Spider-Man 4 promete corrigir o maior erro do MCU — palavra de Tom Holland

O Homem-Aranha está de volta… e com ele, talvez, o sopro de ar fresco que o Universo Cinematográfico da Marvel (MCU) tanto precisa. Spider-Man: Brand New Day, o aguardado quarto filme a solo de Peter Parker no MCU, protagonizado por Tom Holland, está actualmente em pré-produção e promete ser mais do que apenas mais uma aventura do super-herói: segundo o próprio actor, será uma tentativa de resgatar o espírito perdido da Marvel — e corrigir um erro que muitos fãs há muito apontam como um dos maiores problemas da franquia.

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Numa entrevista recente ao Flip Your Wig, Tom Holland revelou que esta nova entrada no universo do Aranha será marcada por uma mudança radical no estilo de produção. “Vamos mesmo mergulhar nesse cinema à moda antiga e filmar em localizações reais”, afirmou o actor britânico. A referência não é apenas estética: é uma crítica clara à excessiva dependência do CGI e de cenários digitais que têm dominado os filmes da Marvel nos últimos anos. Como exemplo, Holland aponta uma grande sequência de acção que será filmada nas ruas de Glasgow — longe dos estúdios fechados e dos fundos verdes.

“O que estamos a fazer vai parecer um sopro de ar fresco… os fãs vão ficar nas nuvens com o que estamos a preparar”, disse Holland, com entusiasmo evidente.

A crítica ao estado actual do MCU é partilhada por muitos fãs e analistas: com a Fase 5 a revelar-se caótica e inconsistente — marcada por títulos como Quantumania, Secret Invasion e uma recepção morna a The Marvels —, a ideia de regressar a métodos mais práticos e tangíveis de fazer cinema parece um movimento consciente para recuperar o terreno perdido. Se Spider-Man: No Way Home (2021) foi um sucesso nostálgico que soube homenagear o passado, Brand New Day poderá ser a fundação de um futuro mais sólido.

Ainda sem muitos detalhes confirmados, sabe-se que o novo filme terá estreia marcada para 31 de Julho de 2026 e contará também com Sadie Sink (Stranger Things) num papel ainda por revelar. O título, Brand New Day, remete a uma conhecida fase dos comics do Homem-Aranha, marcada por reinícios narrativos e decisões controversas, o que poderá indicar uma abordagem mais madura e introspectiva à personagem de Peter Parker após os eventos de No Way Home.

Mais do que efeitos especiais, o que o MCU parece agora precisar é de visão artística, foco narrativo e… humanidade. A Marvel habituou-nos a heróis que voam, viajam no tempo e enfrentam ameaças cósmicas — mas foi sempre no coração e nas lutas pessoais dos seus protagonistas que residiu a sua força. Um regresso ao essencial pode, afinal, ser o maior super-poder desta nova fase.

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Se Tom Holland conseguir cumprir o que promete, Spider-Man 4 poderá não apenas ser um novo capítulo na saga do Aranha — mas o filme que deu à Marvel uma nova alma.

Almas Marcadas: o novo romance juvenil que promete deixar cicatrizes no coração do público

Preparem-se para uma história onde o amor, a dor e os segredos se entrelaçam sob a pele – literalmente. Almas Marcadas estreia a 24 de Julho nas salas de cinema portuguesas, com a promessa de emocionar uma nova geração de fãs de romances intensos, na mesma linha de sucessos como After e O Diário da Nossa Paixão. E não é coincidência: o filme junta a equipa de produção de After ao realizador Nick Cassavetes, responsável por um dos romances cinematográficos mais emblemáticos do século XXI.

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Inspirado na série de bestsellers Marked Men, da autora Jay Crownover, Almas Marcadas traz à tela a história de Rule e Shaw – dois jovens que carregam nas costas mais do que os seus apelidos ou os seus futuros académicos: carregam cicatrizes. Ele é um tatuador rebelde, marcado por um passado turbulento e pela morte do irmão gémeo. Ela, uma estudante de medicina com um percurso aparentemente perfeito, guarda em silêncio um amor antigo e impossível. Até ao momento em que uma noite sem defesas os obriga a confrontar sentimentos há muito reprimidos.

Protagonizado por Chase Stokes (Outer Banks) e Sydney Taylor, o filme mergulha num universo onde o amor é tanto libertação como tormento. A narrativa desenrola-se entre sessões de tatuagem carregadas de simbolismo, confrontos familiares, traumas por resolver e a constante pressão de um mundo que impõe rótulos. Tudo isto num crescendo emocional que vai do silêncio da perda ao grito da paixão.

