Critterz: OpenAI Quer Levar o Primeiro Filme Feito com IA ao Festival de Cannes

Inteligência artificial no grande ecrã

OpenAI está a dar um salto inédito: depois de revolucionar a escrita e a criação de imagens, a empresa aposta agora no cinema. O projeto chama-se Critterz, um filme de animação que pretende provar que a inteligência artificial consegue produzir longas-metragens mais rápidas e baratas do que os métodos tradicionais.

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Segundo o Wall Street Journal, o objetivo é claro: mostrar em Cannes que a IA também pode competir no grande ecrã.

Da curta ao filme de animação

A ideia nasceu em 2023, quando Chad Nelson, especialista criativo da OpenAI, realizou uma curta-metragem com recurso ao DALL-E, o gerador de imagens da empresa. Três anos depois, decidiu expandir o conceito e transformar a experiência num filme de animação completo.

A história acompanha um grupo de criaturas da floresta que parte numa grande aventura. O guião contou com contributos de membros da equipa criativa de Paddington in Peru.

A produção junta a OpenAI aos estúdios Vertigo e Native Foreign, especializados em projetos que cruzam ferramentas de IA com técnicas tradicionais de animação.

Um processo acelerado e low budget

O orçamento de Critterz é inferior a 30 milhões de dólares, valor bastante abaixo dos custos médios de uma animação de estúdio. A diferença não está apenas no dinheiro: a equipa espera concluir a produção em nove meses, em vez dos habituais três anos.

“OpenAI pode fazer demonstrações do que os seus sistemas conseguem, mas um filme é uma prova muito mais convincente”, explicou Nelson.

Além de ChatGPT-5 e modelos de geração de imagem, a produção também contará com artistas responsáveis por croquis iniciais e atores contratados para dar voz às personagens.

Uma estreia com ambição

O filme está em produção e a equipa espera apresentar a versão longa no Festival de Cannes, antes de uma estreia em sala prevista para 2026. Caso seja bem-sucedido, Critterz poderá acelerar a adoção de IA em Hollywood, abrindo portas a criadores com menos recursos.

Uma indústria em debate

Apesar do entusiasmo tecnológico, o tema continua controverso. Em 2023, sindicatos de atores em Hollywood entraram em greve precisamente para exigir salvaguardas contra o uso da IA na escrita de guiões e na clonagem de vozes e imagens.

Além disso, grandes estúdios como DisneyNBC Universal e Warner Bros. Discovery moveram processos contra empresas como a Midjourney, acusando-as de usar material protegido por direitos de autor para treinar os seus modelos.

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Seja como for, Critterz poderá tornar-se o primeiro grande teste da inteligência artificial nas luzes da ribalta de Cannes.

Riefenstahl: O Documentário Que Reabre o Debate Sobre a Cineasta de Hitler

Um olhar sobre a artista e o peso da propaganda

Estreado nos EUA, Riefenstahl, novo documentário de Andres Veiel com produção de Sandra Maischberger, mergulha no espólio pessoal da realizadora alemã que revolucionou a linguagem cinematográfica — mas ao serviço do nazismo.

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Responsável por filmes como Triumph of the Will (1935) e Olympia (1938), Leni Riefenstahl foi pioneira na forma como filmava multidões, desportistas e eventos de massas, mas a sua proximidade a Hitler e o papel central na propaganda do Terceiro Reich tornaram-na uma figura maldita da História do cinema.

Acesso ao arquivo secreto

Depois da morte do marido de Riefenstahl, em 2016, Maischberger conseguiu acesso ao arquivo da cineasta, guardado pela Fundação do Património Cultural Prussiano. Foram 700 caixas com fotografias, documentos, gravações e até rascunhos não editados da sua autobiografia. Esse material permitiu a Veiel construir um retrato mais completo da artista, revelando contradições e detalhes até agora pouco conhecidos, como a relação com um pai autoritário e registos fotográficos de encontros pessoais com Hitler e Goebbels.

“Quero compreender, mas não exonerar”, sublinha Veiel, defendendo que o filme distingue claramente a análise da cumplicidade.

Entre a inovação e a responsabilidade

O documentário mostra como Riefenstahl se deixou seduzir por Hitler desde 1932, ano em que afirmou sentir-se “capturada por uma força magnética” após ouvir um discurso do ditador. O resultado foi Triumph of the Will, obra que cristalizou a imagem mítica do Führer, filmado como uma figura quase divina a descer dos céus.

Embora nunca tenha sido membro oficial do partido nazi, Riefenstahl usou prisioneiros de etnia cigana durante as filmagens de Tiefland (anos 40), que mais tarde seriam deportados para Auschwitz. A realizadora negou sempre ter conhecimento do destino dessas pessoas, insistindo em apresentar-se como “apenas uma artista”.

Uma figura controversa e atual

Após a guerra, Riefenstahl sentiu-se perseguida, sobretudo quando comparada a realizadores como Veit Harlan, que colaborou com o regime e conseguiu manter uma carreira no pós-guerra. Já ela só lançou dois filmes depois de 1945: Tiefland (estreado em 1954) e Impressions Under Water (2002).

Para Veiel e Maischberger, revisitar a sua obra é essencial no contexto atual de ascensão do populismo de extrema-direita. “Olhar para Leni Riefenstahl é sempre olhar para nós próprios”, afirma Maischberger.

Entre a arte e o perigo da sedução

Riefenstahl questiona até que ponto a inovação estética pode ser desligada da ideologia que serve. Como nota Veiel, “há uma diferença entre compreender e desculpar. E não há desculpa possível para a sua responsabilidade e culpa”.

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O resultado é um documentário que não procura limpar a imagem da realizadora, mas sim confrontar os limites entre arte, propaganda e responsabilidade histórica.

Poetic License: A Estreia de Maude Apatow na Realização Divide Críticos em Toronto

Um retrato intergeracional com muito coração, mas pouca direção

Apresentado na secção Special Presentations do Festival de TorontoPoetic License marca a estreia de Maude Apatowcomo realizadora. O filme é descrito pela crítica internacional como uma comédia universitária calorosa e bem interpretada, mas também genérica e sem rumo definido.

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A história acompanha Liz (Leslie Mann), uma mulher de meia-idade que, ao mudar-se para uma nova cidade com o marido (Method Man), decide frequentar uma aula de poesia para ocupar o tempo. Enquanto o marido e a filha Dora (Nico Parker) se adaptam facilmente ao novo ambiente, Liz sente-se deslocada e acaba por se aproximar de dois estudantes: Sam (Andrew Barth Feldman) e Ari (Cooper Hoffman), que rapidamente a transformam numa figura de admiração e conselheira.

