🎞️ Billy Woodberry em Lisboa: Cinema Negro, Resistência e Memória na Cinemateca Portuguesa

O cineasta da L.A. Rebellion é o convidado de junho e apresenta uma programação marcada por política, poesia e imagens que perduram

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Billy Woodberry, uma das vozes mais influentes do cinema negro norte-americano, é o cineasta convidado de junho na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa. Radicado em Portugal desde 2018, o realizador de Bless Their Little Heartsregressa agora à ribalta com um ciclo que cruza a sua obra com a de autores que moldaram a sua visão — e a de muitos outros.

“Triunfar é ter a oportunidade de partilhar o meu trabalho com os outros”, disse recentemente numa entrevista. E é isso mesmo que vai acontecer ao longo de junho em Lisboa.

L.A. Rebellion em Portugal

Woodberry foi uma das figuras fundadoras do movimento L.A. Rebellion, surgido na Universidade da Califórnia nos anos 70, que pretendia reivindicar novas narrativas para a comunidade afro-americana no cinema. As suas obras exploram temas como desigualdade, invisibilidade e resistência cultural.

Entre os filmes a exibir estão:

  • Bless Their Little Hearts (1984), um clássico do realismo social afro-americano;
  • And When I Die, I Won’t Stay Dead (2015), um retrato vibrante do poeta beat Bob Kaufman;
  • Mário (2024), uma abordagem documental sobre Mário Pinto de Andrade, figura central da luta anticolonial em Angola.

Arquivos, afeto e sessões especiais

A sessão de abertura está marcada para 3 de junho, com a exibição de A Story from Africa (2019), curta-metragem construída a partir de imagens de arquivo que reconstituem a ocupação militar portuguesa do Cuamato, em Angola. A noite incluirá também a projeção do filme mudo Voyage en Angola (1929), acompanhado ao vivo por Filipe Raposo ao piano.

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Uma programação escolhida com o coração e a memória

Woodberry também escolheu filmes de outros realizadores que considera essenciais:

  • As Vinhas da Ira (1940), de John Ford;
  • Tempos Modernos (1936), de Charlie Chaplin;
  • Cabra Marcado para Morrer (1984), de Eduardo Coutinho.

A programação reflete um cinema de causas, mas também de emoções, memória e humanidade.

🌍 Magalhães: Gael García Bernal Encabeça Épico Histórico com Selo Português Estreado em Cannes

Lav Diaz reinterpreta a figura de Fernão de Magalhães numa coprodução luso-hispano-filipina que desafia a narrativa colonial

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O Festival de Cannes 2025 acolheu a estreia mundial de Magalhães, a mais recente obra do realizador filipino Lav Diaz, protagonizada por Gael García Bernal no papel do navegador português Fernão de Magalhães. Apresentado na secção Cannes Première, o filme é uma coprodução entre Portugal, Espanha e Filipinas, com a participação da portuguesa Rosa Filmes


Uma Perspectiva Descolonizadora

Diferenciando-se das abordagens tradicionais, Diaz oferece uma visão crítica da presença europeia no Sudeste Asiático, centrando-se na chegada de Magalhães às Filipinas no século XVI. O realizador questiona a figura de Lapu-Lapu, considerado herói da resistência filipina, sugerindo que possa ter sido uma invenção de Humabon, rajá de uma ilha vizinha, como parte de uma armadilha para Magalhães . 


Rodagem em Território Nacional

A produção contou com filmagens em Portugal, nomeadamente em BelémÉvoraBorba e Vila Viçosa, além de Espanha e Filipinas. A versão apresentada em Cannes tem cerca de duas horas e quarenta minutos, embora Diaz tenha mencionado planos para uma versão mais extensa, possivelmente com nove horas de duração . 


Gael García Bernal no Papel de Magalhães

O ator mexicano Gael García Bernal assume o papel de Fernão de Magalhães, trazendo uma nova dimensão à figura histórica. Durante a apresentação em Cannes, Bernal agradeceu em português, demonstrando a sua dedicação ao papel e à produção . 

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Uma Produção Internacional

Magalhães é uma coprodução entre Rosa Filmes (Portugal), Andergraun Films (Espanha), BlackCap Pictures(Filipinas) e Volos Films (Taiwan). A cinematografia ficou a cargo de Artur Tort, colaborador habitual de Albert Serra, e de Larry Manda, parceiro frequente de Diaz . 

🎭 Kevin Spacey Recebe Prémio em Cannes à Margem do Festival — No Meio de Nova Acusação de Agressão Sexual

Actor norte-americano será homenageado pela Better World Fund enquanto enfrenta nova denúncia no Reino Unido

Kevin Spacey volta a estar no centro da atenção mediática em Cannes, mas não pelos motivos habituais. O ator vencedor de dois Óscares será distinguido com um prémio de carreira numa gala paralela ao Festival, organizada pela Better World Fund, no prestigiado Hotel Carlton, no dia 20 de maio.

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A cerimónia pretende reconhecer “a brilhante carreira artística” do ator — mesmo num momento em que uma nova acusação de agressão sexual volta a lançar uma sombra sobre a sua figura pública.


Absolvido no passado, mas envolvido numa nova polémica

A organização do evento justificou a homenagem sublinhando que Spacey foi absolvido de acusações anteriores, tanto no Reino Unido como nos Estados Unidos. Em 2023, um tribunal londrino considerou-o inocente após um julgamento mediático envolvendo quatro homens. Já em 2022, foi igualmente ilibado num processo civil em Nova Iorque.

Contudo, em fevereiro de 2025, foi apresentada uma nova denúncia de agressão sexual por parte do ator britânico Ruari Cannon, ex-aluno da prestigiosa escola de teatro Drama Centre London. O caso ganhou nova visibilidade com o documentário da ITV “Spacey Unmasked”, exibido em maio de 2024, onde Cannon e mais nove homens relataram comportamentos considerados abusivos por parte de Spacey. O ator nega todas as acusações.


