“Fountain of Youth”: John Krasinski e Natalie Portman correm mundo em busca da juventude eterna 💧🌍

Indiana Jones que se cuide: vem aí Fountain of Youth, o novo filme de Guy Ritchie para a Apple TV+ que promete juntar aventura, comédia, pirâmides, pancadaria e magia líquida num só frasco cinematográfico. E quem lidera esta busca épica? John Krasinski, que troca o escritório da The Office por viagens intercontinentais, mapas misteriosos e lendas com milénios.

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O primeiro trailer já foi lançado e deixa no ar uma pergunta essencial: será este o National Treasure desta geração? Spoiler: tem potencial para sê-lo… e talvez com ainda mais charme.

A fórmula mágica: irmãos desavindos, mapas antigos e… U2 🎵

A história gira em torno de Luke Purdue (Krasinski), um tipo brilhante mas socialmente desajeitado, que embarca numa busca global pela mítica Fonte da Juventude. Mas claro, não o faz sozinho: ao seu lado está a irmã afastada Charlotte, interpretada por Natalie Portman, cuja personagem promete equilibrar ceticismo científico com um certo fascínio por “poços mágicos de água”.

A dupla improvável junta-se a uma trupe que inclui Domhnall Gleeson (num registo descontraído que remete para um Sallah dos tempos modernos), Carmen Ejogo e… Stanley Tucci, porque claro que sim — nenhum filme de aventuras está completo sem uma pitada de Tucci.

O tom do trailer é leve e entusiasmante, ao som de uma versão orquestral de Still Haven’t Found What I’m Looking Fordos U2 — subtil como uma esfinge a fazer yoga, mas altamente eficaz.

Guy Ritchie fora da zona de conforto

Conhecido por mergulhos no submundo do crime britânico (SnatchThe GentlemenRocknRolla), Guy Ritchie muda aqui de registo para abraçar o espírito clássico de aventuras à escala global. Nada de gangsters de Londres: agora temos monumentos antigos, corridas contra o tempo e vilões exóticos, incluindo Eiza González como Esme, uma adversária de saltos altos e pontapés certeiros.

A realização promete momentos de acção bem coreografados, piadas espertas e até alguma alma — há quem diga que esta pode ser a versão emocionalmente funcional de Uncharted que nunca tivemos no grande ecrã.

Promessa de blockbuster com sabor a nostalgia

A estreia está marcada para 23 de maio na Apple TV+, e a expectativa já borbulha. As comparações com Indiana JonesA Lenda do Tesouro Perdido, e até A Múmia de Brendan Fraser são inevitáveis — e bem-vindas. Este é o tipo de cinema que faz sonhar com mapas de pergaminho e relicários escondidos debaixo de teatros abandonados.

E sim, há também o lado emocional: os conflitos entre irmãos, as dúvidas sobre envelhecer, o que estamos dispostos a sacrificar pela imortalidade… tudo embrulhado num ritmo popcorn-ready, com um chapéu de aba larga e muita areia pelo caminho.


Conclusão:

Se procuras uma aventura clássica com um toque moderno, Fountain of Youth pode mesmo ser o teu bilhete dourado. Afinal, entre magia, mitos, e John Krasinski com ar de professor carismático em crise existencial, há aqui uma fórmula que já nos conquistou antes — e que, com o toque certo, pode muito bem voltar a fazê-lo.

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Jim Carrey e Ron Howard entre as muitas homenagens a Val Kilmer: “Um talento geracional”

A morte de Val Kilmer abalou Hollywood — e alguns dos seus amigos e colegas de profissão estão agora a partilhar palavras de tributo que ajudam a perceber o impacto que o ator teve tanto dentro como fora do ecrã. Jim Carrey, com quem contracenou no explosivo Batman Forever (1995), e o realizador Ron Howard, que o dirigiu em Willow, estão entre os nomes que prestaram homenagem a este talento que, mesmo com uma carreira cheia de altos e baixos, deixou uma marca inegável no cinema.

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Val Kilmer faleceu na terça-feira, aos 65 anos, vítima de uma pneumonia. A notícia foi confirmada pela filha, Mercedes Kilmer, e rapidamente gerou uma onda de emoção nas redes sociais — de fãs, amigos e antigos colegas.

Jim Carrey, que vestiu a pele do enigmático Riddler (Charada) em Batman Forever, fez questão de expressar publicamente a sua admiração:

“Estou a recordar hoje Val Kilmer com grande admiração, como homem e como um talento geracional que nos deixou um legado invejável de interpretações inesquecíveis”, escreveu o ator.

“As suas maiores conquistas artísticas só foram rivalizadas pela graça e coragem com que enfrentou os momentos mais desafiantes da sua vida. Desejo à sua família muito amor.”

Batman, Riddler e uma química explosiva em Gotham

Lançado em 1995, Batman Forever tornou-se o segundo filme mais rentável do ano nos Estados Unidos, com Val Kilmer a assumir o manto do Cavaleiro das Trevas depois da saída de Michael Keaton. Ao lado de Jim Carrey e Tommy Lee Jones, o filme dividiu a crítica, mas foi um sucesso de bilheteira. Kilmer interpretou Bruce Wayne com um ar mais introspectivo e melancólico, enquanto Carrey dava largas ao seu lado mais maníaco e excêntrico com o Riddler.

A dinâmica entre ambos — tão contrastante como Gotham e o Arkham Asylum — marcou o filme. E embora Kilmer não tenha regressado ao papel, chegou a fazer uma piscadela ao legado do Batman no Jay and Silent Bob Reboot (2019), onde apareceu com um fato muito semelhante ao do Homem-Morcego.

Tributos sentidos… e cheios de história

Ron Howard, que dirigiu Kilmer em Willow (1988), foi outro dos nomes que não quis deixar passar o momento sem agradecer ao ator.

“Tive a sorte incrível de colaborar com o Val várias vezes ao longo dos anos”, escreveu no X (antigo Twitter).