Triângulo improvável e conflitos familiares

O enredo mistura elementos de coming-of-age e comédia romântica enviesada: Ari é um jovem rico, sem grandes objetivos além de querer viver com Sam; este, por sua vez, prefere a vida de dormitório, tem ambições académicas em economia e uma namorada (Maisy Stella) que irrita o amigo. Liz, ex-terapeuta de casais, percebe logo a dependência entre os dois rapazes, mas aproxima-se deles tanto pela curiosidade como pela vontade de revisitar a própria juventude.

Enquanto Sam e Ari competem pela sua atenção, Liz lida com o vazio deixado pela independência crescente da filha e com um casamento pouco inspirador.

Críticas à falta de foco

Segundo a imprensa presente em Toronto, Poetic License sofre de uma execução dispersa. A narrativa “vagueia de cena em cena sem grande visão”, com momentos emocionais interrompidos antes de poderem ganhar profundidade. As aulas de poesia, por exemplo, raramente abordam a escrita ou o ofício, servindo mais como pano de fundo cómico para a professora excêntrica interpretada por Martha Kelly.

A crítica aponta ainda que elementos como “poesia” ou “economia” parecem escolhidos ao acaso, sem real impacto na construção das personagens. Method Man surge mal aproveitado e pouco convincente como académico, enquanto Nico Parker, embora competente, não recebe material suficiente para brilhar.

Os pontos fortes: elenco e química

Apesar das fragilidades do guião, o elenco é amplamente elogiado. Leslie Mann, com a sua habitual leveza cómica, lidera a narrativa com charme. Cooper Hoffman é destacado como o grande ladrão de cenas, trazendo dimensão a um personagem que podia facilmente ser irritante. E a relação entre Mann e Parker confere ao filme alguns dos momentos mais ternos, revelando o olhar carinhoso de Apatow sobre a mãe.

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Um começo promissor, mas irregular

Com 1h57 de duração, Poetic License mostra que Maude Apatow tem potencial como realizadora, sobretudo na forma como dirige os atores e capta intimidade em pequenos gestos. No entanto, a crítica sublinha que o filme, apesar de bem-intencionado e “de grande coração”, se dissipa rapidamente da memória quando terminam os créditos.

Locked: Sem Saída: O Thriller Claustrofóbico Que Vai Pôr os Nervos à Prova

Estreia imperdível no TVCine Top

Prepare-se para uma experiência de pura tensão: sexta-feira, 12 de setembro, às 21h30, o TVCine Top estreia Locked: Sem Saída, um thriller intenso em que cada minuto pode ser o último.

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Com Bill Skarsgård e Anthony Hopkins frente a frente, o filme transforma um simples SUV de luxo numa armadilha mortal, onde sobrevivência e crueldade se confundem num jogo psicológico implacável.

Quando o assalto se torna pesadelo

O ponto de partida é simples, mas devastador. Eddie Barrish (Skarsgård), um ladrão desesperado, decide roubar um carro de luxo sem imaginar que está prestes a entrar numa prisão sobre rodas. O SUV foi minuciosamente preparado pelo seu dono, William (Hopkins), que vigia todos os movimentos de Eddie através de câmaras e dispositivos eletrónicos.

A partir do momento em que fica trancado, o assaltante passa a ser vítima de um jogo sádico: choques elétricos, variações brutais de temperatura e uma pressão psicológica insuportável que o colocam no limite.

Suspense levado ao extremo

Realizado por David YaroveskyLocked: Sem Saída é um thriller claustrofóbico que explora os perigos da vigilância extrema e o instinto humano de sobrevivência. A realização aposta em ângulos inusitados, iluminação dramática e um design de som envolvente que amplificam a sensação de sufoco e pânico.

Mais do que uma história de perseguição, o filme questiona até onde pode ir o controlo absoluto e o que acontece quando a tecnologia se transforma em arma.

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Para quem tem nervos de aço

Se procura uma experiência de cinema intensa, Locked: Sem Saída é a escolha perfeita. Uma viagem angustiante que coloca o espectador dentro da armadilha, sem espaço para respirar.

Estreia dia 12 de setembro, às 21h30, em exclusivo no TVCine Top e no TVCine+.

Dust Bunny: O Conto Sombrio de Bryan Fuller Que Sigourney Weaver Considera um “Clássico Instantâneo”

A estreia de Fuller na realização chega com polémica classificação

O criador de Hannibal e Pushing DaisiesBryan Fuller, apresentou no Festival de Toronto 2025 o seu primeiro filme como realizador, Dust Bunny, uma fantasia sombria que mistura inocência infantil e monstros debaixo da cama. A história acompanha uma rapariga (Sophie Sloan) que pede ajuda ao vizinho (interpretado por Mads Mikkelsen) para matar a criatura escondida no quarto que devorou a sua família.

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Apesar da premissa sinistra, tanto Fuller como Sigourney Weaver — que também integra o elenco — defendem que o filme foi pensado como uma experiência para toda a família. Porém, a produção recebeu uma classificação R (restrita a maiores de 17 anos), algo que deixou a atriz particularmente desapontada.

“Eu gostaria que qualquer criança visse este filme, porque está cheio de esperança. Para mim, é um clássico instantâneo para crianças”, afirmou Weaver, criticando a decisão que se deveu a uma “lesão não letal com uma escova de dentes”.

Um conto de fadas às avessas

Inspirado num conceito que Fuller chegou a propor para a antologia Amazing Stories, de Steven Spielberg, Dust Bunnyevoluiu para cinema quando o realizador decidiu dar o salto da televisão para a realização. “Sempre senti que dirigir, enquanto showrunner, era irresponsável porque desviava atenção da escrita e da produção. Mas percebi que tinha de evoluir”, explicou.

Com Dust Bunny, Fuller quis criar um mundo em que o público acreditasse que a fantasia é real, rejeitando o modelo de O Feiticeiro de Oz, onde tudo acaba como um sonho. “Queria que as pessoas saíssem a acreditar que aquilo aconteceu mesmo”, disse.

Esperança no meio da escuridão

Apesar do tom sombrio, Fuller e Weaver garantem que o filme tem uma mensagem profundamente positiva. “Todos tivemos infâncias complicadas”, afirmou o realizador. “Quero dar às pessoas esperança de que há sempre uma saída.”

Weaver partilha a visão: “A protagonista não é destruída pela sua infância difícil. Pelo contrário, aprende a mudar o mundo à sua volta. É emocionante e até curativo — mesmo para alguém mais velho e traumatizado como eu”, disse com humor.

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Estreia marcada para dezembro

Com estreia em sala agendada para dezembro de 2025Dust Bunny promete dividir opiniões entre quem vê na sua classificação R um obstáculo e quem acredita no potencial de um novo clássico familiar. Mas, segundo a própria Weaver, a fantasia sombria de Fuller tem todos os ingredientes para encantar: “É um conto de fadas original, vibrante e cheio de energia.”

