Scarlett Johansson Reafirma Posição Sobre Woody Allen — e Reflecte Sobre Integridade, Maturidade e Consequências na Carreira

A actriz volta a comentar o apoio público ao realizador, mantendo a sua posição e analisando o impacto que essa escolha poderá ter tido no seu percurso em Hollywood.

Scarlett Johansson voltou a abordar um dos temas mais delicados da sua carreira: o apoio que manifestou a Woody Allen em 2019, quando afirmou que trabalharia com o realizador “a qualquer momento”. À luz das polémicas que marcaram a última década, e questionada pelo The Telegraph sobre se essas declarações prejudicaram a sua imagem ou oportunidades profissionais, a actriz respondeu com a mesma frontalidade — e com um olhar mais maduro sobre a importância da integridade pessoal.

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Johansson reconhece que não é possível prever com exactidão o impacto que uma posição pública pode ter. “É difícil saber… Nunca sabemos qual é exactamente o efeito dominó”, afirmou. Ainda assim, mantém que foi educada para defender aquilo em que acredita, mesmo quando isso implica enfrentar críticas. “A minha mãe sempre me encorajou a ser eu própria, a perceber que é importante ter integridade e defender o que acreditamos.”

O caso remonta às alegações feitas em 1992, quando Mia Farrow acusou Woody Allen de abusar da filha adoptiva, Dylan Farrow — acusações que Dylan voltou a relatar na década de 2010, especialmente durante o movimento #MeToo. Ao longo dos anos, vários actores que trabalharam com Allen expressaram arrependimento, enquanto outros continuam a defender o realizador. Allen nunca foi condenado em nenhum processo relacionado com as alegações.

Johansson, que colaborou com Allen em Match Point (2005), Scoop (2006) e Vicky Cristina Barcelona (2008), manteve ao longo dos anos a confiança na inocência do cineasta. Mas hoje admite que nem sempre é necessário intervir publicamente em todas as discussões. “É importante saber quando não é a nossa vez. Não digo para nos calarmos; digo que, às vezes, simplesmente não é o nosso momento. Compreendi isso melhor à medida que fui amadurecendo.”

Apesar da controvérsia, a actriz continua a ser uma das figuras mais influentes da indústria, não só pelo seu trabalho em cinema mas também pela forma como enfrenta problemas estruturais de Hollywood. Em 2021, protagonizou um caso mediático ao processar a Disney devido ao lançamento simultâneo de Black Widow em sala e na plataforma Disney+, que afectou o seu bónus de bilheteira. O litígio foi resolvido no mesmo ano.

Mais recentemente, enfrentou a OpenAI, depois de a empresa lançar uma assistente virtual cuja voz lhe parecia estranhamente familiar. Johansson revelou que havia sido convidada para dar voz à personagem — convite que recusou — e considerou perturbadora a semelhança com a sua interpretação em Her, de Spike Jonze, onde dava vida a uma inteligência artificial. A OpenAI suspendeu a utilização da voz e negou qualquer intenção de imitar a actriz.

Actualmente, Johansson mantém uma agenda preenchida: está associada a um novo capítulo do universo Jurassic World e a uma futura sequência de The Exorcist, continuando a navegar entre blockbusters, projectos pessoais e debates éticos que, inevitavelmente, moldam a sua presença pública.

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Se a controvérsia de Woody Allen deixará marcas no futuro, é impossível saber. Mas para Scarlett Johansson, a integridade permanece o guião principal.

Woody Allen Recorda Diane Keaton: “Fiz Filmes Apenas Para Uma Pessoa — Ela” 🎬❤️

O realizador presta um comovente tributo à atriz, amiga e antiga companheira, após a sua morte aos 79 anos

Poucos pares definiram o cinema americano como Woody Allen e Diane Keaton. Agora, após a morte da atriz aos 79 anos, o realizador — que foi seu companheiro, cúmplice artístico e amigo de toda a vida — escreveu um texto de despedida profundamente pessoal, publicado no The Free Press, onde recorda uma mulher “única na história do planeta” e confessa que “fazia filmes apenas para ela”.