“Desde o espadachim excêntrico Madmartagan em Willow, ao deslumbrante Jim Morrison em The Doors, e ainda a um cameo arrepiante em The Missing, ele surpreendia sempre. A sua arte ia para lá da representação — era poesia, pintura, cinema e forma de viver. Bon voyage, Val, e obrigado.”

Cher, que namorou com o ator nos anos 80, partilhou uma mensagem ternurenta nas redes sociais, chamando-o de “engraçado, louco, um grande amigo e uma dor de cabeça maravilhosa”, relembrando ainda a sua performance em palco na peça Citizen Twain, sobre Mark Twain.

Um legado que vai para lá de Gotham

Val Kilmer foi Jim Morrison, Batman, Madmartagan, Doc Holliday, o tenente Iceman e tantos outros. Foi também um dos atores mais falados — pelos melhores e piores motivos — de uma geração inteira. Lutou contra um cancro na garganta durante anos e acabou por perder a voz. Ainda assim, reapareceu com dignidade e coragem em Top Gun: Maverick(2022), com a sua voz recriada por Inteligência Artificial, mas com a sua presença bem viva no ecrã.

Como diria o próprio Kilmer no documentário Val (2021):

“Comportei-me mal. Comportei-me com coragem. Para alguns, fui bizarro. Não nego nada — e não me arrependo de nada.”

Palavras de quem viveu tudo com intensidade.

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Estúdio Ghibli vs Inteligência Artificial: “O Meu Vizinho é um Algoritmo” Não Vai Acontecer, Diz o Filho de Miyazaki 🎨🤖

O icónico universo do Estúdio Ghibli — povoado por florestas mágicas, criaturas encantadas e personagens com profundidade emocional — está a ser invadido por… computadores. Graças ao mais recente gerador de imagens do ChatGPT, a internet foi subitamente inundada com ilustrações no estilo Ghibli, alimentando debates acesos sobre o futuro da animação e os limites (ou falta deles) da Inteligência Artificial. Mas para Goro Miyazaki, filho do lendário Hayao Miyazaki, a resposta é simples: pode-se tentar imitar, mas substituir Miyazaki? Esqueçam.

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Quando Totoro Conhece o ChatGPT

O novo gerador de imagens da OpenAI, empresa por trás do ChatGPT, permite criar imagens que imitam o estilo visual de estúdios inteiros. A tecnologia espalhou-se como fogo no campo dos entusiastas de anime, com uma quantidade crescente de “imitações Ghibli” a circular pelas redes sociais. No entanto, a própria OpenAI admite que, embora proíba imitações diretas de artistas vivos, permite “estilos de estúdios” — como quem diz, podes não usar o nome do chef, mas a receita é tua.

Mas Goro Miyazaki, hoje com 58 anos e diretor administrativo do Estúdio Ghibli, não está convencido de que isso seja o futuro da animação. “Não seria surpreendente se, daqui a dois anos, houvesse um filme feito totalmente com IA”, afirmou numa entrevista recente à AFP, no atelier Ghibli em Tóquio. “Mas se o público gostaria de o ver… é outra questão.”

Miyazaki: O Insubstituível

Hayao Miyazaki, o mestre por trás de obras como A Viagem de ChihiroO Castelo Andante ou O Meu Vizinho Totoro, ganhou no ano passado o seu segundo Óscar com O Rapaz e a Garça, provavelmente a sua última longa-metragem. E segundo Goro, o mundo deve começar a preparar-se para a realidade inevitável: quando Miyazaki e o produtor Toshio Suzuki (76 anos) deixarem de poder criar, não haverá substitutos.

“Não é como se eles pudessem ser substituídos”, disse Goro. E com razão: os filmes Ghibli têm algo que nenhuma IA consegue replicar — alma. Um “cheiro de morte”, como lhe chama Goro, que permeia mesmo os filmes mais doces. “Totoro é, de certa forma, um filme assustador”, disse ele. “Explora o medo de perder uma mãe doente.”

A geração dos fundadores da Ghibli é marcada por memórias de guerra e experiências duras, elementos que informam a profundidade emocional dos seus filmes. Goro afirma que “é impossível criar algo com a mesma sensação e abordagem se não se viveu essa realidade”.

Arte vs Algoritmo

A polémica não é nova. Um vídeo de 2016 voltou a circular recentemente, onde Hayao Miyazaki reage a uma criatura digital animada por IA com total repulsa: “Isto é um insulto à própria vida.” A frase ficou célebre e, para muitos, resume o espírito do estúdio: a criação deve vir de um lugar humano, imperfeito, mas genuíno.

Curiosamente, a indústria de animação japonesa enfrenta uma escassez de animadores qualificados, em parte porque os salários baixos e as longas horas de trabalho tornam a carreira desmotivante para as novas gerações. A Geração Z, mais digital e menos disposta a passar anos a desenhar manualmente, poderá ver na IA uma ferramenta… ou uma tentação.

Mesmo assim, Goro vê algum potencial: “A nova tecnologia pode trazer talentos inesperados.” Mas deixa bem claro que não é por aí que o Ghibli vai seguir.

De Pai para Filho (com Resistência)

Goro entrou no Estúdio Ghibli em 1998, mas sempre carregou o peso do legado do pai. Dirigiu filmes como Contos de Terramar (2006) e A Colina das Papoilas (2011), além de ter supervisionado o Museu Ghibli e o recém-inaugurado Parque Ghibli no Japão. Apesar do respeito pelo percurso do pai, Goro admite que a sua mãe, também designer, o desaconselhou a seguir esta carreira: “É um trabalho difícil e muito preenchido.”

Ainda assim, há algo de inevitável na relação de Goro com o estúdio: “Sempre quis fazer algo criativo.”

E talvez seja essa a maior lição que o Ghibli deixa a todos nós — que o verdadeiro motor da arte não é um algoritmo, mas a necessidade humana de criar, de comunicar, de contar histórias com emoção, com falhas, com alma.