Matthew McConaughey Escondeu o Apelido Para o Filho Conseguir Papel em The Lost Bus

Uma estreia em família no Festival de Toronto

Festival Internacional de Cinema de Toronto foi palco de uma revelação inesperada: Levi McConaughey, filho de Matthew McConaughey, estreia-se no cinema ao lado do pai em The Lost Bus. O detalhe curioso? O jovem de 17 anos conseguiu o papel sem que o realizador Paul Greengrass soubesse da ligação familiar, já que o ator pediu que o apelido fosse retirado durante o processo de audições.

“Levi, vem cá, rapaz”, disse McConaughey durante a apresentação do filme, chamando o filho ao palco do Princess of Wales Theatre, onde foi recebido com uma ovação entusiástica.

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Como tudo aconteceu

O ator contou que o interesse partiu do próprio filho, quando este percebeu que a história tinha um personagem da sua idade:

“Ele perguntou-me: ‘Achas que eu podia ler para esse papel?’ No início não respondi. Mas ele voltou quatro vezes a insistir. Só aí percebi que estava realmente empenhado.”

McConaughey gravou uma cena com o filho e enviou à diretora de casting Francine Maisler, pedindo apenas um favor: que retirasse o apelido do jovem para evitar favoritismos. O vídeo chegou a Greengrass que, impressionado, disse: “Esse é o rapaz certo, é o filho!” Só depois soube que se tratava do verdadeiro filho de McConaughey — e achou ainda melhor.

Um filme baseado em factos reais

The Lost Bus recria a história verídica de 2018, quando o motorista Kevin McKay e a professora Mary Ludwig ajudaram um autocarro cheio de crianças a escapar ao devastador incêndio de Camp Fire, na Califórnia.

O elenco conta ainda com America Ferrera, e a produção tem nomes de peso como Jason Blum e Jamie Lee Curtis. Foi precisamente Curtis quem descobriu a história através de um artigo de jornal e, convencida do seu potencial, levou-a a Blum para transformar em filme.

Durante a apresentação, Curtis partilhou ainda uma curiosa coincidência: o pai de Mary Ludwig chegou a namorar com a sua mãe, Janet Leigh (Psico), quando esta ainda usava o nome Jeanette Helen Morrison, em Merced, Califórnia. “Senti que era destino”, comentou.

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Estreia já marcada

The Lost Bus terá estreia limitada nos cinemas a 19 de setembro, antes de chegar ao streaming a 3 de outubro, na Apple TV+. Para McConaughey, além de um novo projeto marcante, este filme ficará para sempre associado à estreia do filho no grande ecrã.

Cliffhanger: Reboot Com Pierce Brosnan e Lily James Já Tem Sequela em Preparação

Confiança total antes da estreia

Ainda nem estreou e já está garantida uma continuação. O reboot de Cliffhanger, clássico de ação de 1993 protagonizado por Sylvester Stallone, encontra-se em pós-produção e, segundo o Deadline, já tem uma sequela em desenvolvimento. A notícia demonstra a confiança dos produtores — Rocket Science e Thank You Pictures — num projeto que promete combinar espetáculo visual com um novo olhar para a história.

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Do legado de Stallone à visão de Collet-Serra

Originalmente pensado como uma sequela com Stallone a regressar ao papel de Gabe Walker, o projeto acabou por seguir uma direção diferente. O novo filme é realizado por Jaume Collet-Serra (OrphanThe Shallows), a partir de um conceito de Ana Lily Amirpour (A Girl Walks Home Alone at Night), com argumento final de Melanie Toast.

Descrito como uma versão “pai e filha de Die Hard”, o reboot acompanha Naomi (Lily James) e Ray (Pierce Brosnan), donos de um negócio de escalada nos Alpes italianos, que se veem forçados a enfrentar inimigos perigosos após um acontecimento trágico. O elenco inclui ainda Nell Tiger FreeFranz RogowskiAssaad BouabSuzy Bemba e Bruno Gouery.

Filmado nas Dolomitas e com pouco recurso a CGI

Tal como o original de Renny Harlin, rodado nas Montanhas Rochosas, este novo Cliffhanger aposta em cenários reais para aumentar o realismo. O filme foi filmado nas Dolomitas, em Itália, com recurso a câmaras de grande formato e foco em efeitos práticos em vez de CGI — uma promessa que deve agradar aos fãs das acrobacias e sequências de escalada que marcaram o filme de 1993.

Lily James na pele de alpinista

Em declarações à The Hollywood Reporter, Lily James revelou que se preparou intensamente para o papel: “Fiz cinco horas de escalada por dia durante semanas, fiz todas as minhas próprias cenas de escalada e cheguei a fazer flexões entre as filmagens para ganhar força.”

A atriz descreveu o projeto como “uma reimaginação muito cool” que, apesar de surpreender em vários momentos, “mantém toda a glória emocionante do original”.

O legado de um clássico de bilheteira

Cliffhanger de 1993, protagonizado por Stallone, foi um enorme sucesso, com 255 milhões de dólares de bilheteira mundial a partir de um orçamento de 65 milhões, além de três nomeações aos Óscares, incluindo Melhores Efeitos Visuais.

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Com Brosnan, James e Collet-Serra ao leme, a nova versão pretende honrar esse legado ao mesmo tempo que introduz uma abordagem contemporânea. Ainda sem data oficial de estreia, o filme terá lançamento em sala, incluindo exibição em IMAX. Quanto à sequela, fica a promessa: está em preparação, mas os detalhes permanecem em segredo.

Brendan Fraser Emociona-se com Rental Family: “Precisamos de ver este filme mais do que nunca”

Um aplauso de pé em Toronto

Brendan Fraser voltou a emocionar-se em palco. O ator, que em 2022 venceu o Óscar por The Whale, foi aplaudido de pé no Festival Internacional de Cinema de Toronto após a estreia mundial de Rental Family, realizado por Hikari (Beef37 Seconds). Visivelmente comovido, Fraser destacou a importância do tema central da obra: a família que encontramos, e não apenas a que nos é dada à nascença.

“Sabia que esta história era única. É algo que precisamos de ver no ecrã. E, corrijam-me se estiver errado, acho que precisamos de ver este filme agora mais do que nunca”, disse o ator perante uma plateia entusiasmada no Royal Alexandra Theatre.

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Uma história sobre solidão, pertença e famílias improváveis

Em Rental Family, Fraser interpreta Philip, um ator americano solitário a viver em Tóquio. Sem conseguir vingar na carreira, encontra trabalho numa agência de “famílias de aluguer”, onde atores assumem papéis de substituição na vida dos clientes — ajudando-os a lidar com perdas, traumas ou carências emocionais.

Entre as funções mais insólitas de Philip estão ser jornalista fictício para dar visibilidade a um ator idoso, fingir-se de enlutado num funeral para reconfortar um cliente ou até encarnar o pai ausente de uma menina que procura apoio.

