
Alerta para os fãs do cinema milimetricamente simétrico e deliciosamente estranho: Michael Cera vai finalmente entrar no universo de Wes Anderson! O ator canadiano, conhecido pelo seu estilo peculiar e expressividade minimalista, junta-se ao elenco estelar de The Phoenician Scheme, o próximo filme do realizador de Asteroid City, The Grand Budapest Hotel e The Royal Tenenbaums.
Depois de anos como fã confesso da obra de Anderson, Cera junta-se agora oficialmente ao clube. E fá-lo com um papel à medida da sua persona: excêntrico, fora do lugar… e com sotaque!
Quem é quem neste novo delírio cinematográfico?
Em The Phoenician Scheme, Michael Cera interpreta Björn, um tutor norueguês contratado para educar os filhos do empresário Zsa-Zsa Korda, interpretado por Benicio Del Toro. Mas, como qualquer filme de Wes Anderson, o que começa com um plano simples rapidamente descamba numa viagem excêntrica pelo mundo. Björn acaba por se envolver numa odisseia internacional ao lado de Korda e da filha deste, Liesl — uma freira vivida por Mia Threapleton (filha de Kate Winslet, já agora).
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Com a habitual estética de paleta pastel, planos frontais e diálogos rápidos e carregados de subtexto, o filme promete mais um mergulho no universo andersoniano — onde o absurdo é tratado com a maior das elegâncias.
O sotaque norueguês (mais ou menos)
Michael Cera não quis brincar em serviço — mas também não quis soar a paródia. Para preparar o papel, trabalhou com um coach de diálogo e até pediu a um amigo norueguês para gravar as falas. O objetivo? Um sotaque “jovial, mas não ridículo”. Nas palavras do próprio:
“Não sei se os noruegueses vão vomitar quando ouvirem isto…”
Mas lá está: este não é o mundo real. É o mundo de Wes Anderson, onde até o sotaque pode (e deve) ser cuidadosamente desalinhado. Como diria o próprio realizador, o realismo nunca foi o objetivo — a harmonia do absurdo, sim.
Um elenco digno de um catálogo de luxo
The Phoenician Scheme continua a tradição de reunir um elenco de sonho, misturando os suspeitos do costume (Jason Schwartzman, Tilda Swinton, Bill Murray, Adrien Brody…) com novas caras que encaixam como peças LEGO num diorama cuidadosamente encenado. A cada novo filme, Anderson parece montar uma nova família — onde os maneirismos, os figurinos e as pausas dramáticas fazem parte de uma língua própria.
A chegada de Michael Cera é mais do que natural. O seu humor seco e o ar perpetuamente deslocado fazem dele o candidato ideal para este tipo de cinema. E quem sabe se esta estreia não será apenas o primeiro de vários capítulos na colaboração entre os dois?
E quando chega?
Ainda não há data oficial de estreia para The Phoenician Scheme, mas tudo indica que o filme poderá estrear ainda em 2025, talvez com passagem por Cannes ou Veneza, como tem sido habitual nas obras de Anderson.
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Enquanto isso, resta-nos imaginar Cera de boina, blazer vintage e olhar enigmático, a recitar falas existencialistas com um sotaque norueguês inventado. E sinceramente? Já queremos ver isso no grande ecrã.
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