O Novo Inimigo de Woody e Buzz? Toy Story 5 Declara Guerra aos Ecrãs no Primeiro Teaser

O teaser recém-lançado pela Pixar coloca a eterna pergunta: conseguem os brinquedos sobreviver numa era dominada por tablets?

A Pixar decidiu mexer onde dói — nos nossos sentimentos e na nossa nostalgia — com o primeiro teaser de Toy Story 5, e a pergunta que abre esta nova aventura é incisiva: estará a era dos brinquedos a chegar ao fim? A breve prévia divulgada esta terça-feira posiciona-se numa guerra inesperada, mas muito contemporânea: brinquedos contra ecrãs.

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Ao som de “Never Tear Us Apart”, dos INXS, o vídeo mostra uma cena familiar e, simultaneamente, inquietante. Bonnie Anderson — a menina que herdou os brinquedos de Andy em 2010, naquele final que nos deixou meio desidratados — recebe um novo pacote. Woody, Buzz, Jessie, Rex, Sr. e Sra. Cabeça de Batata e o resto da equipa observam com tensão crescente, como quem pressente uma catástrofe silenciosa a caminho.

E a catástrofe chega: o embrulho revela… um tablet em forma de sapo, chamado Lilypad, que cumprimenta Bonnie com um animado “Let’s play!”. O sorriso imediato da menina deixa claro que a ameaça é real. Para estes brinquedos já habituados a sobreviver a mudanças de donos, doações, infantários, antiquários e parques de diversões, este pode ser o maior desafio até agora: continuar relevantes num mundo onde a atenção das crianças cabe num rectângulo luminoso.

O teaser não revela muito mais, mas o subtexto é delicioso — e irónico. Afinal, estes mesmos brinquedos são eles próprios parte de uma saga de cinema com 30 anos, um dos maiores motores da cultura dos ecrãs. Será que o filme vai abordar esta meta-ironía, ou vamos fingir que não reparámos? A Pixar mantém o suspense.

O que sabemos é que o elenco de vozes continua intacto. Tom Hanks regressa como Woody, Tim Allen volta a dar vida a Buzz Lightyear, e Joan Cusack retoma Jessie. A esta equipa veterana juntam-se novos nomes: Ernie Hudson, Conan O’Brien e Greta Lee, que dá voz à recém-chegada Lilypad — a encantadora, mas potencialmente apocalíptica, rival tecnológica.

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A Pixar marcou a estreia de Toy Story 5 para o verão de 2026, o que significa que ainda teremos muito tempo para teorizar sobre o destino dos brinquedos, o impacto da tecnologia e se Woody vai finalmente aprender a lidar com o facto de que, às vezes, a concorrência tem bateria recarregável.

Uma coisa é certa: se a guerra entre brinquedos e ecrãs começar, nós estaremos na primeira fila para assistir.

O Papa que Conquistou Hollywood — E Defendeu o Cinema Como Arte que Une e Faz Pensar

Pope Leo XIV recebeu Spike Lee, Cate Blanchett, Greta Gerwig e outras estrelas numa audiência inédita no Vaticano, celebrando o poder transformador do cinema.

O Vaticano já foi palco de muitos encontros improváveis, mas poucos tão cinematográficos como este: Pope Leo XIV recebeu um autêntico desfile de estrelas de Hollywood para celebrar o cinema e a sua capacidade de unir, inspirar e provocar reflexão. Spike Lee, Cate Blanchett, Greta Gerwig, Chris O’Donnell, Judd Apatow, Monica Bellucci e Alba Rohrwacher foram apenas alguns dos nomes que atravessaram os corredores do Palácio Apostólico para ouvir o que o pontífice tinha a dizer sobre a sétima arte.

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Numa audiência repleta de frescos e flashes, Leo XIV descreveu o cinema como “uma arte popular no sentido mais nobre, destinada a todos”. Para ele, um filme bom não se limita a entreter: desafia, inquieta e até arranca lágrimas que nem sabíamos que precisávamos de derramar. O pontífice, o primeiro americano da história, cresceu na era dourada de Hollywood e confessou recentemente os seus quatro filmes favoritos: Do Céu Caiu uma Estrela (It’s a Wonderful Life), Música no CoraçãoGente Vulgar (Ordinary People) e A Vida é Bela.

Talvez por isso tenha passado quase uma hora — algo muito raro numa audiência tão grande — a cumprimentar e conversar individualmente com os convidados, claramente entusiasmado com o momento. Spike Lee, por exemplo, ofereceu-lhe uma camisola dos Knicks personalizada com o nome “Leo” e o número 14, enquanto explicava que a equipa conta actualmente com três jogadores oriundos da universidade onde o Papa estudou. Blanchett, por sua vez, destacou a sensibilidade com que Leo falou da importância da sala escura, aquele espaço onde desconhecidos se tornam comunidade.

O Papa não ignorou o declínio dos cinemas e alertou para o perigo da sua perda enquanto espaços sociais de encontro. Pediu às instituições que não desistam e reforçou a importância cultural destes locais, que descreveu como pontos essenciais na vida colectiva. As palavras foram recebidas com aplausos, especialmente por quem vive diariamente entre plateias vazias, estreias tímidas e orçamentos cada vez mais apertados.

A audiência, organizada pelo departamento cultural do Vaticano, contou com a ajuda de contactos próximos de Hollywood — incluindo Martin Scorsese — e foi montada em apenas três meses. O maior desafio? Convencer os agentes de que o convite era real. Uma vez confirmada a sua autenticidade, vários nomes até pediram para se juntar à iniciativa, numa espécie de corrida espiritual ao tapete vermelho do Vaticano.

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Entre os convidados, as reacções foram de surpresa e inspiração. Sally Potter elogiou o tempo que Leo dedicou a cada artista e a forma como valorizou o silêncio e a lentidão no cinema. Gus Van Sant, sempre conciso, resumiu tudo: “Tinha uma vibração fantástica.” O objectivo declarado do encontro era simples mas ambicioso — reforçar o diálogo contínuo com o mundo da cultura, onde o cinema se destaca como uma das artes mais democráticas e influentes.

Sentados na escuridão de uma sala de cinema, lado a lado com desconhecidos, experimentamos algo raro e precioso: a sensação de que, apesar de tudo, ainda há histórias que nos aproximam. E, se depender de Pope Leo XIV, continuará a haver espaço — literal e simbólico — para essas histórias serem vistas, discutidas e celebradas.

George Clooney Enfrenta o Lado Sombrio da Fama em Jay Kelly

(Estreia nos EUA hoje; chega à Netflix em todo o mundo a 5 de dezembro)

George Clooney não tem medo de interpretar homens complicados, mas Jay Kelly coloca-o perante um espelho distorcido: o de um actor tão famoso que perdeu quase tudo — principalmente a família — enquanto corria atrás do estrelato. O novo filme de Noah Baumbach, escrito com Emily Mortimer e produzido para a Netflix, estreia hoje nos cinemas norte-americanos e chega à plataforma a 5 de dezembro, também em Portugal.

A premissa é incómoda, quase provocadora: Clooney interpreta um actor cuja fama global é tão avassaladora que engoliu tudo à sua volta, desde amizades até à relação com as filhas. Para muitos, a personagem pode parecer um reflexo suavemente ficcionado do próprio Clooney — uma estrela mundial, omnipresente, acarinhada por várias gerações. Mas Clooney cortou essa ideia pela raiz durante a conferência de imprensa em Los Angeles, onde esteve presente a agência Lusa.

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“Dizem-me que estou a fazer de mim próprio”, afirmou, “mas eu não tenho os arrependimentos que este tipo tem. Os meus filhos ainda gostam de mim”. O actor descreve Jay Kelly com uma franqueza quase desconfortável: “Ele é um idiota. O desafio era perceber se conseguiria torná-lo simpático apesar disso.”

Baumbach, com o seu olhar habitual sobre a vulnerabilidade humana, confessa que a intenção do filme é outra: explorar aquele momento da vida em que a mortalidade deixa de ser uma ideia abstracta e passa a ser um facto concreto. É o instante em que a pessoa percebe que não há um segundo tempo, que as escolhas feitas foram as escolhas feitas — e que tudo aquilo que foi adiado pode já não voltar.

O filme acompanha não apenas Jay Kelly, mas também o seu círculo íntimo: Ron Sukenick, o agente interpretado por Adam Sandler, e Liz, a assessora que ganha vida pela mão de Laura Dern. Baumbach sublinha que todos eles gravitam em torno de Jay, como se a sua carreira fosse um sol demasiado quente para abandonar — mas que, com o tempo, começa a queimar quem está demasiado perto.