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“Diane Keaton era o meu público de uma pessoa só”

No ensaio, Allen, de 89 anos, relembra o momento em que a conheceu em 1969, durante os ensaios da peça Play It Again, Sam, e o início da relação que marcaria ambos para sempre. “À medida que o tempo passava, fazia filmes para um público de uma pessoa: Diane Keaton. Nunca li uma única crítica do meu trabalho — só me importava com o que ela tinha a dizer.”

O cineasta recorda ainda o riso inconfundível da atriz e o seu impacto imediato em qualquer ambiente. “Ela era diferente de qualquer pessoa que o planeta tenha conhecido — e é improvável que volte a existir alguém como ela. O seu rosto e o seu riso iluminavam qualquer espaço onde entrasse.”

Uma parceria para a eternidade

Allen e Keaton conheceram-se no final dos anos 60, viveram um romance de cinco anos e trabalharam juntos em oito filmes, incluindo Sonhos de um SedutorA Última Noite de Boris GrushenkoManhattan e, claro, Annie Hall (1977), que valeu a Keaton o Óscar de Melhor Atriz. Mesmo depois da separação, mantiveram uma amizade sólida e cúmplice.

No texto, Allen escreve com pesar:

“Há poucos dias, o mundo era um lugar que incluía Diane Keaton. Agora, é um mundo que não a tem. E, por isso, é um mundo mais triste. Ainda assim, ficam os seus filmes. E o seu riso continua a ecoar na minha cabeça.”

Admiração que nunca cessou

Ao longo dos anos, Diane Keaton foi uma das vozes mais firmes em defesa de Allen, mesmo nos períodos mais controversos da carreira do realizador. Durante o movimento #MeToo, quando antigas acusações voltaram a ser discutidas, Keaton afirmou:

“Woody Allen é meu amigo, e continuo a acreditar nele. Vejam a entrevista dele no 60 Minutes de 1992 e tirem as vossas próprias conclusões.”

Allen, por sua vez, referia-se frequentemente a Keaton como a sua “estrela polar” — a pessoa cuja opinião mais valorizava.

“Ela deu-me tudo”

A própria Keaton, em entrevista ao The Guardian em 2023, descreveu o realizador como uma influência determinante:

“Foi sempre especial estar com o Woody. Ele era tudo para mim. Deu-me tudo. Woody tornou as coisas mais leves, e isso ajudou-me imenso.”

Um amor que evoluiu em amizade

No ensaio, Allen também recorda momentos íntimos do casal, como um memorável Dia de Ação de Graças passado a jogar póquer com a família de Keaton. “Tivemos alguns anos maravilhosos juntos. Depois, cada um seguiu o seu caminho — e só Deus e Freud saberão porquê”, escreve com ironia melancólica.

Em 2017, o realizador que raramente comparece a cerimónias de prémios quebrou o hábito para entregar a Keaton o AFI Life Achievement Award, dizendo:

“Desde o minuto em que a conheci, ela foi uma grande inspiração para mim. Muito do que alcancei devo-o, sem dúvida, a ela. Ver a vida pelos olhos da Diane foi uma dádiva. Ela é extraordinária — tudo o que faz, faz bem.”

O eco de uma risada imortal

Com a sua partida, Woody Allen despede-se não apenas de uma atriz, mas da mulher que marcou a sua arte e o seu coração. E como ele próprio escreve: “Ainda ouço o seu riso. Está gravado em mim — e em todos os que a amaram.”

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Diane Keaton: A Última Publicação, o Amor pelos Animais e a Maternidade aos 50 🕊️

A Despedida Discreta de uma Estrela

A última publicação de Diane Keaton no Instagram, feita meses antes da sua morte, é um reflexo perfeito da mulher que sempre foi — carinhosa, simples e de bom humor. A atriz, que nos deixou no sábado, 11 de outubro, aos 79 anos, celebrou o National Pet Day (Dia Nacional dos Animais de Estimação) com a ajuda da marca Hudson Grace e do seu fiel companheiro, Reggie, um golden retriever que a acompanhou nos últimos anos.

