O documentário “Visões do Império”, da realizadora Joana Pontes, marca o encerramento do ciclo “Libertar a Memória #2”, em Lagos, numa iniciativa promovida pela associação cultural O Corvo e a Raposa. Este ciclo tem como objetivo abordar as complexidades do passado colonial português e as suas consequências na sociedade contemporânea, procurando desconstruir mitos e promover uma visão crítica sobre o colonialismo e o seu legado.
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“Visões do Império” explora o uso da fotografia como instrumento de propaganda durante a ditadura do Estado Novo, quando o regime utilizava imagens para construir uma narrativa de grandeza e prosperidade nas colónias. A realizadora, que colaborou com os investigadores Miguel Bandeira Jerónimo e Filipa Lowndes Vicente, baseou-se em arquivos públicos e privados, incluindo fotografias tiradas por portugueses nas ex-colónias, capturando um lado pessoal e, por vezes, íntimo da vida colonial. Para Joana Pontes, o documentário representa uma tentativa de trazer estas discussões ao espaço público, tornando acessíveis as questões históricas e culturais associadas à visão imperialista que prevaleceu durante grande parte do século XX em Portugal.
A apresentação do documentário é seguida de um debate, que promete uma reflexão aprofundada sobre como a história colonial ainda influencia a sociedade portuguesa. Este evento tem como propósito abrir espaço para que vozes diversas sejam ouvidas, questionando o papel do sistema educativo na perpetuação ou desconstrução destas narrativas. O ciclo de exibições, que começou com o documentário “Debaixo do Tapete”, de Catarina Demony e Carlos A. Costa, procurou abordar o papel das famílias portuguesas na história da escravatura e os efeitos duradouros dessa prática.
Com curadoria literária de Marta Lança e apoio de várias instituições culturais, incluindo o Museu de Lagos – Rota da Escravatura, o evento representa um esforço contínuo para sensibilizar o público sobre as realidades históricas que, muitas vezes, foram omitidas ou romantizadas. “Visões do Império” é, assim, uma peça importante neste puzzle de memórias, ajudando a reavaliar o passado e a compreender o seu impacto na construção da identidade portuguesa moderna.
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