Laura Dern inspirou-se directamente na sua própria assessora, Anett Wolf, para construir Liz, incluindo o lenço Hermès sempre preso à mala. “Estas pessoas são como família e mentores”, disse. “Têm de ser insuportavelmente pacientes.” Adam Sandler, por seu lado, vê a sua participação como uma espécie de espelho profissional: “A minha fala favorita é quando digo ‘Tu és o Jay Kelly, mas eu também sou o Jay Kelly’. Acho que as nossas equipas sentem o mesmo.”

A verdade é que Jay Kelly promete muito mais do que o típico drama sobre Hollywood. É um retrato da máquina da fama e, sobretudo, das suas consequências invisíveis — aquilo que se perde quando todos pensam que se tem tudo. Clooney, sempre perspicaz, sempre confortável a brincar com a própria imagem, oferece aqui uma performance que parece tanto uma provocação como uma reflexão.

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E enquanto o filme chega primeiro às salas norte-americanas, será na Netflix, a 5 de dezembro, que o mundo inteiro — Portugal incluído — poderá ver Clooney desfiar este actor falhado de si mesmo, nesta história onde o glamour, a culpa e a auto-ilusão se misturam sem piedade.

MobLand — Pierce Brosnan e Tom Hardy Estão de Volta. E a Guerra dos Harrigan Vai Recomeçar.

A família mais perigosa da televisão regressa ao terreno de batalha — e, desta vez, promete arrastar metade do submundo consigo. A tão esperada segunda temporada de MobLand, a série de gangsters criada por Guy Ritchie e Jez Butterworth, já está oficialmente em rodagem. A confirmação chegou através de uma nova imagem de bastidores que mostra o regresso de Pierce BrosnanTom Hardy e Helen Mirren, trio que transformou a primeira temporada num fenómeno instantâneo.

Depois de uma mudança estratégica para a HBO Max — onde a série voltou a explodir nos tops de visualização — a expectativa em torno deste novo capítulo nunca foi tão alta. Afinal, MobLand conquistou o público com a mesma mistura inconfundível que tornou Ritchie famoso: violência coreografada, humor negro, personagens que parecem ter saído de um conto moral escrito a caneta e whisky, e um sentido de estilo tão afiado quanto uma lâmina de barbear.

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Uma tragédia à moda de Shakespeare… mas com metralhadoras

A primeira temporada apresentou-nos os Harrigan, uma dinastia criminosa tão poderosa quanto disfuncional. Ao longo de episódios marcados por revelações, traições e golpes que mudaram as regras do jogo, a série revelou-se menos um drama criminal tradicional e mais uma peça de Shakespeare encharcada em sangue e gin.

Pierce Brosnan ofereceu uma performance magnética como o patriarca Conrad, um homem brilhante, calculista e moralmente corrompido até ao tutano. Helen Mirren interpretou Maeve, a matriarca cujo sorriso esconde anos de manipulação, ressentimento e talento para sobreviver em terrenos onde até os mais fortes tremem. E Tom Hardy — sempre ele — trouxe ao conjunto aquela presença bruta, instintiva e enigmática que parece feita à medida de qualquer universo que Guy Ritchie invente.

Não surpreende que a crítica tenha elogiado a série por encontrar “vida extra” sempre que Brosnan e Mirren partilhavam o ecrã. Segundo o Collider, são interpretações que brincam com aquilo que o público espera deles… apenas para virar tudo do avesso. Nada em MobLand é confiável — nem a família, nem os juramentos, nem o poder que tanta gente ambiciona.

O que esperar da 2.ª temporada?

A produção mantém a sinopse em segredo, mas fontes próximas garantem que a série prepara uma expansão ambiciosa: MobLand vai deixar Londres para explorar as ramificações internacionais do império Harrigan, com intrigas que se estendem pelos EUA e pela Europa.

O final explosivo da primeira temporada, que deixou cadáveres enterrados e alianças em ruínas, servirá de ponto de partida. As consequências prometem ser devastadoras, com Conrad e Maeve a enfrentar ameaças externas e, pior ainda, sabotagem interna. Traumático? Sem dúvida. Dramático? Com certeza. Imperdível? Absolutamente.

Ritchie parece pronto para “ir ainda mais longe”, segundo fontes da produção, o que, vindo dele, pode significar qualquer coisa: planos longos de violência estilizada, diálogos afiados como insultos em pub londrino ou reviravoltas que fazem o espectador gritar “eu sabia!” e “não estava nada à espera disto!” ao mesmo tempo.

Um sucesso que voltou a ganhar fôlego

Com a chegada à HBO Max, a série encontrou uma segunda vida. Ganhos de audiência, nova base de fãs e um entusiasmo renovado por uma saga que sabe unir espectáculo, ritmo televisivo e personagens que respiram perigo em cada gesto.

Se MobLand não reinventa o género gangster, como a crítica gosta de sublinhar, também não precisa. Faz algo igualmente valioso: entrega uma história sólida, viciante, imprevisível — e com um elenco que parece ter sido escolhido para incendiar cada cena.

Onde ver

A segunda temporada está em produção.

A primeira está disponível em Paramount+ (Por cá SkyShowtime)  e HBO Max.

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E com Brosnan, Hardy e Mirren de volta ao leme, uma coisa é certa: os Harrigan regressam preparados para guerra. E nós estaremos a assistir, fascinados, como sempre

Nuremberga — Rami Malek e Russell Crowe Revivem o Julgamento Que Mudou o Século XX

O drama histórico que chega aos cinemas portugueses a 4 de dezembro

O cinema regressa a um dos momentos mais decisivos e moralmente complexos da história moderna com Nuremberga, o novo filme escrito e realizado por James Vanderbilt (Zodíaco). O drama estreia a 4 de dezembro, assinalando os 80 anos do fim da 2.ª Guerra Mundial e do início dos Julgamentos de Nuremberga — o ponto zero da justiça internacional tal como a conhecemos hoje.

Baseado no livro The Nazi and the Psychiatrist, de Jack El-Hai, o filme reúne um elenco de peso liderado por Rami MalekRussell Crowe e Michael Shannon, oferecendo um olhar intimista, psicológico e profundamente inquietante sobre a linha ténue entre humanidade e monstruosidade.

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O duelo mental que define o filme

Rami Malek interpreta Douglas Kelley, o psiquiatra norte-americano encarregado de avaliar o estado mental dos principais líderes nazis enquanto aguardavam julgamento. Entre eles está Hermann Göring, aqui interpretado por um Russell Crowe transformado — carismático, manipulador e perigosamente lúcido.

O filme centra-se no confronto entre estes dois homens:

  • um médico determinado a compreender a mente dos responsáveis por atrocidades inimagináveis,
  • e um líder nazi que se revela intelectualmente afiado, sedutor até, e capaz de manipular cada palavra como arma.

É um duelo psicológico que ultrapassa a mera análise clínica: é uma batalha pela verdade, pela memória e pela tentativa de perceber o que leva homens aparentemente racionais a cometer crimes indescritíveis.

Michael Shannon surge como Robert H. Jackson, o juiz do Supremo Tribunal dos EUA que ajudou a criar o primeiro tribunal internacional da história — uma figura fulcral num momento em que o mundo precisava de justiça, não vingança.

A actualidade perturbadora de Nuremberga

James Vanderbilt sublinha que o filme não pretende apenas revisitar o passado, mas também alertar o presente:

“O mal nem sempre veste uniforme ou anuncia a sua chegada. Pode ser sedutor, inteligente e até encantador — como Göring era.”

A obra ecoa perigos contemporâneos — da desinformação ao extremismo — e recorda que a democracia só se sustenta quando a verdade é encarada de frente. Vanderbilt, que sempre soube conjugar rigor histórico com tensão narrativa, oferece aqui um filme que é tão emocional quanto intelectualmente desafiante.

Uma história que continua a moldar o mundo

Os Julgamentos de Nuremberga estabeleceram os princípios básicos da responsabilidade individual perante crimes contra a humanidade. Foram o início de um conceito que ainda hoje define o direito internacional e as formas como o mundo responde à barbárie.

Nuremberga quer devolver à memória colectiva esse momento de viragem, lembrando-nos que a civilização se constrói através de escolhas — e que, por vezes, o maior ato de coragem é simplesmente escolher a justiça.

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O filme estreou mundialmente no Toronto International Film Festival (TIFF), passou pelo Tribeca Festival Lisboa, e chega agora às salas portuguesas com distribuição da NOS Audiovisuais.

🎬 Nuremberga

📅 Estreia a 4 de dezembro nos cinemas portugueses

🎥 Realização e argumento: James Vanderbilt

⭐ Elenco: Rami Malek, Russell Crowe, Michael Shannon

📚 Inspirado na obra The Nazi and the Psychiatrist de Jack El-Hai

Fantastic Four — Dez Anos Depois, Miles Teller Aponta o Dedo ao Verdadeiro Responsável pelo Falhanço

O actor, que interpretou Reed Richards, relembra o desastre de 2015 e diz que “uma pessoa muito importante estragou tudo”

Já passaram dez anos desde que Fantastic Four (2015) chegou aos cinemas… e entrou diretamente para a história como um dos maiores desastres do cinema de super-heróis. Realizado por Josh Trank, o filme arrecadou uma crítica demolidora — 9% no Rotten Tomatoes — e fez a 20th Century Fox perder entre 80 e 100 milhões de dólares. Não admira que a sequela tenha sido cancelada antes mesmo de ser anunciada.

