🎬 Prestes a Explodir: Kathryn Bigelow regressa com ambição e técnica — mas o filme implode sob o peso da repetição

O muito aguardado regresso da realizadora de Estado de Guerra e 00:30 A Hora Negra é um exercício brilhante de tensão técnica que, infelizmente, se afoga na própria estrutura narrativa.

Há filmes que nos prendem ao ecrã pela tensão e outros que nos afastam pelo cansaço. Prestes a Explodir (A House of Dynamite), o novo trabalho de Kathryn Bigelow, tenta ser os dois — e acaba por cair na segunda categoria. Depois de mais de uma década afastada das câmaras, a realizadora vencedora de Óscar regressa com uma promessa: voltar a explorar a crise existencial e a ameaça da destruição nuclear. E, pelo menos no início, cumpre com mestria.

O filme — disponível na Netflix desde 24 de Outubro — arranca com uma sequência de cortar a respiração: um míssil balístico é detectado a caminho de Chicago, e a Casa Branca tem apenas 19 minutos para reagir. Esse primeiro acto, centrado em Rebecca Ferguson e Anthony Ramos, é puro cinema de alta voltagem. Bigelow domina a urgência e o tempo real como poucos, e cada segundo parece esticar-se num crescendo de nervos e decisões impossíveis.

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A realização é meticulosa, a tensão palpável e a banda sonora de Volker Bertelmann funciona como um coração a bater descontrolado. Neste início, Prestes a Explodir é uma obra-prima em miniatura.

A armadilha da reiteração

Mas então… o filme recomeça.

Literalmente.

Bigelow divide a narrativa em três actos que contam os mesmos 19 minutos, vistos de diferentes perspectivas — primeiro da base militar, depois do comando estratégico e, finalmente, do ponto de vista político. É uma estrutura ousada e, em teoria, fascinante: explorar a banalidade da crise nuclear e o colapso da decisão humana sob pressão. Na prática, porém, torna-se um exercício intelectualmente admirável mas emocionalmente vazio.

A cada repetição, a tensão dissipa-se. Os diálogos são reciclados, as personagens deixam de evoluir e o espectador perde o investimento emocional. O que começou como um thriller de contagem decrescente transforma-se num ensaio académico sobre a impotência burocrática.

Bigelow e o argumentista Noah Oppenheim pretendem mostrar que, perante o apocalipse, a humanidade é incapaz de agir — que a dúvida é o verdadeiro inimigo. A ideia é poderosa, mas o método é esgotante.

Um elenco de luxo em busca de propósito

Nem o elenco estelar — com Idris ElbaJared Harris e Kaitlyn Dever — consegue escapar à repetição. As suas personagens funcionam como peças num tabuleiro de tese, sem arcos emocionais ou decisões transformadoras. Os breves detalhes de vida pessoal (a filha distante, o filho doente, o pedido de casamento adiado) parecem mais notas de rodapé do que motivações humanas.

O resultado é um filme tecnicamente impecável mas emocionalmente árido. A tensão inicial dissolve-se num ciclo estéril de déjà-vu cinematográfico. Bigelow queria mergulhar na mente humana diante do colapso global, mas acabou por criar um labirinto de espelhos onde nada avança e tudo se repete.

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Uma cineasta ainda em plena forma — mas em busca de emoção

Mesmo falhando como narrativa, Prestes a Explodir confirma que Bigelow continua a ser uma mestra da mise-en-scène e do cinema físico. O seu olhar continua feroz, e o domínio do som e da montagem é de uma precisão cirúrgica. O problema é que, quando o filme mais precisa de alma, ela desaparece sob a estrutura rígida da experiência.

No final, resta uma sensação paradoxal: Bigelow acerta no conceito e falha no coração. Prestes a Explodir é, ironicamente, um filme que nunca explode.

🌊 Documentário sobre Rabo de Peixe torna-se viral e conquista o top 10 da Netflix em cinco países

Entre aplausos e memes, a história real dos pacotes de cocaína que deram origem à série açoriana voltou a apaixonar — e a surpreender — o público internacional.

O fenómeno de Rabo de Peixe voltou a fazer ondas — desta vez, em formato documental. Maré Branca: A Surreal História de Rabo de Peixe, lançado na Netflix a 17 de Outubro, transformou-se num sucesso inesperado, chegando ao top 10 da plataforma em cinco países, incluindo Portugal, Canadá, Suíça, Croácia e Luxemburgo.

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Tudo começou quando a página britânica Unilad, uma das maiores comunidades digitais do mundo (com mais de 51 milhões de seguidores no Facebook e quase 6 milhões no Instagram), partilhou a insólita história da vila açoriana. O resultado? Um tsunami de visualizações, comentários e memes.

“A Netflix lançou um bizarro documentário sobre como uma vila inteira ficou viciada em cocaína depois de um plano de tráfico correr mal”, dizia a publicação. A frase, tão absurda quanto verdadeira, captou a atenção de milhões de pessoas que nunca tinham ouvido falar de Rabo de Peixe.

Uma história real digna de cinema

O documentário revisita os acontecimentos de 2001, quando um pescador da ilha de São Miguel encontrou dezenas de pacotes de cocaína de alta pureza que deram à costa — e que rapidamente mudaram a vida da comunidade local.

De repente, uma vila pacata viu-se no centro de uma história de crime, dependência e desespero, com as autoridades a correr contra o tempo para controlar o caos. Como resume a sinopse oficial, trata-se de “uma história surreal, mas real, que marcou para sempre os habitantes de Rabo de Peixe”.

Do drama real ao sucesso global

O sucesso do documentário surge depois do fenómeno da série de ficção Rabo de Peixe, criada por Augusto Fraga, que dramatizou os mesmos eventos e se tornou um dos maiores sucessos portugueses da Netflix. Após uma segunda temporada estreada também a 17 de Outubro, já se fala num terceiro capítulo em preparação.

Mas desta vez, o destaque foi mesmo para a história real — e para as reacções bem-humoradas nas redes sociais. “Acho que encontrei o meu próximo destino de férias”, brincou um utilizador. Outro comentou: “Levaram os pacotes de férias a outro nível.”

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Um fenómeno à escala internacional

A publicação da Unilad já soma milhares de partilhas e comentários, ajudando a transformar Maré Branca num fenómeno global. O público internacional ficou fascinado com a mistura de tragédia, ironia e absurdo que caracteriza a história de Rabo de Peixe — um pequeno ponto no mapa que, mais uma vez, conquistou o mundo.

Criadores de “Stranger Things” não perceberam a obsessão dos fãs com uma personagem — até a Netflix insistir

xDepois de quase uma década a prender audiências em todo o mundo, “Stranger Things” prepara-se para regressar à Netflix com a sua quinta e última temporada, dividida em três partes com estreia marcada para 26 de Novembro, 25 de Dezembro e 31 de Dezembro de 2025. Será o grande fecho de um fenómeno que começou como uma homenagem ao cinema dos anos 80 e acabou por se transformar num dos pilares da cultura pop moderna.

Mas, curiosamente, nem tudo no sucesso da série foi planeado. Um dos maiores fenómenos de adoração dos fãs — a personagem Barb, interpretada por Shannon Purser — apanhou até os próprios criadores de surpresa.

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Os irmãos Duffer… e o mistério da popularidade de Barb 🕵️‍♀️

Em entrevista recente à revista Time, durante uma visita ao set, os criadores Matt e Ross Duffer confessaram que nunca compreenderam verdadeiramente o fascínio dos espectadores por Barb, a amiga estudiosa de Nancy Wheeler (Natalia Dyer), morta de forma prematura na primeira temporada.