É através desse trabalho moralmente complexo que Philip acaba por redescobrir propósito e um sentimento de pertença.

A ligação de Hikari ao projeto

A realizadora Hikari revelou que a sua experiência pessoal foi determinante para o filme. Chegou aos Estados Unidos aos 17 anos, sem dominar a língua ou a cultura: “Eu era a única rapariga asiática naquela cidade de Utah. Tive de aprender inglês e integrar-me. Por isso, pensei: e se invertêssemos? O que acontece quando levamos um americano a Tóquio e ele é o único diferente na sala?”

Sobre Fraser, Hikari contou que a decisão foi imediata: depois de o ver em The Whale — ainda que apenas através de uma videochamada, devido à COVID-19 — sentiu que tinha encontrado o ator ideal para Philip.

“Quando ele começou a falar, o meu coração disse: ‘Encontrei o meu Philip’. E foi isso.”

Fraser sobre Hikari: “uma visão única e transformadora”

O ator também não poupou elogios à realizadora: “Quero que saibam o quão única e especial ela é. A importância da sua visão enquanto cineasta e artista vai deixar marca e provocar mudanças positivas. Espero que este filme inspire as pessoas a aceitarem-se umas às outras com mais autenticidade.”

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Com estreia marcada nos cinemas para 21 de novembroRental Family conta ainda com Takehiro HiraMari YamamotoShannon Gorman e Akira Emoto no elenco.

Nuremberg: O Tribunal Que Definiu a História Chega ao Cinema com Elenco de Luxo

Um thriller histórico sobre a natureza do mal

Quase 80 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, Nuremberg, escrito e realizado por James Vanderbilt, traz para o grande ecrã o primeiro tribunal internacional da História, onde os líderes nazis sobreviventes foram julgados pelos seus crimes. Mais do que uma recriação judicial, o filme explora a própria natureza do mal e a forma como este se manifesta através de pessoas e sistemas.

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O elenco reúne nomes de peso: Rami Malek como o psiquiatra militar Douglas Kelley, encarregado de avaliar os réus nazis; Russell Crowe como Hermann Göring, o braço-direito de Hitler; Michael Shannon como o juiz do Supremo Robert H. Jackson, chefe da acusação norte-americana; Richard E. Grant como um dos juízes do tribunal; John Slatterycomo oficial dos EUA; e Leo Woodall como tradutor.

Russell Crowe a aprender alemão e intensidade nos bastidores

Russell Crowe e Leo Woodall tiveram de aprender alemão para os seus papéis, um desafio que Vanderbilt sublinha como prova do empenho do elenco. Crowe, em particular, mergulhou no estudo da figura histórica de Göring, procurando recriar o seu carisma perturbador.

Rami Malek recorda a intensidade das filmagens nas celas: “Quando se está frente a frente com Russell naquele ambiente, nada fica por dizer. Foi um confronto destrutivo e humano ao mesmo tempo. Magnífico de interpretar.”

Relevância atual de um julgamento histórico

John Slattery destaca que, apesar de ser um filme histórico, Nuremberg é antes de tudo um thriller com pertinência para o presente: “Foi o primeiro tribunal internacional alguma vez organizado e a primeira vez que imagens em filme foram usadas como prova. É impossível não pensar nos desafios democráticos de hoje ao revisitar este momento.”

Richard E. Grant elogia a autenticidade da produção, desde os cenários recriados ao detalhe até aos figurantes húngaros que carregavam memórias familiares ligadas ao nazismo ou ao comunismo: “Sentia-se o peso da História na sala.”

Michael Shannon, com a sua habitual ironia, confessou que nunca foi bom aluno, mas que a representação lhe deu uma nova forma de aprender: “Entrar nesta História e vivê-la é um enorme privilégio.” Sobre o papel de Robert Jackson, Shannon realça a mensagem central: “Para lidar com o mal, temos de o investigar, dissecar e compreender porque é que ele existe.”

Entre a História e o entretenimento

Para Vanderbilt, Nuremberg não é apenas uma lição de História, mas um filme construído como thriller, no espírito de clássicos como JFKApollo 13 ou Glory: “É sobre algo sério, mas deve emocionar e prender o espectador. Assim que o filme estrear, a história passa a pertencer ao público.”

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Com interpretações intensas e um tema que continua a ecoar na atualidade, Nuremberg promete ser não só um retrato do passado, mas também uma reflexão urgente sobre o presente.

Warner Bros. Faz História: Sete Estreias Consecutivas Acima dos 40 Milhões de Dólares

“The Conjuring: Last Rites” abre caminho para um recorde inédito

A Warner Bros. acaba de entrar para a história do cinema ao tornar-se o primeiro estúdio a lançar sete filmes consecutivos com estreias acima dos 40 milhões de dólares nas bilheteiras norte-americanas. O feito foi consolidado com The Conjuring: Last Rites, que alcançou 83 milhões nos EUA e 187 milhões globalmente no fim de semana de estreia — o melhor arranque de sempre para a saga.

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De fracassos a sucessos estrondosos

O estúdio vinha de um período difícil, marcado pelos desaires de Joker: Folie a Deux (2024), Mickey 17 e The Alto Knights, que causaram perdas milionárias. A reviravolta começou em abril com A Minecraft Movie, que surpreendeu com uma abertura de 162 milhões de dólares e já acumula quase 957 milhões globalmente, tornando-se o título mais rentável do ano.

Seguiram-se sucessos consecutivos:

  • Sinners, thriller de vampiros de Ryan Coogler e Michael B. Jordan (48M de estreia);
  • Final Destination: Bloodlines (51,6M);
  • F1: The Movie, com Brad Pitt (57M);
  • Superman (125M);
  • Weapons, mistério de terror de Zach Cregger (43,5M).

Todos estes filmes conseguiram resistir além do primeiro fim de semana, algo que muitos blockbusters recentes — incluindo The Fantastic Four: First Steps e Thunderbolts, da Disney — não conseguiram.

Lucros e apostas de risco

Segundo a Franchise Entertainment Research, o estúdio terá gerado já cerca de 600 milhões de dólares em lucros teatrais este ano, antes de contar com os resultados de The Conjuring: Last Rites. Filmes como Superman (com cerca de 125M de lucro previsto) e Final Destination: Bloodlines (75M) estão entre os destaques.

O analista David A. Gross resumiu: “A Warner Bros. está numa fase fantástica. O estúdio fez escolhas ousadas e criativas — e estão a compensar.”

O futuro imediato: Paul Thomas Anderson e 2026 recheado

O próximo grande teste será One Battle After Another, épico de Paul Thomas Anderson protagonizado por Leonardo DiCaprio, com estreia ainda em setembro. O projeto custou pelo menos 130 milhões e precisa de cerca de 300 milhõespara equilibrar contas — uma fasquia elevada, tendo em conta que o maior sucesso do realizador até hoje foi There Will Be Blood (2007), com 76,4 milhões.