Cassavetes, que sabe como poucos navegar os mares da emoção cinematográfica, guia-nos por uma história de lealdade, crescimento e redenção, onde cada tatuagem é uma memória e cada olhar, uma promessa por cumprir. É um filme feito de pele e alma, para adolescentes e jovens adultos que procuram mais do que o cliché do amor impossível – procuram personagens que erram, caem, sofrem e, ainda assim, amam com uma intensidade desarmante.

Não se trata apenas de um drama romântico: Almas Marcadas é um retrato sensível e provocador sobre o que significa encontrar o nosso lugar num mundo que, tantas vezes, insiste em dizer-nos que não pertencemos. Um lugar onde o passado não é apenas lembrado, mas desenhado a tinta permanente.

Com distribuição da NOS Audiovisuais, Almas Marcadas chega aos cinemas no final de Julho para marcar o Verão com lágrimas, suspiros e uma banda sonora à altura da intensidade emocional da trama.

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Se está à procura de um romance onde os corações batem mais forte do que os estigmas, esta pode bem ser a sua próxima história favorita no grande ecrã.


Estreia em Portugal: 24 de Julho
Realizador: Nick Cassavetes
Protagonistas: Chase Stokes, Sydney Taylor
Género: Romance, Drama
Distribuição: NOS Audiovisuais

MOTELX 2025 — 19.ª Edição Regressa em Setembro com Horror de Excelência

De 9 a 15 de setembro, o emblemático Cinema São Jorge volta a transformar-se na “casa do horror” para receber a 19.ª edição do MOTELX – Lisbon International Horror Film Festival, o mais importante festival de terror em Portugal

🎥 Novidades e Estrutura do Festival

O festival mantém a sua estrutura diversificada, com secções como Feature Films, Short Films, Doc Horror, Lost Room, Room Service (filmes de longa-metragem), Big Bad Wolf (para o público mais novo), Retrospectives e sessões especiais por temática. Em 2025, o programa será enriquecido por:

  • Lost Room Film Laboratory: mais um workshop em parceria com a NOVA FCSH, onde realizadores produzem um curta de terror em apenas três dias.
  • Labirinto de sessões “Short Films at Lunch”, com curtas nacionais e internacionais antes de algumas antestreias motelx.org.
  • Eventos paralelos: masterclasses, festas temáticas, concertos, quizzes e exposições no MOTELX Lounge, espaço social animado com DJ sets

🏆 Prémios de Destaque

O prestígio do festival reflete-se nos seus prémios de maior destaque:

  • MOTELX Award – Melhor Curta de Terror Portuguesa: prémio de 5 000 € para a melhor curta nacional
  • Méliès d’Argent – Melhor Filme Europeu: longas-metragens europeias inseridas no circuito oficial da Méliès International Festivals Federation
  • Méliès d’Argent – Melhor Curta Europeia: competição dedicada às curtas europeias.
  • Big Bad Wolf Award: galardão para o melhor filme de jovens ou dedicado ao público juvenil.
  • Audience Award: prémio público atribuído à melhor longa-metragem da secção Room Service

🎬 Seleção Confirmada

A primeira vaga de confirmação inclui títulos já esperados pelo público:

  • Bury Your Dead, do brasileiro Marco Dutra — inserido na secção Room Service
  • Pig that Survived Foot-and-Mouth Disease, por Hur Bum-Wook (Coreia do Sul) — também em Room Service
  • The Ice Tower, de Lucille Hadzihallovic (França/Alemanha/Itália) — nomeado ao Méliès d’Argent

🤝 Voluntariado e Comunitarismo

O festival continua aberto ao envolvimento da comunidade com um programa de voluntariado em colaboração com Projeto Marginal, oferecendo aos participantes entrada em masterclasses, sessões e presença ativa no festival

🌍 Reconhecimento Internacional

O MOTELX conquistou um lugar sólido no circuito mundial de festivais de terror, sendo membro da Méliès International Festivals Federation desde 2011 e da rede Europe For Festivals, Festivals For Europe (EFFE) desde 2015, além de ter sido distinguido pela FIAPF em 2017. Foi ainda eleito como um dos “Top 20 Festival de Género do Mundo” pela Dread Central.