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“A prova de que os nossos animais de estimação também têm um ótimo gosto! Feliz Dia Nacional dos Animais de Estimação da HG e Diane Keaton”, lia-se na legenda partilhada pela marca — e replicada pela atriz, que não escondia o amor pelos seus amigos de quatro patas.

Em 2020, Diane apresentou Reggie aos fãs com entusiasmo, partilhando vídeos dele a correr e saltar pelo quintal. Um pequeno vislumbre da serenidade que encontrou longe dos estúdios de Hollywood.

Uma Vida Amorosa Sem Alianças

Apesar de ter vivido intensas histórias de amor com nomes lendários como Al Pacino, Warren Beatty e Woody Allen, Diane Keaton manteve-se fiel a si mesma — e solteira até ao fim.

“Tenho 73 anos e acho que sou a única da minha geração que foi solteira a vida toda”, confessou em 2019 à People. A atriz explicou que o casamento nunca foi um objetivo: “Não teria sido uma boa ideia casar-me. Estou muito feliz por não o ter feito, e tenho a certeza de que eles também estão felizes com isso.”

Desde jovem, já parecia saber o que queria: “Lembro-me de um rapaz dizer-me na escola: ‘Um dia vais ser uma boa esposa’. E eu pensei: ‘Não quero ser esposa.’”

Mãe a Meio Caminho da Vida

A maternidade chegou tarde, mas trouxe-lhe um novo propósito. Aos 50 anos, Diane Keaton adotou dois filhos — Dexter e Duke — que, discretamente, a acompanharam nos bastidores da fama.

“Não achava que algum dia estaria preparada para ser mãe. A maternidade não era um desejo, era um pensamento que vinha a ter há algum tempo. Por isso, atirei-me de cabeça”, contou a atriz.

Hoje, Dexter tem 29 anos e Duke 25, e ambos preferiram manter-se longe das câmaras. “Eles não estão interessados no que eu faço, o que acho muito saudável. Vivemos uma vida mesmo normal — quer dizer, mais ou menos normal”, brincou Keaton em 2007.

Um Legado de Carisma e Liberdade

Após a notícia da sua morte, estrelas como Leonardo DiCaprio, Mia Farrow e Jane Fonda prestaram emocionantes homenagens à mulher que redefiniu o papel feminino em Hollywood — tanto nos ecrãs como fora deles.

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Com um estilo inconfundível, humor irreverente e uma independência que inspirou gerações, Diane Keaton despede-se como viveu: fiel a si mesma, rodeada de amor, e com um cão feliz a seu lado. ❤️

Woody Allen em Outubro: Canal Cinemundo Faz-lhe Uma Retrospetiva à Medida

Durante o mês de outubro, as noites de terça-feira no Canal Cinemundo vão ter sotaque nova-iorquino e aroma europeu. O canal elegeu Woody Allen como estrela do mês, preparando um ciclo com sete filmes que percorrem várias fases da sua carreira, desde as comédias disparatadas às intrigas sombrias, passando pelas histórias românticas que filmou em cidades como Londres, Barcelona e Roma.

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É um programa que convida à (re)descoberta de um realizador que, com mais de 50 títulos no currículo, continua a ser uma das vozes mais singulares da sétima arte — e também uma das mais controversas fora dela. Mas aqui o que interessa é a obra, e é nela que a programação do Cinemundo se concentra.

Do crime ao riso, passando pelo romance

O ciclo arranca a 7 de outubro com “Vigaristas de Bairro”, uma comédia sobre pequenos ladrões que tropeçam na fortuna ao tentar assaltar um banco. Ainda na mesma noite, surge “Hollywood Ending”, sátira deliciosa onde um cineasta em decadência tenta realizar um grande projeto… enquanto sofre de cegueira psicossomática. Uma piada perfeita sobre a própria indústria que tantas vezes idolatramos.