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Nanni Moretti em Cuidados Intensivos

O cinema europeu está em sobressalto. Nanni Moretti, o realizador italiano que nos habituou a pensar (e rir) com filmes de uma ternura provocadora, sofreu um ataque cardíaco e encontra-se internado nos cuidados intensivos em Roma, com prognóstico reservado. A notícia, avançada pelos media italianos, caiu como um balde de água fria no meio cinematográfico.

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Com 71 anos, Moretti foi levado de urgência na quarta-feira para o Hospital San Camillo, onde foi submetido de imediato a uma cirurgia de emergência. Segundo as primeiras informações, encontra-se estabilizado, mas continua em estado delicado.

Um cineasta com coração nas imagens… e agora o coração à prova

O incidente não é totalmente inesperado: em outubro de 2023, o autor de Querido Diário já tinha sofrido um pequeno enfarte, que o obrigou a cancelar uma apresentação em Nápoles. Foi também tratado no mesmo hospital onde agora permanece internado. Na altura, a situação foi encarada como um susto. Desta vez, porém, o silêncio à volta do seu estado de saúde é mais preocupante.

Moretti, frequentemente comparado a Woody Allen (com sotaque romano e scooter Vespa), construiu uma filmografia que é um verdadeiro espelho crítico da sociedade italiana — e não só. Do íntimo O Quarto do Filho (Palma de Ouro em Cannes, 2001) ao mordaz Habemus Papam, passando pelo frontalíssimo O Caimão, sobre o fenómeno Berlusconi, Nanni sempre foi uma voz desconcertante, subtilmente hilariante e com um faro extraordinário para o desconforto moderno.

O homem que filmava o mundo como quem escreve um diário

A sua carreira começou com uma câmara Super 8 e uma comédia minimalista chamada Io sono un autarchico (1976), que já prometia aquilo que se viria a confirmar: um talento único para usar o humor como arma e escudo. Mas foi com Querido Diário (1993) que Moretti conquistou definitivamente o público internacional — e o coração dos cinéfilos. A sua deambulação pela Roma vazia, a bordo de uma Vespa, enquanto reflecte sobre a vida, a arte e a condição humana, é hoje um clássico moderno e um hino à introspecção urbana.

Esse filme valeu-lhe o Prémio de Melhor Realização em Cannes, em 1994. E seria apenas o início de um percurso que se manteria coerente, surpreendente e, acima de tudo, pessoal. Moretti nunca teve medo de se colocar diante da câmara — fosse como alter ego neurótico, pai enlutado, cineasta em crise ou cidadão indignado. Sempre com uma estética depurada e um olhar clínico sobre o mundo que o rodeia.

Um realizador que não poupa ninguém (nem o Vaticano)

Ao longo das décadas, foi construindo uma carreira sem concessões ao facilitismo comercial. Filmes como O Caimão(2006), onde expôs com coragem o impacto do populismo mediático de Berlusconi, ou Habemus Papam (2011), uma reflexão delicada e provocadora sobre os bastidores da Santa Sé, confirmaram a sua reputação de criador independente e inconformado.

Mesmo O Sol do Futuro (2023), o seu filme mais recente e uma espécie de metanarrativa sobre um realizador em busca de sentido num mundo em transformação, competiu em Cannes e mostrou que, apesar da idade, Moretti continua a questionar tudo — a si próprio incluído.

Uma pausa indesejada… mas não definitiva?

Ainda não há actualizações oficiais sobre a evolução do seu estado de saúde, mas o meio cinematográfico — em Itália e no mundo — já reagiu com mensagens de solidariedade. A esperança é que este seja apenas mais um capítulo na sua longa narrativa pessoal, e que Nanni volte a fazer aquilo que melhor sabe: filmar o mundo com um misto de amor, ironia e coragem.

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“Lavagante” Chega em Outubro e Junta Três Gigantes da Cultura Portuguesa 🎬🦞

Uma história de amor intemporal, marcada pela repressão brutal do Estado Novo e escrita por um dos maiores nomes da literatura portuguesa: “Lavagante” tem estreia marcada para 2 de outubro, assinalando os 100 anos do nascimento de José Cardoso Pires. Mas este não é um filme qualquer — é o culminar de uma jornada artística de décadas, onde se cruzam os nomes de António-Pedro Vasconcelos, Mário Barroso e Paulo Branco.

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Preparem os corações e as consciências, porque vem aí cinema com “C” maiúsculo.

Uma viagem à Lisboa de 1962, com amor e brutalidade

Adaptado da obra Lavagante, Encontro Desabitado, publicada postumamente em 2008, o filme mergulha numa Lisboa marcada pelas revoltas estudantis e pela mão pesada do regime de Salazar. É neste ambiente sufocante, onde a PIDE espreita em cada esquina e o medo é quase uma segunda pele, que nasce a relação entre Cecília (Júlia Palha), estudante de Arquitetura, e Daniel (Francisco Froes), um jovem médico opositor ao regime.

O pano de fundo é a repressão violenta das manifestações estudantis na Cidade Universitária em 1962 — um dos episódios mais negros do salazarismo, e que José Cardoso Pires, com o seu estilo depurado e corrosivo, registou com a precisão de quem sabia exactamente onde o silêncio do medo começava a gritar.

Uma promessa cumprida — e um tributo a António-Pedro Vasconcelos

Este era um projeto muito querido a António-Pedro Vasconcelos, que chegou a adaptar o argumento e teve a bênção da família de Cardoso Pires para levar o conto ao ecrã. Anunciado há anos como um telefilme para a RTP, o projeto acabou por não avançar — até que Paulo Branco, com o habitual instinto de produtor irredutível, decidiu resgatá-lo e dar-lhe nova vida.

Infelizmente, Vasconcelos viria a falecer em março de 2024, sem ver o seu sonho concluído. Mas o cinema, quando é feito com amor, tem um dom especial para cumprir promessas.

Em sua homenagem, Mário Barroso assumiu a realização e também a direção de fotografia. E se há alguém que compreende a linguagem visual da memória, da dor e da resistência, é Barroso, com o seu olhar sempre atento ao detalhe e à verdade dos corpos em conflito.