Segundo o artigo, escrito por Eliana Dockterman, a jornalista chegou mesmo a “quase tropeçar” num replica do corpo de Barb no cenário do Mundo Invertido, confirmando que a personagem vai regressar de alguma forma na temporada final — embora não da maneira mais animadora.

Questionados sobre a popularidade de Barb, Ross Duffer chegou a revirar os olhos, recordando que chegaram a receber notas da Netflix a pedir mais atenção à personagem. “Eles insistiram — e tinham razão”, admitiu. “Negligenciámos a Barb, e como tal, Hawkins também a negligenciou. E isso tornou-a ainda mais famosa.”

A explicação, ainda que sincera, não agradará a todos. Afinal, o movimento #JusticeForBarb tornou-se viral logo após a estreia da série, com milhares de fãs a protestarem pela falta de empatia e de justiça narrativa para uma personagem que, apesar de breve, conquistou o público.

Barb e o velho problema das personagens “descartáveis”

A verdade é que Barb acabou por se tornar símbolo de um problema recorrente em Hollywood: o chamado “fridging”, termo usado para descrever quando uma personagem feminina é morta apenas para servir de impulso à história de um protagonista masculino.

Em Stranger Things, a morte de Barb serviu apenas como catalisador para o enredo centrado em Will Byers (Noah Schnapp), e nunca foi tratada com a devida importância. Casos semelhantes já aconteceram em produções como Secret Invasion (onde a personagem de Emilia Clarke, G’iah, é morta para servir outro arco narrativo) ou Solo: A Star Wars Story, com as personagens de Phoebe Waller-Bridge e Thandiwe Newton.

É por isso que a persistência dos fãs em exigir justiça para Barb não se tratou apenas de nostalgia ou ironia da internet — foi também um pedido por respeito narrativo e igualdade de protagonismo.

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A última temporada promete nostalgia, emoção e… talvez algum fecho para Barb

Ainda que os Duffer Brothers mantenham a típica discrição sobre o enredo, tudo indica que a quinta temporada será uma viagem emocional destinada a encerrar todos os arcos e regressar às raízes que conquistaram o público em 2016. E se Barb vai mesmo “voltar”, ainda que no formato de cadáver simbólico, talvez haja espaço para um momento de catarse tardia — ou, pelo menos, um reconhecimento digno da personagem que o público nunca esqueceu.

A primeira parte de “Stranger Things 5” estreia a 26 de Novembro de 2025, e os fãs já contam os dias. Esperemos que, desta vez, a justiça de Hawkins chegue finalmente também à eterna Barb Holland.

The Twits: A Nova Aposta da Netflix Que Divide Críticos e Fãs de Roald Dahl 🎩🐒

A Netflix voltou a mergulhar no universo de Roald Dahl — e, desta vez, o mergulho veio com lama. The Twits, a nova adaptação animada do clássico infantil, chegou à plataforma envolta em curiosidade e polémica. O filme, realizado por Phil Johnston (ZootopiaWreck-It Ralph), promete reintroduzir às novas gerações um dos livros mais bizarros e grotescos do autor britânico. Mas o resultado tem deixado o público dividido entre o espanto e a perplexidade.

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O livro original de 1980 contava a história de um casal repulsivo, o Sr. e a Sra. Twit — dois seres desagradáveis, malcheirosos e desprovidos de empatia — que se divertiam a torturar animais e a fazer partidas um ao outro. Dahl criou-os como um exercício de repulsa, quase um manifesto contra a fealdade moral e física. No entanto, a nova versão da Netflix opta por atualizar o contexto: os Twits continuam asquerosos, mas agora vivem numa cidade moderna e planeiam abrir um parque de diversões insalubre, repleto de colchões sujos e infrações sanitárias.

O que poderia ser uma comédia de mau gosto tornou-se, curiosamente, uma alegoria política. Vários críticos têm sublinhado que o filme acaba por refletir sobre o populismo contemporâneo, com os Twits a convencerem os cidadãos de uma cidade decadente a apoiar o seu projeto “para devolver a glória perdida”. A metáfora é difícil de ignorar — e muitos observadores aplaudem a ousadia de introduzir, num filme infantil, uma reflexão tão clara sobre manipulação e poder.

Ainda assim, há quem veja aqui o ponto fraco da adaptação. Para alguns críticos, a tentativa de transformar um conto grotesco numa fábula moral sobre o estado do mundo acaba por diluir o humor negro e a crueldade absurda que sempre caracterizaram o espírito de Dahl. O The Guardian descreveu o resultado como “americanizado e grotesco nos momentos errados”, enquanto o The Times acusou a Netflix de “domesticar” a irreverência do autor britânico.

Nem tudo, porém, são espinhos. O elenco vocal tem recebido elogios generalizados — com Margo Martindale e Johnny Vegas a darem vida (e uma boa dose de viscosidade cómica) ao casal Twit. Natalie Portman e Timothy Simonsemprestam vozes aos carismáticos macacos Muggle-Wumps, as verdadeiras vítimas da história, e há ainda um cameo divertido do próprio realizador. Mesmo as canções originais, compostas por David Byrne, embora pouco memoráveis segundo a crítica, conferem ao filme um tom excêntrico e algo experimental.

Visualmente, a animação tem dividido opiniões. Alguns apreciam o aspeto deliberadamente “sujo” e pouco polido, que mantém o espírito anárquico do texto, enquanto outros consideram o resultado abaixo dos padrões técnicos de estúdios como a Disney ou a DreamWorks. Ainda assim, há quem veja nessa imperfeição uma escolha estética consciente — um reflexo do mundo grotesco dos Twits.

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No final, The Twits é um filme que não passa despercebido. Há quem o acuse de perder o encanto do original e quem o celebre como a adaptação mais ousada de Dahl até hoje. Talvez o seu maior mérito seja esse: conseguir provocar reações tão intensas — entre o riso, o desconforto e a reflexão política — num público que esperava apenas uma comédia animada.

Afinal, num mundo em que tantas histórias são polidas até à exaustão, talvez seja refrescante ver uma que ainda se atreve a ser… desagradável.

Victoria Beckham Abre o Coração no Novo Documentário da Netflix: “O Desperdício Era Inacreditável” 💸✨

A ex-Spice Girl revela gastos absurdos, erros de gestão e a transição turbulenta do estrelato pop para o mundo da moda — com a franqueza de quem aprendeu tudo à sua custa

Victoria Beckham já foi muitas coisas: uma Spice Girl, um ícone de estilo, uma figura mediática e, claro, uma empresária de sucesso. Mas no seu novo documentário da Netflix, a antiga Posh Spice mostra-se como raramente o fez — sem filtros, com humor e brutal honestidade.

Em três episódios que misturam confissões pessoais e bastidores da sua carreira, Victoria revisita os anos mais difíceis da sua marca de moda, incluindo despesas extravagantes dignas de um império em colapso.

“Chegámos a voar cadeiras de um lado ao outro do mundo”, admite, incrédula, sobre as excentricidades da sua equipa. “E gastávamos 70 mil libras por ano em plantas… mais 15 mil libras para alguém as regar.”

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“O desperdício era inacreditável”

Com a frieza de quem aprendeu a olhar para trás sem rodeios, Victoria confessa que não tinha noção do abismo financeiro em que o seu negócio mergulhava.

“Não percebia na altura, mas o desperdício era inacreditável. Ouço agora e fico horrorizada. Mas deixei que acontecesse.”