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Agora, numa nova entrevista à SiriusXM, Miles Teller, o Reed Richards daquele elenco, voltou a falar do tema com uma franqueza invulgar:

“É uma pena, porque tanta gente trabalhou arduamente naquele filme e, honestamente, talvez houvesse uma pessoa muito importante que lixou tudo.”

Sem nomear ninguém, Teller deixa claro que o fracasso não foi culpa do elenco — nem do esforço da equipa técnica. Para o actor, tudo começou a desmoronar-se bem antes da estreia.

O momento em que Teller percebeu que “estavam em sarilhos”

O actor lembra-se perfeitamente da primeira vez que viu o filme concluído:

“Falei com um dos chefes do estúdio e disse-lhe: ‘Acho que estamos com um problema.’”

E não era só ele. Entre tensões nos bastidores, relatos de reescrições de última hora e uma produção marcada por conflitos entre estúdio e realizador, Fantastic Four tornou-se um exemplo clássico de como uma má gestão criativa pode arruinar até os melhores ingredientes.

E os ingredientes estavam lá:

  • Miles Teller como Reed Richards
  • Kate Mara como Sue Storm
  • Michael B. Jordan como Johnny Storm
  • Jamie Bell como Ben Grimm
  • Toby Kebbell como Doctor Doom

Um elenco jovem, talentoso e escolhido para rejuvenescer a Primeira Família da Marvel.

Teller recorda que, naquela fase da carreira, entrar num filme de super-heróis era visto como “a porta de entrada para ser levado a sério enquanto leading man”. E essa era a grande oportunidade deles — uma oportunidade que, segundo ele, “foi arruinada por uma única pessoa com demasiado poder”.

Da ruína ao renascimento: os Fantastic Four no MCU

Passada uma década, a equipa encontrou finalmente o seu renascimento no Marvel Cinematic Universe. A Marvel estreou este ano The Fantastic Four: First Steps, com um elenco aclamado:

  • Pedro Pascal (Reed Richards)
  • Vanessa Kirby (Sue Storm)
  • Joseph Quinn (Johnny Storm)
  • Ebon Moss-Bachrach (Ben Grimm)

A recepção foi incomparavelmente melhor — e a equipa regressará em Avengers: Doomsday, oficialmente integrados no centro do MCU.

Para Miles Teller, é o fecho de um ciclo: o filme dele pode ter falhado, mas a personagem que interpretou renasceu com força, e o público parece finalmente pronto para abraçar os Quatro Fantásticos como a Marvel sempre quis.

O futuro da Marvel segue em frente

Enquanto isso, o MCU continua a expandir-se. O próximo grande marco é Spider-Man 4, oficialmente intitulado Spider-Man: Brand New Day, com estreia marcada para 31 de julho de 2026.

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E quem quiser acompanhar tudo o que vem aí na Fase 6 tem muita matéria para devorar: filmes, séries, crossovers e universos que se aproximam — felizmente sem o tipo de pesadelos de bastidores que assombraram Fantastic Four(2015).

“Sem Tempo” — Quando o Tempo se Torna Dinheiro

Um futuro onde o relógio dita a vida

Num futuro não muito distante, o dinheiro deixou de ser a medida de valor. Em Sem Tempo (In Time, 2011), Andrew Niccol, o realizador de Gattaca e argumentista de The Truman Show, imagina uma sociedade onde o tempo de vida é literalmente a moeda corrente. Cada pessoa tem um contador luminoso no antebraço que indica quanto tempo lhe resta. Trabalhar dá tempo; gastar, custa tempo. E quando o relógio chega a zero, o coração pára.

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A ideia é tão simples quanto perturbadora: as desigualdades sociais deixaram de se medir em riqueza, mas em segundos. Os ricos vivem séculos, praticamente imortais; os pobres lutam dia após dia por mais umas horas de existência.

É neste mundo de injustiça programada que conhecemos Will Salas (Justin Timberlake), um jovem operário da zona pobre que, por acaso do destino, recebe uma fortuna em tempo. A sua nova riqueza transforma-o num alvo — e num fugitivo. Ao lado de Sylvia Weis (Amanda Seyfried), filha de um magnata que controla as “bancas do tempo”, Will decide desafiar o sistema e devolver os minutos roubados aos que vivem condenados à pressa.

Entre a ficção científica e a crítica social

Andrew Niccol constrói uma parábola moral de precisão quase matemática. O conceito do tempo como moeda é uma metáfora poderosa para o capitalismo extremo, onde cada segundo tem preço e a vida humana se transforma num bem transacionável. A estética do filme — fria, limpa, sem excessos — reforça essa sensação de artificialidade e controlo.

Sem Tempo é um daqueles filmes em que a ficção científica serve de espelho à realidade. O contraste entre os distritos miseráveis de Dayton e as luxuosas “zonas temporais” dos mais abastados lembra uma versão futurista de Metrópolis com estética retro-futurista, onde carros clássicos deslizam por ruas impecáveis enquanto, nas sombras, as massas lutam por respirar.

Performances e energia

Justin Timberlake, num dos papéis mais sérios da sua carreira, surpreende ao equilibrar vulnerabilidade e revolta. Amanda Seyfried é o contraponto ideal — fria e ingénua no início, cúmplice e ousada à medida que o filme acelera. E Cillian Murphy, como o impiedoso “guarda do tempo”, empresta à narrativa a tensão necessária para manter o público colado ao ecrã.

O ritmo do filme é constante, quase como o tique-taque de um relógio. Niccol filma perseguições elegantes, diálogos curtos e olhares carregados de urgência. Há um charme particular em ver a ficção científica tratada com esta clareza moral: aqui, a ação e a ideia correm lado a lado, sem que nenhuma se perca no caminho.

Um filme que nos deixa a pensar

Apesar de algumas críticas que apontaram falhas no desenvolvimento do enredo, Sem Tempo mantém um encanto próprio. A sua força não está na complexidade do argumento, mas na simplicidade da metáfora — e na forma como esta ressoa em tempos de desigualdade crescente. Num mundo onde a expressão “tempo é dinheiro” nunca foi tão literal, Niccol lembra-nos que o tempo, mais do que uma moeda, é o que nos torna humanos.

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O resultado é um filme elegante e provocador, que mistura ação, romance e filosofia numa só corrida contra o inevitável. Ao final, o espectador fica com a sensação de ter desperdiçado nada — apenas de ter gasto quase duas horas da melhor forma possível: a pensar no valor do próprio tempo.

Marque na sua agenda para quinta-feira 13 de Novembro às 22:30 no canal Cinemundo.

Kathryn Bigelow — A Mestra da Tensão Que Mudou as Regras de Hollywood

A mulher que transformou a ação em arte

Kathryn Bigelow não é apenas uma realizadora — é uma força da natureza. Desde os primeiros passos como pintora conceptual até à consagração nos Óscares, a sua carreira tem sido um desafio permanente às expectativas da indústria. Nascida em 1951, na Califórnia, Bigelow começou por estudar pintura no prestigioso San Francisco Art Institute, mas cedo percebeu que o seu verdadeiro meio de expressão era o cinema. E o resto é história — uma história feita de adrenalina, explosões e personagens em permanente confronto com os seus próprios limites.

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Quando, em 2010, se tornou a primeira mulher a ganhar o Óscar de Melhor Realização por Estado de Guerra (The Hurt Locker), Bigelow não apenas quebrou um recorde: rasgou um estereótipo. Provou que o cinema de guerra, de ação e de ritmo frenético podia ter assinatura feminina — e que essa assinatura podia ser a mais incisiva de todas.

O olhar feminino sobre a tensão masculina

O cinema de Bigelow distingue-se pelo domínio absoluto da tensão. Cada plano é uma corda esticada ao limite, cada sequência um estudo de pulsação. Filmes como Ruptura Explosiva (Point Break, 1991) redefiniram o género de ação dos anos 90, misturando o espírito rebelde do surf com o caos urbano dos assaltos a bancos — e fizeram de Keanu Reeves e Patrick Swayze ícones de uma geração.

Depois, vieram obras mais sombrias e psicológicas como Strange Days (1995), um retrato de um futuro distópico que antecipou o debate sobre vigilância e tecnologia, e K-19: The Widowmaker (2002), com Harrison Ford e Liam Neeson, onde Bigelow explorou o medo e a honra dentro de um submarino nuclear soviético à beira da catástrofe.