Um elenco de peso para um país em convulsão

Além de Júlia Palha e Francisco Froes, o elenco de Lavagante conta com Nuno Lopes, Diogo Infante, Leonor Alecrim e outros nomes que têm dado voz e corpo ao melhor do cinema português.

É uma obra que não se limita a contar uma história — quer provocar, lembrar e ensinar. Em tempos de amnésias coletivas e revisionismos perigosos, Lavagante será uma janela necessária para os mais jovens perceberem que a liberdade não foi um dado adquirido. Houve amor, coragem, sofrimento — e também mortos — no caminho para lá chegar.

O regresso do Cardoso Pires político e pungente

Se há escritor que soube captar o cheiro da repressão e a tensão social do Portugal cinzento e abafado, foi José Cardoso Pires. O mesmo que nos deu obras como Balada da Praia dos Cães ou O Delfim, aqui ressurge num texto menos conhecido mas carregado da sua habitual acutilância, a revisitar um país onde amar podia ser um ato de resistência.

Este centenário do seu nascimento será celebrado com um filme que — tudo indica — fará justiça à sua escrita. E quem melhor para fazer essa ponte do que três homens do cinema português que sempre se recusaram a baixar os braços?


🎞 Lavagante estreia nos cinemas portugueses a 2 de outubro de 2025, numa data que promete marcar não apenas o calendário, mas também as consciências.

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Se quiseres, posso criar uma imagem editorial para ilustrar o artigo, talvez algo com uma silhueta de estudantes em protesto fundida com o contorno de um lavagante — uma imagem simbólica, política e cinematográfica. Avanço com isso?

John Wick Está de Volta… Em Triplicado!

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Keanu Reeves regressa ao papel do assassino mais elegante do cinema — e traz companhia

Podem guardar os cães e preparar os fatos à prova de bala: John Wick não morreu, está apenas a carregar. E agora traz não um, nem dois, mas três novos filmes consigo.

A Lionsgate revelou na CinemaCon, que decorre esta semana em Las Vegas, que o universo John Wick vai expandir-se oficialmente com três novos títulos — incluindo o tão aguardado John Wick 5, um filme de animação prequela e um spin-off protagonizado (e realizado!) por Donnie Yen. E sim, Keanu Reeves está confirmado para regressar ao centro da ação. Nem a sua idade (terá 61 anos quando começarem as filmagens) impede o homem de regressar ao papel que reinventou o cinema de ação moderno.

John Wick 5

: o regresso do homem, do mito, da lenda

Apesar do final ambíguo (vá, quase fatal) de John Wick: Capítulo 4, a Lionsgate garantiu que John Wick 5 está mesmo em desenvolvimento com Keanu Reeves e o realizador Chad Stahelski de regresso. O argumento está a ser escrito e, segundo o estúdio, “ninguém voltaria se não tivesse algo verdadeiramente fenomenal para dizer com estas personagens”.

Ora, depois de quatro filmes que elevaram as coreografias de luta a um novo patamar, queremos acreditar que esta quinta entrada tem uma cartada especial preparada. Talvez Wick regresse dos mortos com mais estilo do que nunca — não seria a primeira vez.

Wick no passado? Só com animação!

O segundo projeto é uma novidade que nem os fãs mais atentos esperavam: uma prequela em animação, com realização de Shannon Tindle. Esta história levar-nos-á a uma noite fulcral do passado de John Wick, onde o assassino terá de eliminar múltiplos inimigos numa única missão — tudo antes dos acontecimentos do filme original de 2014. Sim, Keanu deverá dar voz ao personagem.

Com esta abordagem, a Lionsgate aposta num novo formato para explorar o lore da franquia, mantendo a estética estilizada e uma liberdade narrativa total. Se funcionar, pode abrir espaço a mais explorações animadas do universo Wick.

Donnie Yen entra em ação — e desta vez, também realiza

O terceiro novo projeto confirmado foca-se em Caine, o assassino cego e mortal interpretado por Donnie Yen em John Wick 4. O ator de Hong Kong, mestre das artes marciais e carisma absoluto, vai protagonizar e realizar este spin-off, com argumento de Mattson Tomlin (de The Batman II e BRZRKR, este último criado por… Keanu Reeves, pois claro).

Segundo a Lionsgate, as filmagens arrancam ainda este ano. Tendo em conta o estilo elegante e brutal de Caine, estamos perante um dos projetos mais entusiasmantes do universo expandido de John Wick.

Mas há mais Wick à vista…

Antes destes três projetos chegarem às salas, os fãs poderão ver Ballerina, protagonizado por Ana de Armas, com estreia já marcada para 6 de junho. Este spin-off decorre antes dos eventos de John Wick 4 e conta com a participação de Keanu Reeves — que, segundo se diz, terá mais do que uma mera aparição simbólica.

Recorde-se que em 2023, The Continental levou-nos de volta a 1975 com uma minissérie centrada no famoso hotel-refúgio dos assassinos. Com três episódios lançados na Amazon Prime Video, a série explorou as origens do submundo onde Wick circula com tanta facilidade (e munição).

De subestimado a fenómeno global

O primeiro John Wick estreou em 2014 com uma modesta bilheteira de 86 milhões de dólares. Mas rapidamente se tornou um fenómeno de culto no mercado doméstico. O resto, como se costuma dizer, é história escrita com sangue e estilo.

  • John Wick 2: 174,3 milhões
  • John Wick 3 – Implacável: 328 milhões
  • John Wick 4: 440,1 milhões (e ainda com fôlego)

Segundo a Lionsgate, apenas nove sagas nos últimos 40 anos conseguiram aumentar a bilheteira em cada novo filme até ao quarto capítulo. Apenas cinco delas mantiveram essa tendência em crescendo como John Wick.

Ou seja, é um caso raro, valioso… e letal.