📈 Público e Impacto

A edição de 2024 contou com cerca de 19 500 espectadores em sete dias de programação regular, complementados por três dias de Warm-Up com sessões ao ar livre, concertos e festas — tornando-se um dos eventos mais dinâmicos de Lisboa.

🎟️ Como Participar

As entradas estarão em breve disponíveis no site oficial, com bilhetes para filmes, pass festivaleiro, sessões especiais e workshops. As submissões de filmes encerraram a 31 de maio, com acesso via FilmFreeway .

O Clube de Cinema recomenda vivamente aos apreciadores de cinema de género que não percam este ponto de encontro com o terror, o horror subterrâneo e a vanguarda cinematográfica. Do Cinema São Jorge aos espaços urbanos de Lisboa, o MOTELX 2025 promete uma intensíssima celebração da cultura cinematográfica, onde as sombras da noite ganham vida em ecrã grande.

“Fuck the Polis”: Rita Azevedo Gomes Conquista Marselha com Filme-Libelo à Beleza, Liberdade e Civilização

A realizadora portuguesa Rita Azevedo Gomes voltou a deixar marca no panorama internacional ao vencer o Grande Prémio da Competição Internacional do FIDMarseille – Festival Internacional de Cinema de Marselha, com o seu mais recente filme, provocadoramente intitulado Fuck the Polis.

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O júri não poupou elogios: a obra foi descrita como “uma viagem de espírito livre através e para lá daquilo a que chamamos Europa e um questionamento poderoso e com graça sobre a ideia de nação e civilização”. Palavras que encaixam na perfeição no percurso singular de uma cineasta que há décadas desafia normas, géneros e fronteiras estéticas.

Entre a Poesia e o Cinema

O título do filme – que surge simultaneamente como referência a um graffiti encontrado numa rua de Atenas e ao livro de poesia homónimo de João Miguel Fernandes Jorge – é uma chave de leitura para o espírito da obra: irreverente, filosófico e inclassificável. Com argumento da própria Rita Azevedo Gomes e da escritora Regina Guimarães, Fuck the Polis leva-nos numa deriva ensaística por ilhas gregas, através do olhar de quatro viajantes: Irma (que regressa vinte anos depois da sua última viagem, acreditando estar então condenada) e três jovens companheiros.

A sinopse é tão livre quanto o filme: “De ilha em ilha, entre o mar e o céu, leem, ouvem e vivem, movidos pelo gosto da beleza e da clareza.” Uma ode à descoberta, ao reencontro e à partilha, em tempos em que a própria ideia de Europa se vê constantemente questionada.

Filmado com uma pequena equipa e com câmaras e gravadores a passarem de mão em mão, o filme é, segundo o festival, uma experiência de cinema colectivo, com os próprios intérpretes (entre eles Bingham Bryant, Mauro Soares, João Sarantopoulos, Maria Novo, Loukianos Moshonas, Maria Farantouri e a própria realizadora) a assumirem múltiplas funções.

Um Legado de Singularidade

Aos 72 anos, Rita Azevedo Gomes é uma das vozes mais singulares do cinema português. Com formação em artes plásticas e um percurso que começou nos anos 70, trabalhou como assistente de realização, figurinista e programadora, antes de se estrear na realização com O Som da Terra a Tremer (1990). Desde então, construiu uma filmografia que inclui títulos como Frágil como o Mundo (2001), A Vingança de uma Mulher (2012), A Portuguesa (2018) e Trio em Mi Bemol (2022), muitos deles exibidos e premiados em festivais internacionais.

Em 2023, foi homenageada com um prémio de carreira no Festival Zinebi, em Bilbau, consolidando o reconhecimento europeu pelo seu trabalho.

Cinema Português em Destaque em Marselha

Fuck the Polis não foi o único destaque nacional no 36.º FIDMarseille. A primeira longa-metragem de Leonor Noivo, Bulakna, recebeu um prémio especial da Cinemateca do Documentário, enquanto Morte e Vida Madalena, do brasileiro Guto Parente (com coprodução portuguesa), também foi distinguido. A selecção oficial contou ainda com Complô, de João Miller Guerra, e All Roads Lead to You, coprodução da artista ucraniana Jenya Milyukos com Portugal.

Num festival que celebra o risco e o pensamento crítico no cinema documental e experimental, a presença portuguesa foi não só notória, como especialmente premiada.