Um regresso que divide opiniões

A presença de Kevin Spacey em Cannes, embora não ligada oficialmente ao festival, está longe de passar despercebida. A gala da Better World Fund, embora com objectivos filantrópicos, não escapou à controvérsia — com críticas tanto da imprensa como de profissionais da indústria que questionam oportunidade e ética da homenagem, face à nova acusação em curso.

A organização justifica a distinção com base na presunção de inocência e no contributo artístico do ator, mas a discussão levanta novamente a tensão entre reconhecimento artístico e responsabilidade moral, especialmente em eventos de alto perfil como Cannes.


“The Awakening”: Spacey procura reentrar no circuito comercial

Além da homenagem, Kevin Spacey está no mercado de Cannes para promover o seu novo filme: “The Awakening”, um thriller britânico ainda em pós-produção que procura distribuidores internacionais. Este é o seu primeiro papel principal desde que foi afastado da indústria na sequência das denúncias surgidas em 2017, durante o movimento #MeToo.


O debate que não desaparece

O caso Spacey continua a ser um exemplo paradigmático da forma como a indústria cinematográfica lida — ou evita lidar — com figuras polémicas.

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Entre aqueles que defendem a separação entre obra e autor e os que consideram inaceitável a celebração de artistas sob investigação por agressões, o festival de Cannes, mesmo sem envolvimento oficial, volta a ser palco de um debate inevitável.

🎬 Denzel Washington Surpreendido com Palma de Ouro Honorária em Cannes

Ator é homenageado pela sua carreira em cerimónia surpresa durante a estreia de Highest 2 Lowest

O Festival de Cannes 2025 foi palco de uma emocionante homenagem ao ator Denzel Washington, que recebeu uma Palma de Ouro Honorária de forma inesperada. A cerimónia ocorreu durante a estreia mundial de Highest 2 Lowest, o mais recente filme de Spike Lee, marcando a quinta colaboração entre o realizador e o ator. 

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Uma homenagem inesperada

A entrega da Palma de Ouro Honorária não estava anunciada, tornando-se uma surpresa tanto para o público quanto para o próprio Washington. Após a exibição de um vídeo destacando momentos marcantes da sua carreira, incluindo cenas de Tempo de Glória e Dia de Treino, o ator foi chamado ao palco para receber o prémio das mãos de Spike Lee, acompanhado pelo delegado artístico Thierry Frémaux e pela presidente do festival, Iris Knobloch . 

Visivelmente emocionado, Washington agradeceu: 

“Desde o fundo do meu coração, obrigado a todos. Somos um grupo muito privilegiado por podermos fazer filmes, vestir smokings e roupas bonitas, e sermos pagos por isso. Sentimo-nos abençoados sem medida, sinto-me abençoado sem medida.” 


Highest 2 Lowes: Uma nova colaboração com Spike Lee

Highest 2 Lowest é uma adaptação contemporânea do clássico de Akira Kurosawa, High and Low. No filme, Washington interpreta David King, um executivo envolvido num caso de rapto que desafia as suas convicções morais e profissionais. O elenco conta ainda com A$AP Rocky e Jeffrey Wright, e a estreia nos cinemas está prevista para 22 de agosto, com lançamento na Apple TV+ a 5 de setembro . 


Um momento de tensão na passadeira vermelha

Antes da cerimónia, Washington protagonizou um momento tenso na passadeira vermelha. Enquanto posava para os fotógrafos, um deles tocou-lhe no braço para chamar a sua atenção, o que levou o ator a reagir firmemente, pedindo que parasse. Apesar do incidente, Washington manteve a compostura e prosseguiu com a sua participação no evento . 

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🎬 Denzel Washington em Cannes: Palma de Ouro, Spike Lee e Um Momento Tenso na Passadeira Vermelha

Estrela de Highest 2 Lowest protagoniza episódio com fotógrafo antes de ser homenageado pela sua carreira no Festival de Cannes 2025

O Festival de Cannes 2025 tornou-se palco de um momento inesperado com Denzel Washington no centro das atenções — e não apenas por causa do novo filme. Durante a estreia mundial de Highest 2 Lowest, o ator viveu um episódio tenso ao ser abordado de forma excessiva por um fotógrafo, momentos antes de subir os degraus do Palais des Festivals.

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Tensão sob os flashes

O incidente ocorreu quando Washington foi repetidamente tocado por um fotógrafo enquanto posava para a imprensa. Visivelmente incomodado, o ator pediu que o contacto cessasse e afastou-se, mantendo a compostura mas claramente irritado. O vídeo correu rapidamente nas redes sociais, dividindo opiniões entre a necessidade de respeito pelo espaço pessoal e o frenesim mediático típico de Cannes.


Palma de Ouro Honorária… entregue por Spike Lee

Mas a noite não ficaria marcada apenas pela tensão. Em cerimónia especial, Spike Lee, amigo e colaborador de longa data de Washington, subiu ao palco para entregar ao ator a Palma de Ouro Honorária, em reconhecimento pela sua carreira ímpar e contributo para o cinema norte-americano e mundial.

Foi um dos momentos mais emocionantes da edição deste ano, e um justo tributo a um dos intérpretes mais respeitados da sua geração.


Highest 2 Lowest

: um Kurosawa moderno

O filme apresentado, Highest 2 Lowest, é uma adaptação contemporânea de High and Low (1963), de Akira Kurosawa, e marca a quinta colaboração entre Denzel Washington e Spike Lee.

A longa-metragem tem estreia marcada nos cinemas a 22 de agosto e chega à plataforma Apple TV+ a 5 de setembro.