🎬 Com três novos filmes em marcha, Keanu Reeves de volta e Donnie Yen a assumir as rédeas, o universo Wick mostra estar longe de descansar em paz — mesmo que o próprio John Wick continue a tentar reformar-se a cada filme.

Preparem-se: em breve, vamos todos voltar a ouvir alguém perguntar calmamente…

“Are you back?”

“Yeah… I’m thinking I’m back.”

Rick Dalton Está de Volta! Brad Pitt, Fincher e Tarantino Juntam-se Para Continuação de “Era uma Vez em… Hollywood”

O que parecia ser uma brincadeira de 1 de abril revelou-se tudo menos mentira: Rick Dalton, o carismático duplo interpretado por Brad Pitt em Era Uma Vez em… Hollywood, vai mesmo regressar ao grande ecrã — com argumento de Quentin Tarantino e realização de ninguém menos que David Fincher. Sim, leu bem. Já pode ir buscar o Negroni.

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Segundo a revista The Hollywood Reporter, o projeto está em desenvolvimento avançado na Netflix e poderá arrancar com as filmagens já no final deste verão. Brad Pitt está confirmado e Tarantino entregou a caneta (mas não a alma) a Fincher, que assume a realização daquele que está a ser descrito não como uma sequela, mas como um “derivado” da obra de 2019.

Uma continuação… mas não exatamente

Se está a pensar “mas então não era The Movie Critic o tal décimo e último filme de Tarantino?”, não está errado. O realizador de Pulp Fiction e Kill Bill já tinha anunciado o fim da sua carreira cinematográfica com esse título, que, entretanto, foi abandonado. Este novo projeto, apesar de nascer do mesmo universo, não entra na sua contagem oficial.

Aliás, esta nova produção não será sequer uma sequela directa. É, segundo fontes próximas, uma história que decorre no mesmo universo, focando-se no destino da personagem de Brad Pitt, Cliff Booth, após os acontecimentos do verão de 1969. Será, portanto, um mergulho ainda mais profundo no “Tarantinoverso de Hollywood”, um cocktail agridoce de nostalgia, violência coreografada e metalinguagem cinematográfica.

A génese: tudo começou com… obsessão

Tarantino não é homem de fazer as coisas pela metade. Para escrever o argumento de Era Uma Vez em… Hollywood, criou biografias detalhadas de Rick Dalton e Cliff Booth — as suas carreiras, histórias, fracassos, filmes falsos, casamentos falhados e até talk shows nos quais apareceram. Essa mitologia foi em parte explorada no romance homónimo publicado em 2021, onde o realizador brincou com linhas temporais e desenvolveu ainda mais os bastidores do universo que criou.

Foi desse material que surgiu este novo filme. Segundo o THR, Brad Pitt ficou impressionado com uma parte do argumento que detalhava a vida de Cliff Booth depois dos eventos do filme original. Entusiasmado, perguntou a Tarantino se permitiria que outra pessoa realizasse. O cineasta respondeu algo como “depende de quem for” — e quando Pitt sugeriu David Fincher, Tarantino deu luz verde.

A trindade dos titãs: Tarantino, Fincher e Pitt

Se havia dúvidas sobre o peso deste projeto, elas dissipam-se com esta trindade: Tarantino a escrever, Fincher a realizar e Pitt a protagonizar. Relembre-se que o trio Pitt-Fincher já nos deu obras-primas como Se7en – Sete Pecados MortaisClube de Combate e O Estranho Caso de Benjamin Button.

Este novo projeto, ainda sem título oficial, será produzido e distribuído pela Netflix, onde Fincher mantém um contrato exclusivo. Tarantino, por seu lado, apesar de Era Uma Vez em… Hollywood ter sido lançado pela Sony, manteve os direitos sobre as personagens — o que lhe permite explorar este universo fora dos estúdios originais.

E Leonardo DiCaprio?

Ainda não se sabe se Leonardo DiCaprio regressará como Rick Dalton — personagem central do filme de 2019. A sua ausência nos anúncios oficiais indica que, para já, o foco está todo em Cliff Booth. Mas se há coisa que aprendemos com Tarantino, é que ele adora surpreender. E no mundo de Hollywood (real ou fictício), nunca se diz nunca.


O que esperar?

🎥 Um filme que aprofunda a mitologia de Era Uma Vez em… Hollywood

🎬 Argumento de Tarantino, realização de Fincher — combinação de sonho

🎭 Brad Pitt no centro da narrativa como Cliff Booth

🕵️‍♂️ Uma história à parte, mas que prolonga o fascínio daquele verão de 1969

🍿 Estreia prevista para 2025 ou 2026 na Netflix (com filmagens ainda este ano)


Depois da morte (ou não) de Booth? Da ascensão (ou não) de Dalton? Este é o tipo de cinema que promete homenagear Hollywood… com um sorriso cínico, uma garrafa de whisky e, provavelmente, uma pancadaria bem coreografada no final.

Bem-vindos de volta ao Velho Oeste dos anos 70. Cliff Booth nunca saiu — só estava à espera que alguém lhe ligasse.

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Cinemas dos EUA Querem 45 Dias de Exclusividade Para Sobreviver ao Streaming

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Las Vegas pode ser o palco de muitos jogos de sorte… mas desta vez, os donos dos cinemas não estão a jogar: querem regras claras e justas. Durante a CinemaCon — a convenção anual da indústria cinematográfica que decorre em Las Vegas — os operadores de salas dos EUA fizeram ouvir a sua voz e foram diretos ao assunto: exigem um mínimo de 45 dias de exclusividade nas estreias dos filmes, antes destes seguirem viagem para os serviços de streaming.

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Michael O’Leary, presidente da Cinema United (a associação que representa os proprietários de salas de cinema nos EUA), foi ao palco e disse, com toda a convicção, que sem esse período exclusivo, os cinemas continuarão a definhar. E o auditório respondeu com aplausos — porque ninguém ali está a achar graça ao estado atual da bilheteira.