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Com Fuck the Polis, Rita Azevedo Gomes reafirma a vitalidade de um cinema que pensa, sente e, sobretudo, ousa. Um cinema que desafia o espectador a navegar por territórios onde a beleza e a política, a memória e a viagem, o pessoal e o universal se entrelaçam. Um cinema que, mesmo no título, nos lembra que às vezes é preciso gritar contra as estruturas para melhor compreendê-las — e reinventá-las.


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Avanca 2025: Festival Lança Prémio para Filmes com Inteligência Artificial e Dá Palco ao Cinema Marroquino

A 29.ª edição do Festival de Cinema de Avanca, que decorre de 18 a 27 de Julho, chega com novidades ousadas e um olhar atento às transformações mais profundas do audiovisual contemporâneo. Entre as principais surpresas deste ano, destaca-se a criação de um novo prémio específico para obras produzidas com recurso a Inteligência Artificial e o convite oficial a Marrocos como país em foco na conferência académica que acompanha o certame.

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Apresentado esta segunda-feira em Estarreja, o Festival reafirma-se como um espaço de encontro multicultural, reflexão académica e exibição cinematográfica plural. Com 4017 filmes inscritos provenientes de geografias tão diversas como Brasil, Irão ou Montenegro, a tarefa do júri, segundo António Costa Valente — responsável pelo Cine Clube de Avanca e um dos principais organizadores —, “foi especialmente difícil este ano, dada a qualidade e diversidade das propostas recebidas”.

Inteligência Artificial Entra em Competição

Uma das iniciativas mais emblemáticas desta edição é o Prémio CIAC, criado em colaboração com o Centro de Investigação em Artes e Comunicação, que junta investigadores de várias universidades e politécnicos. Este prémio destina-se exclusivamente a obras cinematográficas produzidas com tecnologias de Inteligência Artificial, respondendo a um debate que há dois anos parecia prematuro, mas que hoje já é incontornável.

“Na altura perguntava-se se a IA teria espaço real na produção cinematográfica. Hoje já é uma realidade bem concreta, e este prémio é a nossa forma de reconhecer isso”, afirmou Costa Valente.

Marrocos como País Convidado

Este ano, Marrocos assume-se como país convidado da componente académica do festival. A Universidade de Tetuão, que lidera a investigação em cinema no país magrebino, estará representada por investigadores e professores que participarão nas sessões de debate e partilha de conhecimento. O objectivo é claro: estreitar laços e abrir espaço à partilha de experiências entre o mundo lusófono e o universo francófono do Norte de África.

De Vasco da Gama ao Cinema Infantil

A programação é, como sempre, vasta e eclética. Um dos destaques é a estreia mundial de “Vasco da Gama, o Mar Infinito”, realizado por Cláudio Jordão, que evoca os 500 anos da célebre viagem do navegador português. Haverá ainda 11 estreias de produções regionais, entre ficção, documentário, animação e filme experimental — uma aposta clara no talento local e na valorização do território.

Também a vertente pedagógica e a formação de públicos não foram esquecidas. No dia 25 de Julho, o Cineteatro de Estarreja acolhe a exibição de curtas de animação para crianças do pré-escolar e do primeiro ciclo, numa iniciativa que visa criar hábitos culturais desde a infância.

Celebração e Memória

O arranque oficial do Festival será já nesta sexta-feira, com uma homenagem especial aos 80 anos do Cine Clube do Porto. Estão previstas uma videoinstalação na Escola Legas Moniz e um videomapping nas paredes do Auditório Paroquial, baseado no espólio de Fernando Gonçalves de Lavrador, um dos fundadores do cineclube e figura de referência na cinefilia portuguesa.

Apoio à Criação e Talento Local

A Câmara Municipal de Estarreja apoia o festival com 32.500 euros, e a vereadora da Cultura, Isabel Simões Pinto, anunciou ainda a intenção de reformular o fundo de apoio à produção cinematográfica, com o objectivo de incentivar a criatividade e o talento dos jovens realizadores da região.

“É um programa de uma abrangência enorme, que vai desde os mais pequenos aos mais velhos, cruzando várias áreas da Arte”, sintetizou a autarca.

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Combinando tradição e inovação, cinema e tecnologia, Avanca 2025 promete ser uma das edições mais estimulantes de sempre, num verdadeiro laboratório de ideias, imagens e encontros.

