No documentário Stiller & Meara: Nothing Is Lost, o actor de Zoolander enfrenta as verdades duras ditas pelos próprios filhos — e admite que o sucesso profissional teve um preço familiar.
O novo documentário de Ben Stiller, Stiller & Meara: Nothing Is Lost, é muito mais do que uma homenagem aos seus pais, Jerry Stiller e Anne Meara — é também um espelho inclemente sobre o que significa crescer e, mais tarde, tentar não repetir a mesma história.
Durante o filme, os filhos do actor e da actriz Christine Taylor, Ella (23) e Quin (20), abrem-se sobre a infância que tiveram — e as ausências que sentiram.
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“Quando algo corria mal, era difícil tirar-te desse estado,” contou Quin, dirigindo-se ao pai. “Tinhas tantas funções — actor, realizador, produtor — que, por vezes, ser pai parecia vir em último lugar.”
Ella, por sua vez, foi ainda mais direta:
“Não me lembro de alguma vez teres estado por perto enquanto eu crescia.”
“Achei que estava a fazer melhor — afinal, estava igual”
Essas confissões deixaram Stiller visivelmente abalado. Aos 59 anos, o actor admitiu que o confronto com as palavras dos filhos o fez repensar décadas de vida familiar:
“O mais irónico é que pensei que estava a fazer muito melhor do que os meus pais. Voava para casa aos fins-de-semana, encontrava lugares especiais para os miúdos brincarem nos sets… mas, no fundo, estava a repetir o mesmo padrão, e não via isso.”
Numa entrevista recente ao The Sunday Times, Stiller foi ainda mais franco:
“Provavelmente falhei mais com os meus filhos do que os meus pais falharam comigo.”
O actor explicou que acreditava que trabalhar arduamente para sustentar a família equivalia a ser um bom pai. Hoje reconhece que “os laços formados na infância são essenciais” e que o tempo ausente nunca volta.
Divórcio, reconciliação e um novo olhar sobre a família
A relação familiar enfrentou mais turbulência quando Ben e Christine Taylor se separaram em 2017, após 17 anos de casamento. No entanto, a convivência durante a pandemia acabou por os reaproximar.
“Senti-me mal pelo impacto que a separação teve nos nossos filhos,” confessou. “Mas, paradoxalmente, foi o melhor que podia ter acontecido a mim e à Christine. Mudou completamente a forma como nos vemos.”
Hoje, diz, a relação está “longe de ser perfeita, mas mais autêntica”:
“Não damos nada por garantido. E quando estamos felizes, somos melhores pais. A vida é isso — errar, reconhecer e tentar reparar.”
Um retrato honesto e raro de Hollywood
Stiller & Meara: Nothing Is Lost promete ser um dos documentários mais pessoais e vulneráveis do ano, ao mostrar um Ben Stiller sem filtro: um homem dividido entre o peso do legado familiar e o desejo de fazer diferente — mesmo quando percebe que talvez não o tenha conseguido.
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Entre memórias, feridas e reconciliações, o filme não é apenas sobre pais e filhos: é sobre o difícil equilíbrio entre sucesso e presença, carreira e afeto, culpa e redenção.



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