O comentário que incendiou Hollywood e Washington
Jimmy Kimmel, um dos rostos mais reconhecíveis da televisão norte-americana desde 2003, viu o seu late-night showsuspenso depois de um monólogo polémico. No programa emitido a 15 de setembro, o apresentador ironizou a forma como apoiantes do movimento Maga exploraram politicamente o assassinato de Charlie Kirk, fundador da organização de direita Turning Point.
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As palavras de Kimmel provocaram uma tempestade. Do lado conservador, o Presidente Donald Trump aplaudiu a suspensão, classificando-a como uma “vitória para a decência”. Do outro, Hollywood reagiu em peso: nomes como Jennifer Aniston, Meryl Streep e Robert De Niro assinaram uma carta aberta a defender o apresentador, considerando a decisão “um momento sombrio para a liberdade de expressão em nossa nação”.
Disney recua e traz Kimmel de volta
Perante a pressão crescente, a Disney — dona da ABC — anunciou que Jimmy Kimmel Live! regressaria já esta terça-feira, 23 de setembro.
“Sentimos que alguns dos comentários foram inoportunos e insensíveis”, reconheceu a empresa em comunicado, explicando que a suspensão visava evitar inflamar ainda mais um momento delicado para o país. Após dias de conversas com Kimmel, o canal decidiu devolver-lhe o palco.
Mas nem todos vão ver o regresso
Se para os fãs parecia que o caso estava resolvido, a Sinclair Broadcast Group veio deitar mais lenha para a fogueira. A gigante mediática, que controla 39 afiliadas da ABC em todo o país — incluindo a importante WJLA-TV de Washington, D.C. —, anunciou que não transmitirá o programa.
Segundo a empresa, Jimmy Kimmel Live! será substituído por programação jornalística até que as negociações com a ABC cheguem a uma conclusão. Na prática, isto significa que uma fatia significativa dos lares norte-americanos poderá não ter acesso ao regresso de Kimmel.
E não é só a Sinclair que está na equação. A Nexstar, dona de 32 afiliadas da ABC, afirmou estar a “monitorizar a situação” sem confirmar se manterá o programa no ar. Juntas, Sinclair e Nexstar representam cerca de um quarto da distribuição nacional da ABC.
Um equilíbrio delicado
Entre a pressão conservadora, a defesa apaixonada de artistas e a necessidade de não perder mercado, a Disney enfrenta um verdadeiro número de circo em cima da corda bamba. O caso Kimmel tornou-se mais do que uma polémica televisiva: é hoje um campo de batalha sobre liberdade de expressão, influência política e a forma como os media navegam num país cada vez mais polarizado.
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Seja visto como provocador ou como defensor da sátira política, Jimmy Kimmel volta ao ecrã com o peso de saber que cada piada pode ter consequências muito para lá da televisão.



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