Richard Linklater Abre a 26.ª Festa do Cinema Francês com “Nouvelle Vague”: Uma Carta de Amor à Revolução Cinematográfica de Godard

O aclamado realizador norte-americano Richard Linklater será o responsável por abrir oficialmente a 26.ª edição da Festa do Cinema Francês, com o seu mais recente filme Nouvelle Vague, um tributo cinéfilo ao espírito revolucionário da nouvelle vague francesa. O festival, que este ano ganha uma nova direcção artística e um novo impulso programático, arranca no dia 2 de Outubro no Cinema São Jorge, em Lisboa, com a antestreia nacional do filme, que foi apresentado pela primeira vez em Maio no Festival de Cannes.

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Linklater, conhecido por obras como Before Sunrise, Boyhood e Dazed and Confused, vira agora a câmara para a França de 1959, recriando a produção e rodagem de O Acossado (À bout de souffle), obra seminal de Jean-Luc Godard que viria a transformar para sempre o cinema moderno. Com Jean Seberg e Jean-Paul Belmondo como protagonistas, o filme de Godard encarnava o espírito de improvisação, liberdade narrativa e visual, e a ousadia estética que definiram uma geração inteira de cineastas franceses.

Segundo a organização do Festival de Cannes, Nouvelle Vague não é apenas um retrato do jovem Godard, mas “de toda uma geração de realizadores”, recuperando a poesia do quotidiano e o impulso de ruptura que definiu aquela época.

Uma Festa com Nova Direcção e Novas Secções

Este ano, a Festa do Cinema Francês apresenta várias novidades: a começar pela nova direcção artística, entregue a Anne Delseth, programadora com experiência em festivais de renome como Cannes, Locarno e Marraquexe. Com esta mudança chega também uma reformulação do modelo do festival, que passa a decorrer praticamente em simultâneo em Lisboa e no Porto — entre os dias 2 e 12 de Outubro na capital e de 3 a 10 de Outubro na cidade Invicta. Coimbra também entra na programação, com sessões entre 8 e 11 de Outubro.

Além da já habitual selecção de filmes francófonos, o festival introduz este ano uma secção competitiva dedicada a primeiras e segundas obras — reforçando a aposta no talento emergente — e promove um encontro profissional de coprodução luso-francófona, um gesto estratégico para dinamizar parcerias internacionais. Regressa também a iniciativa “Do Filme à Série”, que continua a explorar as intersecções entre cinema e televisão.

No Porto, a programação dividir-se-á entre o Batalha Centro de Cinema e o Cinema Trindade, com destaque para a nova secção competitiva e um prémio do público, reforçando o envolvimento directo dos espectadores na celebração do cinema francófono.

Uma Mostra Nacional em Expansão

Depois da passagem por Lisboa, Porto e Coimbra, a Festa do Cinema Francês estender-se-á a Almada (14 a 18 de Outubro) e Beja (em Novembro), com outras cidades ainda por anunciar. A itinerância continua a ser um dos pilares fundamentais da Festa, permitindo levar o melhor do cinema francês a diferentes públicos em todo o país.

A produção do festival está agora a cargo da associação Il Sorpasso, que organiza também a Festa do Cinema Italiano e o Luso! – Mostra Itinerante de Cinema Português em Itália. Esta nova direcção promete uma abordagem mais cosmopolita, dialogante e integradora entre os cinemas de expressão latina.

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Com uma programação que homenageia o passado e olha para o futuro, a 26.ª Festa do Cinema Francês promete ser uma edição marcante, abrindo com um filme que é, ele próprio, uma homenagem cinéfila apaixonada ao poder transformador do cinema.

Portugal Brilha na Bulgária: “O Diabo do Entrudo” de Diogo Varela Silva Distinguido com Menção Honrosa

O cinema documental português continua a conquistar palcos internacionais, desta vez com o filme O Diabo do Entrudo, do realizador Diogo Varela Silva, que arrecadou uma Menção Honrosa na competição internacional do prestigiado Rhodope International Documentary Film Festival (RIFE), que decorreu entre os dias 10 e 13 de Julho, em Smolyan, na Bulgária.

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Este documentário, que mergulha na ancestral tradição dos Caretos do Entrudo de Lazarim, em Lamego, foi distinguido pelo júri da competição de média-metragem, que destacou “a singularidade do olhar do realizador e a riqueza cultural associada à celebração, bem como à enigmática figura do ‘diabo’ que nela persiste”.

