A carreira de Sergio Leone é marcada por clássicos do cinema, especialmente dentro do género de faroeste. A trilogia dos dólares, composta por “Por um Punhado de Dólares”, “Por uns Dólares a Mais” e “O Bom, o Mau e o Vilão”, cimentou o seu estatuto de cineasta visionário. Contudo, seis anos após concluir a trilogia, Leone embarcou numa nova produção, “Quando Explode a Vingança”, que, apesar de menos conhecida, trouxe consigo desafios únicos no set. O filme, lançado em 1971, junta o humor negro e a tragédia, com uma intensidade emocional e uma banda sonora de Ennio Morricone, que fez deste trabalho uma obra de culto.

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A Complexa Colaboração com Rod Steiger

Embora o elenco contasse com dois grandes talentos, James Coburn e Rod Steiger, nem tudo correu de forma tranquila durante as filmagens. Coburn, que interpretava o revolucionário irlandês Sean Mallory, tinha uma boa relação com Leone; já Steiger, que interpretava o camponês mexicano Juan Miranda, gerou grande frustração no realizador italiano. Leone descreveu Steiger como alguém que procurava constantemente complicar as filmagens, insistindo em detalhes que não se enquadravam com a visão de Leone para o seu personagem. O diretor recordou momentos em que teve de repetir várias vezes as cenas, a ponto de se sentir exasperado pela abordagem de Steiger.

A certa altura, a tensão atingiu o seu auge durante uma filmagem em Almería, Espanha. Leone, conhecido pela sua calma e controlo nas gravações, explodiu quando Steiger sugeriu encerrar as filmagens mais cedo para evitar ultrapassar o horário de trabalho. O cineasta perdeu a paciência, referindo-se a Steiger de forma contundente e ameaçando substituí-lo. Foi apenas após uma conversa aberta que ambos conseguiram ultrapassar as suas diferenças, com Steiger a adaptar-se melhor ao estilo exigente de Leone.

Apesar dos desafios, “Aguenta-te Canalha (PT) /Quando Explode a Vingança (BR) ” tornou-se um filme respeitado, conhecido pela sua profundidade e equilíbrio entre comédia e tragédia. Leone conseguiu criar uma narrativa comovente, onde a lealdade e a redenção são temáticas centrais. Com a colaboração de Morricone, a banda sonora intensificou o impacto emocional, tornando-se numa das melhores composições do compositor. Este filme continua a ser uma peça essencial para os fãs de Leone e para os apreciadores de faroeste, perpetuando o estilo único do realizador.

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