Combinando drama criminal com crítica social, o filme promete continuar a tradição de cinema provocador e estilizado que marca o trabalho conjunto de Lee e Washington desde Malcolm X.

🌌 Duna: Parte Dois Chega à TV — O Destino do Universo Passa por Paul Atreides

O épico de Denis Villeneuve estreia a 23 de maio no TVCine Top e TVCine+, com Timothée Chalamet, Zendaya e um elenco de estrelas

Depois de conquistar seis Óscares com Duna: Parte Um e redefinir o que pode ser um blockbuster de ficção científica no século XXI, Denis Villeneuve regressa com Duna: Parte Dois — e a estreia televisiva em Portugal está marcada para 23 de maio, às 21h30, no TVCine Top.

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Baseado no clássico literário de Frank Herbert, o filme continua a jornada de Paul Atreides (Timothée Chalamet), agora integrado entre os Fremen, ao lado de Chani (Zendaya), determinado a vingar os que destruíram a sua família… e a salvar o destino do universo.

Entre o amor e a profecia

Em Duna: Parte Dois, Paul já não é apenas um jovem nobre em fuga — é uma figura messiânica que encara uma escolha impossível: o amor da sua vida ou o futuro de milhões. Enquanto a guerra pelo controlo do planeta Arrakis se intensifica, os dilemas morais adensam-se: será ele o salvador que todos esperam… ou o portador de uma destruição anunciada?


Um elenco galáctico ao serviço da visão de Villeneuve

Se o primeiro filme já impressionava pelo seu elenco, este segundo capítulo leva tudo mais longe. Para além dos regressos de Rebecca Ferguson, Josh Brolin, Stellan Skarsgård, Dave Bautista, Charlotte Rampling e Javier BardemDuna: Parte Dois reforça a equipa com Austin Butler, Florence Pugh, Christopher Walken e Léa Seydoux — um verdadeiro alinhamento estelar.


Visualmente arrebatador, emocionalmente devastador

Nomeado para cinco Óscares e vencedor de dois (Melhor Som e Melhores Efeitos Visuais), o filme é uma experiência cinematográfica imersiva, onde o deserto de Arrakis ganha vida com uma grandiosidade rara. Villeneuve assina mais uma obra que conjuga espetáculo visual com profundidade filosófica — e que merece ser vista (ou revista) com toda a atenção.

A não perder: 23 de maio, 21h30, TVCine Top

Se perdeste a estreia nas salas ou simplesmente queres reviver a epopeia, marca já na agenda: Duna: Parte Dois estreia esta sexta-feira, dia 23 de maio, às 21h30, em exclusivo no TVCine Top e TVCine+.

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🎪 Palhaço Diabólico: O Terror Tem Um Novo Rosto (e Um Sorriso Sinistro)

Dos produtores de Sorri, chega agora o pesadelo de verão que vai transformar risos em gritos — estreia a 5 de junho nos cinemas

O riso está de volta… mas não é de felicidade. Depois do sucesso arrepiante de Sorri, chega aos cinemas portugueses a 5 de junho o filme Palhaço Diabólico, uma nova viagem ao lado mais obscuro da inocência. Realizado a partir do bestseller de Adam Cesare, o filme promete deixar qualquer fã de terror com os nervos em franja — e de olhos postos no milharal.

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Uma cidade, um segredo… e um palhaço que quer brincar

A história acompanha Quinn (Katie Douglas), uma jovem que se muda com o pai (Aaron Abrams) para a aparentemente pacata cidade de Kettle Springs. O que começa como um novo começo transforma-se rapidamente numa espiral de medo. A cidade, marcada por um incêndio devastador numa antiga fábrica de xarope de milho, está dividida, tensa, e prestes a ser “corrigida” por uma figura que personifica a vingança popular: Frendo, o palhaço diabólico.

“Sejam bem-vindos a Kettle Springs”, avisa o trailer. “A verdadeira diversão começa quando o palhaço vem brincar.”


Uma nova máscara para o horror americano

Inspirado em ícones do slasher e na tradição de terror rural americana, Palhaço Diabólico junta crítica social com violência gráfica, explorando as tensões geracionais e os segredos de pequenas comunidades. A narrativa levanta questões sobre culpa, punição e a ideia distorcida de justiça — com a peculiaridade de tudo ser executado por um palhaço de sorriso congelado e intenções homicidas.

Com produção da equipa de Sorri, a fasquia está alta: espera-se um filme tenso, com sustos eficazes e uma atmosfera que mistura Stephen King com Jordan Peele — mas com muito mais sangue.


Terror nas salas a partir de 5 de junho

Distribuído em Portugal pela NOS AudiovisuaisPalhaço Diabólico estreia a 5 de junho e já tem trailer oficial disponível. A expectativa é grande entre os fãs do género — especialmente os que não conseguem resistir a uma boa história de adolescentes perseguidos, milho farfalhante e sorrisos que nunca deviam ter sido desenhados.

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🧟‍♂️ Guillermo del Toro Reinventa Frankenstein como um Drama Emocional

O realizador mexicano transforma o clássico de Mary Shelley numa reflexão sobre paternidade, rejeição e humanidade

Guillermo del Toro está de volta com uma nova adaptação de Frankenstein, prevista para estrear na Netflix em novembro de 2025. Desta vez, o realizador mexicano afasta-se do terror tradicional para explorar as emoções profundas da criatura e do seu criador.

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“Não estou a fazer um filme de terror”, afirmou del Toro em Cannes. “É uma história profundamente emocional sobre paternidade, rejeição e a necessidade de ser visto.”

Um elenco de peso para uma história intemporal

O filme conta com um elenco estelar: Oscar Isaac como Victor Frankenstein, Jacob Elordi como o Monstro, Mia Goth como Elizabeth Lavenza e Christoph Waltz como o enigmático Dr. Pretorious. A narrativa desenrola-se na Europa de Leste do século XIX, onde Pretorious procura o Monstro, dado como morto há 40 anos, para continuar os experimentos de Frankenstein. 