Ao lado de Unspoken, do polaco Maciej Adamek, o filme português partilhou esta distinção numa secção particularmente competitiva. O grande vencedor da categoria foi Koka, também da Polónia, realizado por Aliaksandr Tsymbaliuk.

Um Carnaval Arcaico, um Diabo Vivo

O Diabo do Entrudo dá corpo e voz a uma das tradições mais singulares e menos domesticadas do imaginário português: o Entrudo de Lazarim, onde máscaras demoníacas esculpidas em madeira invadem as ruas num ritual de catarse colectiva e celebração primitiva. O filme, segundo o próprio Diogo Varela Silva, procura não só documentar, mas também ressignificar o legado simbólico dos Caretos, numa ponte entre o passado pagão e o presente comunitário.

Desde a sua estreia no DocLisboa em Outubro de 2023, o filme tem percorrido um percurso internacional notável. Foi distinguido como melhor documentário em festivais de Roma e Milão, venceu o prémio Prata nos New York Movie Awards e arrecadou o Prémio do Público no Festival Internacional de Cinema de Santarém.

Festival Búlgaro em Alta

O festival RIFE, cada vez mais reputado entre os circuitos europeus de documentário, premiou também outras obras de relevo. Na categoria de longas-metragens internacionais, o prémio principal foi entregue ao alemão Daniel Kötter, pelo filme Landshaft, uma coprodução Alemanha-Arménia que traça uma “psicogeografia” da região do Lago Sevan até à mina de ouro de Sotk, actualmente ocupada pelo Azerbaijão. Este trabalho, fortemente político e poético, explora uma paisagem marcada por tensões e pela presença silenciosa da memória e da disputa territorial.

A Menção Honrosa nesta categoria foi para Mother Vera, um retrato íntimo de fé e maternidade, realizado pelas britânicas Cécile Embleton e Alys Tomlinson.

Já na categoria de curtas-metragens internacionais, o prémio de Melhor Documentário foi atribuído a Clear Sky, da Polónia, dirigido por Marcin Kundera. Nesta secção, foram ainda distinguidos To the Embers (França) e Convention of Contracts (Grécia), com Menções Honrosas.

A Importância de Persistir

O reconhecimento internacional de O Diabo do Entrudo representa não só uma vitória artística para Diogo Varela Silva, mas também uma valorização da tradição oral, ritual e simbólica portuguesa num palco global. Em tempos de crescente homogeneização cultural, o olhar atento e poético do realizador sobre a tradição carnavalesca portuguesa assume-se como um gesto de resistência — e de afirmação identitária.

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Para um país onde o cinema documental luta muitas vezes com orçamentos limitados e escassa visibilidade, este percurso internacional mostra que o que é local pode ser também universal — e que o “diabo” português pode, afinal, continuar a dançar mundo fora.

South Park em Risco? O Conflito Bilionário Que Pode Abalar o Futuro da Série Icónica

🔧 O que têm em comum uma comédia animada que já dura há 28 anos e um império mediático avaliado em milhares de milhões de dólares? A resposta: uma guerra de bastidores que ameaça parar South Park no auge do seu sucesso. Com a estreia da 27.ª temporada adiada para 23 de julho e ainda envolta em incerteza, o destino da série criada por Trey Parker e Matt Stone pode depender do desfecho de um braço-de-ferro que envolve Paramount, Skydance e um contrato avaliado em 3 mil milhões de dólares.

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O conflito surgiu na sequência da iminente fusão entre a Paramount Global e a Skydance, liderada por David Ellison, filho do magnata da tecnologia Larry Ellison. Enquanto Parker e Stone — através da sua produtora Park County — acreditavam ter fechado um acordo com a Paramount para um novo contrato de 10 anos, a Skydance veio deitar água na fervura. A empresa, que deverá assumir o controlo da Paramount, recusa um compromisso tão prolongado, preferindo um modelo de cinco anos, mais alinhado com as incertezas do mercado e a sua estratégia de contenção financeira.

Este desacordo tem já consequências práticas. Os direitos de streaming da série expiraram a 30 de junho, levando à sua remoção da plataforma Paramount+ fora dos EUA. Para manter os episódios disponíveis, foi necessário renovar temporariamente o acordo com a HBO Max — um remendo que está longe de garantir estabilidade. E enquanto isso, Parker e Stone continuam a trabalhar nos novos episódios, mas sem garantia de que cheguem aos ecrãs. A frustração é tal que os criadores recorreram às redes sociais para desabafar: “Esta fusão é um desastre e está a lixar o South Park”.