Em todas estas histórias há uma constante: personagens à beira do colapso, testadas até ao limite — física e emocionalmente.

Novembro no Cinemundo: tensão garantida

Canal Cinemundo dedica o mês de novembro a celebrar o talento feroz de Kathryn Bigelow, com um ciclo que mostra o melhor da sua carreira. E ainda há dois filmes imperdíveis por ver:

  • 17 de novembro — K-19: O Submarino (22h30)
  • 24 de novembro — Estado de Guerra (The Hurt Locker, 22h30)

Do frio claustrofóbico das profundezas do oceano à poeira sufocante do deserto iraquiano, Bigelow mostra duas faces do mesmo tema: o preço da coragem.

Em K-19, mergulhamos numa missão soviética à beira do desastre nuclear; em Estado de Guerra, seguimos uma equipa de artificieiros no Iraque, onde cada segundo pode ser o último. São dois filmes que captam na perfeição o que faz de Bigelow uma autora única — a capacidade de nos deixar sem fôlego e, ainda assim, completamente imersos na humanidade das suas personagens.

E na Netflix… prestes a explodir

Para quem quiser continuar mergulhado no universo de Bigelow, há mais uma razão para não perder o fôlego: o filme Prestes a Explodir (Blue Steel) está disponível na Netflix. Este thriller dos anos 90, protagonizado por Jamie Lee Curtis, é um exemplo clássico da tensão psicológica que viria a definir o estilo da realizadora — uma história de obsessão e violência urbana que ainda hoje permanece surpreendentemente atual.

Uma autora que desafia géneros

Kathryn Bigelow é uma daquelas raras realizadoras cuja obra tem a mesma intensidade de uma detonação controlada: precisa, brutal e fascinante. O seu cinema desafia géneros, redefinindo a ação com uma sensibilidade quase documental e uma estética que nunca faz concessões.

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De The Loveless a Estado de Guerra, passando por Zero Dark Thirty, Bigelow construiu uma filmografia onde a adrenalina é arte e o silêncio pode ser mais explosivo do que qualquer bomba.

Em novembro, o Cinemundo dá-lhe o palco que merece — e nós, espectadores, só temos de segurar a respiração

“Frankenstein” de Guillermo del Toro: Um Final Que Humaniza o Monstro — e o Criador

A nova adaptação de Frankenstein pela Netflix dá vida à obra de Mary Shelley com o toque gótico e emocional de Guillermo del Toro — e um final profundamente diferente do original literário.

Depois de anos de espera e expectativas elevadas, Guillermo del Toro apresentou finalmente a sua versão de Frankenstein, disponível na Netflix. O filme, que conquistou a crítica em festivais internacionais, conta com Jacob ElordiOscar Isaac e Mia Goth em interpretações poderosas e carregadas de emoção.

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Como seria de esperar de del Toro, o cineasta não se limitou a uma simples adaptação: reimaginou o final do clássico de Mary Shelley, oferecendo uma leitura mais compassiva e simbólica da história — onde a culpa, o perdão e a humanidade assumem o papel central.

Um clássico renascido com o toque de del Toro

O realizador mexicano mantém-se fiel ao tom gótico e trágico do romance de 1818, mas introduz alterações subtis e significativas. O filme decorre na mesma época vitoriana e preserva a melancolia sombria do original, mas a sua criatura — interpretada de forma magistral por Jacob Elordi — é mais dócil, mais reflexiva e mais humana.

A personagem de Elizabeth, por sua vez, sofre uma transformação importante: de esposa de Victor Frankenstein no livro, passa a ser o amor do irmão do cientista e uma figura que sente empatia pela criatura. Essa mudança dá nova dimensão emocional à história e distancia-a da leitura tradicional do “cientista louco e do monstro incompreendido”.

Um final de redenção, não de tragédia

No romance de Shelley, o desfecho é sombrio: Victor persegue o monstro até ao Ártico, em busca de vingança pela morte de Elizabeth, mas acaba por morrer esgotado. O capitão Walton, que recolhe o cientista moribundo no seu navio, presencia a cena final — o monstro a chorar sobre o corpo do criador, antes de desaparecer nas trevas geladas para pôr termo à própria vida.

Guillermo del Toro decide inverter essa tragédia. Na sua versão, Victor é quem acidentalmente mata Elizabeth ao tentar atacar a criatura. Ainda vivo quando o monstro o encontra, os dois acabam por reconciliar-se num momento de puro lirismo: Victor chama-lhe “meu filho” e pede perdão.

Num gesto de compaixão rara, a criatura perdoa-o e ajuda a libertar o navio preso no gelo. O filme termina com o monstro a observar o nascer do sol — uma imagem que del Toro transforma num símbolo de renascimento e paz interior, em vez da desolação existencial que encerra o livro.

O toque de del Toro: monstros com alma

Ao longo da sua carreira, o realizador de O Labirinto do Fauno e A Forma da Água tem mostrado fascínio pelos “monstros humanos” — seres que, apesar de deformados ou temidos, revelam mais humanidade do que aqueles que os criam ou perseguem.

Em Frankenstein (2025), essa ideia atinge o seu auge. Del Toro transforma a relação entre criador e criatura numa história de reconciliação e perdão, em que ambos reconhecem a dor que causaram um ao outro. A tragédia dá lugar à compaixão, e o terror cede ao humanismo.

O resultado é uma obra visualmente deslumbrante e emocionalmente avassaladora — um Frankenstein que não fala apenas de morte e ambição, mas de aceitação e redenção.

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Frankenstein (2025) está disponível na Netflix, depois de uma passagem de sucesso pelos festivais de Veneza e Toronto, onde foi aplaudido como uma das melhores obras da carreira de Guillermo del Toro.

Esposa de Jimmy Kimmel Fala da Dor de Ter Família Pró-Trump: “O Meu Marido Está Lá Fora a Lutar Contra Esse Homem”

Molly McNearney, mulher do apresentador de Jimmy Kimmel Live, revelou como o apoio de familiares a Donald Trump abalou relações pessoais e trouxe tensão para dentro de casa.

O apresentador norte-americano Jimmy Kimmel tornou-se há muito tempo um dos críticos mais ferozes de Donald Trump entre as figuras da televisão norte-americana. Mas agora, a guerra política ultrapassou o ecrã e chegou ao coração da sua vida familiar.

Em entrevista ao podcast We Can Do Hard ThingsMolly McNearney, casada com Kimmel há 12 anos e atualmente guionista-chefe e produtora executiva do programa Jimmy Kimmel Live, falou sobre o impacto emocional e pessoal que o clima político tem causado dentro da própria família.

Dói-me muito, porque agora tenho uma relação pessoal com isto: o meu marido está lá fora, todos os dias, a lutar contra esse homem”, desabafou, referindo-se a Trump.

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Famílias divididas pela política

McNearney revelou que o apoio de alguns familiares a Trump em 2016 já tinha causado desconforto, mas que o cenário em 2024 tornou-se insustentável. “Na minha perspetiva, votar em Trump é o mesmo que não votar em mim, nem no meu marido, nem na nossa família. Infelizmente, perdi relações com pessoas da minha família por causa disso.”

A guionista explicou que cresceu num meio “muito conservador e republicano”, mas que a sua visão mudou com o tempo. “Isto já não é apenas uma questão de Republicanos versus Democratas. Para mim, trata-se de valores familiares. Cresci a acreditar nos ideais cristãos de cuidar dos doentes e dos pobres — e não vejo isso refletido neste partido republicano.”

Segundo McNearney, esse conflito interno tem-lhe causado frustração constante: “Sinto-me em conflito permanente e zangada o tempo todo. E isso não é saudável.”

Emails, apelos e desilusões

Às vésperas das eleições, McNearney contou ter enviado e-mails emocionados a vários familiares, implorando que não votassem em Trump. “Mandei uma lista com dez razões para não votar neste homem. Pedi-lhes, quase a suplicar. Mas não resultou.”

O esforço, admite, acabou por acentuar a divisão: “Aproximou-me das pessoas da família com quem me sinto mais alinhada, mas afastou-me das outras. E odeio que isto tenha acontecido.”

Kimmel, por sua vez, manteve a sua postura combativa. Após o regresso de Jimmy Kimmel Live ao ar — depois de uma breve suspensão pela ABC devido a comentários sobre o movimento MAGA —, o apresentador voltou a ironizar Trump em direto. “Segundo uma nova sondagem da YouGov, sou mais popular do que o presidente dos Estados Unidos”, brincou, arrancando gargalhadas do público.

Num tom mais ácido, acrescentou: “Nunca fui condenado por nenhum crime, nunca fui amigo do Jeffrey Epstein, nem paguei a uma estrela pornográfica. Portanto, acho que merecia uma pontuação um bocadinho melhor.”