O documentário, que equilibra vulnerabilidade com autoanálise, mostra uma Victoria que reconhece os seus erros, assume a ingenuidade com que trocou o mundo do entretenimento pelo da moda e admite ter ficado endividada.

“As pessoas tinham medo de me dizer que não”, explica. “O poder da celebridade pode ser uma armadilha. Achavam que eu não estava habituada a ouvir um ‘não’. Mas aprendi. E hoje, assumo o que fiz — e o que podia ter feito de forma diferente.”

Do microfone às passerelles

O documentário traça a trajetória de Victoria desde os tempos de Spice Girl até à consolidação como estilista internacionalmente respeitada. Entre festas, desfiles e momentos de crise, o fio condutor é a busca por identidade e autenticidade.

Com o marido David Beckham e os filhos sempre em pano de fundo, a série mostra que por trás da imagem da “Posh” há uma mulher que sabe rir de si própria, que caiu, se reinventou e regressou com mais força.

Longe da rigidez das biografias “autorizadas”, Victoria mostra vulnerabilidade, humor e humildade, sem nunca perder o toque de ironia britânica que a tornou famosa.

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Uma Posh mais humana — e mais divertida

Apesar de continuar a ser uma das figuras mais influentes da moda britânica, Victoria Beckham revela-se surpreendentemente leve. Entre risos e arrependimentos, o documentário prova que a sua maior arma não é o luxo, mas a lucidez.

“Podia ter feito um documentário qualquer, cheio de glamour e frases prontas”, diz um crítico no filme. “Mas este mostra a verdadeira Victoria — afiada como uma navalha, mas genuína como sempre.”

Em vez de se defender, Victoria opta por contar a verdade com elegância e ironia. Para quem gosta duma boa fofoca…. aqui está….

Keira Knightley Entra a Bordo — E o Navio Muda de Rumo: The Woman in Cabin 10 🚢🕵️‍♀️

Simon Stone reescreve a bússola do ‘thriller’: de Ruth Ware a Hitchcock, porque pediu à atriz que não lesse o livro e como Lo Blacklock se torna “o que um bom jornalista deve ser”

A bordo de um iate de luxo no Mar do Norte, uma jornalista diz ter visto uma mulher ser atirada borda fora. Todos juram que ela está enganada. É neste vórtice de descrédito e paranoia que The Woman in Cabin 10 regressa — agora em longa-metragem para a Netflix — com Keira Knightley no leme e Simon Stone (o aclamado The Dig) a afinar o curso da adaptação do best-seller de Ruth Ware.

Não ler o livro? Ordem do capitão

Keira Knightley revelou que não leu o romance antes das filmagens — por pedido directo de Simon Stone. O realizador/argumentista quis libertar a actriz de “amarrações” ao texto original porque “fez alterações” na transposição para ecrã. A ideia: criar um thriller que respira cinema desde o primeiro plano, sem que a protagonista carregue a sombra de como certas cenas “deviam” soar no papel.

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De Ruth Ware a Alfred Hitchcock: a pista que redefine o mistério

Stone aponta The Lady Vanishes (Alfred Hitchcock) como farol criativo: alguém desaparece, todos negam a sua existência, e o espectador é empurrado para a dúvida. A matriz hitchcockiana é clara — tensão elegante, espaço fechado, psicologia em ebulição — mas esticada para um presente ultra-contemporâneo, com ritmo, ironia seca e uma protagonista que recusa “baixar a cabeça”.

Lo Blacklock, repórter até ao osso: “um cão com um osso”

Na visão de Knightley, Lo é “um cão com um osso”: não larga a verdade. A personagem é jornalista de viagens e é nesse ofício — curiosidade, método, teimosia ética — que o filme ancora a nossa percepção. Se a gaslighting a cerca, Lo redobra a persistência. Nada de voice-over condescendente; Stone trabalha por fora aquilo que o livro exprime por dentro, e deixa a actriz conduzir a obsessão com olhar, corpo e silêncio.

As grandes diferenças para o livro (sem panos quentes)

Ruth Ware confirmou que o filme assume mudanças musculadas, sobretudo no desfecho: aqui, Lo tem finalmente um confronto directo com o antagonista — um acerto de contas “em cena”, que o romance deixa “fora de campo”. É uma opção assumidamente cinematográfica: dá catarse, fecha arcos e transforma suspeita em choque frontal.

Um convés cheio de estrelas (e segredos)

O elenco é daqueles que fazem o iate adernar: Keira Knightley lidera, com Guy Pearce, Gugu Mbatha-Raw, Kaya Scodelario, Hannah Waddingham, Art Malik, Daniel Ings e David Ajala a povoarem corredores e camarotes onde todos têm algo a esconder. A dinâmica entre Lo e Ben (Ajala) condensa a claustrofobia moral do filme: confiança, ambição e o dilema de “ver” ou fingir que não viu.

Duração enxuta, tensão alta, género ao rubro

Com cerca de 1h32 de duração, The Woman in Cabin 10 abraça a tradição do thriller compacto: cenário limitado, tempo a encurtar, cada detalhe a contar. Em plena maré de adaptações com protagonistas femininas (de Gone Girl a Sharp Objects), Stone procura mais o suspense nervoso e menos o puro “twist de virar a mesa”. O que interessa é a pressão: quem fala verdade quando todos juram que mentimos?

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Porque este regresso importa

Ao pedir a Knightley que não lesse o livro, Stone transporta a narrativa para a sua própria gramática: imagem, montagem e encenação em vez de monólogo interior. O resultado promete ser um Hitchcock moderno com o coração no jornalismo — sobre acreditar nos seus olhos quando o mundo inteiro diz que não viu nada.

Monster: The Ed Gein Story Conquista 12,2 Milhões de Visualizações e Sobe ao 2.º Lugar no Top da Netflix 🔪📺

A nova temporada da antologia de Ryan Murphy estreia em força e quase ultrapassa o sucesso dos irmãos Menendez

A mais recente entrada da antologia Monster, de Ryan Murphy e Ian Brennan, teve uma estreia explosiva na Netflix. Monster: The Ed Gein Story somou 12,2 milhões de visualizações nos primeiros três dias, tornando-se a segunda série mais vista da semana entre os títulos em língua inglesa, logo atrás de Wayward, o mistério de Mae Martin, que liderou o ranking com 14,1 milhões de visualizações.

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Mesmo com apenas três dias contabilizados — contra os quatro da estreia anterior, Monster: The Lyle and Erik Menendez Story —, o desempenho de Ed Gein indica que a série teria ultrapassado facilmente o volume de visualizações da temporada anterior caso tivesse tido o mesmo período de medição.

🧠 O fascínio macabro de Ed Gein

Inspirada no verdadeiro “carcereiro de Plainfield”, cuja história chocou os Estados Unidos nos anos 50 e serviu de base para ícones do terror como Psycho e The Texas Chain Saw Massacre, a nova temporada mergulha no abismo psicológico de um homem consumido por trauma, isolamento e loucura.

Com Charlie Hunnam no papel principal e Laurie Metcalf como a mãe dominadora de Gein, a série combina horror e drama psicológico, refletindo sobre a fronteira entre o voyeurismo e a empatia. Dirigida por Max Winkler, a produção mantém o estilo de Monster: visual estilizado, narrativas fragmentadas e um desconforto moral que desafia o espectador.

