase todo o dinheiro corporativo é sujo”

O Festival de Veneza foi palco de cinema, mas também de política, quando Jim Jarmusch foi confrontado sobre a polémica relação entre a distribuidora Mubi — responsável por lançar o seu mais recente filme Father Mother Sister Brother — e a empresa de capital de risco Sequoia Capital, acusada de investir em startups ligadas ao setor de defesa israelita.

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O realizador norte-americano, conhecido pelo seu olhar independente e pelas colaborações com nomes como Tom Waits e Cate Blanchett, não se esquivou ao tema:

“Claro que fiquei desapontado e bastante desconcertado com esta relação”, confessou, sublinhando que tomou conhecimento do investimento depois de já ter fechado o acordo de distribuição. “Sou um cineasta independente e, ao longo da carreira, aceitei dinheiro de várias fontes para conseguir concretizar os meus filmes. Considero que praticamente todo o dinheiro corporativo é dinheiro sujo.”

A polémica e a carta aberta

Jarmusch foi um dos signatários de uma carta aberta que apelava à Mubi para devolver os 100 milhões de dólares recebidos da Sequoia Capital. Entre as razões invocadas, destacam-se os investimentos da empresa em companhias de drones e tecnologias militares usadas por Israel. Os cineastas alegam que este financiamento liga indiretamente a distribuidora à violência em Gaza, onde mais de 63 mil pessoas já perderam a vida desde 2023.

Apesar da posição firme, o realizador não aceita que o ónus recaia sobre os artistas:

“Não somos nós, os cineastas, que devem ser responsabilizados por estas estruturas financeiras. A responsabilidade é das empresas, como a Mubi, mas também de muitas outras.”

O filme em Veneza

Father Mother Sister Brother, candidato ao Leão de Ouro, é descrito como um tríptico intimista sobre a relação entre filhos adultos e os seus pais distantes. Filmado em três países diferentes, o projeto junta um elenco de luxo: Tom Waits, Cate Blanchett, Adam Driver, Charlotte Rampling, Vicky Krieps, Mayim Bialik e Indya Moore.

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Produzido em associação com a Saint Laurent, The Apartment e a CG Cinema, o filme foi bem recebido na estreia, confirmando Jarmusch como uma das vozes mais singulares do cinema contemporâneo — ainda que, fora do ecrã, se veja inevitavelmente arrastado para um debate maior: o cruzamento entre arte, dinheiro e política num mundo cada vez mais turbulento.

Jason Momoa e David Leitch unem forças em alto-mar com The Pirate

Jason Momoa prepara-se para içar velas e embarcar numa nova aventura de ação. O ator de Aquaman e Fast X vai juntar-se a David Leitch, realizador de Bullet Train e Profissão: Perigo, no projeto The Pirate, adquirido pela Amazon MGM.

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Descrito como uma história de ação em alto-mar, o filme decorre a bordo de um navio pirata, prometendo misturar o carisma físico de Momoa com o estilo cinematográfico enérgico de Leitch, conhecido pelos seus combates coreografados e sequências explosivas. O argumento é assinado por Will Dunn, que já colaborou na série Ms. Marvel e trabalha atualmente em The Peasant, thriller medieval de Dev Patel.

Momoa, o novo “senhor dos mares” de Hollywood

Com raízes no Havai, Momoa tornou-se um dos rostos incontornáveis do cinema de ação da última década. Depois de conquistar o público com Aquaman e de integrar franchises como Dune e Fast & Furious, o ator regressa agora a mares ainda mais revoltos. Além de protagonista, será também produtor, reforçando o seu papel cada vez mais ativo nos bastidores da indústria.

Em televisão, acaba de estrear Chief of War na Apple TV+, série que revisita a unificação das ilhas havaianas, um projeto particularmente pessoal para o ator. No grande ecrã, já tem no horizonte Fast 11 e Dune: Part Three, duas continuações que prometem manter o seu nome no topo da ação blockbuster.

Leitch, o mestre da adrenalina

Antes de se tornar realizador, David Leitch fez carreira como coordenador de duplos — e isso sente-se na sua filmografia. Atomic BlondeDeadpool 2 ou Hobbs & Shaw cimentaram o seu estilo de ação frenética e estilizada. Agora, em The Pirate, tudo indica que voltará a levar o género para mares nunca dantes navegados, com espaço para humor, coreografia e, claro, explosões.

Expectativa em alto-mar

Ainda sem data de estreia anunciada, The Pirate promete juntar dois nomes em plena forma de Hollywood e explorar um cenário raramente visto em blockbusters contemporâneos: a pirataria em grande escala. Resta saber se Momoa trará ao papel um pirata mais próximo do brutal guerreiro que conhecemos ou se seguirá por caminhos inesperados, com a irreverência que tantas vezes imprime às suas personagens.