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A batalha que transcende o ecrã

A tensão entre Kimmel e Trump não é nova, mas os últimos meses tornaram-na pessoal. O apresentador tornou-se um alvo recorrente dos apoiantes do ex-presidente, especialmente após os seus comentários sobre o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk. O episódio levou a ABC a suspender temporariamente o programa em setembro, antes de o reinstaurar devido à pressão do público e ao cancelamento em massa de assinaturas da Disney+.

Enquanto o debate político continua a polarizar os EUA, Kimmel e McNearney representam, à sua maneira, o retrato íntimo de um país dividido — onde as discussões eleitorais já não se travam apenas na televisão, mas também à mesa de jantar.

Conflito Entre YouTube TV e Disney Aquece: ESPN Fora do Ar e Troca de Acusações Pública

A guerra entre gigantes do streaming chegou ao auge: Disney acusa o YouTube TV de recusar um acordo justo, enquanto a plataforma denuncia as “táticas antigas” da Disney para manipular a opinião pública.

O conflito entre Disney e YouTube TV — que começou como uma disputa contratual — transformou-se agora num dos maiores embates do ano no mundo do streaming. Milhões de utilizadores norte-americanos perderam o acesso aos canais da ESPN e da ABC, afetando transmissões da NFL, do College Football e até o popular College GameDay.

Na sexta-feira, a situação escalou quando um memorando interno da Disney, enviado aos funcionários, foi divulgado publicamente, levando o YouTube TV a responder de imediato com um comunicado contundente.

📺 O que está em causa

Segundo a Disney, as negociações começaram “com uma proposta que reduziria custos em relação ao contrato anterior”, permitindo ao YouTube TV “passar essa poupança aos clientes”. O grupo também afirmou ter oferecido novos pacotes personalizados, adaptados a diferentes perfis de público — desporto, entretenimento, famílias e crianças.

O memorando, assinado pelos copresidentes da Disney Entertainment Dana Walden e Alan Bergman, e pelo presidente da ESPN Jimmy Pitaro, sublinha que a empresa tem sido “flexível e justa”, e acusa o YouTube TV de exigir “termos preferenciais abaixo do valor de mercado”.

“O YouTube TV age como se fosse o único jogador em campo”, escreveu a direção da Disney. “Não podemos permitir que ninguém subverta a nossa capacidade de investir no melhor talento e conteúdo.”

💥 A resposta do YouTube TV

A réplica não tardou. Num comunicado divulgado via o jornalista Andrew Marchand, do The Athletic, o YouTube TV acusou a Disney de recorrer às “velhas táticas”, incluindo vazamentos propositados para a imprensa e negociações em praça pública através das suas figuras mediáticas.

“Mais uma vez, a Disney recorre a métodos antiquados, deturpando factos e tentando manipular o público”, afirmou a plataforma. “A nossa equipa está pronta para chegar a um acordo justo, em linha com o que outros distribuidores já aceitaram. A Disney precisa de regressar à mesa e fazer o que é melhor para os nossos clientes comuns.”

Fontes próximas das negociações indicam que nenhum acordo está próximo, o que significa que os assinantes da plataforma continuarão sem acesso à ESPN durante os jogos decisivos da época desportiva.

🏈 Um “apagão” em plena época alta

O impacto é significativo. O Monday Night Football e os jogos de topo da NCAA deixaram de estar disponíveis no YouTube TV, gerando revolta entre os fãs. Para mitigar a situação, o comentador Pat McAfee anunciou que transmitirá o College GameDay em direto através da rede X (antigo Twitter), oferecendo um alívio temporário para os adeptos.

Entretanto, os clientes da plataforma expressam frustração nas redes, muitos ameaçando mudar para serviços concorrentes como Hulu Live TV ou FuboTV, que mantêm os canais da ESPN.

🔮 O que pode acontecer a seguir

Analistas do setor consideram que este conflito reflete a nova tensão entre criadores de conteúdo e distribuidores digitais, com ambos os lados a tentar impor modelos de negócio mais lucrativos.

Nos bastidores, há quem diga que a Disney pretende usar este impasse para reforçar o seu próprio serviço, o ESPN+, enquanto o YouTube TV insiste em controlar custos para manter o preço do pacote base competitivo.

Por agora, o resultado é um clássico jogo de poder à americana — e o público, como sempre, é quem mais perde.

Franchise de Dinossauros Regressa: Jurassic World: Rebirth Pode Ter Sequência Confirmada

Logo após o sucesso nos cinemas, surgem relatos de que a produtora Universal Pictures já prepara a próxima aventura jurássica — com o realizador Gareth Edwards e o elenco de regresso.

A saga dos dinos continua a dar que falar. Depois de Jurassic World: Rebirth (2025) arrecadar mais de 868 milhões de dólares em bilheteira mundial, vários meios americanos avançam que o próximo capítulo está em preparação.  

Segundo o site Gizmodo, o realizador Gareth Edwards encontra-se em “negociações finais” para voltar ao comando da sequência, e a Universal pretende reunir novamente nomes como Scarlett Johansson, Mahershala Ali e Jonathan Bailey.  

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🦖 Sobre o filme

Jurassic World: Rebirth é o sétimo filme da franquia Jurassic Park e uma sequência autónoma de Jurassic World Dominion (2022). A trama segue uma equipa que viaja até uma instalação de investigação para recolher amostras de dinossauros raros na tentativa de revolucionar a medicina humana.  A estreia original norte-americana foi a 2 de Julho de 2025.  

🎬 Mas… e em Portugal?

Até ao momento não há anúncio oficial de quando Rebirth estará disponível em streaming em Portugal — mas dado o padrão recente da distribuidora para outros títulos da Universal, é provável que chegue primeiro em filmes premium nos cinemas e depois apareça numa das plataformas habituais como a Amazon Prime Video ou a Apple TV + . Fique atento às actualizações: normalmente a janela de estreia para streaming ocorre algumas semanas após o encerramento da exibição cinematográfica no mercado nacional.

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Glenn Close Responde Aos Críticos de All’s Fair Com Humor — e Uma Referência a Atração Fatal

A atriz de 78 anos não ficou calada perante as duras críticas à nova série de Ryan Murphy — e usou um toque de humor negro inspirado no seu clássico de 1987 para defender Kim Kardashian.

As críticas a All’s Fair, a nova série de Ryan Murphy protagonizada por Kim Kardashian e um elenco de luxo que inclui Glenn CloseSarah PaulsonNaomi Watts e Niecy Nash-Betts, têm sido arrasadoras. Mas Glenn Close, fiel à sua reputação de mulher de garra, não deixou o ataque passar em branco.

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Num gesto carregado de ironia e referências cinematográficas, a atriz partilhou no Instagram um desenho da equipa da série junto de uma panela com um coelho a ferver, acompanhada pela legenda: “👏👏👏👏👏😂”.

A ilustração é uma clara alusão a Atração Fatal (Fatal Attraction, 1987), o thriller psicológico que lhe valeu uma nomeação ao Óscar e onde a sua personagem, Alex Forrest, infamemente cozinha o coelho de estimação da filha do amante.

🔥 Uma resposta à altura

A publicação surgiu dias depois de a crítica norte-americana ter arrasado a série, chamando-a de “um desastre total”, “a pior série do ano” e “televisão feita em modo automático”. All’s Fair estreou com um devastador 0% no Rotten Tomatoes, e embora a pontuação do público tenha subido ligeiramente, o consenso entre os críticos continua longe de ser positivo.

O gesto de Close foi recebido com entusiasmo pelos colegas de elenco — Naomi Watts e Teyana Taylor reagiram com emojis de aplausos e gargalhadas, apoiando o espírito bem-humorado da veterana atriz.

⚖️ All’s Fair — entre o escândalo e a sátira

Criada por Ryan Murphy (American Horror StoryGlee), a série segue um grupo de advogadas poderosas que abrem o seu próprio escritório para representar mulheres ricas e influentes em casos de divórcio e vingança.

Kim Kardashian, que interpreta Allura Grant, uma advogada de divórcios implacável inspirada na sua própria experiência com o sistema judicial, tem sido o principal alvo das críticas — especialmente pela sua interpretação considerada “rígida” e “sem emoção”. Ainda assim, a série tem atraído audiências curiosas, impulsionada pelo seu tom camp e pela presença de nomes de peso no elenco.

💬 Glenn Close e o poder da ironia

Ao brincar com um dos papéis mais icónicos da sua carreira, Glenn Close mostrou que continua a dominar a arte de responder sem precisar de palavras — apenas com uma imagem provocadora.

A atriz, nomeada oito vezes ao Óscar, parece não se deixar abalar pelas críticas: se All’s Fair divide opiniões, a sua publicação uniu fãs e colegas numa gargalhada cúmplice.

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E, como disse um dos comentários mais populares no Instagram:

“Se Glenn Close está a cozinhar coelhos, é sinal de que a coisa vai aquecer.”