📊 O Top 10 da Netflix (29 de setembro a 5 de outubro)

Durante esta semana, Monster: The Ed Gein Story apenas ficou atrás de Wayward, consolidando a popularidade da antologia. O pódio ficou assim:

  1. Wayward – 14,1 milhões de visualizações
  2. Monster: The Ed Gein Story – 12,2 milhões
  3. House of Guinness – 6,4 milhões
  4. Love Is Blind (Temporada 9) – 3,7 milhões
  5. Black Rabbit – 3,3 milhões
  6. Wednesday (Temporada 2) – 3 milhões
  7. Dark Winds – 2,8 milhões
  8. Raw: 2025 – 2,3 milhões
  9. Doc – 1,7 milhões
  10. Ms. Rachel – 1,6 milhões

🎬 Ryan Murphy continua a dominar o crime real

Com esta estreia, Monster confirma-se como uma das séries mais poderosas da Netflix, mantendo o equilíbrio entre reconstituição histórica e crítica social. Se a história dos irmãos Menendez expôs o colapso da família americana sob o peso da fama, The Ed Gein Story leva o conceito mais longe — explorando o nascimento do horror moderno e o impacto da violência na cultura popular.

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A julgar pelos números e pelas reações, Murphy volta a provar que o crime (e o desconforto) vendem — e muito.

George Clooney Fugiu de Hollywood para Dar uma Vida “Normal” aos Filhos: “Em França, Ninguém Quer Saber da Fama” 🇫🇷🌾

O ator explica por que trocou Los Angeles por uma quinta isolada e fala sobre o novo filme que o pode levar novamente aos Óscares

George Clooney sempre foi sinónimo de charme, glamour e sucesso — mas, segundo o próprio, nada disso interessa quando se trata de ser pai. Em entrevista à Esquire, o ator e realizador revelou que decidiu abandonar Hollywood após o nascimento dos filhos gémeos, Alexander e Ella, para os criar longe das câmaras, da pressão mediática e da cultura de celebridade.

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“Vivemos numa quinta em França. Tive uma infância em parte assim, e na altura odiava. Agora, percebo o valor disso — eles não passam o dia no iPad, jantam connosco e lavam a própria loiça. Têm uma vida muito melhor”, confessou Clooney.

🌴 “Los Angeles não era o sítio certo para crescer”

O ator explicou que temia o impacto de Hollywood na infância dos filhos.

“Estava preocupado com a ideia de criá-los em Los Angeles, naquela cultura. Sentia que nunca iam ter uma hipótese justa na vida. Em França, ninguém quer saber da fama. Não quero que cresçam preocupados com paparazzi ou a serem comparados com os filhos de outras pessoas famosas.”

A escolha de Clooney e da mulher, Amal Clooney, foi viver numa quinta francesa, onde levam uma vida simples e discreta. O casal evita a exposição mediática e aposta numa educação longe dos holofotes — um contraste absoluto com o estilo de vida das celebridades de Los Angeles.

🎭 Clooney entre palcos e festivais

Mesmo longe do centro da indústria, Clooney continua no auge profissional. Este ano, brilhou na Broadway com Good Night and Good Luck, que lhe valeu uma nomeação aos Tony Awards, e agora é apontado como potencial candidato ao Óscar pelo novo filme de Noah BaumbachJay Kelly.

O filme, que teve estreia mundial no Festival de Veneza, mostra Clooney como um astro de cinema na casa dos 60 que enfrenta uma crise pessoal durante um festival em Itália — um papel que o próprio descreve como “um espelho da fama”. Laura Dern e Adam Sandler completam o elenco.

🕶️ “Dizem que só interpreto a mim próprio? Não quero saber”

Numa entrevista paralela à Vanity Fair, o ator respondeu com o habitual humor às críticas de que “só interpreta a si mesmo”:

“Dizem que só faço de mim? Não quero saber. Há poucos tipos da minha idade que ainda fazem comédias como O Brother, Where Art Thou? e filmes sérios como Michael Clayton ou Syriana. Se isso é ser eu próprio, tudo bem. Já tentaram interpretar-se a si mesmos? É difícil.”

🌍 Clooney, o homem que preferiu o campo à passadeira vermelha

Entre o campo francês e os festivais internacionais, Clooney parece finalmente ter encontrado o equilíbrio entre a simplicidade e a glória.

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Longe de Hollywood, mas mais perto daquilo que realmente o inspira — a família, a terra e um cinema que ainda se faz com alma.

Monster: The Ed Gein Story — Como a Netflix Transformou o Horror em Espetáculo e Voltou a Assustar Hollywood 🔪🎭

Da recriação sangrenta da cena do chuveiro de Psycho ao número musical inspirado em All That Jazz: os bastidores da série mais perturbante do ano

Depois de explorar as histórias de Jeffrey Dahmer e dos irmãos Menendez, a antologia Monster, criada por Ryan Murphy e Ian Brennan, mergulha agora na mente distorcida de Ed Gein, o assassino que inspirou clássicos como Psycho e The Texas Chain Saw Massacre. Na terceira temporada, lançada pela Netflix, Charlie Hunnam assume o papel de Gein, acompanhado por Laurie MetcalfSuzanna SonLesley Manville e Addison Rae, num retrato que mistura crime, trauma, fantasia e cultura pop — tudo sob a lente do novo realizador da temporada, Max Winkler.

“Desde o início, Ryan perguntava: ‘Quem é o verdadeiro monstro?’ É Ed Gein? A mãe dele? O sistema de saúde americano? Ou somos nós, que transformamos estas histórias em entretenimento?”, revelou Winkler ao Variety.

A violência de Psycho — agora sem filtros

Um dos momentos mais comentados da série é a recriação da icónica cena do chuveiro de Psycho, de Alfred Hitchcock — desta vez, com mais brutalidade e realismo.

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“Queríamos mostrar o que aquilo realmente significava. Hitchcock trouxe algo de profundamente perturbador para o cinema, e quisemos mostrar o impacto dessa violência, tanto para quem a viveu como para quem a assistiu”, explica o realizador.

O ator Joey Pollari interpreta Anthony Perkins, o Norman Bates original, e Winkler diz que até ele se sentiu “como um monstro” durante as filmagens: “O personagem era um homem reprimido, toldado por culpa e solidão. Essa dor está toda ali.”

A fronteira entre realidade e loucura

Visualmente, Monster: The Ed Gein Story combina várias linguagens cinematográficas — desde o 16mm granulado dos segmentos inspirados em Texas Chain Saw Massacre até à fotografia fria e isolada dos momentos em que Gein se confronta com a própria mente. Winkler cita filmes como Days of Heaven e Capote como influências.

“Queríamos mostrar o quão pequeno ele era diante do mundo, mas quão barulhenta era a cabeça dele.”

Nas cenas finais, Charlie Hunnam entrega uma performance devastadora — filmada num único plano fechado. “Ele perdeu cerca de 18 quilos, estava exausto e completamente dentro do personagem. Fizemos uma única tomada e sabíamos que tínhamos conseguido”, contou o realizador.

O momento musical mais inesperado da série

Num toque surpreendente, o episódio final inclui um número musical inspirado em All That Jazz, onde Gein é confrontado com os seus crimes e fantasmas.

“Foi um dos dias mais longos e intensos de filmagem da minha vida. Era o aniversário do Charlie, todos estavam exaustos, mas sabíamos que tínhamos de acertar o tom. Era um inferno filmar, mas também catártico.”

Winkler descreve a sequência como uma “celebração perversa da insanidade”, em que o assassino se vê rodeado por outros monstros da cultura americana — incluindo Charles Manson e Ted Bundy.