“Não há cinema sem sala de cinema”

Em tempos não muito distantes, os filmes tinham um período de 90 dias nas salas antes de estarem disponíveis para compra ou aluguer digital. Era uma norma quase sagrada. Mas veio a pandemia, os estúdios entraram em pânico, e as janelas de exclusividade encolheram para 30 dias, 17 dias, ou até menos. Resultado? Os espectadores começaram a pensar: “Vale a pena ir ao cinema, ou espero três semanas e vejo no sofá?”

Ora, é precisamente essa mentalidade que os donos dos cinemas querem inverter. “Deve haver um ponto de referência”, disse O’Leary, defendendo que 45 dias é o mínimo aceitável para proteger a experiência cinematográfica… e os negócios, claro.

Segundo ele, sem um período de exclusividade claro e consistente, não há forma de restabelecer a saúde de toda a indústria. E sejamos francos: por mais amor ao cinema que tenhamos, sem bilhetes vendidos, não há luzes que se apaguem, nem ecrãs que se iluminem.

Um cenário pós-COVID com sequelas nada glamorosas

Antes da pandemia, os cinemas da América do Norte (EUA + Canadá) geravam mais de 11 mil milhões de dólares anuais em receitas de bilheteira. Hoje, mal ultrapassam os 9 mil milhões. Uma quebra séria que reflete não só os tempos pandémicos, mas também a explosão do streaming e a mudança de hábitos do público.

As estreias simultâneas nos cinemas e nas plataformas — lembram-se da HBO Max com Wonder Woman 1984 ou da Disney+ com Black Widow? — foram apelativas na altura, mas deixaram cicatrizes difíceis de sarar nas contas das salas de cinema.

Hoje, a missão é clara: trazer o público de volta à sala escura, recriar o sentido de urgência que um bom filme no grande ecrã sempre teve — aquela sensação de “tenho de ver isto agora”. Porque, convenhamos, um balde de pipocas e um som surround nunca souberam tão bem como depois de meses a ver séries no telemóvel.

Os estúdios vão alinhar?

É aqui que a conversa se complica. Os grandes estúdios têm os seus próprios serviços de streaming. E gostariam de alimentar essas plataformas com estreias recentes, o mais rápido possível. Afinal, cada subscrição conta.

Mas a pressão vinda da CinemaCon — um evento que junta os principais intervenientes da indústria mundial do cinema — pode marcar o início de uma viragem. Já há sinais de vontade por parte de alguns estúdios em negociar janelas mais longas. Resta saber se o “mínimo dos mínimos” de 45 dias será aceite por todos.


Conclusão (com espírito de cinema à moda antiga)

Ver filmes no cinema é mais do que ver filmes. É viver histórias em grande. A luta por 45 dias de exclusividade pode parecer técnica, mas é uma questão existencial para as salas de cinema. Se esta janela não for respeitada, muitas poderão mesmo… fechar a cortina.

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Mas se os estúdios e os exibidores encontrarem um ponto de equilíbrio, talvez voltemos a ver filas à porta das sessões e gente a correr para os lugares do meio. Porque, no fundo, o cinema merece isso — e nós também.

🎭 Shia LaBeouf e a Escola da Discórdia: Documentário Expõe Agressões em Centro de Representação

Shia LaBeouf está novamente no centro da polémica — e desta vez, nem o método mais extremo pode justificar os episódios agora revelados. Um novo documentário mostra o ator norte-americano a agredir e a ameaçar alunos… da sua própria escola de representação.

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Sim, leu bem. A estrela de Transformers e Honey Boy não se limitou a ensinar acting — parece que também treinou algum “contacto físico”, com intensidade a mais e limites éticos a menos. O documentário chama-se Slauson Rec, em referência ao Slauson Recreation Center, onde LaBeouf manteve a sua peculiar escola entre 2018 e 2020.

800 Horas de Registos e Uma Câmera Sempre Ligada 🎥

O filme é realizado por Leo Lewis O’Neil e assenta num vasto arquivo de cerca de 800 horas de filmagens gravadas… com autorização do próprio LaBeouf. Segundo o realizador, o ator encorajou a captação de todos os momentos. Isso inclui, por exemplo, uma cena descrita pela revista Vanity Fair, onde LaBeouf é visto a empurrar um aluno contra a parede, ameaçando-o verbalmente. O aluno em questão ficou com arranhões e marcas pelo corpo.

E não, não foi cortado na sala de edição. O próprio Shia permitiu que a cena ficasse no documentário. “Ele tinha todos os motivos para o impedir. É um dos artistas mais vulneráveis que já vi”, explicou o realizador. Vulnerável… ou perigosamente indulgente?

Um Mestre Inconvencional ou Apenas Mais um Escândalo?

Shia LaBeouf não é estranho à controvérsia. Do estrelato precoce na Disney à carreira oscilante entre grandes produções e cinema indie, tem sido protagonista tanto nos ecrãs como nos tribunais e nas manchetes. Já enfrentou acusações de agressão, comportamento abusivo e má conduta — mas abrir uma escola de representação para depois agredir alunos é, sem dúvida, um novo capítulo sombrio.

Em declarações à Vanity Fair, o ator defendeu-se com o habitual tom de guru artístico fora-da-caixa: “Os meus métodos de ensino podem não ser convencionais, mas estou orgulhoso dos feitos destes miúdos. Transformámos um grupo de teatro numa empresa.”

Ora, a linha entre “não convencional” e “comportamento inaceitável” parece ter sido definitivamente ultrapassada.

A Arte Justifica Tudo?

A pergunta é legítima: até que ponto os métodos extremos — comuns em certos círculos do método de representação — podem ser tolerados em nome da “arte”? Estará Shia LaBeouf a tentar seguir os passos de gurus como Lee Strasberg ou apenas a usar a criatividade como desculpa para justificar abuso?

The Slauson Rec promete ser uma viagem desconfortável ao interior de uma mente artística imprevisível, mas também levanta sérias questões sobre ética, responsabilidade e o papel do artista enquanto mentor.