Já em 2026, o calendário da Warner promete ser igualmente ambicioso, com títulos como Wuthering Heights de Emerald Fennell (com Margot Robbie e Jacob Elordi), The Bride de Maggie Gyllenhaal, SupergirlClayfaceFlowervale Streetcom Anne Hathaway e Ewan McGregor, Mortal Kombat II, um projeto de Alejandro G. Iñárritu com Tom Cruise e ainda Dune: Part Three.

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Se a atual maré de sorte continuar, a Warner poderá transformar mais uma vez riscos calculados em sucessos de bilheteira.

Good Fortune: A Comédia de Aziz Ansari Que Divide Críticos em Toronto

Apresentado no Festival de TorontoGood Fortune marcou o regresso de Aziz Ansari como realizador, argumentista e protagonista. Depois de vários anos afastado do grande ecrã e após o colapso do seu projeto anterior (Being Mortal), Ansari reuniu Seth RogenKeke Palmer e Keanu Reeves para dar vida a uma comédia de troca de corpos com ambições sociais.

Apesar da expectativa, a receção internacional tem sido morna. A crítica elogia as intenções, mas aponta a falta de ritmo e de gargalhadas como os principais problemas do filme.

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Uma premissa com potencial

A história acompanha Arj (Ansari), um editor de documentários que sobrevive a trabalhos precários e dorme no carro, até cruzar-se com o milionário da tecnologia Jeff (Rogen). A intervenção divina surge através de Gabriel, um anjo interpretado por Keanu Reeves, que decide trocar as vidas dos dois.

O objetivo é mostrar que a riqueza não resolve todos os problemas, mas o plano sai ao contrário: Arj recusa-se a abdicar do luxo, e o enredo mergulha em caos cómico.

O que dizem as críticas internacionais

Segundo as primeiras análises publicadas em meios estrangeiros, Good Fortune sofre com um tom inconsistente. O jornal The Guardian sublinha que o filme tem “nobres intenções” ao abordar as desigualdades sociais, mas “não arranca grandes gargalhadas”.

A crítica nota que o estilo de humor de Ansari, mais associado à ironia e observação subtil em Master of None, não se adapta com facilidade a uma comédia de alto conceito. A estrutura solta, as regras pouco claras da troca de corpos e a edição apressada deixam o filme “sem ritmo e repetitivo”.

O elenco, no entanto, recebe elogios: Ansari continua carismático, Rogen é sempre uma presença sólida e Reeves diverte ao satirizar a própria imagem, embora a piada se esgote depressa. Já Keke Palmer é considerada “encantadora mas subaproveitada”, num papel que poderia ter acrescentado maior profundidade política.

Entre intenções e resultados

As reações convergem na mesma conclusão: Good Fortune tem o coração no sítio certo e levanta questões relevantes sobre precariedade laboral e desigualdade, mas não consegue equilibrar a mensagem com o humor. O resultado é visto como uma obra simpática, mas irregular, que não devolve à comédia o impacto que Ansari pretendia.

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A estreia comercial está marcada para 17 de outubro, com a dúvida sobre como o público reagirá a este regresso do género às salas.

Ataque ao Comboio Noturno: A Nova Série Que Vai Acelerar o Seu Coração

Uma estreia eletrizante no TVCine Emotion

Preparem-se para uma viagem de alta tensão. No dia 10 de setembro, às 22h10, o TVCine Emotion estreia em exclusivo a primeira temporada de Ataque ao Comboio Noturno, uma série britânica que promete misturar ação, suspense psicológico e tecnologia numa corrida contra o tempo que não dá descanso.

Criada por Nick Leather (The Control Room), a série apresenta-se como um thriller contado em tempo real, no qual cada minuto pode significar a diferença entre a vida e a morte.

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Uma noite tranquila transformada em pesadelo

Tudo começa numa viagem aparentemente banal entre Glasgow e Londres. Os passageiros esperam apenas uma noite calma de descanso, mas a tranquilidade depressa se desfaz quando um dos viajantes descobre que o sistema do comboio foi hackeado.

De repente, todos estão presos numa armadilha em movimento, sem saber em quem confiar. O tempo corre, o pânico cresce e a catástrofe parece inevitável.

Dois heróis improváveis

À distância, em Londres, a especialista em cibersegurança Abby Aysgarth tenta decifrar a ameaça. No terreno, dentro do comboio, o improvável aliado é Joe Roag, um agente fora de serviço que vê o destino dos passageiros cair sobre os seus ombros.

Separados por quilómetros mas unidos pelo mesmo objetivo, Abby e Joe terão de trabalhar juntos, ainda que não se conheçam, numa aliança marcada pela tensão, perigo constante e reviravoltas inesperadas.

Um elenco sólido para um thriller implacável

Nos papéis principais encontramos Alexandra Roach e Alex Ferns, dois intérpretes britânicos que dão corpo e intensidade a esta luta contra o tempo. A realização aposta numa atmosfera claustrofóbica, aproveitando cada detalhe do comboio para aumentar a sensação de perigo e urgência.

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A série que o vai prender ao sofá

Ataque ao Comboio Noturno estreia a 10 de setembro, às 22h10, no TVCine Emotion, e terá novos episódios todas as quartas-feiras à mesma hora. Prepare-se para segurar a respiração: esta é uma viagem que ninguém vai esquecer.

Festival de Veneza: Um Palmarés Emocionante e Sem Polémicas

Uma cerimónia histórica marcada pela emoção e pela política

A 82.ª edição do Festival de Veneza fechou com uma das cerimónias mais comoventes e politicamente ativas de que há memória. O mais antigo festival de cinema do mundo viveu um momento sem precedentes quando Pierbattista Pizzaballa, patriarca de Jerusalém, surgiu em direto da Terra Santa para apelar ao fim das hostilidades em Gaza. Foi o culminar perfeito de uma noite em que vencedores e jurados mostraram que o cinema não vive isolado da realidade — nem das guerras, nem das crises humanitárias.

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Jim Jarmusch, ao receber o Leão de Ouro por Father Mother Sister Brother, lembrou que nem sempre um filme precisa de falar de política para ser político. Já a realizadora tunisina Kaouther Ben Hania fez questão de o sublinhar de forma direta, emocionando a Sala Grande com The Voice of Hind Rajab, distinguido com o Leão de Prata – Grande Prémio do Júri. O seu discurso, centrado na tragédia de Gaza, arrancou uma ovação de pé que ficará para a história da Mostra.

Interpretações premiadas de Itália à China

O júri, presidido por Alexander Payne, conseguiu um equilíbrio raro e um consenso quase unânime. Toni Servillo foi distinguido pelo papel de Presidente da República Italiana em La Grazia, de Paolo Sorrentino, que abriu o festival. Do outro lado do mundo, a atriz chinesa Xin Zhilei brilhou intensamente em The Sun Rises on Us All, um melodrama intenso de Cai Shangjun exibido no último dia, garantindo ao Extremo Oriente uma presença de peso no palmarés.