Na semana seguinte, a 14 de outubro, o tom muda drasticamente com “Match Point”, talvez o filme mais celebrado de Allen no século XXI. Um thriller elegante, rodado em Londres, onde Scarlett Johansson e Jonathan Rhys Meyers protagonizam uma história de paixão, ambição e destino — um regresso do realizador à sua veia mais sombria. Logo depois, o canal propõe “Scoop”, mistura de romance e mistério com Hugh Jackman e Johansson, num registo mais leve e divertido.

O dia 21 de outubro é dedicado à Península Ibérica: primeiro com “Vicky Cristina Barcelona”, explosão de desejos e encontros que deu a Penélope Cruz o Óscar de Melhor Atriz Secundária; depois com “O Sonho de Cassandra”, outro mergulho em tons trágicos, com Ewan McGregor e Colin Farrell como irmãos apanhados num dilema moral que os conduz ao abismo.

O ciclo encerra a 28 de outubro em clima italiano com “Para Roma com Amor”, mosaico de histórias que mistura turistas, artistas e cidadãos romanos em situações improváveis, sempre com aquele humor peculiar de Allen, capaz de encontrar absurdo e poesia nas esquinas de qualquer cidade.

Uma viagem pelas cidades de Allen

Se Nova Iorque foi sempre a sua musa original, a programação escolhida pelo Cinemundo mostra bem como Woody Allen se deixou seduzir pela Europa nos anos 2000. Londres, Barcelona e Roma são filmadas como protagonistas de narrativas que cruzam o crime, a paixão e o ridículo da vida moderna. Ao lado das comédias mais ligeiras, os thrillers mais pesados revelam outra faceta do realizador: a de moralista cínico, interessado em como o acaso e a ambição moldam destinos.

Um realizador que não deixa ninguém indiferente

É impossível falar de Woody Allen sem reconhecer que a sua figura pública foi marcada, nos últimos anos, por polémicas fora do ecrã. Ainda assim, para muitos espectadores, a sua obra mantém-se como um retrato singular das neuroses urbanas, dos labirintos do coração e das ironias do destino. É precisamente essa obra que o Canal Cinemundo traz de volta às televisões, numa retrospetiva que abrange três décadas de criatividade.

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Quando ver

O ciclo Woody Allen – Estrela do Mês decorre de 7 a 28 de outubro, sempre às terças-feiras, a partir das 21h00, no Canal Cinemundo. Sete filmes, sete oportunidades de revisitar um dos cineastas mais prolíficos e provocadores do cinema contemporâneo

Censura no Estado Novo: Como as Legendas de Filmes Foram Manipuladas em Portugal

Durante o Estado Novo, a censura cinematográfica ia muito além dos cortes evidentes na imagem. Uma nova investigação da Universidade de Coimbra revela que a manipulação das legendas foi uma arma subtil, mas eficaz, para controlar o que o público português via e compreendia nos filmes estrangeiros. Entre os alvos preferenciais dos censores estavam temas como sexualidade, resistência política e desobediência à autoridade.

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A tese de doutoramento, defendida por Katrin Pieper no final de 2024, analisou 13 filmes exibidos (ou proibidos) durante a ditadura, cobrindo diferentes géneros e décadas. O estudo revela que a censura incidia sobretudo em dois grandes temas: desobediência e poder (86 casos registados) e sexualidade (76 casos), com cortes e manipulações de legendas que mudavam completamente o significado das cenas.

Desobediência? Cortado. Sexo? Suavizado.

Se houvesse um conceito proibido no cinema do Estado Novo, seria a resistência à autoridade. O caso mais gritante foi o do filme This Land is Mine (1943), de Jean Renoir. A história segue um professor que, num território ocupado pelos nazis, defende a resistência e os direitos humanos. No final original, é capturado e morto pelos alemães. Mas a versão exibida em Portugal terminava antes, na sua libertação após um julgamento – um desfecho que eliminava toda a mensagem de sacrifício e luta contra a opressão.