Guillermo del Toro Reinventa Frankenstein para a Era da Inteligência Artificial

A nova adaptação do clássico de Mary Shelley estreia hoje na Netflix — também em Portugal — e traz Oscar Isaac e Jacob Elordi num duelo entre criação e destruição, com um olhar feroz sobre os “deuses” da tecnologia moderna.

O monstro mais famoso da literatura volta a ganhar vida — literalmente — pelas mãos de Guillermo del Toro, e a crítica internacional já o descreve como “o Frankenstein que Mary Shelley escreveria se vivesse em 2025”. A aguardada adaptação, estreada hoje na Netflix (disponível também em Portugal), é uma leitura intensa e contemporânea sobre ciência sem ética, ego e responsabilidade, temas que o realizador de A Forma da Água domina como poucos.

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💀 Um Frankenstein para a era digital

Del Toro transporta o mito clássico para uma leitura moderna, onde Victor Frankenstein (interpretado por Oscar Isaac) surge como uma espécie de génio tecnológico obcecado com a criação — mais próximo de um Elon Musk ou Sam Altman do que de um cientista vitoriano. A crítica do Engadget foi incisiva: “O Frankenstein de Del Toro é o reflexo sombrio dos visionários do Vale do Silício — homens que gritam ‘Está vivo!’ sem se importarem com as consequências.”

Na história, o cientista reanima um corpo morto apenas porque pode, sem medir as implicações morais do ato. A criatura — interpretada com uma vulnerabilidade arrepiante por Jacob Elordi — nasce inocente, mas é rejeitada pelo seu criador, repetindo o ciclo de dor e abandono. A brutalidade física das cenas contrasta com a melancolia do olhar do monstro, num registo visual que é puro del Toro: luxo gótico, sangue e poesia em partes iguais.

⚡ Entre o terror e a tragédia

Desde a sua estreia mundial, Frankenstein tem sido descrito como uma das obras mais pessoais do realizador. Tal como confessou à NPR, Del Toro cresceu fascinado pelo monstro de 1931 — e este filme parece ser o culminar de uma obsessão de infância.

“Ver o monstro pela primeira vez foi uma epifania”, disse o realizador. “Fez-me compreender a minha fé, o meu amor pela vida e o que significa criar algo imperfeito.”

Críticos de publicações como o Variety e o The Guardian destacam o equilíbrio entre espetáculo visual e reflexão filosófica, com um elenco que “transcende a caricatura” — Oscar Isaac como o criador narcisista e Jacob Elordi como a criatura mais humana que o homem que a fez. A atriz Elizabeth, figura trágica e romântica, completa o triângulo emocional num filme que mistura horror, amor proibido e culpa.

🧠 Uma crítica ao mundo moderno

Mais do que um remake, Del Toro transforma Frankenstein num espelho da sociedade contemporânea: a busca incessante por inovação, o poder das corporações tecnológicas e a erosão da empatia humana.

“Porque é que Victor trouxe os mortos de volta à vida? Porque podia”, resume um dos críticos do IndieWire. “E essa é exatamente a lógica que hoje move o Vale do Silício.”

O filme é, assim, tanto um conto gótico como uma fábula sobre a arrogância da inteligência artificial e da biotecnologia, num mundo onde criar deixou de ser um ato de descoberta e passou a ser uma questão de domínio.

Quando questionado sobre o uso de ferramentas de IA no cinema, Del Toro respondeu à NPR sem hesitar:

“Preferia morrer.”

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🎬 A assinatura de um mestre

Filmado com cenários grandiosos e uma fotografia deslumbrante, o novo Frankenstein tem tudo o que se espera de Del Toro: monstros com alma, beleza na escuridão e uma dor que é, paradoxalmente, profundamente humana.

Disponível a partir de hoje na Netflix, o filme já é considerado uma das estreias do ano — uma história intemporal que, duzentos anos depois, continua a perguntar: quem é o verdadeiro monstro — o criador ou a criatura?

Seth Rogen Revê o Escândalo de The Interview, 11 Anos Depois: “Provavelmente Foi a Coreia do Norte… Mas Talvez Com Ajuda de Americanos”

O ator e argumentista reflete sobre o hack da Sony em 2014, o impacto que teve em Hollywood e o que realmente aprendeu com a polémica com a Coreia do Norte.

Onze anos depois do caos em torno de The Interview — a comédia que quase causou um incidente diplomático entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte —, Seth Rogen voltou a falar sobre o assunto. Em entrevista à GQ, o ator e realizador admitiu que ainda não sabe ao certo quem esteve por trás do ataque informático à Sony Pictures, que se tornou um dos episódios mais controversos da história recente de Hollywood.

“Acho que estou finalmente em paz com o que aconteceu”, confessou Rogen. “Mas ainda não tenho a certeza absoluta de quem fez o quê. A verdade continua a ser um pouco esquiva para mim. Provavelmente foi a Coreia do Norte… mas talvez com ajuda de pessoas na América?”

💻 O hack que abalou Hollywood

Em 2014, pouco antes da estreia de The Interview, a Sony foi vítima de um ataque cibernético massivo que expôs milhares de e-mails e documentos internos da empresa. O grupo responsável, que se autodenominava Guardians of Peace, exigiu que o estúdio cancelasse o lançamento do filme — uma sátira política em que Rogen e James Francointerpretam dois jornalistas recrutados pela CIA para assassinar o ditador norte-coreano Kim Jong-un, vivido por Randall Park.

A Coreia do Norte reagiu furiosamente, descrevendo o filme como “um ato de guerra”, e as ameaças foram levadas tão a sério que a Sony optou por cancelar a estreia nos cinemas e lançar o filme apenas online.

“Houve pessoas a perder os empregos por causa disto. A Amy Pascal [presidente da Sony] acabou por ser afastada. Foi um terramoto em Hollywood”, recordou Rogen. “A forma como os estúdios passaram a lidar com controvérsia mudou completamente.”

🎬 O que Rogen mudaria — mas no guião, não no escândalo

Curiosamente, quando olha para trás, Seth Rogen diz que as suas maiores críticas ao filme não têm a ver com o incidente político, mas com o próprio argumento.

“Com tudo o que aconteceu, o que penso é: ‘Podíamos ter acrescentado mais uma grande sequência cómica no segundo ato’. É nisso que fico a pensar”, brincou. “Hoje tenho uma noção mais clara do que é preciso para fazer uma comédia funcionar de verdade.”

🧨 Um “teste de fogo” para a liberdade criativa

O escândalo de The Interview forçou a indústria a debater os limites da sátira e da liberdade artística. Rogen admite que o episódio o marcou profundamente, mas também redefiniu a sua noção de controvérsia:

“Percebi o que é realmente uma polémica. Se o presidente fala sobre isso e a ONU emite um comunicado — isso é polémica. Se alguém se zanga no Twitter, não é.”

Mais de uma década depois, o ator parece finalmente ter feito as pazes com o passado — embora a pergunta que o persegue desde 2014 continue sem resposta definitiva: quem, afinal, atacou a Sony?

Viúva Clicquot: A Mulher que Transformou o Champanhe Numa Lenda

Baseado numa história verídica, o filme retrata Barbe-Nicole Ponsardin Clicquot, uma das primeiras grandes empresárias da era moderna — e o rosto por trás de uma das marcas mais icónicas do mundo.

Chega aos cinemas portugueses no dia 13 de novembro o aguardado drama histórico Viúva Clicquot, inspirado na biografia bestseller do New York Times que celebra a vida e o legado de Barbe-Nicole Ponsardin Clicquot, a visionária que revolucionou o universo do champanhe.

Após a morte prematura do marido, Barbe-Nicole recusa-se a seguir o destino convencional reservado às mulheres do início do século XIX. Em vez disso, decide tomar as rédeas da pequena adega familiar e transformá-la num império. Determinada, enfrenta guerras, intrigas e preconceitos, mas acaba por criar um dos nomes mais prestigiados do mundo do luxo: Veuve Clicquot.

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🍾 Uma história de coragem e inovação

Protagonizado por Haley Bennett, no papel da jovem viúva que desafia o seu tempo, o filme conta também com Tom Sturridge e Sam Riley. A realização está a cargo de Thomas Napper, com produção de Joe Wright (Orgulho e PreconceitoA Hora Mais Negra).

A narrativa acompanha as batalhas pessoais e profissionais de uma mulher que, num mundo dominado por homens, ousou liderar e inovar — criando um método de produção que redefiniu o champanhe e transformou o nome Clicquot num símbolo internacional de audácia e excelência.

🎬 Uma produção com sabor francês

Filmado inteiramente em França, Viúva Clicquot leva o espectador ao coração da região de Reims e Chablis, na Borgonha, locais onde o champanhe nasceu. O Château de Béru serve de cenário à propriedade da família Clicquot, e o filme contou com apoio direto dos arquivos da Maison Clicquot, garantindo um rigor histórico e visual excecionais.