“Queríamos mostrar o que é o mal puro, sem música nem glamour. Bundy representa isso.”

O olhar do monstro — ou o nosso? 👁️

Um dos momentos mais debatidos acontece quando Ed Gein quebra a quarta parede e olha diretamente para a câmara:

“Ele diz: ‘Tu é que não consegues desviar o olhar.’ É o ponto de viragem — ele transforma o espectador em cúmplice. É o nosso espelho. Somos nós os monstros por continuarmos a assistir.”

Entre o horror e a empatia

Apesar da violência extrema, a série também tenta compreender a génese do mal. Winkler admite ter desenvolvido empatia por Gein durante a investigação:

“Foi uma vítima de abuso, isolamento e doença mental. Mas isso não o redime — apenas explica o contexto. O verdadeiro horror é quando deixamos de ver as pessoas como pessoas.”

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Com esta nova temporada, Monster consolida-se como um dos projetos mais ousados e provocadores de Ryan Murphy — uma reflexão sobre a obsessão americana pela violência e pelo espetáculo.

“É um espelho desconfortável”, diz Winkler. “E, no fim, talvez o monstro sejamos nós.”

Adam Sandler e George Clooney Juntos em Jay Kelly: A Nova Aposta da Netflix Para os Óscares

Clooney em crise, Sandler como agente improvável

A Netflix voltou a surpreender e lançou o primeiro trailer de Jay Kelly, a nova comédia dramática realizada por Noah Baumbach e coescrita com Greta Gerwig (Barbie). O filme junta duas estrelas improváveis no mesmo ecrã: George Clooney, como um ator em plena crise de identidade, e Adam Sandler, no papel do agente que tenta guiá-lo neste processo.

Sandler, habituado a papéis cómicos mais ligeiros, surge aqui num registo diferente, afastado do humor fácil que o tornou mundialmente conhecido, e mais próximo do tom agridoce que Baumbach costuma imprimir às suas histórias.

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O regresso de Baumbach à corrida dos prémios

A relação entre Baumbach e a Netflix já se mostrou frutífera no passado. Com The Meyerowitz Stories (2017) iniciou-se esta parceria, que ganharia força com Marriage Story (2019) — seis nomeações aos Óscares e vitória para Laura Dern — e continuou com White Noise (2022). Agora, com Jay Kelly, a plataforma volta a apostar forte para a temporada de prémios, depois da estreia mundial no Festival de Veneza.

Uma viagem entre arrependimentos e glórias

Segundo a sinopse oficial, a história acompanha Jay Kelly (Clooney), um célebre ator que parte numa viagem de autodescoberta, confrontando erros do passado e o peso do presente. Ao seu lado está o fiel agente Ron (Sandler), que se torna peça essencial nesta busca pelo equilíbrio entre arrependimentos e triunfos.

É uma narrativa que promete equilibrar humor e emoção, explorando o lado humano das grandes estrelas, mas com a ironia característica de Baumbach.

Elenco de luxo

Além de Clooney e Sandler, o filme conta ainda com um elenco secundário de peso: Laura Dern, Billy Crudup, Riley Keough, Jim Broadbent, Patrick Wilson, Alba Rohrwacher, Emily Mortimer, Isla Fisher e Giovanni Esposito. Greta Gerwig, parceira criativa e pessoal de Baumbach, também marca presença no ecrã.

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Estreia confirmada

Jay Kelly chega à Netflix a 5 de dezembro e já se posiciona como uma das grandes apostas da temporada. Resta saber se Clooney e Sandler vão conseguir transformar esta improvável dupla numa das surpresas mais marcantes do ano cinematográfico.

House of Guinness: A Nova Série da Netflix Que Junta Intrigas Familiares, Segredos e o “Swagger” de Peaky Blinders

Steven Knight volta a apostar em dinastias problemáticas

Depois de transformar um gangue de rua de Birmingham num fenómeno cultural com Peaky Blinders, o argumentista Steven Knight regressa agora com uma nova aposta: House of Guinness, que estreia esta quinta-feira na Netflix. A série mergulha nos bastidores da família Guinness, símbolo maior da indústria cervejeira irlandesa, no momento em que a morte de Sir Benjamin Guinness deixa os quatro filhos a disputar o controlo da famosa cervejaria — cada um deles com segredos obscuros que prometem incendiar a narrativa.

Knight reconhece que a história real da família foi o ponto de partida ideal: “Foi imediato perceber que isto era um drama incrível, cheio de personagens fascinantes e acontecimentos que se cruzam com a História.

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Entre a realidade e a ficção

Embora assente em factos históricos, House of Guinness não pretende ser um documentário: a fronteira entre verdade e imaginação é deliberadamente difusa. Como explica Knight, muitas vezes “os eventos verdadeiros são tão inacreditáveis que parecem inventados”.

Um exemplo é a criação da figura fictícia de Sean Rafferty, capataz da cervejaria interpretado por James Norton (Happy Valley). O ator, que descreve a experiência como irresistível desde a leitura dos primeiros guiões, confessa que o peso de representar ao lado de um elenco maioritariamente irlandês tornou a tarefa ainda mais desafiante, especialmente no domínio do sotaque.

Um elenco de luxo com sangue irlandês

A série conta ainda com Danielle Galligan no papel de Lady Olivia, uma aristocrata que se casa com um Guinness e que, apesar de ser a mulher mais rica da Grã-Bretanha e da Irlanda da época, é retratada como alguém em busca de algo que a fortuna não podia comprar. Galligan destaca que “foi muito especial contar uma história irlandesa numa escala global, uma experiência única na vida”.

Também fazem parte do elenco Niamh McCormack, ligada ao movimento rebelde Fenian Brotherhood, e Jack Gleeson— inesquecível como Joffrey em Game of Thrones. Ambos sublinham o orgulho em participar numa produção que coloca a Irlanda no centro das atenções, mesmo reconhecendo a pressão de corresponder às expectativas do público local.

Comparações inevitáveis

Com o seu tom sombrio, intrigas de poder e personagens intensas, House of Guinness já está a ser comparada a séries como SuccessionThe Crown e, claro, Peaky Blinders. Steven Knight, no entanto, mantém-se tranquilo: “Estou confiante de que esta série é algo único, com a sua própria identidade.

Ainda assim, reconhece sem rodeios que existem paralelismos com a sua criação mais famosa. O próprio está a ultimar o filme Peaky Blinders: The Immortal Man, que trará de volta Cillian Murphy como Tommy Shelby, e admite que a energia, o humor e a “atitude” acabaram por contaminar ambas as histórias.

O futuro de Knight: de Guinness a James Bond

Além de House of Guinness e do regresso dos Shelby, Steven Knight está também envolvido no argumento do novo filme de James Bond, que será realizado por Denis Villeneuve e produzido pela Amazon MGM. Questionado sobre o projeto, limita-se a sorrir e a dizer que não pode revelar detalhes, mas reconhece que o sucesso das suas séries lhe deu uma maior liberdade criativa.

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Com House of Guinness, Knight espera agora brindar o público com mais uma saga familiar marcada por poder, ambição e, claro, muito drama.

South Park  Arrasa Presidente da FCC… com Fezes de Gato à Mistura

Quem achava que South Park estava a perder a chama, pode arrumar já as varinhas mágicas da dúvida: Trey Parker e Matt Stone continuam tão (ou mais) caóticos do que sempre. A prova? O mais recente episódio da 27.ª temporada, “Conflict Of Interest”, transformou o presidente da FCC, Brendan Carr, em saco de pancada oficial. E não foi só no sentido figurado: o homem acabou no hospital, em tracção, depois de levar tareia, cair de escadas, ser envenenado… e ainda contrair um vírus através de fezes de gato. Classe pura.

