John Turturro Recusa Papel na Série ‘The Penguin’ Devido à Violência Contra Mulheres

O talentoso ator John Turturro, conhecido por papéis icónicos em filmes como “O Grande Lebowski” e “Miller’s Crossing”, voltou a estar em destaque ao recusar uma oportunidade no spin-off de “The Batman”, a série “The Penguin”, citando preocupações com a forma como a violência contra mulheres seria representada na produção. Esta decisão do ator de 67 anos surpreendeu muitos, já que Turturro tinha interpretado o papel de Carmine Falcone no filme “The Batman” (2022), mas a personagem será agora interpretada por Mark Strong na série.

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Em entrevista, Turturro explicou que a sua recusa foi motivada pela quantidade de violência explícita contra mulheres que estaria presente na nova série. “Não é a minha cena”, declarou o ator, referindo-se à direção violenta que a história de Carmine Falcone tomaria em “The Penguin”. Embora Falcone seja uma figura de grande brutalidade no universo de Gotham, Turturro mencionou que preferiu distanciar-se deste projeto devido à maneira como a violência seria tratada, especialmente em relação às personagens femininas.

Esta decisão é consistente com a abordagem de Turturro em relação aos papéis que escolhe. O ator tem uma longa carreira marcada por performances que, muitas vezes, destacam-se pela sua profundidade emocional e pela exploração de questões humanas complexas, como demonstrou no seu mais recente papel no filme de Pedro Almodóvar“The Room Next Door”. Neste drama, Turturro interpreta Damian, um académico que ajuda a sua amante, Ingrid (interpretada por Julianne Moore), a cuidar da sua amiga terminalmente doente, Martha (interpretada por Tilda Swinton), que decidiu acabar com a própria vida. A personagem de Turturro, embora bem-intencionada, revela-se pomposa e desligada da realidade, o que permite ao ator mostrar o seu talento para papéis multifacetados.

Durante a promoção de “The Room Next Door”, Turturro falou sobre a experiência pessoal que o ajudou a preparar-se para o papel. O ator perdeu o seu irmão Ralph em 2022, após uma longa batalha contra o cancro, e a dor e a luta emocional que viveu enquanto cuidava do irmão acabaram por influenciar a sua interpretação de Damian. “Quando se envelhece, a dor e a perda tornam-se mais frequentes,” refletiu Turturro, recordando como a sua relação com Ralph o preparou emocionalmente para o papel.

Além de “The Room Next Door”, Turturro tem outros projetos ambiciosos em andamento. O ator revelou que está a trabalhar para trazer ao cinema a adaptação de “Sabbath’s Theater”, uma obra de Philip Roth que Turturro já interpretou nos palcos. Outro projeto que o entusiasma é a adaptação do livro “Is There No Place on Earth for Me?”, uma história intensa sobre uma mulher esquizofrénica, vencedora do Prémio Pulitzer.

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No entanto, Turturro decidiu que não irá regressar ao universo de “The Batman”, preferindo focar-se em projetos que ressoem mais com os seus valores e interesses criativos. Embora seja conhecido por interpretar personagens impetuosas e muitas vezes explosivas, o ator parece determinado a manter um equilíbrio entre o conteúdo que explora no ecrã e as suas convicções pessoais. “Há tantos papéis que gostaria de fazer, mas não se pode fazer tudo,” admitiu Turturro, sublinhando a necessidade de escolher cuidadosamente os projetos em que se envolve.

Com o seu regresso à segunda temporada de “Severance”, uma das séries mais aclamadas dos últimos anos, e os seus projetos cinematográficos em desenvolvimento, John Turturro continua a mostrar porque é considerado um dos atores mais versáteis e respeitados da sua geração.

Pedro Almodóvar Triunfa com “The Room Next Door” no Festival de Veneza

Pedro Almodóvar fez história no Festival de Cinema de Veneza ao conquistar o prestigiado Leão de Ouro com The Room Next Door, a sua primeira longa-metragem em língua inglesa. O filme, protagonizado por Tilda Swinton e Julianne Moore, cativou o júri e o público com a sua narrativa profunda e comovente, abordando temas sensíveis como a eutanásia e a dignidade no fim da vida.

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Durante o seu discurso de aceitação, Almodóvar expressou a sua gratidão ao júri, presidido pela atriz Isabelle Huppert, e sublinhou a importância do tema que aborda no filme. “The Room Next Door é sobre uma mulher que agoniza num mundo agonizante e sobre a mulher que decide partilhar com ela os seus últimos dias. Acompanhar um doente terminal, saber estar ao lado, sem precisar de dizer uma palavra, é uma das maiores qualidades que as pessoas podem ter”, explicou o realizador espanhol.

