O filme Sempre, de Luciana Fina, foi consagrado com o Grande Prémio do festival Caminhos do Cinema Português, que decorreu em Coimbra. Este documentário ambicioso revisita o 25 de Abril e os eventos que moldaram Portugal nas décadas seguintes, desde o regime salazarista até à descolonização, oferecendo uma perspetiva única sobre a revolução que mudou a história do país.
Uma Obra de Pesquisa e de Arte
Descrito pelo júri como um filme fruto de uma “colossal pesquisa”, Sempre usa imagens de arquivo e narrativas modernas para pintar o mural coletivo de uma época marcante. A obra de Luciana Fina, uma realizadora italiana residente em Portugal há 30 anos, destaca-se por reinterpretar os acontecimentos históricos através de uma lente contemporânea. Segundo o júri, a cineasta “pinta com as cores e as tintas do presente o mesmo mural coletivo dos artistas e atores de Abril”.
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O documentário não se limita a celebrar a Revolução dos Cravos, mas também explora as complexidades do Processo Revolucionário em Curso (PREC), o Verão Quente e os dilemas da descolonização. Fina combina imagens históricas com uma reflexão atual, criando uma narrativa que convida à introspeção sobre o passado e as suas implicações no presente.
Outros Vencedores do Caminhos do Cinema
Além de Sempre, outros filmes destacados no festival incluíram Play it Again, Yuki, de João Ganho, vencedor do Prémio do Público, e Estamos no Ar, de Diogo Costa Amarante, que arrecadou o prémio de Melhor Ficção e reconhecimento pelas melhores interpretações.
Nas categorias técnico-artísticas, a longa-metragem Pedágio, de Carolina Markowicz, foi premiada como Melhor Filme. Marta Mateus foi reconhecida como Melhor Realizadora por Fogo de Vento, e Rui Poças, Sayombhu Mukdeeprom e Gui Liang venceram Melhor Fotografia com Grand Tour, de Miguel Gomes.
O festival Caminhos também prestou homenagem ao ator e encenador Luís Miguel Cintra, com o prémio Ethos, uma distinção atribuída apenas de cinco em cinco anos.
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veja aqui a sessão de abertura do Doc Lisboa com Luciana Fina:
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