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Hollywood tem dado sinais claros de que continua a apostar em grandes aventuras originais. E, com esta dupla ao leme, The Pirate tem tudo para ser um verdadeiro acontecimento.

Tom Waits Regressa ao Cinema em Nova Colaboração com Jim Jarmusch

O inconfundível Tom Waits está de volta ao grande ecrã, e como não podia deixar de ser, fá-lo ao lado de Jim Jarmusch, o cineasta que melhor soube transformar a sua voz rouca e presença magnética em cinema. O novo filme intitula-se Father Mother Sister Brother e chega aos cinemas dos EUA na véspera de Natal. O trailer já foi divulgado e promete mais uma viagem muito particular ao universo poético e melancólico de Jarmusch.

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Uma história em tríptico sobre família e distância

Descrito como “um tríptico” de histórias, Father Mother Sister Brother mergulha nas relações entre filhos adultos e os seus pais distantes, explorando também os dilemas internos dessas mesmas personagens. Como habitual no cinema de Jarmusch, não se trata de grandes enredos cheios de ação, mas de pequenos gestos e diálogos que expõem fragilidades humanas.

O elenco é de luxo: Cate Blanchett, Adam Driver, Vicky Krieps, Mayim Bialik, Charlotte Rampling, Indya Moore e Luka Sabbat, além, claro, da presença sempre icónica de Tom Waits.

A sexta colaboração entre Waits e Jarmusch

Esta é já a sexta colaboração entre músico e realizador. Waits estreou-se no cinema de Jarmusch com Vencidos pela Lei(1986), seguindo-se Mystery Train (1989), a participação em Café e Cigarros (2003), a banda sonora de Noite na Terra(1991) e, mais recentemente, o papel em Os Mortos Não Morrem (2019). Sempre que regressa ao cinema pela mão de Jarmusch, o músico traz consigo aquele tom de outsider romântico que se encaixa na perfeição com o estilo minimalista e contemplativo do realizador.

O regresso de uma figura lendária

Para os fãs, este regresso é duplamente especial. Não só marca mais uma oportunidade de ver Tom Waits no grande ecrã, como também reacende a expectativa em torno do seu regresso à música, já que não lança um álbum de originais desde Bad As Me (2011). Enquanto esse dia não chega, podemos esperar uma performance intensa, estranha e profundamente humana no universo singular de Jim Jarmusch.

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Com estreia marcada para a véspera de Natal nos EUA, Father Mother Sister Brother promete ser mais um capítulo da longa cumplicidade entre um realizador que filma como quem escreve poesia e um músico que canta como quem representa o lado mais cru da vida.

LEGO Traz Gizmo de Gremlins Para Casa — Mesmo a Tempo do Halloween! 🎃

Preparem-se, fãs de cinema e colecionadores: o Mogwai mais famoso da história vai ganhar vida em blocos LEGO. Sim, estamos a falar de Gizmo, a adorável criatura de Gremlins (1984), que agora chega ao mercado como uma figura de 1.125 peças, pronta a ser montada e exibida com orgulho na prateleira.

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O novo set faz parte da linha LEGO Ideas, onde fãs de todo o mundo podem propor modelos e ver os seus sonhos tornarem-se realidade. O projeto foi criado pelo designer Terauma e eleito pela comunidade LEGO, antes de receber luz verde oficial da marca.

Mas este não é um Gizmo qualquer: as orelhas, braços, mãos, dedos e pés podem ser ajustados, permitindo recriar expressões e poses diferentes. Para os mais atentos, há ainda acessórios irresistíveis — como o splash de água que se encaixa nas costas (um piscar de olho à clássica regra de que “nunca se deve molhar um Mogwai”) e o mítico par de óculos 3D.

A chegada de Gizmo em versão LEGO não podia ser mais oportuna. Com o lançamento marcado para outubro, a figura promete ser o presente perfeito para o Halloween, especialmente agora que Gremlins 3 foi oficialmente confirmado e aguarda apenas a aprovação final do produtor executivo Steven Spielberg. Zach Galligan, protagonista dos dois primeiros filmes, já veio confirmar o entusiasmo em torno do regresso da saga ao grande ecrã.

Depois dos X-Files e até de um modelo de Godzilla, a LEGO volta a apostar em ícones da cultura pop que atravessam gerações. Mas convenhamos: poucos personagens conseguem derreter corações como Gizmo.

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👉 O set já está disponível em pré-venda e promete ser um sucesso imediato entre fãs de cinema, nostalgia e colecionismo. A pergunta é: será que conseguem resistir a levá-lo para casa?