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Se há lição a tirar deste novo escândalo, é que a paixão pela arte não deve ser um escudo para agressão. E que ensinar, acima de tudo, exige respeito. Algo que, aparentemente, faltou em várias sessões no centro de Shia LaBeouf.


“Sozinho em Casa”, Abandonado na Vida Real? Macaulay Culkin rompe o silêncio sobre o pai ausente

Há pais ausentes… e depois há Kit Culkin. Macaulay Culkin, a eterna estrela de Sozinho em Casa, revelou recentemente que não tem qualquer contacto com o pai há mais de três décadas — e segundo o próprio, a distância é mais do que justificada.

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Num episódio do podcast Sibling Revelry, citado pela NME, Macaulay não poupou palavras ao descrever a relação (ou falta dela) com Kit Culkin. “É um homem que teve sete filhos e quatro netos. E nenhum deles quer saber dele para nada”, afirmou, com uma serenidade dura de engolir.

A declaração não surge do nada: ao longo dos anos, o ator foi partilhando histórias pouco edificantes sobre o progenitor, que outrora tentou gerir — ou controlar — a sua meteórica carreira enquanto estrela infantil nos anos 90. Agora, com 43 anos e pai de dois filhos, Macaulay reflecte sobre o passado com um misto de revolta e clareza.

Um pai fora do guião

Não é novidade que Macaulay teve uma infância complicada. Para além da fama precoce e da pressão constante dos media, a sua vida familiar era tudo menos estável. Kit Culkin, antigo actor e aspirante a produtor, era descrito por colegas e familiares como abusivo e controlador — uma figura que, segundo Macaulay, confundia autoridade com autoritarismo.

Aos 15 anos, o ator deu entrada num processo judicial para retirar os pais da gestão da sua fortuna, avaliada então em cerca de 40 milhões de dólares. O gesto não foi apenas simbólico: foi um grito de independência num momento em que a sua carreira começava a desacelerar, e a sua identidade como pessoa adulta tentava emergir do caos da infância.

“Não queria ser como ele”

Agora, décadas depois, e já com filhos próprios, Macaulay confessa que a sombra do pai ainda paira sobre si — não como exemplo, mas como alerta. “Uma das minhas primeiras memórias dele foi pensar que não queria tratar os meus filhos como ele nos tratava”, confessou. “Agora que tenho filhos, não acredito que ele se tenha comportado daquela forma.”

Segundo o ator, Kit Culkin continua a acreditar que nada fez de errado. “Acha que está certo e nós errados. É um louco narcisista”, disparou, sem rodeios.

Embora este tipo de revelações nos deixe sempre com um nó na garganta — especialmente vindas de alguém que nos fez rir tanto em criança —, há também uma espécie de catarse em ver Macaulay finalmente em paz com o passado. Ou, pelo menos, em controlo da sua própria narrativa.

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Hoje, além de ator, é companheiro da também atriz Brenda Song, com quem tem dois filhos, e tem-se mantido discreto, escolhendo projectos esporádicos e, acima de tudo, uma vida fora dos holofotes — algo que talvez tenha aprendido da forma mais dura possível.

O Jardineiro: Thriller espanhol da Netflix cultiva assassinos… e segredos

Nem tudo o que parece é — e em O Jardineiro, isso é quase uma regra de ouro. A nova série espanhola da Netflix chega a 11 de abril e promete regar o catálogo de thrillers com sangue, tensão e um toque inesperado de romance. 🌹💀

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Protagonizada por Álvaro Rico (Elite), Cecilia Suárez (La Casa de las Flores) e Catalina Sopelana (El Inocente), esta produção original mergulha num universo onde as flores escondem mais do que perfume — e os canteiros podem bem ser túmulos.

Um horto, uma fachada… e um negócio mortal 🌺🔪

A premissa já por si é intrigante: Elmer vive com a mãe, La China Jurado (interpretada com intensidade por Cecilia Suárez), que gere um horto. Mas este não é um simples viveiro de flores e plantas: é a fachada para um próspero negócio de homicídios por encomenda.

Sim, leu bem. Entre regadores e adubos, La China encontrou a fórmula perfeita para gerir um cartel de assassinatos e transformar o próprio filho num eficiente executor. A cereja no topo da estufa? Elmer, devido a um acidente, ficou emocionalmente desligado — não sente medo, culpa… nem amor.

Tudo muda com Violeta 💘

Mas como em todo bom thriller com alma latina, o amor intromete-se — e vira tudo do avesso. Quando Elmer recebe como próximo alvo uma encantadora educadora de infância chamada Violeta (Catalina Sopelana), algo inesperado acontece: ele apaixona-se. E essa pequena centelha de emoção genuína é suficiente para pôr em risco toda a operação.

Com a mãe decidida a eliminar Violeta a todo o custo, Elmer vê-se dividido entre o dever e o coração, entre a fidelidade e a redenção. O jardineiro, que sempre soube matar, vai agora tentar salvar. Mas será tarde demais?

Mistura explosiva de tensão e tragédia

O Jardineiro promete oferecer uma fusão rara: um drama psicológico com estética de thriller sombrio, pontuado por elementos românticos e familiares. A realização, carregada de tensão e com uma paleta visual marcada por verdes escuros e tons terrosos, lembra-nos que estamos num terreno fértil para traições, dilemas morais e reviravoltas emocionais.

O elenco conta ainda com nomes como Jorge Suquet, Ana Álvarez e Violeta Rodríguez, num enredo onde os silêncios falam mais alto do que as palavras e onde até as flores parecem esconder segredos.

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Se a Netflix acertar no tom — e tudo indica que sim — O Jardineiro pode muito bem tornar-se o novo vício ibérico dos assinantes, ao estilo de Quem Matou Sara? ou El Inocente. Com a vantagem de oferecer algo menos previsível e muito mais provocador.