Uma visão pessoal e apaixonada

Del Toro nutre uma paixão antiga por Frankenstein, considerando-o o seu “projeto de sonho”. Em entrevistas anteriores, revelou que se identifica com a criatura, sentindo-se muitas vezes como um “anómalo à deriva no mundo”. Esta ligação pessoal promete trazer uma abordagem única e comovente à história.

Estreia e expectativas

Frankenstein será lançado na Netflix em novembro de 2025. Com a assinatura de del Toro, espera-se uma obra visualmente deslumbrante e emocionalmente impactante, que reinterpreta um clássico literário sob uma nova luz. 

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🎬 Pedro Pascal em Cannes: “Lutem, não deixem que eles ganhem”

Ator chileno denuncia ataques à liberdade artística e exorta à resistência no Festival de Cannes

Pedro Pascal, conhecido por papéis em The Last of Us e Game of Thrones, fez uma declaração contundente no Festival de Cannes 2025. Durante a apresentação do filme Eddington, dirigido por Ari Aster, o ator criticou duramente os ataques recentes do ex-presidente Donald Trump a artistas como Bruce Springsteen e Taylor Swift. Pascal afirmou: “Que se lixe quem tenta meter-nos medo. Lutem. Não deixem que eles ganhem” . 

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Eddington: um espelho da América em crise

No filme Eddington, Pascal interpreta Ted Garcia, um prefeito que defende medidas de confinamento durante a pandemia de COVID-19, em confronto com o xerife cético Joe Cross, vivido por Joaquin Phoenix. A narrativa, ambientada em maio de 2020, explora as tensões sociais e políticas numa pequena cidade do Novo México, refletindo os conflitos reais vividos nos Estados Unidos durante esse período . 

Uma voz em defesa dos imigrantes e da liberdade artística

Pascal, que nasceu no Chile e cuja família fugiu da ditadura de Pinochet, destacou a importância de proteger os mais vulneráveis e de resistir ao medo imposto por líderes autoritários. “Sou imigrante. Fugimos de uma ditadura. Quero que as pessoas estejam seguras e protegidas”, declarou o ator . 

O diretor Ari Aster também expressou preocupação com a possibilidade de filmes com mensagens políticas serem usados contra os seus criadores, especialmente em contextos de crescente polarização e repressão . 

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Estreia e receção de Eddington

Eddington teve sua estreia mundial no Festival de Cannes em 16 de maio de 2025 e está programado para ser lançado nos cinemas dos Estados Unidos em 18 de julho de 2025 . O filme já gerou debates acalorados, com algumas críticas destacando sua abordagem provocadora dos temas políticos atuais . 

🎬 The Phoenician Scheme: Wes Anderson mergulha no caos geopolítico com charme e sátira

Cannes 2025 acolhe o novo filme do realizador, que mistura espionagem, heranças familiares e humor excêntrico

Wes Anderson regressa ao Festival de Cannes com The Phoenician Scheme, uma comédia de espionagem que expande o seu universo estético para territórios mais sombrios e politicamente carregados. O filme, protagonizado por Benicio del Toro e Mia Threapleton, apresenta uma narrativa que combina sátira geopolítica, drama familiar e o estilo visual meticuloso característico de Anderson. 

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Um magnata, uma freira e um legado explosivo

A trama centra-se em Zsa-Zsa Korda (Benicio del Toro), um magnata libanês dos anos 50 que sobrevive a múltiplas tentativas de assassinato. Decidido a nomear a sua filha afastada, Liesl (Mia Threapleton), uma noviça, como sua herdeira, Korda envolve-a num ambicioso projeto de infraestruturas. A relação entre pai e filha, marcada por desconfiança e segredos do passado, serve de fio condutor para uma história que aborda temas como poder, redenção e moralidade. 

Estilo inconfundível com nuances mais sombrias

Anderson mantém a sua assinatura visual — simetria, paleta de cores vibrante e cenários meticulosamente compostos — mas introduz elementos mais sombrios e críticos. A crítica destaca que o filme é “uma das obras mais engraçadas de Anderson, com um compromisso com o absurdo que permite sorrir diante da sua excentricidade” . No entanto, também se aponta que, apesar da estética encantadora, o filme pode carecer de profundidade emocional, com algumas sequências episódicas a abrandar o ritmo narrativo. 

Destaques do elenco e performances notáveis

Mia Threapleton, filha de Kate Winslet, é apontada como a revelação do filme, oferecendo uma performance que equilibra inocência e determinação. Benicio del Toro interpreta Korda com uma mistura de charme e ambiguidade moral, enquanto Michael Cera, Tom Hanks, Scarlett Johansson e Benedict Cumberbatch completam o elenco com personagens excêntricas e memoráveis. 

Receção crítica e expectativas

The Phoenician Scheme recebeu críticas mistas em Cannes. Enquanto alguns elogiam a ousadia de Anderson em explorar novos territórios temáticos, outros consideram que o filme não atinge o impacto emocional de obras anteriores do realizador. Ainda assim, a combinação de humor, crítica social e estilo visual distintivo torna-o uma adição intrigante à filmografia de Anderson. 

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👩‍👧 Jennifer Lawrence em Cannes: Maternidade, Pós-Parto e um Regresso Emocional

Atriz abre o coração sobre os desafios da maternidade e brilha no Festival de Cannes com “Die, My Love”

Jennifer Lawrence regressou ao Festival de Cannes com o filme Die, My Love, onde interpreta Grace, uma mãe a lidar com depressão pós-parto. Durante a conferência de imprensa, a atriz partilhou as suas próprias experiências de maternidade, descrevendo o pós-parto como “extremamente isolante” e comparando-o a sentir-se “como um extraterrestre” . 