Argumento francês e wrestling americano

O prémio de Melhor Argumento foi para França, através da dupla Valérie Donzelli e Gilles Marchand por À pied d’œuvre. Já os Estados Unidos marcaram presença com o surpreendente Leão de Prata para Melhor Realização entregue a Benny Safdie, que levou a Veneza o improvável universo do wrestling em The Smashing Machine. O realizador não escondeu o espanto — e a gratidão — por ver o seu filme distinguido num festival tradicionalmente mais dado a dramas intimistas e obras autorais.

Documentário italiano e o futuro da Mostra

Outro momento alto foi o Prémio Especial do Júri para Gianfranco Rosi, que com Sotto le Nuvole ofereceu um olhar profundo sobre Nápoles. O reconhecimento ao documentário — género tantas vezes ofuscado pela ficção — reforçou o carácter equilibrado e plural deste palmarés.

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O festival, que nasceu sob a égide do regime fascista, sobreviveu à guerra, à turbulência de 1968 e a muitas crises. Agora, aproxima-se o fim do ciclo de Alberto Barbera como diretor, deixando em aberto o futuro da liderança da Mostra. Mas uma coisa é certa: Veneza mantém-se como palco maior do cinema mundial, capaz de juntar política, emoção e arte numa só celebração.

Wake Up Dead Man: O Regresso Mais Negro (e Mais Divertido) de Benoit Blanc

Um novo mistério com humor negro e ecos de Edgar Allan Poe

Daniel Craig volta a vestir o fato impecável de Benoit Blanc em Wake Up Dead Man, a terceira entrada da saga Knives Out, realizada por Rian Johnson. Mas desta vez, a surpresa vem de Josh O’Connor, que praticamente rouba o protagonismo ao interpretar o irreverente Padre Jud Duplenticy, um ex-pugilista transformado em padre como forma de penitência após um surto violento.

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O cenário não podia ser mais literário: Chimney Rock, uma aldeia que parece saída de um romance de Agatha Christie, com a sua igreja neo-gótica, cemitério sombrio e um ar de que demasiado sangue já ali foi derramado. Ao lado de O’Connor surge Josh Brolin como Monsenhor Jefferson Wicks, um clérigo selvagem e cínico, que adiciona ainda mais fogo a esta mistura insólita.

O equilíbrio entre o gótico e a comédia

Johnson afirmou que queria regressar às raízes do género policial, evocando nomes como Edgar Allan Poe. O filme mergulha nesse imaginário gótico, entre enterros inquietantes, personagens assombradas pela culpa e até grafitis irreverentes num mausoléu. Mas, ao mesmo tempo, consegue ser a entrada mais divertida e brincalhona da série.

Há diálogos mordazes, humor inesperado e uma autêntica dança entre referências literárias e cinematográficas que tornam esta experiência tão intrigante quanto divertida. A morte (ou mortes) está sempre em pano de fundo, mas o riso surge com naturalidade.

Benoit Blanc como maestro da intriga

Apesar de Josh O’Connor ser o verdadeiro motor narrativo do filme — ora cómico, ora sério, sempre magnético — Daniel Craig continua a dominar o ecrã. O seu Blanc surge com o habitual sotaque do sul, o charme elegante e a confiança descontraída de quem conduz a narrativa como um maestro.

Curiosamente, com cada novo filme, Blanc aparece menos em cena, assumindo o papel de guia, quase como um narrador que nos leva pelas veredas tortuosas de personagens enredadas e suspeitas. Aqui, até recruta o Padre Jud para ajudá-lo a deslindar o que ficou conhecido como o “assassinato de Sexta-Feira Santa”.

Rian Johnson no auge da sua forma

Com Wake Up Dead Man, Rian Johnson demonstra estar mais confiante do que nunca. Consegue pegar nos velhos clichés do género e reinventá-los com frescura, mantendo o mistério vivo e a audiência rendida. O resultado é o filme mais negro, mais ousado e, paradoxalmente, o mais divertido de toda a franquia Knives Out.

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Preparem-se: este é um mistério que faz rir, arrepiar e pensar — muitas vezes em simultâneo.

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A saga de um espião que não morre

Já lá vão mais de 20 anos desde que Matt Damon encarnou pela primeira vez Jason Bourne, o assassino amnésico que redefiniu o cinema de ação moderno. A franquia, baseada nos livros de Robert Ludlum, arrecadou mais de 1,6 mil milhões de dólares em bilheteira mundial, mas desde Jason Bourne (2016) que o futuro da saga tem sido incerto.

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Agora, os rumores reacenderam-se: Edward Berger, realizador de All Quiet on the Western Front (Óscar de Melhor Filme Internacional em 2023), confirmou estar em negociações para desenvolver um novo capítulo da história.

As palavras do realizador

Em entrevista à The Hollywood Reporter, Berger deixou claro que só avançará com o projeto se sentir que há algo de novo a acrescentar:

“Estou disponível para desenvolver um filme Bourne, e farei isso se o Matt também quiser. Será necessário sentirmos que estamos a adicionar algo realmente novo aos grandes filmes Bourne que já existem. Caso contrário, não faz sentido.”

O realizador destacou ainda que adoraria fazer um blockbuster divertido e envolvente, mas que não quer repetir fórmulas gastas.

Damon abre a porta ao regresso

O próprio Matt Damon já tinha elogiado Berger em fevereiro de 2024, quando foi questionado sobre o futuro da saga:

“Há um grande realizador chamado Edward Berger. All Quiet on the Western Front é um filme fantástico, e ele disse que tinha uma ideia para Bourne. Eu adoraria trabalhar com ele, por isso ele está a desenvolver algo. Estou tão ansioso quanto vocês para ver se acontece.”

Estas declarações deixaram os fãs em pulgas: afinal, Damon nunca fechou totalmente a porta a regressar ao papel que o tornou numa estrela mundial do cinema de ação.

Universal mantém o franchise em mãos

No verão, a NBCUniversal ganhou uma guerra de licitações para manter os direitos sobre o universo Bourne, garantindo assim que qualquer novo filme será produzido pelo estúdio. Esse investimento milionário sugere que a produtora tem planos concretos para relançar a franquia, embora ainda não exista data ou guião confirmado.

Para já, o que há são apenas indícios, mas fortes: direitos renovados, um realizador de prestígio interessado e um protagonista disposto a voltar se o projeto fizer sentido.

O futuro de Jason Bourne

Com ou sem Damon, parece inevitável que Bourne regressará ao grande ecrã. A questão é quando e em que moldes. Será um reboot total? Uma continuação direta com Damon no centro da ação? Ou até um spin-off com novas personagens?