💥 O cerne do problema reside numa proposta que, segundo fontes próximas, triplicaria o valor do contrato anterior dos criadores. Park County exige um novo acordo de 3 mil milhões de dólares por 10 anos, mas a Skydance, apesar de ainda não ter formalizado a aquisição, reclama o direito de vetar contratos de valor significativo. E está a fazê-lo. A resposta foi imediata: Parker e Stone contrataram Bryan Freedman, um dos advogados mais agressivos de Hollywood, para defender os seus interesses — e uma batalha legal está prestes a estalar.

Não se trata apenas de dinheiro. A estrutura da Park County, criada em 2007, dá aos criadores uma fatia de cerca de 50% da receita de streaming da série — um modelo raríssimo, e que os coloca numa posição negocial invulgarmente forte. Mas com um empréstimo de 800 milhões de dólares por pagar à Carlyle Group (com cerca de 80 milhões de dólares anuais só em juros), a pressão sobre Parker e Stone está a aumentar. A Paramount poderá estar disposta a pagar mais de 150 milhões por ano… mas não durante uma década.

🤝 Entre os vários intervenientes surgem nomes sonantes: Jeff Shell (ex-CEO da NBCUniversal), agora aliado da RedBird Capital e cotado para liderar a nova Paramount; Chris McCarthy, co-CEO da Paramount; e Kevin Morris, advogado e conselheiro de longa data de Parker e Stone (e também conhecido por ajudar financeiramente Hunter Biden).

E como se tudo isto não fosse já complexo, a própria fusão entre Skydance e Paramount tem estado envolta em polémica política, com ramificações que chegam a Donald Trump, ao programa 60 Minutes e à vice-presidente Kamala Harris. Uma tempestade perfeita.

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A única certeza? Enquanto os criadores e os executivos discutem cláusulas e prazos, milhões de fãs aguardam — impacientes e no escuro — pelo regresso de South Park. Uma série que sobreviveu a cancelamentos culturais, censura internacional e pandemias, pode agora ver-se travada por… contratos e fusões.

“Os Mercen4rios”: Explosões, Estrelas e Sangue Novo na Estreia no TVCine

Preparem-se para apertar os cintos (ou antes, os cintos de munições), porque a saga mais testosterónica do cinema regressa esta semana ao pequeno ecrã com “Os Mercen4rios”. O quarto capítulo desta franquia de culto estreia-se já no dia 18 de julho, às 21h30, em exclusivo no TVCine Top e no TVCine+, e traz consigo um novo arsenal de estrelas, explosões e músculos — tudo embrulhado numa generosa dose de nostalgia e adrenalina.

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Depois de três filmes em que as maiores lendas do cinema de ação marcaram presença com balas, murros e one-liners memoráveis, chega agora uma nova geração pronta a entrar na linha da frente. Jason Statham, Dolph Lundgren, Randy Couture e o incontornável Sylvester Stallone voltam a vestir a pele dos mercenários de elite, desta vez acompanhados por sangue fresco que promete redefinir o conceito de “reforços de peso”: Curtis “50 Cent” Jackson, Megan Fox, Tony Jaa, Iko Uwais, Jacob Scipio, Levy Tran e Andy Garcia.

Realizado por Scott Waugh — conhecido pelo seu trabalho em “Need for Speed” e “Homens de Coragem” — este novo capítulo promete honrar o legado da saga iniciada em 2010, acrescentando-lhe um toque contemporâneo com novos estilos de combate, novas abordagens e, claro, uma boa dose de rivalidade entre gerações. Afinal, quando o mundo está à beira do colapso e todas as alternativas já falharam, quem é que se chama? Exactamente: os Mercenários.

O filme assume-se como uma carta de amor ao cinema de ação da velha guarda, ao mesmo tempo que abre caminho a um possível futuro com rostos mais jovens, mais rápidos e igualmente impiedosos. Será que a nova equipa está à altura das botas (e das metralhadoras) deixadas por Stallone e companhia? O veredicto será dado pelos espectadores, mas uma coisa é certa: entretenimento puro está garantido.

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Se és fã de explosões coreografadas, diálogos duros como granadas e combates corpo-a-corpo com o selo de Hollywood, marca já o serão de quinta-feira para esta estreia no TVCine Top. “Os Mercen4rios” é o tipo de filme que não pede licença — entra a arrombar e deixa o ecrã em chamas.