Dexter: Original Sin vai ter segunda temporada — e o “Código de Harry” continua a fazer escola

Se achavam que os instintos assassinos de Dexter Morgan se ficavam pela infância traumática e por uma primeira fornada de episódios, desenganem-se. Dexter: Original Sin, a prequela da série original lançada pela SkyShowtime em janeiro de 2025, vai mesmo regressar para uma segunda temporada! 🔪

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A confirmação chegou oficialmente um mês após o final da primeira temporada, provando que o público continua sedento por mais crimes, enigmas forenses e lições de moral dadas com um sorriso e um bisturi.

Um regresso ao passado… com sangue fresco

Para os menos atentos (ou recém-chegados ao universo Dexteriano), Original Sin leva-nos até ao início dos anos 90, precisamente a Miami em 1991. É lá que encontramos um jovem Dexter Morgan — aqui interpretado por Patrick Gibson — no início da sua peculiar jornada como justiceiro serial killer.

A série acompanha-o na transição de estudante exemplar para assassino metódico, tudo sob a atenta supervisão do seu pai adotivo, o detetive Harry Morgan (interpretado com carisma por Christian Slater). E sim, Debra Morgan também marca presença — ainda como irmã mais nova e cheia de perguntas — interpretada por Molly Brown.

O nascimento do “Código”

Um dos aspetos mais fascinantes da série é o desenvolvimento do famoso Código de Harry, uma espécie de Bíblia ética para assassinos vigilantes, que vai moldar o modus operandi de Dexter para toda a vida. É aqui que vemos como o pai tenta canalizar os impulsos sombrios do filho para “um bem maior” — ou pelo menos, para um mal que sirva o bem.

No meio disto tudo, Dexter começa o seu estágio no Departamento da Polícia de Miami, a aprender ciência forense… e a esconder um lado mais sombrio. E claro, tudo isto antes das famosas análises de sangue e das cenas em que o nosso anti-herói cortava plástico com uma precisão quase artística.

Segunda temporada: o que esperar?

Apesar de ainda não haver muitos detalhes sobre o rumo que a história vai tomar, a renovação da série aponta para mais mergulhos na formação do psicopata favorito da televisão moderna. Será que vamos assistir ao seu primeiro homicídio a solo? Ou talvez a algum deslize com consequências inesperadas? Há todo um Miami ensolarado e corrupto por explorar.

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Com uma estética noventista, argumento eficaz e personagens com carisma — e uma pitada de perturbação —, Dexter: Original Sin conseguiu captar a atenção tanto dos fãs antigos como de um público mais jovem, e isso deve-se muito à performance equilibrada de Patrick Gibson, que não tenta imitar Michael C. Hall, mas cria o seu próprio Dexter com identidade e nuance.

Val Kilmer: O Último Combate de um Rebelde de Hollywood

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Val Kilmer esteve acamado durante anos antes da sua morte. A informação foi agora revelada por fontes próximas ao ator, que confirmam que o lendário “menino mau de Hollywood” lutou até ao fim, debilitado pelos efeitos prolongados do cancro na garganta que o afetou durante quase uma década. Kilmer faleceu na passada terça-feira, aos 65 anos, vítima de pneumonia.

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Apesar da força e do carisma que marcaram a sua carreira — de Top Gun a The Doors, de Batman Forever a Heat — os últimos anos de Val Kilmer foram discretos, quase silenciosos. Literalmente.

Depois de ter sido diagnosticado com cancro na garganta em 2015, o ator foi submetido a tratamentos intensivos que lhe roubaram a voz e o vigor físico. Segundo o TMZ, passou os últimos anos da sua vida maioritariamente acamado, fragilizado e longe da ribalta que tanto dominou nos anos 90.

Um Ícone Reduzido ao Silêncio

A última vez que foi visto em público foi em 2019, numa gala em Hollywood, já bastante alterado. O homem que outrora dava corpo a figuras maiores que a vida — Jim Morrison incluído — estava agora reduzido a um corpo em luta, a uma sombra do furacão de carisma que encantou plateias.

Mas mesmo quando a voz o abandonou, Kilmer não desistiu do cinema. Em 2022, voltou ao grande ecrã num momento comovente em Top Gun: Maverick, ao lado de Tom Cruise. Para dar vida novamente a Iceman, recorreu à Inteligência Artificial: as suas falas foram reconstruídas com tecnologia, usando arquivos da sua voz original. Foi uma aparição breve, mas carregada de simbolismo — um adeus emocionado de uma lenda do cinema.

O Rebelde Inesquecível

Ao longo da sua carreira, Val Kilmer foi muito mais do que apenas uma cara bonita com ar de desafio. Foi um ator intenso, conhecido tanto pelo talento como pelos conflitos nos bastidores. Trabalhar com Kilmer podia ser uma aventura arriscada — que o diga Joel Schumacher, que o chamou “o ser humano mais psicologicamente instável com quem já trabalhou”. E ainda assim, ninguém nega a sua presença magnética em frente às câmaras.

Kilmer foi Jim Morrison em The Doors (1991), com direito a elogios pela voz cantada — que era mesmo a sua. Em Batman Forever (1995), assumiu o papel do Cavaleiro das Trevas, embora o próprio dissesse que o fato o impedia de… atuar. Em Heat (1995), esteve lado a lado com gigantes como De Niro e Pacino. E em Kiss Kiss Bang Bang (2005), provou que ainda tinha muito a dar.

Mas o que fica agora é o retrato de um homem que viveu intensamente, com paixão, contradições e talento.

Um Legado Para Além do Ecrã

Nos últimos anos, além da participação em filmes, Kilmer publicou livros de poesia, envolveu-se em projetos artísticos e lançou o documentário Val (2021), onde narra a sua vida, carreira e batalha contra a doença, com uma honestidade desarmante.

“Comportei-me mal. Comportei-me corajosamente. Para alguns, comportei-me de forma bizarra. Não nego nada disto e não me arrependo de nada”, escreveu. Palavras que resumem a alma inquieta de um artista que nunca quis agradar a todos — apenas ser fiel a si próprio.

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Val Kilmer pode ter partido em silêncio, mas o seu legado grita alto nos ecrãs e nas memórias de quem ama cinema.