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Lawrence, que estava grávida de cinco meses do seu segundo filho durante as filmagens, revelou que a maternidade transformou profundamente a sua vida e a sua abordagem criativa. Ela afirmou que ter filhos lhe trouxe uma nova profundidade emocional, recomendando a experiência a outros atores . 

No tapete vermelho, a atriz desfilou com elegância, usando um vestido Dior Haute Couture inspirado numa peça de 1949, marcando um regresso triunfante ao evento . Ao lado de Robert Pattinson, seu co-protagonista, Lawrence recebeu uma ovação de pé de nove minutos após a estreia do filme . 

Die, My Love, realizado por Lynne Ramsay e baseado no romance de Ariana Harwicz, aborda temas intensos como a depressão pós-parto e a psicose. A performance de Lawrence foi amplamente elogiada, com críticos destacando-a como uma das melhores da sua carreira . 

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🎬 Shia LaBeouf Enfrenta o Passado em Cannes com Documentário Controverso

“Slauson Rec” expõe métodos abusivos do ator numa escola de representação experimental

Shia LaBeouf regressou ao Festival de Cannes para a estreia de Slauson Rec, um documentário que lança luz sobre a sua controversa escola de representação, encerrada em 2020. O filme, realizado por Leo Lewis O’Neil, apresenta imagens inéditas de LaBeouf a utilizar métodos pedagógicos agressivos, incluindo gritos e confrontos físicos com alunos . 

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Uma experiência intensa e não convencional

Fundada em 2018 em Los Angeles, a Slauson Recreational Center Theater oferecia formação gratuita a aspirantes a atores, independentemente da sua experiência. O’Neil, antigo aluno e realizador do documentário, captou centenas de horas de material que revelam a intensidade do ambiente, com LaBeouf a empurrar e a gritar com participantes durante os exercícios . 

Apesar das críticas, LaBeouf apoiou o projeto, afirmando: 

“Dei ao Leo esta câmara e encorajei-o a partilhar a sua visão e experiência pessoal sem edição. Estou ciente do documentário e apoio totalmente o seu lançamento.”

Reflexão e redenção

O documentário surge num momento em que LaBeouf procura reconstruir a sua carreira e imagem pública. Após enfrentar acusações de abuso por parte da ex-namorada FKA Twigs e admitir comportamentos abusivos, o ator tem-se dedicado à reflexão pessoal e à espiritualidade . 

Em entrevistas recentes, LaBeouf revelou ter passado por períodos difíceis, incluindo dormir em estábulos do Central Park durante uma crise pessoal em 2013. A conversão ao catolicismo e o tempo passado num mosteiro foram passos importantes na sua jornada de autoconhecimento . 

Um novo capítulo na carreira

Além de Slauson Rec, LaBeouf protagoniza Henry Johnson, um drama prisional realizado por David Mamet, já disponível em plataformas digitais. O filme marca o seu regresso ao grande ecrã, após um período de afastamento . 

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🎬 Tom Cruise Brilha na Estreia Mundial de “Missão: Impossível – O Ajuste de Contas Final” em Nova Iorque

O oitavo capítulo da saga estreia a 23 de maio e promete ação, emoção e despedidas

No domingo, 18 de maio, Tom Cruise e o elenco de “Missão: Impossível – O Ajuste de Contas Final” desfilaram pela passadeira vermelha no Lincoln Center, em Nova Iorque, para a estreia mundial do filme. Acompanhado pelo realizador Christopher McQuarrie e co-estrelas como Hayley Atwell, Simon Pegg, Angela Bassett e Ving Rhames, Cruise celebrou quase três décadas de aventuras como Ethan Hunt . 

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Uma missão emocional

Em declarações à imprensa, Cruise afirmou que não mudaria nada na sua jornada com a franquia, destacando a colaboração com a equipa e a dedicação ao cinema. O ator também elogiou Michael B. Jordan após um encontro significativo na estreia em Londres, expressando o seu compromisso contínuo em apoiar outros artistas . 

A trama: IA, submarinos e o destino da humanidade

“O Ajuste de Contas Final” dá continuidade à história de “Dead Reckoning – Parte Um”, com Ethan Hunt e a sua equipa a enfrentarem a Entidade, uma inteligência artificial descontrolada que ameaça a humanidade. O filme apresenta sequências de ação impressionantes, incluindo cenas em submarinos e acrobacias aéreas . 

O futuro da franquia

Embora este seja anunciado como o capítulo final, Cruise deixou em aberto a possibilidade de futuras colaborações com McQuarrie, mencionando o interesse em explorar outros tipos de filmes. O desempenho de bilheteira poderá influenciar a continuidade da saga . 

Estreia em Portugal

“Missão: Impossível – O Ajuste de Contas Final” estreia nos cinemas portugueses a 22 de maio de 2025, prometendo encerrar a saga com emoção e adrenalina. 

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🌀 “Lilo & Stitch” (2025): O Melhor Remake Live-Action da Disney?

Primeiras reações apontam para um sucesso inesperado e emocionante

A nova versão live-action de Lilo & Stitch, com estreia marcada para 23 de maio de 2025, está a surpreender críticos e fãs. As primeiras reações descrevem o filme como “emocionante”, “adorável” e, para muitos, “o melhor remake live-action da Disney até agora” . 

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Uma homenagem fiel com sabor a novidade

Realizado por Dean Fleischer Camp, o filme mantém a essência do original de 2002, centrando-se na relação entre Lilo, uma rapariga havaiana solitária, e Stitch, um alienígena travesso. Maia Kealoha interpreta Lilo, enquanto Chris Sanders retoma o papel de voz de Stitch. O elenco inclui ainda Sydney Agudong como Nani, Zach Galifianakis como Dr. Jumba Jookiba e Billy Magnussen como Agent Pleakley . 