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Seja qual for o caminho, uma coisa é certa: a fasquia está altíssima para um franchise que redefiniu a ação realista e visceral de Hollywood.

Jennifer Lawrence e Robert Pattinson em Ruptura Psicológica: Die My Love Revela o Seu Primeiro Trailer 🎬🖤


O regresso de Lynne Ramsay

Depois de oito anos afastada da realização de longas-metragens, Lynne Ramsay regressa em grande com Die My Love, filme que promete marcar a temporada de prémios. A realizadora escocesa, conhecida pela intensidade de We Need to Talk About Kevin e You Were Never Really Here, apresenta aqui mais um mergulho profundo na psicologia humana.

O filme estreou em competição oficial no Festival de Cannes, em maio, onde foi imediatamente apontado como um dos favoritos.

Um drama psicológico em Montana

A história passa-se numa zona rural de Montana. Jennifer Lawrence interpreta uma mulher em luta com a maternidade, incapaz de se adaptar ao papel de mãe. Ao seu lado, Robert Pattinson dá vida ao marido, que se revela pouco presente e ainda menos útil perante o colapso da companheira.

A dupla divide o ecrã com nomes de peso como Sissy SpacekNick Nolte e LaKeith Stanfield, compondo um elenco de luxo para um drama psicológico que explora os limites entre depressão pós-parto, psicose e perturbações de personalidade.

Um retrato cru e visceral

Em crítica publicada na Variety, o jornalista Owen Gleiberman destacou uma das cenas mais arrebatadoras do filme, onde Lawrence tem uma quebra emocional ao som de “Mickey”, de Toni Basil:

“Ramsay tem um dom exuberante para encenar esse tipo de colapso barroco ao som de rock ‘n’ roll.”

Mais do que dar respostas clínicas, o filme oferece ao público um retrato intenso e vívido de uma mulher e mãe a sucumbir à pressão, enquanto a realidade começa a fragmentar-se.

Mubi aposta forte após sucesso de The Substance

A distribuição de Die My Love ficou a cargo da Mubi, que adquiriu os direitos de exibição por 24 milhões de dólares, garantindo a estreia na América do Norte e em vários territórios internacionais. O negócio segue a aposta da plataforma no cinema de autor, depois do sucesso alcançado com The Substance, que se transformou numa surpresa da temporada de prémios.

A ligação ao produtor Martin Scorsese, destacada no próprio trailer, reforça ainda mais o peso artístico e mediático da produção.

Estreia marcada para novembro

Com estreia agendada para 7 de novembroDie My Love promete ser um dos grandes títulos do ano, combinando a intensidade de Lynne Ramsay com interpretações de fôlego de Jennifer Lawrence e Robert Pattinson.

O trailer já disponível deixa antever um filme cru, denso e perturbador — daqueles que não nos deixam indiferentes muito depois de sairmos da sala de cinema.

O Monte dos Vendavais em Polémica: Adaptação de Emerald Fennell Faz Disparar Vendas do Clássico 📚🎬

A polémica que trouxe Emily Brontë de volta às tabelas

Desde que a Warner Bros. lançou o primeiro teaser da nova adaptação de Wuthering Heights (O Monte dos Vendavais), o clássico de Emily Brontë voltou a estar nas bocas do mundo. E não apenas nas conversas — também nas prateleiras: as vendas do romance de 1847 dispararam na Amazon.

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A edição da Wordsworth Classics registou uma subida de 504% em apenas 24 horas, tornando-se o segundo livro de romance gótico mais vendido na plataforma. Já a edição da Penguin Classics, lançada em 2002, viu as suas vendas crescerem 187%, ocupando o 98.º lugar geral de vendas.

O trailer que incendiou as redes

O motivo da súbita procura? O teaser divulgado na passada quarta-feira, que causou controvérsia imediata.

  • Jacob Elordi foi escolhido para interpretar Heathcliff, personagem descrita no livro como de pele escura — uma diferença que gerou acusações de “whitewashing”.
  • Margot Robbie, de 35 anos, foi anunciada como Catherine Earnshaw, apesar de a personagem ser uma adolescente no romance original.
  • O tom do trailer, marcado por olhares lânguidos e uma forte carga erótica, foi apontado por críticos como uma distorção de um enredo que, no livro, se centra em abuso, violência e trauma.

A realizadora Emerald Fennell, vencedora de um Óscar por Promising Young Woman, parece assim preparar uma visão ousada — mas não consensual — da obra-prima de Brontë.

Quando o “efeito Twilight” ressuscitou o clássico

Curiosamente, esta não é a primeira vez que Wuthering Heights conhece uma nova vida graças à cultura pop. Em 2009, o chamado “efeito Twilight” fez as vendas do livro quadruplicarem, depois de ser referido como o favorito da protagonista Bella Swan na saga de vampiros criada por Stephenie Meyer.

A editora Harper Collins aproveitou então o momento e relançou o romance com a tagline “O livro favorito de Bella e Edward”. O resultado? Mais de 34 mil cópias vendidas nesse ano, contra as 8.551 registadas em 2005.

Um clássico incontornável do gótico

O Monte dos Vendavais, a única obra de Emily Brontë, foi inicialmente recebido com críticas frias e comparações desfavoráveis a Jane Eyre, da sua irmã Charlotte. Mas, a partir do século XX, conquistou lugar cativo na literatura mundial, sendo hoje considerado um dos grandes romances góticos de sempre.

O livro já foi adaptado mais de uma dúzia de vezes ao cinema e televisão. A versão de 1939 foi nomeada a sete Óscares, incluindo Melhor Filme, e venceu o de Melhor Fotografia. Perdeu o prémio principal para E Tudo o Vento Levou.

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Agora, com Emerald Fennell ao leme e Elordi e Robbie nos papéis principais, o romance volta a dividir opiniões — mas também a provar que continua a ser impossível de ignorar.

Lady Gaga Entra em “Wednesday” e Lança Novo Single: The Dead Dance 🦇🎶

Uma estrela pop em Nevermore

A espera acabou: Lady Gaga juntou-se oficialmente ao universo sombrio e peculiar de “Wednesday”, a série fenómeno da Netflix inspirada na família Addams. A cantora e atriz dá vida a Rosaline Rotwood, uma antiga professora de Nevermore que chega para abalar a rotina da protagonista interpretada por Jenna Ortega.

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A novidade surge com a estreia da segunda parte da segunda temporada, que ficou disponível esta quarta-feira na plataforma.

O regresso à música

Para assinalar a sua entrada na série, Gaga lançou também um novo single, “The Dead Dance”, tema que serve de acompanhamento à sua personagem. A canção foi escrita pela própria artista em parceria com Andrew Watt e Henry Walter, e coproduzida por Gaga com Watt e Cirkut.

