
O mundo do streaming está em constante mutação, mas a última mexida vinda da Amazon parece digna de um guião de thriller corporativo. Jennifer Salke, até agora chefe da Amazon MGM Studios, está de malas feitas. E não, não é para protagonizar uma série sobre o assunto (ainda que dá uma ideia jeitosa). A sua saída levanta várias sobrancelhas em Hollywood e não são poucas as especulações sobre o que correu mal.
Apesar de elogiada oficialmente por Mike Hopkins (chefe da Prime Video), a verdade é que a Amazon decidiu “achatar” a estrutura de liderança e Salke não será substituída. A partir de agora, os chefes dos estúdios de cinema e televisão da Amazon vão reportar directamente a Hopkins. É uma jogada de limpeza de casa? Ou um sinal claro de que algo não estava a correr como esperado?
A carreira de Salke na Amazon começou em 2018 com a promessa de fazer o Prime Video voar para fora da bolha dos dramas de autor e chegar às massas. E até que conseguiu uns quantos hits: “Reacher”, “Jack Ryan”, “The Boys” e o mais recente “Fallout”. Mas a coisa não correu sempre sobre rodas…
O caso mais emblemático? “The Rings of Power”. Um investimento de mais de mil milhões de dólares que prometia ser o novo fenómeno mundial, mas que acabou por ficar aquém das expectativas. E se isto não bastasse, “Citadel” – o grande plano da Amazon para criar um universo global de espionagem – foi ainda pior: um orçamento colossál, reshoots intermináveis e uma recepção morna.
Ah, e não nos esqueçamos do dossier explosivo… James Bond. Desde a compra da MGM, a Amazon tem tido dificuldades em meter o agente secreto de volta ao terreno. Fontes indicam que Barbara Broccoli, a guardiã da saga, não ficou muito impressionada com a abordagem dos executivos da Amazon. A cereja no topo do bolo? Alegadamente, Bezos ficou tão irritado com a reportagem do Wall Street Journal sobre o caso que exigiu mudanças imediatas na liderança.
Ainda assim, Salke não desaparece do radar. Vai criar a sua própria produtora com um contrato de “first-look” com a própria Amazon. Ou seja, sai pela porta da frente… mas continua com chave do sótão.
Resta saber se esta reestruturação trará os resultados desejados. O Prime Video continua a lutar por relevância numa guerra cada vez mais disputada onde a Netflix lidera com mão de ferro e a Disney+ se cola nos calcanhares.
A ver vamos se o próximo capítulo da Amazon vai ser uma história de redenção à la “Jack Ryan” ou mais um flop à la “Citadel”. Uma coisa é certa: o streaming continua a ser um palco onde ninguém está a salvo do próximo corte de câmera.
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