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Carr, que tem passado as últimas semanas a tentar impor disciplina às cadeias televisivas para que não falem mal do “chefe”, tornou-se alvo preferencial da série. É quase como se tivesse enviado uma carta formal a dizer: “Caros Parker e Stone, por favor ridicularizem-me na televisão.” Pedido aceite.

O episódio elevou o disparate a níveis olímpicos, com direito a enredos de Trump a tentar livrar-se do seu filho não-nascido (que, detalhe essencial, estava alojado no rabo de Satanás). Entre quedas, insultos e excrementos felinos, Carr foi o pião da festa, terminando imóvel numa cama de hospital com o aviso de que podia perder a liberdade de expressão se a infecção cerebral avançasse. Satírico? Nem tanto. Escandalosamente South Park? Com certeza.

Mas o episódio não se ficou por aí. Entre uma gargalhada e outra, ainda houve espaço para uma crítica séria: a dependência crescente das apostas online nos EUA. E, claro, uma incursão nada subtil pelo conflito Israel-Gaza, com a mãe de Kyle a viajar até Israel para confrontar Benjamin Netanyahu de frente:

“Quem pensa que é, a matar milhares e a arrasar bairros inteiros, embrulhando-se no judaísmo como se fosse um escudo contra críticas?”

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Ou seja, pausa ou não, South Park continua a atirar para todos os lados. De políticos americanos a líderes mundiais, ninguém sai incólume. Brendan Carr que o diga — provavelmente ainda a tentar tirar o cheiro a gato do fato.

Fonte: AV Club

“O Refúgio Atómico”: A Nova Série Espanhola da Netflix Que Quer Ser a Próxima “La Casa de Papel”

Produção espanhola estreia-se com oito episódios e promete suspense, luxo e rivalidades familiares num bunker subterrâneo

Depois do assalto à Casa da Moeda em La Casa de Papel, a Netflix volta a apostar na fórmula espanhola de sucesso internacional. Desta vez, o palco não é uma fortaleza monetária, mas sim um bunker de luxo, cenário central da nova série “O Refúgio Atómico”, que já chegou à plataforma com uma temporada de oito episódios.

Multimilionários debaixo de terra

A premissa é simples, mas carregada de tensão: um grupo de multimilionários refugia-se num bunker subterrâneo durante um conflito global. O que poderia ser um espaço de sobrevivência transforma-se rapidamente num campo de batalha emocional, à medida que antigas rivalidades entre duas famílias voltam à superfície, alimentando intriga, suspense e traições.

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Com um elenco de peso — Miren Ibarguren, Joaquín Furriel e Natalia Verbeke — a série apresenta um microcosmo onde luxo e claustrofobia se misturam em ginásios privados, jardins zen e restaurantes sofisticados, tudo num espaço fechado que se torna tão opressivo quanto fascinante.

A dupla que conquistou o mundo com “La Casa de Papel”

No comando estão novamente Álex Pina e Esther Martínez Lobato, criadores e argumentistas responsáveis por alguns dos maiores êxitos espanhóis da Netflix, incluindo La Casa de PapelSky Rojo e Berlim. A fórmula mantém-se: histórias locais, profundamente enraizadas em Espanha, que encontram ressonância universal sem perder identidade.

“Uma história local exótica pode ser, ao mesmo tempo, universal”, afirmou Pina em entrevista à AFP, reforçando que nunca houve pressão para alterar o ADN narrativo das suas produções com vista ao público internacional.

A tecnologia ao serviço da narrativa

Gravada nos estúdios da Netflix em Tres Cantos, nos arredores de Madrid, a série fez uso intensivo de cenários digitais de última geração. Um enorme ecrã LED de 30 metros de comprimento e seis de altura permitiu criar ambientes realistas — de estradas rurais a horizontes urbanos futuristas — sem sair do estúdio.

Segundo o diretor artístico Migue Amoedo, 80% da série foi filmada em interiores, aproveitando estas tecnologias de ponta que reduzem a distância entre a produção espanhola e os grandes estúdios de Hollywood.

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De Madrid para o mundo

Desde 2017, a Netflix já produziu cerca de mil filmes e séries em Espanha, consolidando o país como um dos centros criativos mais importantes da plataforma fora dos EUA. Com O Refúgio Atómico, a gigante do streaming volta a apostar no talento espanhol para criar uma narrativa local que ambiciona conquistar o público global — tal como fez com La Casa de Papel.

A pergunta que fica no ar: conseguirá este bunker de luxo repetir o fenómeno mundial da resistência vermelha?

“Black Rabbit”: Jason Bateman e Jude Law brilham em drama sombrio da Netflix 🐇🎭

Dois irmãos, uma espiral de caos

A Netflix prepara-se para lançar no dia 18 de Setembro a sua mais recente série original: “Black Rabbit”, um thriller em oito episódios que promete mergulhar os espectadores no coração obscuro de Nova Iorque. O grande chamariz? A dupla improvável mas explosiva formada por Jude Law e Jason Bateman, que dão vida a dois irmãos tão inseparáveis quanto autodestrutivos.

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Law interpreta Jake Friedkin, dono de um restaurante de quatro andares que é ao mesmo tempo espaço exclusivo de celebridades e laboratório de ambições desmedidas. Já Bateman é Vince, o irmão perdido entre vícios, dívidas e esquemas de sobrevivência, que regressa para arrastar Jake de volta a um passado de sombras. Entre eles, uma relação marcada pela lealdade e pela frustração, pelo afeto e pelo rancor — um laço que os salva e destrói em simultâneo.

Entre clubes de luxo e becos perigosos

“Black Rabbit” é mais do que um drama familiar: é também um retrato da vida noturna nova-iorquina, da pressão dos negócios e da violência escondida nas esquinas da cidade. A série equilibra intriga criminal, segredos familiares e dilemas morais, com passagens que evocam desde o realismo urbano de Michael Mann até a energia frenética de Mississippi Grind.

Pelo caminho, desfilam personagens secundárias de peso: a enigmática bartender Anna (Abbey Lee), o temível agiota Mancuso (Troy Kotsur, vencedor de um Óscar), e um conjunto de figuras tão carismáticas quanto perigosas. A presença de realizadores como Justin Kurzel e Laura Linney nos episódios finais assegura que a tensão nunca abranda.

Um par improvável que funciona

O que realmente faz de “Black Rabbit” algo especial é a química entre Law e Bateman. Num instante, os dois passam de cúmplices divertidos a inimigos amargos — e vice-versa. São olhares, tiques e silêncios que revelam uma vida inteira partilhada. A dinâmica lembra um Newton’s cradle humano: cada choque entre os irmãos desencadeia novas ondas de ação e conflito.

Estilo, música e feridas abertas

Visualmente, a série alterna entre cores desbotadas e sequências em preto e branco, transportando o espectador tanto para a nostalgia do passado como para a crueza do presente. A banda sonora, com Interpol e Fontaines D.C., adiciona camadas de urgência e melancolia.

No fundo, porém, “Black Rabbit” fala sobre ambição, vício e a impossibilidade de escapar à família. É uma história que questiona: seremos definidos pelas escolhas que fazemos ou pelas coisas de que fugimos?