A banda sonora combina músicas clássicas de Elvis Presley com novas versões, incluindo uma interpretação de “Hawaiian Roller Coaster Ride” por Iam Tongi e o Kamehameha Schools Children’s Chorus . 

Controvérsias e críticas

Apesar das críticas positivas, o filme não escapou a controvérsias. A ausência das disfarces femininas de Pleakley, presentes no original, gerou críticas de fãs que viam o personagem como um ícone queer. O realizador afirmou ter tentado manter esse aspeto, mas não conseguiu devido a decisões do estúdio . 

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Expectativas elevadas

Com uma estreia mundial no El Capitan Theatre em Los Angeles a 17 de maio, Lilo & Stitch está a gerar grande expectativa. As pré-vendas de bilhetes são as mais altas do ano para um filme PG, e espera-se que o filme arrecade 120 milhões de dólares no fim de semana de estreia nos EUA . 

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O ator e artista marcial volta a interpretar o lendário mestre de Wing Chun, numa produção anunciada no Mercado de Cannes

A icónica franquia de artes marciais “Ip Man” prepara-se para mais uma entrada, com Dennis To a retomar o papel do lendário mestre de Wing Chun em “Ip Man: Kung Fu Legend”. O filme foi anunciado no Mercado de Cannes e encontra-se atualmente em produção, com previsão de conclusão no terceiro trimestre de 2025.  

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Dennis To: Um Regresso ao Papel que o Tornou Famoso

Dennis To, ator e artista marcial de Hong Kong, é conhecido por interpretar Ip Man em filmes como “The Legend Is Born: Ip Man” (2010) e “Ip Man: Kung Fu Master” (2019). Com uma carreira iniciada no wushu competitivo, To venceu várias medalhas em competições internacionais antes de transitar para o cinema.  

Continuação de uma Saga de Sucesso

“Ip Man: Kung Fu Legend” segue-se a “Ip Man: Kung Fu Master” (2019), que apresentou uma nova perspetiva sobre o ícone das artes marciais. A franquia “Ip Man”, iniciada em 2008 com Donnie Yen no papel principal, tornou-se uma das séries de filmes de artes marciais mais reconhecidas mundialmente.  

Distribuição e Lançamento

A All Rights Entertainment, responsável pela distribuição global de “Ip Man: Kung Fu Master”, irá supervisionar as vendas internacionais deste novo capítulo. A Well Go USA será responsável pela distribuição na América do Norte, abrangendo várias plataformas.  

Expectativas Elevadas

Com Dennis To a liderar o elenco e uma equipa de produção experiente, “Ip Man: Kung Fu Legend” promete continuar a tradição de filmes de artes marciais que combinam ação intensa com narrativas envolventes. Os fãs da franquia aguardam ansiosamente por mais detalhes sobre o enredo e a data de lançamento oficial. 

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A Galáxia Não Foi Igual para Todos: O Trajecto Estelar de Harrison Ford

De Han Solo a Indiana Jones, o ator teve o toque de Midas. Mas foi só talento — ou a sorte também teve uma palavra a dizer?

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Quando Star Wars chegou aos cinemas em 1977, apresentou ao mundo três protagonistas com potencial de ícones: Harrison FordCarrie Fisher e Mark Hamill. Todos carismáticos, todos jovens, todos de repente transformados em estrelas planetárias. No entanto, ao longo das décadas, apenas um deles se tornou verdadeiramente um astro de primeira grandeza em Hollywood.

A pergunta impõe-se: porque é que Harrison Ford se tornou uma lenda de bilheteira, enquanto os seus colegas de galáxia seguiram percursos bem mais discretos?


🎭 Uma questão de alcance… ou de mercado?

É verdade que Ford nunca foi conhecido pela versatilidade extrema. Mas também é verdade que Hollywood adora um certo tipo de protagonista: determinado, pragmático, de queixo cerrado e olhar sarcástico. Ford encaixou perfeitamente nesse arquétipo. Hamill, mais teatral, mais introspectivo, e Fisher, mais associada à comédia e ao seu estilo ácido, não se ajustaram tão facilmente ao molde do “herói tradicional”.

💥 O efeito Raiders of the Lost Ark

Enquanto Hamill apostava em filmes pouco memoráveis (The Night the Lights Went Out in GeorgiaSlipstream) e Fisher se debatia com problemas de saúde e dependências, Ford cavalgava directamente para outra saga: Indiana JonesRaiders of the Lost Ark (1981) não foi só um sucesso — foi um fenómeno que selou Ford como o herói da década. E quando ainda por cima se torna Jack Ryan… o resto é história.

👑 Três sagas, três trunfos

A maioria dos atores tem sorte se participar numa saga de sucesso. Ford teve trêsStar WarsIndiana Jones e Jack Ryan. Isso deu-lhe uma estabilidade comercial que poucos conseguiram igualar. Quando um projeto falhava (como The Mosquito Coast), havia sempre um novo Indy a caminho para o salvar.

🧠 Fisher e Hamill: talento… mas menos oportunidades

Carrie Fisher era uma excelente argumentista, com um humor mordaz e uma inteligência afiada — mas Hollywood dos anos 80 não era o lugar mais acolhedor para uma mulher com opinião, problemas de saúde mental e vícios assumidos. Fisher lutou — e até escreveu sobre isso — mas perdeu papéis e oportunidades por não se encaixar na imagem da “boa estrela”.

Mark Hamill, por seu lado, teve uma carreira de sucesso nos bastidores — a sua interpretação do Joker nas animações da DC é lendária — mas o cinema em imagem real nunca mais o acolheu como protagonista. E em Hollywood, quem não lidera bilheteiras, desaparece rapidamente dos radares.