Entre paisagens bucólicas, detalhes de época e uma fotografia que evoca o brilho dourado do champanhe, o filme é tanto uma homenagem à bebida quanto à mulher que ousou desafiar o impossível.

💛 Uma celebração do espírito feminino

Mais do que uma biografia, Viúva Clicquot é uma história sobre resiliência, ambição e amor — uma viagem emocional através das perdas e conquistas de uma mulher que deixou a sua marca na história e abriu caminho para gerações futuras de empreendedoras.

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Com distribuição da NOS Audiovisuais, o filme estreia a 13 de novembro nas salas de cinema nacionais.

“Nuremberga” Divide Críticos e Historiadores: Afinal, o Que É Real no Novo Filme Sobre os Julgamentos Nazis?

Com Rami Malek e Russell Crowe nos papéis principais, o filme retrata os bastidores dos julgamentos de Nuremberga — mas até que ponto é fiel à História?

Estreado recentemente nos cinemas, Nuremberga (Nuremberg, no original) é um dos filmes mais comentados do momento — e também um dos mais escrutinados pelos historiadores. Realizado por James Vanderbilt (ZodiacTruth), o drama mergulha nas consequências imediatas da Segunda Guerra Mundial, acompanhando o julgamento dos principais líderes nazis em 1945 e 1946.

Mas enquanto o público elogia as interpretações intensas de Rami Malek (como o psiquiatra militar Douglas Kelley) e Russell Crowe (como Hermann Göring), várias publicações norte-americanas — entre elas o USA Today e o Variety — levantam a questão: até que ponto o filme é historicamente preciso?

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🧠 O psiquiatra que tentou compreender o mal

O ponto de partida de Nuremberga é o livro de não-ficção The Nazi and the Psychiatrist, de Jack El-Hai, que documenta a relação entre o psiquiatra do exército americano Douglas Kelley e o prisioneiro nazi Hermann Göring, antes e durante os julgamentos.

No filme, Kelley tenta compreender a mente de Göring e o que leva um homem a cometer atrocidades em massa. O próprio realizador explicou que a relação entre ambos “era de confronto e fascínio mútuo”:

“Eles provocavam-se e analisavam-se um ao outro — e, de certa forma, acabaram por apreciar essa troca intelectual”, disse Vanderbilt.

De facto, Kelley e Göring chegaram a desenvolver uma relação de confiança, e o psiquiatra chegou mesmo a entregar cartas de Göring à sua mulher — algo confirmado nos registos históricos. O realizador revelou ainda que uma cena cortada do filme mostrava Göring a pedir a Kelley que levasse a sua filha para os EUA, antecipando que a Alemanha “seria um mau lugar para ela crescer”.

🎞️ As imagens reais dos campos de concentração

Uma das sequências mais poderosas do filme mostra os vídeos documentais dos campos de concentração nazis, apresentados como prova no tribunal. Vanderbilt recriou fielmente esse momento: a fita usada na rodagem contém seis minutos do filme original de 52 minutos realizado por John Ford, que foi efetivamente exibido durante os julgamentos de Nuremberga.

Os atores — entre eles Michael Shannon (como o juiz Robert H. Jackson) e Richard E. Grant — assistiram às imagens pela primeira vez durante a filmagem da cena, para capturar reações genuínas.

“Não foi preciso muito ‘atuar’ — todos ficaram profundamente afetados”, admitiu o elenco em entrevista.


⚖️ O duelo entre Jackson e Göring — e o embaraço histórico

Um dos momentos-chave da narrativa é o confronto entre o procurador-geral norte-americano Robert H. Jackson e Göring. No filme, Jackson começa forte, mas hesita, dando margem ao réu para dominar o interrogatório — até que o advogado britânico David Maxwell-Fyfe intervém e expõe as contradições de Göring sobre os campos de extermínio.

Segundo Vanderbilt, essa troca aconteceu mesmo e consta dos registos oficiais:

“Muitos historiadores acharam que não iríamos mostrar o embaraço de Jackson, mas fiz questão de o incluir. A verdade histórica é mais interessante do que a perfeição.”

📻 O aviso ignorado de Douglas Kelley

O filme termina com Kelley a conceder uma entrevista de rádio, onde alerta para o perigo de um novo ressurgimento do fascismo. Embora a cena seja parcialmente dramatizada, o discurso baseia-se em trechos reais do livro 22 Cells in Nuremberg, escrito pelo próprio Kelley após os julgamentos.

Na época, as suas opiniões foram mal recebidas — o público estava cansado da guerra e preferia não refletir sobre as suas causas. Vanderbilt quis destacar esse contraste: “As tropas aliadas celebravam a vitória, mas a Alemanha estava em ruínas. Queríamos mostrar essas duas faces da História.”

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🎬 Um filme de história… e de reflexão

Com uma reconstituição minuciosa, diálogos retirados de transcrições reais e um elenco de peso que inclui Leo WoodallMichael Shannon e Richard E. GrantNuremberga procura equilibrar rigor e emoção.

Ainda assim, alguns críticos apontam que o realizador tomou liberdades narrativas — nomeadamente no retrato da relação pessoal entre Kelley e Göring — para tornar o drama mais cinematográfico.

No essencial, porém, o consenso é que o filme respeita os factos históricos principais e capta com autenticidade a atmosfera moral e psicológica do pós-guerra.

Nuremberga está agora em exibição nos cinemas portugueses e promete gerar debate — não apenas sobre o passado, mas também sobre o presente.

Pluribus: O Criador de Breaking Bad Regressa à Televisão com uma Série de Ficção Científica Surpreendente

Vince Gilligan estreia-se na Apple TV+ com Pluribus, uma sátira de ficção científica onde Rhea Seehorn é a única pessoa infeliz num mundo dominado pela felicidade obrigatória.

O génio por trás de Breaking Bad e Better Call Saul está de volta — e desta vez, em terreno completamente novo. Vince Gilligan regressa à televisão com Pluribus, a sua nova série de ficção científica que estreia hoje na Apple TV+, com os dois primeiros episódios já disponíveis.

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A série marca o reencontro de Gilligan com Rhea Seehorn, a atriz que brilhou como Kim Wexler em Better Call Saul, e que aqui assume o papel principal de Carol, uma escritora de romances românticos que se vê como a única pessoa infeliz num planeta onde todos os outros parecem… demasiado felizes.

Um mundo feliz demais

Os detalhes da trama têm sido cuidadosamente guardados, mas o que se sabe é suficiente para intrigar: um fenómeno misterioso transformou toda a humanidade num coletivo de felicidade permanente — uma espécie de “mente colmeia” emocional. Até o presidente tenta convencer Carol a “aderir à felicidade global”.

Mas, como Gilligan tão bem sabe, demasiada felicidade também pode ser um problema. Quando todos pensam da mesma forma, a liberdade desaparece. Carol decide resistir e lutar contra essa utopia forçada, tornando-se — ironicamente — a última esperança da humanidade.

“É uma história sobre o perigo de querer controlar emoções humanas em nome da harmonia”, disse Gilligan em entrevista recente. “Carol é o oposto de Walter White — ela tenta salvar o mundo, mesmo que ninguém queira ser salvo.”

Rhea Seehorn em destaque absoluto

Em Pluribus, Seehorn carrega praticamente toda a série às costas, presente na maioria das cenas e alternando entre momentos de humor absurdo e drama existencial. A atriz volta a provar a sua versatilidade, desta vez num registo mais surrealista e introspectivo.

O elenco de apoio inclui Carlos Manuel VesgaKarolina Wydra e Miriam Shor, num enredo que combina sátira social, ficção científica e reflexões filosóficas sobre a natureza da felicidade.

Filmada em Albuquerque, no Novo México — a mesma cidade onde nasceram Breaking Bad e Better Call Saul —, a série mantém algumas familiaridades visuais, mas não pertence ao universo de Walter WhitePluribus é uma história completamente independente.

Uma aposta ambiciosa da Apple TV+

Apple TV+ acredita firmemente no potencial do novo projeto de Gilligan: o estúdio encomendou logo duas temporadas de uma só vez, com um orçamento de cerca de 15 milhões de dólares por episódio.

A primeira temporada conta com nove episódios, lançados semanalmente todas as sextas-feiras, culminando no final a 26 de Dezembro.

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A crítica internacional tem sido entusiasta, descrevendo Pluribus como uma “fábula científica com alma”, um cruzamento improvável entre Black Mirror e The Truman Show, mas com o toque de humor e humanidade que distingue o criador de Breaking Bad.

Estreias da Semana: Dakota Johnson Brilha em “Splitsville”, Wagner Moura Ruma aos Óscares e “Bambi” Volta a Fazer Chorar

De comédias românticas a dramas políticos e clássicos reinventados, as salas de cinema portuguesas enchem-se de estreias imperdíveis — com Dakota Johnson, Wagner Moura, Costa-Gavras e até o eterno Bambi.