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Conclusão: uma queda inevitável

Com diálogos afiados, um elenco de luxo e uma realização que nunca perde o ritmo, “Black Rabbit” surge como uma das apostas televisivas mais intensas do ano. Preparem-se para mergulhar na toca do coelho e descobrir que, por vezes, os maiores inimigos estão à mesa connosco.

“Wednesday” regressa em força e luta pela coroa no Top da Netflix 🎬👑

Um combate histórico, uma série em ascensão e um fenómeno inesperado

A semana de 8 a 14 de Setembro foi de tudo menos aborrecida no catálogo da Netflix. O grande destaque foi o combate Canelo vs. Crawford, que conquistou o primeiro lugar no Top 10 de TV em inglês com uns impressionantes 17,7 milhões de visualizações. Mas logo atrás, a família Addams voltou a mostrar que continua a dar cartas: a segunda temporada de “Wednesday” somou mais 15 milhões de visualizações, entrando oficialmente para a lista das séries mais populares de sempre da plataforma.

Se já não bastasse o sucesso da estreia em 2022, que colocou a 1.ª temporada de Wednesday no trono absoluto, agora a 2.ª temporada surge no 10.º lugar da lista histórica — o que significa que a Netflix tem a sua própria Addams a dominar tanto o presente como o passado do streaming.

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A ascensão de “Wednesday” – mas com nuances

Com a estreia da parte 2 da nova temporada, a série conseguiu finalmente entrar no top histórico da Netflix, ultrapassando os 95 milhões de visualizações acumuladas. Ainda assim, há um dado curioso: ao contrário do que muitos esperavam, a adesão não tem sido tão explosiva quanto na temporada inaugural. No meu micro grupo de fãs da série, a divisão do segunda season em 2 partes foi um dos motivos, sendo que a maioria esperou pelos episódios do dia 3 de Outubro. Todavia o fenómeno mantém-se forte, mas tudo indica que “Wednesday” não conseguirá destronar a sua própria primeira temporada.

Mesmo assim, o feito é notável. Raramente uma série consegue ocupar dois lugares numa lista tão disputada — e Jenna Ortega continua a cimentar-se como um dos maiores fenómenos globais da atualidade.

O resto da tabela televisiva

Depois do combate e da adolescente gótica favorita do mundo, o pódio fechou com “Beauty in Black” (2.ª temporada), que conquistou 8,7 milhões de visualizações. Logo a seguir, veio “My Life with the Walter Boys” (2.ª temporada), com 5,2 milhões.

O cinema também brilhou – e com um fenómeno inesperado

No lado dos filmes, a liderança continua a ser de “Kpop Demon Hunters”, que já se tornou um caso de estudo dentro da Netflix. O filme acrescentou mais 22,6 milhões de visualizações nesta semana, mantendo uma regularidade impressionante ao longo de mais de mês e meio. A versão sing-along, somada à original, tem ajudado a impulsionar os números, mas a verdade é que a Netflix nunca tinha visto nada parecido.

Em segundo lugar no cinema surge “The Wrong Paris”, com 12,8 milhões, seguido de “Unknown Number: The High School Catfish”, com 11,7 milhões. E, no campo documental, quem surpreendeu foi Charlie Sheen, que, com o revelador aka Charlie Sheen, conseguiu 9,7 milhões de visualizações.

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Conclusão: Addams, boxe e K-pop

Enquanto o boxe continua a dar provas de que há futuro para eventos desportivos em direto no streaming, a série “Wednesday” reafirma o seu estatuto de fenómeno cultural. Pode não superar a temporada anterior, mas já garantiu lugar na história da Netflix. E, do outro lado do ringue, os caçadores de demónios K-pop continuam a bater recordes semana após semana, transformando-se no maior enigma do cinema em streaming de 2025.

The Witcher: 4.ª temporada já tem data de estreia e mostra primeiras imagens de Liam Hemsworth como Geralt

A mudança mais aguardada da saga

A Netflix confirmou finalmente a estreia da 4.ª temporada de The Witcher: será no próximo 30 de outubro de 2025. A nova temporada marca a aguardada transição de Henry Cavill para Liam Hemsworth no papel de Geralt de Rivia, e o serviço de streaming já revelou as primeiras imagens do ator na pele do bruxo.

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O que esperar da nova temporada

Após os eventos dramáticos que encerraram a 3.ª temporada, a história leva Geralt, Yennefer e Ciri a caminhos separados, obrigados a atravessar um Continente devastado pela guerra e cheio de monstros. Para sobreviver ao chamado “batismo de fogo”, cada um terá de liderar novos grupos de desajustados — com a esperança de se reencontrarem.

Novas caras no elenco

Uma das grandes novidades do elenco é Laurence Fishburne, que se junta como Regis, personagem muito acarinhado pelos fãs dos livros e jogos. Introduzido no romance Batismo de Fogo de Andrzej Sapkowski, Regis é um barbeiro-cirurgião de passado enigmático que acaba por se tornar um aliado de Geralt.

Além de Liam Hemsworth e Laurence Fishburne, regressam ao ecrã Anya Chalotra (Yennefer), Freya Allan (Ciri) e Joey Batey (Jaskier).

Produção e expectativas

A série continua a ser produzida por Steve Gaub, Matt O’Toole, Mike Ostrowski, Javier Grillo-Marxuach e Lauren Schmidt, em parceria com a Platige Films e a Hivemind Content.

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Com a mudança do protagonista e a introdução de Regis, a nova temporada promete renovar o fôlego da série e voltar a conquistar tanto os fãs dos livros de Sapkowski como os jogadores que conhecem bem o universo de The Witcher.

The Rip: Ben Affleck e Matt Damon Regressam em Thriller de Cops e $20 Milhões

O reencontro da dupla mais lendária de Hollywood

Depois de Air e The Last DuelBen Affleck e Matt Damon voltam a partilhar ecrã em The Rip, o novo thriller da Netflixrealizado e escrito por Joe Carnahan. A dupla interpreta dois polícias de Miami que tropeçam num esconderijo com milhões em dinheiro vivo — e a questão inevitável surge: e se o ficássemos?

O primeiro trailer já foi divulgado e deixa claro que estamos perante um daqueles thrillers intensos, musculados e cheios de dilemas morais, como os fãs de Damon e Affleck gostam.

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Uma descoberta que abala todas as lealdades

A sinopse oficial resume o caos:

“Ao descobrir milhões em dinheiro escondidos numa casa abandonada, a confiança entre uma equipa de polícias começa a ruir. À medida que forças externas tomam conhecimento da apreensão, tudo é posto em causa — incluindo em quem podem confiar.”

Carnahan, conhecido por títulos como Boss Level e Copshop, promete manter a tradição de thrillers duros e sem rodeios.

Um elenco de peso

Além da dupla Affleck-Damon, The Rip conta com:

  • Steven Yeun (MinariNope)
  • Kyle Chandler (Friday Night LightsArgo)
  • Scott Adkins, estrela de ação britânica
  • Sasha Calle (The Flash)
  • Teyana Taylor, que também participa no próximo filme de Paul Thomas Anderson, One Battle After Another

Estreia e expectativas

Curiosamente, a Netflix já começou a promover o filme mais de um ano antes da estreia, algo raro fora da época dos Óscares. Isso pode significar confiança no projeto.

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The Rip chega à plataforma no dia 16 de janeiro de 2026. Será que o filme vai fazer jus ao nome e realmente “rasgar” com a concorrência dos thrillers policiais?