Almodóvar também destacou a importância da liberdade individual e do respeito pelas decisões pessoais. “A dignidade de decidir quando partir é algo que todos deveríamos ter direito a escolher. Não é uma questão política, mas sim profundamente humana”, acrescentou, num discurso que emocionou a plateia. Esta vitória marca mais um capítulo notável na carreira do cineasta, reconhecido pelo seu estilo único e pela sensibilidade com que trata temas controversos.

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A vitória de The Room Next Door reflete não apenas a maestria cinematográfica de Almodóvar, mas também a sua coragem em abordar questões desafiantes, oferecendo uma visão profundamente humana sobre a morte e a compaixão.

“The Room Next Door” de Pedro Almodóvar: Uma Reflexão Profunda Sobre a Morte e Amizade

O consagrado realizador espanhol Pedro Almodóvar estreou no Festival de Veneza o seu primeiro filme em língua inglesa, “The Room Next Door” (“O Quarto ao Lado”), um drama introspectivo que aborda temas como a morte, a amizade e o direito à eutanásia. O filme, protagonizado por Julianne Moore e Tilda Swinton, segue a história de uma escritora de sucesso que acompanha os últimos dias de uma amiga, uma correspondente de guerra com cancro terminal.

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Almodóvar, conhecido pelos seus filmes coloridos e emotivos que frequentemente exploram a complexidade das relações humanas, optou por uma abordagem mais sombria e melancólica com este novo trabalho. Durante a conferência de imprensa, o realizador revelou que o filme é uma “reflexão melancólica sobre a morte e a aceitação do fim da vida”. Ele também destacou o impacto pessoal que a história teve sobre ele, referindo-se à sua própria dificuldade em aceitar a inevitabilidade da morte.

Tilda Swinton, que já colaborou com Almodóvar em projetos anteriores, elogiou o filme pela sua honestidade emocional e pela forma como aborda a amizade entre duas mulheres mais velhas, um tema raramente explorado no cinema contemporâneo. Julianne Moore, por sua vez, falou sobre a profundidade do seu personagem e a forma como a narrativa explora a eutanásia de uma maneira que é tanto respeitosa quanto provocadora.

“The Room Next Door” é baseado no livro “What Are You Going Through” de Sigrid Nunez e é uma meditação sobre a mortalidade que desafia o público a refletir sobre o significado da vida e da morte. O filme será lançado em Portugal no dia 5 de dezembro, proporcionando aos espectadores uma oportunidade de experimentar a mais recente obra-prima de Almodóvar.

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“Lobos Solitários” e o Toque Brasileiro em Veneza

No Festival de Cinema de Veneza, “Lobos Solitários”, estrelado por Brad Pitt e George Clooney, trouxe uma mistura de humor e tensão para a prestigiosa mostra de cinema. Dirigido por Jon Watts, conhecido pela sua trilogia “Homem-Aranha”, o filme apresenta Pitt e Clooney como dois homens que se veem envolvidos numa missão para limpar a cena de um crime, sem saber que a situação rapidamente se tornará caótica. A química entre os dois atores veteranos foi um dos pontos altos do filme, que recebeu cinco minutos de aplausos após a sua exibição.

O filme, que teve um orçamento de 200 milhões de dólares, inicialmente estava programado para um lançamento amplo nos cinemas, mas após críticas mornas, a Apple decidiu lançá-lo em algumas salas dos EUA antes de disponibilizá-lo globalmente no seu serviço de streaming. Apesar da receção mista, a presença de Pitt e Clooney garantiu um nível significativo de interesse e publicidade, especialmente devido à sua longa história de colaboração em filmes como a trilogia “Ocean’s Eleven”.

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Além de “Lobos Solitários”, o realizador brasileiro Walter Salles trouxe um toque emocional ao festival com o seu drama “Ainda Estou Aqui”. O filme, baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, conta a história da família de Rubens Paiva, um ex-deputado e engenheiro de esquerda que desapareceu durante a ditadura militar no Brasil. O filme foi recebido com entusiasmo, destacando-se pela sua poderosa narrativa e pelas performances de Fernanda Montenegro e Fernanda Torres.

Walter Salles, famoso por obras como “Central do Brasil” e “Diários de Che Guevara”, explorou neste filme o impacto da ditadura militar na vida de uma família comum. A história de Eunice, a esposa de Rubens Paiva, que luta para manter a família unida enquanto busca respostas sobre o desaparecimento do marido, ressoou profundamente com o público e recebeu dez minutos de aplausos.

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