O peso dos nomes em Hollywood
Leonardo DiCaprio pode hoje ser um dos nomes mais reconhecidos e respeitados do mundo, mas o início da sua carreira esteve longe de ser assim tão fácil. Numa recente entrevista no podcast New Heights, apresentado por Jason e Travis Kelce, o ator revelou que o seu primeiro agente lhe disse que nunca conseguiria trabalho em Hollywood por ter um nome “demasiado étnico”.
ver também:
A “solução” proposta foi radical: abandonar o apelido DiCaprio e adotar o nome artístico “Lenny Williams”. Segundo o próprio ator, o agente explicou:
“O teu nome é demasiado étnico, nunca vais ser contratado.”
O apoio decisivo do pai
A história podia ter tomado outro rumo se não fosse o pai do ator, George DiCaprio, que rejeitou imediatamente a ideia. Ao ver um headshot do filho já com o novo nome, rasgou a fotografia e disse:
“Por cima do meu cadáver.”
Esse gesto acabou por ser determinante. Poucos anos depois, Leonardo conquistava o público em Growing Pains, recebia a sua primeira nomeação ao Óscar aos 19 anos com What’s Eating Gilbert Grape e tornava-se estrela mundial com Romeo + Juliet e Titanic.
Um problema estrutural
DiCaprio sublinhou que não foi o único a enfrentar pressões para “americanizar” o seu nome. O ator Benicio Del Toro, seu colega no novo filme de Paul Thomas Anderson, One Battle After Another, contou que também lhe sugeriram mudar para “Benny Del”. Ambos rejeitaram.
Este tipo de recomendações reflete uma prática antiga em Hollywood, onde nomes considerados “difíceis” ou “étnicos” eram muitas vezes vistos como obstáculos. Daí surgiram inúmeros nomes artísticos — de Whoopi Goldberg a Jamie Foxx e Lady Gaga — escolhidos como estratégias de sobrevivência num sistema marcado por preconceitos.
Uma lição de persistência
Hoje, com uma carreira que inclui sucessos de bilheteira e um Óscar de Melhor Ator por The Revenant, Leonardo DiCaprio é prova de que o talento falou mais alto do que qualquer conselho de marketing. Ao recusar ser “Lenny Williams”, manteve a sua identidade e construiu um nome que é, ironicamente, impossível de esquecer.




