Em 1997, Brad Pitt encontrou-se preso num contrato de filmagem para o filme “Inimigos Íntimos” (Close Enemies), que inicialmente parecia ser um projeto de sonho, mas que rapidamente se transformou num pesadelo. O ator aceitou o papel principal ao lado de Harrison Ford, atraído por um guião sombrio e promissor e pela oportunidade de trabalhar com Ford. Contudo, à medida que o projeto avançava, surgiram vários problemas que acabariam por comprometer a experiência de Pitt no set e a qualidade final do filme.
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O primeiro grande obstáculo surgiu logo na escolha do realizador. Nem Brad Pitt nem Harrison Ford conseguiam concordar sobre quem deveria dirigir o filme. Diversos nomes foram sugeridos e rejeitados, até que ambos finalmente aceitaram Alan J. Pakula como o realizador. No entanto, a aprovação do realizador não foi suficiente para resolver os problemas da produção.
O guião, que inicialmente tinha cativado Brad Pitt, passou por uma série de alterações substanciais que diluíram a intensidade e o tom escuro que tanto atraíam o ator. Foram escritas sete versões diferentes do guião, com alterações a serem feitas até mesmo durante as filmagens, o que enfureceu Pitt. Pakula, o estúdio e Harrison Ford exigiram diversas mudanças, e o que inicialmente havia entusiasmado Pitt transformou-se numa história muito diferente da que ele queria contar.
Com Harrison Ford a receber um salário de $20 milhões, contra os $12 milhões de Pitt, ficou claro quem era a verdadeira estrela da produção. Ford impôs a sua visão criativa, o que gerou um ambiente de tensão no set. Brad Pitt, frustrado por sentir que a sua opinião não era respeitada e que o filme estava a desviar-se do que originalmente o tinha motivado, chegou a um ponto de exaustão. Pediu para ser substituído e queria abandonar o projeto.
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Em entrevista à Newsweek, pouco antes do lançamento do filme, Pitt não poupou críticas. Chamou o filme de “desastre” e afirmou: “Nunca vi uma falta de seriedade como esta. Não conseguia acreditar no que estava a ver. O guião é um desastre. A versão original desapareceu, substituída por algo muito mau.”
Quando Brad Pitt tentou sair do filme, foi confrontado com uma dura realidade: o estúdio ameaçou processá-lo por uma soma exorbitante. Segundo o ator, o chefe do estúdio foi claro: “Se queres sair, nós deixamos. Mas vai custar-te $63 milhões.” Este valor representava os custos associados ao início da produção e as perdas que o estúdio enfrentaria se Pitt abandonasse o projeto. Perante a ameaça de uma batalha judicial e um prejuízo milionário, Pitt viu-se forçado a permanecer no filme, apesar do seu descontentamento.
Este episódio é um dos exemplos mais notáveis de um ator preso num projeto indesejado devido a pressões contratuais e financeiras. No final, Brad Pitt cumpriu as suas obrigações e concluiu as filmagens de “Inimigos Íntimos”, mas deixou claro o seu desagrado, algo raro de se ver em estrelas de Hollywood.
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