Psicóloga Explica Caso Chocante de Número Desconhecido – Catfish no Liceu: Porque é que Kendra Licari Perseguiu a Própria Filha

O escândalo por trás do documentário da Netflix

O documentário da Netflix Número Desconhecido – Catfish no Liceu expõe um dos casos mais perturbadores de cyberbullying dos últimos anos: Kendra Licari, uma mãe do Michigan, foi responsável por milhares de mensagens abusivas enviadas à sua própria filha, Lauryn Licari, de apenas 13 anos, e ao namorado desta, Owen McKenny.

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O caso, que chamou a atenção do FBI em 2020, terminou com Kendra condenada em 2023 por perseguição a menores. Sentenciada a até cinco anos de prisão, foi libertada em liberdade condicional em agosto de 2024, mas proibida de contactar Lauryn ou Owen até 2026.

“Não foi um erro, foi abuso”

A psicóloga Dr. Mcayla Sarno analisou o caso e explicou que o comportamento de Kendra não pode ser visto como fruto do stress parental, mas sim como uma necessidade obsessiva de controlo.

“Ela tratava Lauryn como uma extensão da sua própria identidade, não como filha. Cada mensagem, cada manipulação, não era amor. Era poder e ego. Não foi um erro. Foi abuso disfarçado de cuidado”, afirmou Sarno.

Para a especialista, manter Lauryn assustada e dependente era a forma de Kendra manter domínio total, numa dinâmica de manipulação emocional destrutiva.

Munchausen digital e narcisismo

Sarno identificou ainda no comportamento de Kendra traços de “Munchausen digital”, fenómeno em que alguém inventa doenças ou crises online para obter atenção ou simpatia. Mas sublinhou que, neste caso, o problema vai mais fundo:

“O Munchausen foi apenas a estratégia. O que a impulsionava era uma personalidade narcisista, centrada no controlo, na admiração e no poder sobre os outros.”

Segundo a psicóloga, a distinção é importante: há o risco de a opinião pública suavizar o julgamento de Kendra se focar apenas na síndrome, esquecendo o padrão de narcisismo abusivo.

Reconciliação possível?

Apesar da gravidade dos atos, o documentário mostra que tanto mãe como filha ainda nutrem esperança numa eventual reconciliação:

  • Kendra afirmou acreditar que um dia voltará a ter uma relação com Lauryn: “Nós sabemos que estaremos sempre uma com a outra, aconteça o que acontecer.”
  • Lauryn, que terminou o secundário em 2025, foi cautelosa: “Quero confiar nela, mas não consigo. Só quero que receba ajuda para que, quando nos virmos, não volte a ser como antes.”

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O impacto em Portugal

Com o título Número Desconhecido – Catfish no Liceu, o documentário chegou também à Netflix em Portugal, onde tem gerado discussão não apenas sobre a gravidade do caso, mas também sobre os perigos do abuso psicológico disfarçado de cuidado parental.

Wake Up Dead Man: O Regresso Mais Negro (e Mais Divertido) de Benoit Blanc

Um novo mistério com humor negro e ecos de Edgar Allan Poe

Daniel Craig volta a vestir o fato impecável de Benoit Blanc em Wake Up Dead Man, a terceira entrada da saga Knives Out, realizada por Rian Johnson. Mas desta vez, a surpresa vem de Josh O’Connor, que praticamente rouba o protagonismo ao interpretar o irreverente Padre Jud Duplenticy, um ex-pugilista transformado em padre como forma de penitência após um surto violento.

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O cenário não podia ser mais literário: Chimney Rock, uma aldeia que parece saída de um romance de Agatha Christie, com a sua igreja neo-gótica, cemitério sombrio e um ar de que demasiado sangue já ali foi derramado. Ao lado de O’Connor surge Josh Brolin como Monsenhor Jefferson Wicks, um clérigo selvagem e cínico, que adiciona ainda mais fogo a esta mistura insólita.

O equilíbrio entre o gótico e a comédia

Johnson afirmou que queria regressar às raízes do género policial, evocando nomes como Edgar Allan Poe. O filme mergulha nesse imaginário gótico, entre enterros inquietantes, personagens assombradas pela culpa e até grafitis irreverentes num mausoléu. Mas, ao mesmo tempo, consegue ser a entrada mais divertida e brincalhona da série.

Há diálogos mordazes, humor inesperado e uma autêntica dança entre referências literárias e cinematográficas que tornam esta experiência tão intrigante quanto divertida. A morte (ou mortes) está sempre em pano de fundo, mas o riso surge com naturalidade.

Benoit Blanc como maestro da intriga

Apesar de Josh O’Connor ser o verdadeiro motor narrativo do filme — ora cómico, ora sério, sempre magnético — Daniel Craig continua a dominar o ecrã. O seu Blanc surge com o habitual sotaque do sul, o charme elegante e a confiança descontraída de quem conduz a narrativa como um maestro.

Curiosamente, com cada novo filme, Blanc aparece menos em cena, assumindo o papel de guia, quase como um narrador que nos leva pelas veredas tortuosas de personagens enredadas e suspeitas. Aqui, até recruta o Padre Jud para ajudá-lo a deslindar o que ficou conhecido como o “assassinato de Sexta-Feira Santa”.

Rian Johnson no auge da sua forma

Com Wake Up Dead Man, Rian Johnson demonstra estar mais confiante do que nunca. Consegue pegar nos velhos clichés do género e reinventá-los com frescura, mantendo o mistério vivo e a audiência rendida. O resultado é o filme mais negro, mais ousado e, paradoxalmente, o mais divertido de toda a franquia Knives Out.

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Preparem-se: este é um mistério que faz rir, arrepiar e pensar — muitas vezes em simultâneo.

Lady Gaga Entra em “Wednesday” e Lança Novo Single: The Dead Dance 🦇🎶

Uma estrela pop em Nevermore

A espera acabou: Lady Gaga juntou-se oficialmente ao universo sombrio e peculiar de “Wednesday”, a série fenómeno da Netflix inspirada na família Addams. A cantora e atriz dá vida a Rosaline Rotwood, uma antiga professora de Nevermore que chega para abalar a rotina da protagonista interpretada por Jenna Ortega.

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A novidade surge com a estreia da segunda parte da segunda temporada, que ficou disponível esta quarta-feira na plataforma.

O regresso à música

Para assinalar a sua entrada na série, Gaga lançou também um novo single, “The Dead Dance”, tema que serve de acompanhamento à sua personagem. A canção foi escrita pela própria artista em parceria com Andrew Watt e Henry Walter, e coproduzida por Gaga com Watt e Cirkut.

Trata-se do primeiro tema divulgado pela cantora desde março, altura em que editou o álbum “Mayhem”.

O toque de Tim Burton

Se a presença de Gaga já não fosse suficiente para entusiasmar os fãs, o videoclip de The Dead Dance promete elevar ainda mais a fasquia. Alegadamente realizado por Tim Burton, produtor executivo e um dos realizadores de “Wednesday”, o vídeo estreia ainda esta tarde, acrescentando ao lançamento um toque de assinatura visual inconfundível.

Um encontro entre música e televisão

Esta colaboração é mais um exemplo de como Gaga continua a reinventar-se, cruzando a sua faceta de estrela pop com o seu lado de atriz. Depois do sucesso no cinema com A Star Is Born e House of Gucci, a artista encontra em “Wednesday” o palco ideal para explorar a sua teatralidade natural e reforçar a sua ligação ao universo gótico e excêntrico que tanto lhe agrada.

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Para os fãs da série, a aparição de Gaga não é apenas um cameo: é também uma celebração do espírito irreverente de “Wednesday” e um convite para dançar… ao som da escuridão.