🍀 O Factor Sorte (e Tom Selleck)

Sim, houve talento. Mas também houve uma dose cavalar de sorte. Tom Selleck rejeitou o papel de Indiana Jones. Alec Baldwin abandonou a saga Jack Ryan. Star Wars foi um sucesso improvável. E mesmo quando Ford recusou filmes como Syriana ou Traffic, a sua carreira não sofreu.

Ford é, de certa forma, o Forrest Gump dos astros de Hollywood — sempre no sítio certo, à hora certa, com o sorriso certo.


📽️ Conclusão: a galáxia é injusta?

A pergunta do título não é simpática — nem totalmente justa. Hamill e Fisher não “desapareceram”. Ambos tiveram impacto, ambos deixaram legado. Mas Ford soube — ou teve oportunidade de — construir uma carreira paralela ao fenómeno Star Wars.

E talvez a verdadeira resposta seja esta: em Hollywood, o talento ajuda. Mas o timing, a sorte e a imagem contam… ainda mais.

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🤖 Inteligência Artificial em Hollywood: Inovação, Medo e o Futuro do Cinema

Da recriação de vozes a curtas geradas por IA, os estúdios experimentam — mas os criadores levantam o sobrolho

Com Star Wars: Field Guide, a Lucasfilm lançou a sua primeira curta-metragem totalmente gerada por IA. E embora o resultado tenha causado alguma curiosidade, também gerou críticas — por parecer demasiado “normal”, demasiado mecânico… e, para muitos, assustadoramente desinspirado.

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Mas este não é um caso isolado. De vozes recriadas digitalmente a guiões parcialmente escritos por modelos generativos, o cinema está a atravessar um novo limiar tecnológico. A pergunta que paira no ar? Estamos a assistir a uma revolução… ou ao princípio do fim da autoria humana?


🎙️ A Voz de Darth Vader… sem James Earl Jones

Na série Obi-Wan Kenobi, a voz icónica de Darth Vader foi recriada por inteligência artificial, com autorização do próprio James Earl Jones, que se retirou da personagem após décadas. A ILM usou tecnologia da empresa Respeecher, alimentando o sistema com gravações do ator para gerar novas falas digitalmente.

Foi um momento simbólico: um dos personagens mais míticos da cultura pop, agora perpetuado por uma máquina.


🧠 A24 e o algoritmo dramatúrgico

Vários estúdios independentes, incluindo a A24, começaram a experimentar modelos de IA para análise de guião: prever a receção crítica, identificar arcos narrativos frágeis e até sugerir cortes. Uma ferramenta para ajudar os criadores ou um primeiro passo para os substituir?


🧟 

The Late Actor

: O filme com protagonistas gerados a partir de artistas falecidos

Um estúdio europeu provocou polémica ao anunciar um projeto experimental onde os protagonistas seriam gerados por IA com base em atores já falecidos. A produção, que nunca chegou a ser concretizada, gerou um debate aceso sobre direitos de imagem póstumos e ética na recriação digital.


✍️ Argumentos com IA? Já há quem o faça

Há cada vez mais relatos de guiões híbridos, escritos em colaboração entre humanos e IA — seja para gerar diálogos preliminares, sugestões de cenas ou mesmo descrições visuais. Alguns guionistas defendem o uso como ferramenta de brainstorming. Outros consideram que é uma porta aberta para a perda de identidade artística.


Onde traçamos o limite?

O uso da inteligência artificial no cinema levanta questões que não são apenas técnicas, mas profundamente filosóficas e éticas.

  • Quem é o autor de um filme feito com IA?
  • Deve um ator ter direitos sobre a sua imagem digitalizada?
  • É legítimo recriar vozes e rostos de pessoas falecidas?
  • E o que acontece à alma do cinema, quando a máquina começa a contar histórias?

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Por agora, a IA ainda é usada como apoio — mas os experimentos estão a crescer, e o debate está longe de terminar.

💰 Mountainhead: Jesse Armstrong Reúne Bilionários e Inteligência Artificial numa Sátira Explosiva

O criador de Succession estreia-se na realização com um filme que promete ser tão mordaz quanto atual

Jesse Armstrong, o cérebro por trás da aclamada série Succession, está de volta com Mountainhead, a sua primeira incursão na realização cinematográfica. O filme, uma sátira incisiva sobre o poder desmedido dos bilionários da tecnologia, estreia a 31 de maio na HBO e na plataforma Max. 

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Um retiro alpino, quatro bilionários e uma crise global

Mountainhead centra-se em quatro magnatas da tecnologia que se reúnem num retiro de luxo nas montanhas durante uma crise internacional. O elenco de peso inclui Steve Carell como Randall, Jason Schwartzman como Hugo Van Yalk, Cory Michael Smith como Venis e Ramy Youssef como Jeff. O que começa como um fim de semana de descontração rapidamente se transforma numa reflexão sombria sobre as consequências das suas criações tecnológicas. 

Inteligência artificial fora de controlo

No centro do enredo está a plataforma de redes sociais de Venis, alimentada por inteligência artificial, que é apontada como catalisadora de uma onda de violência global. À medida que as tensões aumentam, os protagonistas são forçados a confrontar o impacto das suas inovações, numa narrativa que espelha preocupações reais sobre o papel das big techs na sociedade contemporânea. 

Uma sátira com ecos de 

Succession

Armstrong traz para o grande ecrã o mesmo olhar crítico e humor ácido que caracterizou Succession. A dinâmica entre os personagens, marcada por diálogos mordazes e jogos de poder, promete cativar os fãs da série. A produção contou com uma equipa de peso, incluindo Frank Rich, Lucy Prebble e Mark Mylod, colaboradores frequentes de Armstrong. 

Estreia e expectativas

Com estreia marcada para 31 de maio na HBO e Max, Mountainhead é uma das apostas fortes do canal para 2025. A combinação de um elenco estelar, uma temática atual e a assinatura de Jesse Armstrong fazem deste filme uma das estreias mais aguardadas do ano. 