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Esta semana, o cinema português recebe um conjunto de estreias que promete agradar a todos os públicos: há amor e ironia com Dakota Johnson, suspense político com Wagner Moura, nostalgia pura com Bambi, e ainda dramas intimistas, animação divertida e até uma nova incursão na saga Predador.

🦌 “Bambi, Uma Vida nos Bosques” — um regresso com lágrimas à mistura

Poucos filmes marcaram tantas infâncias como Bambi. O pequeno veado órfão que emocionou gerações volta agora em formato live action, sob o olhar sensível de Michel Fessler. A novidade? Não é um filme da Disney, mas sim uma produção francesa da Gébéka Films, que aposta num tom mais naturalista e melancólico.

A história acompanha o nascimento, crescimento e amadurecimento de Bambi — um corço que aprende sobre amor, perda e sobrevivência na floresta. As vozes de Mylène Farmer e Senta Berger dão vida a esta recriação que promete arrancar lágrimas e memórias.

🇧🇷 “O Agente Secreto” — Wagner Moura em modo espionagem

Depois de Ainda Estou Aqui ter feito história nos Óscares, o Brasil apresenta um novo candidato: O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, autor de Bacurau e Aquarius. A ação decorre em 1977, durante a ditadura militar, e segue Marcelo, um professor que tenta começar de novo em Recife — até se ver enredado num perigoso jogo de espionagem e paranoia política.

Com Wagner Moura no papel principal, o filme alia crítica social a suspense clássico e está a ser apontado como um dos grandes favoritos à corrida pelos prémios internacionais. O elenco inclui ainda Gabriel LeoneAlice Carvalho e Carlos Francisco, numa obra que combina tensão, memória histórica e estética meticulosa.

💔 “Splitsville – Amor em Maus Lençóis” — Dakota Johnson em modo feel-good

Depois de uma sequência de filmes menos felizes, Dakota Johnson regressa em grande forma com Splitsville – Amor em Maus Lençóis, de Michael Angelo Covino, que soma 85% de aprovação no Rotten Tomatoes.

A história centra-se em Carey, que vê o casamento ruir e decide procurar apoio entre amigos, acabando por explorar o conceito de um relacionamento aberto. O que começa como uma experiência libertadora transforma-se num caos emocional — com muito humor e ironia à mistura.

Com Adria ArjonaNicholas Braun (Succession) e O-T Fagbenle, esta é uma comédia romântica moderna, divertida e surpreendentemente inteligente, apontada por muitos como “a melhor do ano”.

🇵🇹 “A Memória do Cheiro das Coisas” — o peso da guerra e a ternura da memória

Do realizador António Ferreira, chega uma das produções portuguesas mais sensíveis do ano. A Memória do Cheiro das Coisas é uma coprodução luso-brasileira que acompanha António, um ex-soldado da Guerra Colonial obrigado a viver num lar, onde é confrontado com as memórias do passado e com uma inesperada amizade com a sua cuidadora.

Com interpretações poderosas de Mina Andala e José Martins, o filme fala sobre trauma, envelhecimento e reconciliação — temas universais tratados com poesia e delicadeza.

🐺 “200% Lobo” — diversão para os mais novos

Nesta sequela da animação australiana 100% Lobo, o jovem Freddy Lupin sonha ser mais lobo do que cão. Mas um desejo mal formulado transforma-o num lobisomem desastrado, e, para piorar, acaba por libertar um duende da Lua na Terra.

Com vozes de Samara WeavingJennifer Saunders e Ilai Swindells, esta é uma aventura leve e colorida que mistura ação, comédia e amizade — ideal para sessões em família.

🎭 “55” — crime, redenção e humanidade nas ruas de Bombaim

Depois de um longo percurso em festivais, o filme “55”, de Shyam Madiraju, chega finalmente às salas portuguesas. Produzido entre a Índia e os Estados Unidos, acompanha 55, um jovem órfão que sobrevive como carteirista nas ruas de Bombaim.

Quando se cruza com a filha de uma das suas vítimas, inicia uma jornada de redenção e descoberta pessoal. O elenco é liderado por Emraan Hashmi e Rizwan Shaikh, num drama intenso que combina realismo social e emoção.

💨 “O Último Suspiro” — Costa-Gavras reflete sobre a vida e a morte

O mestre grego Costa-Gavras regressa com O Último Suspiro, uma meditação sobre a mortalidade, o luto e o sentido da vida. O filme acompanha Fabrice, um escritor que, ao visitar um hospital parisiense, conhece um médico de cuidados paliativos e confronta-se com o sofrimento e a dignidade dos pacientes.

Com Denis PodalydèsCharlotte Rampling e Kad Merad, esta é uma obra profunda e humanista, fiel ao estilo político e existencial de Costa-Gavras, que aqui troca a denúncia pela contemplação.

👽 “Predador: Badlands” — o regresso de um ícone da ficção científica

Da mente de Dan Trachtenberg (Prey), chega Predador: Badlands, um novo capítulo na saga iniciada em 1987 com Arnold Schwarzenegger.

Desta vez, a protagonista é Elle Fanning, que interpreta Thia, uma jovem humana num planeta remoto onde um Predador exilado busca o seu adversário final. O filme aposta numa abordagem mais intimista e visualmente impressionante, reinventando o conceito do caçador alienígena através de uma história de sobrevivência e empatia improvável.

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De clássicos renascidos a dramas premiáveis e aventuras espaciais, as estreias desta semana em Portugal oferecem de tudo um pouco — o difícil será escolher apenas um bilhete.

Toy Story 5: Jessie Assume o Papel Principal e Woody Ganha Visual Renovado no Regresso Mais Nostálgico da Pixar

Novas imagens promocionais revelam o visual atualizado de Woody, três novos brinquedos e detalhes surpreendentes sobre o enredo — incluindo uma ilha cheia de Buzz Lightyears perdidos e uma vilã tecnológica chamada Lilypad.

A Pixar prepara-se para regressar ao que melhor sabe fazer: fazer-nos chorar, rir e voltar a acreditar que os brinquedos têm alma. Depois de alguns tropeções de bilheteira, a Disney confirmou que Toy Story 5 chegará aos cinemas em 19 de Junho de 2026, e as primeiras imagens promocionais já estão a fazer vibrar os fãs de todas as idades.

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As ilustrações, reveladas pelo site Toonado.com, mostram Woody com um novo visual: o cowboy de sempre, mas agora com um poncho elegante, num estilo meio “western spaghetti” que promete render uma nova vaga de bonecos nas prateleiras.

Mas as surpresas não ficam por aqui — a grande protagonista desta nova aventura será Jessie, a destemida cowgirl que ganha finalmente o destaque merecido.

Jessie em Missão de Liderança

Segundo Tim Allen, a voz original de Buzz Lightyear, o novo filme será “um reboot dentro da própria saga”, centrado em Jessie:

“É tudo sobre ela. Está em apuros e precisa de ajuda. Estamos todos espalhados, e ela tem de reunir o grupo outra vez.”

Allen adiantou ainda um dos momentos mais delirantes da história: um acidente de avião numa ilha deserta, onde cem bonecos Buzz Lightyear ficam perdidos, todos em modo de demonstração. “É hilariante”, disse o actor. “Espero que mantenham essa parte no filme.”

A Nova Ameaça: A Tecnologia

Em Toy Story 5, os brinquedos terão de enfrentar o maior inimigo dos tempos modernos — a tecnologia. Jessie começa o filme como líder no quarto de Bonnie, mas a chegada de Lilypad, um tablet falante em forma de sapo, ameaça a harmonia.

Woody regressa à ação quando os brinquedos percebem que Lilypad quer substituir todos eles por jogos digitais. O confronto promete ser tanto emocional quanto visualmente explosivo.

Novas Caras no Quarto de Bonnie

O filme introduz também três novos brinquedos: AtlasSmarty Pants (voz de Conan O’Brien) e Snappy, que devem juntar-se à turma de Bonnie e trazer o habitual humor que equilibra drama e aventura.

O elenco original regressa quase completo: Tom Hanks volta a dar voz a Woody, Tim Allen a Buzz, Joan Cusack a Jessie, Tony Hale a Forky, Ernie Hudson a Combat Carl — e Anna Faris junta-se como a voz da vilã Lilypad.

O Regresso de Andrew Stanton

A realização e o argumento estão a cargo de Andrew Stanton, um dos nomes mais respeitados da Pixar, responsável por clássicos como Procurando Nemo e WALL·E. A promessa é de uma história com a mesma alma e sensibilidade que tornaram Toy Story um fenómeno cultural há quase três décadas.

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E, se há algo que a Pixar sabe fazer, é transformar finais definitivos em novos começos — porque, aparentemente, o adeus de Toy Story 4 foi só um “até já”.