Trata-se do primeiro tema divulgado pela cantora desde março, altura em que editou o álbum “Mayhem”.

O toque de Tim Burton

Se a presença de Gaga já não fosse suficiente para entusiasmar os fãs, o videoclip de The Dead Dance promete elevar ainda mais a fasquia. Alegadamente realizado por Tim Burton, produtor executivo e um dos realizadores de “Wednesday”, o vídeo estreia ainda esta tarde, acrescentando ao lançamento um toque de assinatura visual inconfundível.

Um encontro entre música e televisão

Esta colaboração é mais um exemplo de como Gaga continua a reinventar-se, cruzando a sua faceta de estrela pop com o seu lado de atriz. Depois do sucesso no cinema com A Star Is Born e House of Gucci, a artista encontra em “Wednesday” o palco ideal para explorar a sua teatralidade natural e reforçar a sua ligação ao universo gótico e excêntrico que tanto lhe agrada.

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Para os fãs da série, a aparição de Gaga não é apenas um cameo: é também uma celebração do espírito irreverente de “Wednesday” e um convite para dançar… ao som da escuridão.

Amanda Seyfried Brilha em Veneza como Ann Lee: A Feminista Shaker Esquecida pela História ✨🎬

Uma figura quase apagada da memória

O Festival de Veneza abriu espaço para uma das personagens mais improváveis a surgir no grande ecrã em 2025: Ann Lee, fundadora do movimento religioso Shaker no século XVIII e considerada por muitos como uma das primeiras feministas americanas. Em The Testament of Ann Lee, realizado por Mona Fastvold, Amanda Seyfried encarna esta figura que, segundo a cineasta, estava “à beira de ser apagada da memória”.

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Nascida em 1736 em Manchester, Inglaterra, Ann Lee — conhecida entre os seguidores como Mãe Ann — liderou uma comunidade que defendia a igualdade entre sexos, a paz, a empatia e o trabalho manual como forma de oração. Uma proposta radical para o seu tempo, que ainda hoje ressoa com surpreendente atualidade.

Um biopic entre o transe e a espiritualidade

Descrito pela IndieWire como um “biopic especulativo, febril e totalmente arrebatador”, o filme aproxima-se de um musical, dando especial destaque à música e à dança, elementos centrais do culto Shaker. Para os membros deste movimento, o canto e o movimento em transe eram uma forma de ligação espiritual, uma oração física e coletiva.

O compositor Daniel Blumberg, vencedor de um Óscar este ano pela banda sonora de O Brutalista, volta a colaborar com Fastvold, revisitando os hinos Shaker e dando-lhes uma nova vida.

Da investigação histórica ao cinema de autor

Mona Fastvold, que coescreveu o guião com Brady Corbet (seu parceiro e realizador de O Brutalista), descobriu Ann Lee durante uma pesquisa sobre movimentos religiosos nos Estados Unidos do final do século XVIII. Em 1774, Ann emigrou com alguns discípulos para Nova Iorque, fugindo à perseguição religiosa em Inglaterra, e fundou uma comunidade que, no seu auge, chegou a contar com seis mil seguidores espalhados por 19 comunidades.

Hoje restam apenas três membros Shaker, mas o legado sobrevive, sobretudo através da arquitetura e do mobiliário, conhecido pela sua estética minimalista e funcionalidade — peças que ainda hoje fascinam designers e colecionadores.

Um olhar feminino sobre um ícone espiritual

Para Fastvold, a inspiração foi clara:

“Todos os grandes ícones masculinos receberam este tratamento, como Jesus Cristo ou Joana d’Arc. Porque não dar o mesmo a uma mulher desconhecida?”

A realizadora não quis criar propaganda, mas antes tratar Ann Lee com amor e respeito, reconhecendo a sua visão de comunidade, bondade e empatia. Seyfried, pela sua vez, entrega uma interpretação intensa, transformando Ann Lee num ícone cinematográfico tão humano quanto espiritual.

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Com The Testament of Ann Lee, Mona Fastvold reafirma-se como uma das vozes mais interessantes do cinema de autor contemporâneo, recuperando uma figura feminina que, até agora, permanecia quase esquecida pela História.

Tom Holland Assume Diagnóstico de PHDA e Explica Como Isso Afeta a Sua Carreira 🎭🕷️

Um desafio pessoal em plena carreira de sucesso

Tom Holland, o ator britânico conhecido por dar vida ao Homem-Aranha no Universo Cinematográfico da Marvel, revelou recentemente que foi diagnosticado com PHDA – Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção. Esta condição, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, caracteriza-se por dificuldades em manter o foco, gerir a impulsividade e controlar a hiperatividade, podendo persistir ao longo da vida adulta.

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A revelação surge numa altura em que o ator se encontra envolvido em novos projetos, e a notícia tem despertado atenção não apenas pelo impacto na sua vida pessoal, mas também pela forma como influencia a sua arte de representar.

Do diagnóstico à dislexia: um percurso com obstáculos

Holland já tinha anteriormente falado sobre a sua dislexia, que lhe causa dificuldades na ortografia. Agora, acrescenta mais um desafio à sua lista:

“Tenho PHDA e sou disléxico, e às vezes acho que quando alguém me dá uma página em branco, isso pode ser um pouco intimidador. E às vezes deparamo-nos com estes desafios ao desenvolver uma personagem”, confessou o ator em entrevista ao IGN.

Apesar das dificuldades, o intérprete destaca que estas condições não o impedem de se dedicar ao trabalho. Pelo contrário, obrigam-no a procurar estratégias criativas para superar os obstáculos.

Brincar como forma de liberdade criativa

A revelação surgiu durante a promoção da curta-metragem da LEGO, “Never Stop Playing”, onde Tom Holland assume vários papéis: de jogador de futebol a herói de ficção científica, passando por empreendedor de tecnologia.

Segundo o ator, a brincadeira continua a ser uma forma essencial de manter a criatividade viva:

“Qualquer maneira que tu, enquanto jovem ou adulto, possas interagir com algo que te force a ser criativo, a pensar fora da caixa e a fazer mudanças que podem ou não estar num manual de instruções, apenas promove uma criatividade saudável.”

Para Holland, essa é uma filosofia de vida: nunca deixar de brincar, nunca perder a capacidade de imaginar e reinventar-se.

A importância da visibilidade

Ao assumir publicamente o diagnóstico de PHDA, Tom Holland junta-se a uma crescente lista de figuras públicas que falam abertamente sobre condições de saúde mental e do neurodesenvolvimento. Esta partilha tem um impacto relevante, ajudando a quebrar tabus e a aumentar a consciência em torno da PHDA, que muitas vezes continua a ser incompreendida, sobretudo na idade adulta.

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Seja no grande ecrã como super-herói, ou fora dele como voz de experiências reais e inspiradoras, Holland mostra que vulnerabilidade e talento podem caminhar lado a lado.