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🎬 Richard Linklater Recria a Revolução da Nouvelle Vague em Cannes

Nouvelle Vague estreia com homenagem estilizada a Godard e ao nascimento do cinema moderno francês

Richard Linklater, o cineasta texano conhecido por obras como Boyhood e a trilogia Before, apresenta a sua mais recente criação, Nouvelle Vague, no Festival de Cannes 2025. Este filme é uma homenagem ao movimento cinematográfico francês dos anos 60, recriando a produção de À Bout de Souffle (O Acossado), o icónico filme de Jean-Luc Godard. 

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Uma carta de amor ao cinema francês

Nouvelle Vague é filmado em preto e branco, com proporção 4:3, evocando o estilo visual dos filmes da época. Linklater optou por rodar o filme inteiramente em francês, marcando a sua primeira incursão nesta língua. A narrativa centra-se na figura de Jean-Luc Godard, interpretado por Guillaume Marbeck, e na sua colaboração com Jean Seberg, papel de Zoey Deutch, durante a realização de À Bout de Souffle

Estreia em Cannes e receção crítica

O filme teve a sua estreia mundial a 17 de maio de 2025, na competição oficial do Festival de Cannes. Críticos destacam a abordagem metacinematográfica de Linklater, que mistura comédia romântica, ensaio visual e crítica cultural, numa narrativa lúdica que dialoga com o próprio cinema. Lee Marshall, da ScreenDaily, descreveu o filme como “uma homenagem nostálgica a um tempo e lugar de extraordinária efervescência criativa”.  

Elenco e equipa técnica

Além de Marbeck e Deutch, o elenco inclui Aubry Dullin como Jean-Paul Belmondo, Adrien Rouyard como François Truffaut, e representações de figuras como Agnès Varda, Éric Rohmer e Jacques Rivette. A cinematografia está a cargo de David Chambille, conhecido pelo seu trabalho com Bruno Dumont, e a montagem é de Catherine Schwartz. 

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Lançamento internacional

Nouvelle Vague está previsto para estrear nas salas de cinema francesas a 8 de outubro de 2025. Ainda não há data confirmada para lançamento em Portugal.

🌊 Kristen Stewart Emociona Cannes com The Chronology of Water: “A Minha Inexperiência Fez Este Filme”

A atriz estreia-se como realizadora com uma adaptação visceral das memórias de Lidia Yuknavitch — uma obra turbulenta, urgente e profundamente pessoal

CANNES — Kristen Stewart nunca escondeu que queria realizar filmes. Desde pequena que o dizia com convicção, mas raramente encontrava incentivo. “Vários adultos sentaram-me e disseram: ‘Porquê?’ ou simplesmente ‘Não’”, recorda a atriz. “É uma falácia pensar que precisas de uma caixa de ferramentas inacreditável ou um diploma. Se tens algo a dizer, um filme pode simplesmente cair de ti.”

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No caso de Stewart, “cair” não é bem o verbo certoThe Chronology of Water, a sua primeira longa-metragem como realizadora, foi apresentada este fim de semana na secção Un Certain Regard do Festival de Cannes, depois de um processo de oito anos de gestação e um final em modo urgência total.

“Acabei o filme 30 segundos antes de entrar no avião”, conta Stewart, sentada numa varanda com vista para a Croisette.

“Foi como um parto — estive grávida durante imenso tempo e depois gritei como se estivesse a morrer.”

Uma viagem impressionista ao interior de uma sobrevivente

O filme adapta as memórias de Lidia Yuknavitch, uma mulher que sobreviveu a abuso sexual por parte do pai, que se refugiou na natação competitiva, e que viria a encontrar na escrita uma forma de reconstrução emocional. Stewart não quis filmar apenas o que lhe aconteceu — quis mostrar o que ela fez com o que lhe aconteceu.

“O livro foi um salva-vidas. Literalmente, um colete salva-vidas”, diz Stewart.

“Queria fazer um filme que não fosse sobre o trauma em si, mas sobre o que se pode construir a partir dele. O poder transformador da escrita.”

“A minha inexperiência fez este filme”

Stewart recusa a ideia de que é preciso saber tudo para realizar. “É um mito profundamente masculino. Há realizadores técnicos, claro, mas tu contratas uma equipa. O importante é ter uma perspectiva — e confiar nela.”

E confiar foi o que fez. Segundo a própria, o caos da produção — que descreve como um naufrágio — acabou por definir o estilo final do filme. A montagem, feita em condições limite, não procurou a ordem mas sim uma lógica sensorial, instintiva, como se cada plano estivesse ligado por “tecido emocional e neurológico”.

“Não havia forma de fazer este filme em circunstâncias normais. Se o fizesse, teria ficado… normal.”

Imogen Poots brilha num papel sem rede

A protagonista é interpretada por Imogen Poots, numa das performances mais cruas e abrangentes da sua carreira. A atriz britânica incorpora a jovem Lidia com uma fisicalidade e vulnerabilidade notáveis, num registo onde o corpo, a dor e o prazer colidem.

“Como mulher, estás sempre a ser observada, vigiada. E és ensinada a conformar-te. Tudo neste filme confronta isso”, disse Poots.

“É uma história de trauma, mas também de sabotagem, de prazer, de liberdade — coisas muito femininas e muito humanas.”

O início de algo novo

The Chronology of Water pode ser o primeiro filme de Stewart como realizadora — mas tudo indica que não será o último. A sua sensibilidade de atriz, a forma como capta a fragilidade, a intensidade, e a coragem de não querer agradar, tornam esta estreia numa afirmação clara: Kristen Stewart não quer apenas contar histórias — quer contá-las como nunca ninguém as contou antes.

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