Nem Todos Querem Ser Gatos: Disney Cancela The Aristocats em Versão Live-Action

A Disney anda numa relação complicada com os seus próprios clássicos. Depois de dar vida nova a O Rei LeãoAladinoou A Pequena Sereia, chegou a vez de… cancelar os gatos. É oficial: a versão live-action de The Aristocats, que estaria a ser preparada por Ahmir “Questlove” Thompson, foi arrumada na gaveta.

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Sim, aqueles felinos parisienses que cantavam alegremente que “todo o mundo quer ser gato” afinal não vão miar de novo no grande ecrã. Ou, pelo menos, não tão cedo.

Questlove, conhecido pelo groove com os The Roots e pela sua veia cinéfila, parecia ser a escolha perfeita para reinventar a comédia felina de 1970 com música nova, ritmo urbano e um olhar fresco. Mas, segundo o próprio, as coisas começaram a emperrar com sucessivos adiamentos e “mudanças administrativas” dentro da Disney. À terceira vez que lhe disseram “espera mais um pouco”, o músico teve de aceitar a dura realidade: talvez o filme não fosse para ele.

Entretanto, a Disney vive um verdadeiro carrossel de emoções no que toca a remakes: Snow White anda envolvido em polémicas antes sequer de estrear, Tangled ficou em pausa, mas Lilo & Stitch surpreendeu tudo e todos ao tornar-se o primeiro sucesso bilionário de 2025 e já tem continuação em andamento. O que prova que, na casa do Rato Mickey, uns projetos nascem a cantar e outros morrem antes do primeiro miado.

No meio disto, fica a sensação de oportunidade perdida: The Aristocats sempre foi um dos clássicos mais musicais e divertidos da Disney, com personagens tão excêntricas que até pediam um novo arranjo no século XXI. Mas, pelos vistos, a aventura acabou mesmo em miado curto.

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Resta aos fãs voltarem ao original de 1970, onde a Duquesa, o malandro Thomas O’Malley e os gatinhos Marie, Toulouse e Berlioz continuam eternos, em Technicolor e com swing jazz. No fim de contas, talvez seja melhor assim: afinal, como dizia a canção, “ninguém pode viver sem os gatos” — mas a Disney pode perfeitamente viver sem o remake.

Cine Tejo: Benavente estreia festival internacional de curtas-metragens com entrada gratuita

O distrito de Santarém prepara-se para receber um novo evento cinematográfico: a primeira edição do Festival Internacional de Curtas Cine Tejo, que decorrerá de 5 a 7 de setembro, em Benavente e Samora Correia. A entrada será gratuita, reforçando o objetivo da organização de aproximar a comunidade local da sétima arte.

Mais de 60 filmes em exibição

Entre o Cine-Teatro de Benavente e o Centro Cultural de Samora Correia, serão exibidas mais de 60 curtas-metragens, distribuídas por diferentes categorias: ficção, documentário, animação, direitos humanos e animação em contexto escolar.

O festival aposta numa programação diversificada, que inclui obras premiadas e já com carreira internacional. Entre elas:

  • Na hora de pôr a mesa, éramos cinco, de Paulo Oliveira, inspirado num poema de José Luís Peixoto e estreado este ano no Fantasporto.
  • Samba Infinito, de Leonardo Martinelli, apresentado em maio no Festival de Cannes.
  • Percebes, de Alexandra Ramires e Laura Gonçalves, uma das produções nacionais mais premiadas na categoria de animação.
  • A cada dia que passa, de Emanuel Nevado, e Sequencial, de Bruno Caetano.
  • O pássaro de dentro, de Laura Anahory, que passou por Cannes em 2025, na secção de animação escolar.

Prémios e masterclasses

O Cine Tejo não se limita à exibição: haverá também prémios monetários no valor total de 3.300 euros.

  • Grande Prémio Cine Tejo – 1.000 €
  • Prémio Maria João Bastos – para interpretação feminina
  • Prémio Fernando Galrito – para animação

Os vencedores serão escolhidos por personalidades que dão nome aos galardões, reforçando a ligação do festival a figuras relevantes do cinema português.

A programação inclui ainda três masterclasses com profissionais ligados ao setor. Um dos destaques será a participação de David Mourato, natural de Samora Correia, que trabalha há mais de uma década em animação e integrou a equipa da aclamada série Arcane, da Netflix.


Um festival para a comunidade

Organizado pela Câmara Municipal de Benavente, o Cine Tejo assume-se como um festival anual, com o propósito de revitalizar a paixão pelo cinema nas localidades que o acolhem. Ao abrir portas ao público sem custos, promove-se a cultura e democratiza-se o acesso a obras de qualidade internacional.

A programação completa pode ser consultada em www.cinetejo.pt.