Outro alvo preferencial da censura era a sexualidade. No caso de Sleeper (1973), de Woody Allen, foram registadas 40 manipulações só nas legendas. Algumas alterações chegam a ser cómicas:

❌ “Eu quero ter sexo contigo” → ✅ “Quero brincar contigo”

❌ “Fazer amor” → ✅ “Pequena aventura”

A estratégia não era apenas cortar cenas mais explícitas, mas suavizar qualquer referência à intimidade ou desejo.

O Caso “Pope Joan”: A Igreja Não se Brinca

A censura também era rigorosa quando o tema era a Igreja. Pope Joan (1972), um filme que sugeria que o celibato não era levado a sério no Vaticano, teve um corte particularmente engenhoso. A frase “mulher do Papa” foi transformada em “avó do Papa”, numa tentativa de suavizar a polêmica.

Como Funcionava a Censura nos Filmes?

O processo censório tinha várias etapas. Antes mesmo de um filme chegar aos ecrãs, as distribuidoras já praticavam autocensura, evitando importar títulos que sabiam que seriam proibidos. Depois, os filmes passavam pelo Secretariado Nacional de Informação (SNI), onde eram vistos por dois censores. Se não houvesse consenso, outro par de censores avaliava a obra até que uma decisão fosse tomada: aprovação total, cortes obrigatórios ou proibição absoluta.

As legendas eram entregues em papel, com cada linha numerada, permitindo ajustes minuciosos sem que o público percebesse a manipulação. Em muitos casos, os diálogos eram alterados, mas as cenas visuais mantinham-se, criando um desfasamento entre o que se via e o que se lia.

Um Estudo Inédito Sobre a Censura Silenciosa

Apesar de existirem várias investigações sobre a censura no cinema português, este estudo de Katrin Pieper é um dos primeiros a analisar a manipulação ideológica das legendas. Ao contrário dos cortes óbvios na imagem, a adulteração do texto era subtil e muitas vezes passava despercebida, mas tinha um impacto profundo na forma como os filmes eram interpretados.

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O estudo confirma aquilo que muitos suspeitavam: durante o Estado Novo, até a legenda de um simples “fazer amor” podia ser reescrita para manter o público na linha.

🎞️ E tu, conheces mais exemplos de censura no cinema português?

Rebecca Hall Reflete Sobre Decisão no Caso Woody Allen

Rebecca Hall, atriz britânica conhecida por filmes como Vicky Cristina Barcelona, expressou recentemente arrependimento pela forma como lidou com o caso Woody Allen durante o auge do movimento #MeToo. Em 2018, Hall distanciou-se publicamente do realizador, doando o seu salário de Um Dia de Chuva em Nova Iorque e pedindo desculpa por ter trabalhado com Allen, após Dylan Farrow, filha do cineasta, reafirmar acusações de abuso sexual.

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Passados quase sete anos, Hall admitiu ao jornal The Guardian que a sua declaração foi precipitada. “Não me arrependo de ter trabalhado com ele. Deu-me uma oportunidade profissional incrível e foi sempre gentil comigo”, afirmou, enfatizando que, na altura, agiu sob intensa pressão social e pessoal, incluindo o facto de estar grávida.

A atriz reflete que os artistas não deveriam ser forçados a tomar posições públicas sobre questões controversas. “O meu trabalho é ser uma artista, não fazer proclamações públicas”, disse. Hall lamenta que a sua declaração tenha contribuído para o que descreve como uma tendência na indústria: atores a tomarem posições consideradas “seguras” para proteger as suas carreiras.

Woody Allen, vencedor de quatro Óscares, continua a ser uma figura polarizadora. Embora tenha negado consistentemente as acusações e estas não tenham sido corroboradas em investigações, a controvérsia afetou gravemente a sua carreira nos EUA, embora continue a ser celebrado na Europa.

O caso de Hall sublinha o impacto do escrutínio público na vida pessoal e profissional dos artistas, bem como as complexidades envolvidas em lidar com temas sensíveis na indústria do entretenimento.

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