
Há histórias que não precisam de truques, super-heróis ou viagens no tempo para nos prender ao ecrã. Precisam apenas de emoção, suor, coragem… e uma boa dose de remo. Remando Para o Ouro estreia este domingo, 13 de abril, às 21h40 no TVCine Top, e é uma daquelas surpresas que mereciam ter chegado às salas de cinema portuguesas. Realizado por George Clooney, o filme é uma poderosa homenagem ao espírito de superação — e uma aula de História que nos leva a bordo de um barco onde se rema não só contra a corrente, mas contra o destino.
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De Seattle para Berlim: o poder de uma equipa improvável
Baseado no bestseller The Boys In The Boat, de Daniel James Brown, o filme leva-nos até à década de 1930, em plena Grande Depressão. É neste cenário de incerteza económica e desafios sociais que conhecemos a equipa de remo da Universidade de Washington — um grupo de jovens com origens humildes, pouco mais do que rapazes comuns com pouco dinheiro, mas com uma vontade descomunal de vencer.
Empurrados por um treinador rigoroso e visionário (interpretado por Joel Edgerton), estes jovens enfrentam obstáculos dentro e fora da água: adversários mais ricos e bem equipados, o desprezo de quem duvida do seu valor, e a ameaça ideológica do nazismo a crescer na Alemanha. Mas o desafio maior está reservado para Berlim, nos Jogos Olímpicos de 1936, onde competem contra a temível e propagandística equipa alemã de Hitler.
Clooney no leme, Edgerton no comando
George Clooney regressa à realização com uma obra que equilibra na perfeição o drama humano com o espetáculo desportivo. Conhecido tanto pelo charme como pela sua inteligência política, Clooney apresenta aqui um filme que fala de coragem sem recorrer ao melodrama fácil, e que não esconde as tensões políticas do período. Tudo com um ritmo elegante — como um bom barco de competição que desliza pela água sem alarido.
Joel Edgerton lidera o elenco com a habitual presença firme e contida, mas são os jovens atletas, em particular Callum Turner e Jack Mulhern, que trazem ao filme o coração e a vulnerabilidade necessários. A química entre os membros da equipa é palpável, e é esse espírito de camaradagem que faz de Remando Para o Ouro um drama de equipa que nunca perde a sua bússola emocional.
Mais do que um filme desportivo
Não te deixes enganar pelo tema. Sim, há corridas de remo filmadas com um sentido de urgência quase visceral. Sim, há treinos duros, tensão entre colegas, adversários intimidantes. Mas Remando Para o Ouro é, acima de tudo, um filme sobre o poder da união, sobre ultrapassar limites e provar que o impossível é apenas uma linha que se pode atravessar com esforço, fé e determinação.
Se a referência a Chariots of Fire (Carruagens de Fogo) te parece justa, é porque o filme partilha desse espírito nobre e inspirador — só que aqui, trocam-se os corredores pela água e as pistas pelas ondas.
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Remando Para o Ouro estreia em exclusivo nos Canais TVCine, este domingo, 13 de abril, às 21h40. Um daqueles filmes para ver em grupo, discutir depois e lembrar durante muito tempo.
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