Jennifer Lawrence Confessa Que Era “Irritante” em Entrevistas Antigas e Entende Por Que o Público se Cansou Dela

A atriz reflete sobre a fama, o desgaste da exposição e o reencontro com o prazer de representar no novo filme 

Die My Love

Jennifer Lawrence já não é a mesma que tropeçava nos Óscares ou fazia piadas desajeitadas em tapetes vermelhos. Numa entrevista reveladora à The New Yorker, a atriz vencedora de um Óscar confessou que hoje sente vergonha de muitas das suas antigas aparições públicas e compreende por que razão o público acabou por “rejeitar” a sua personalidade.

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Tão hiperativa, tão embaraçosa”, disse, ao rever excertos de entrevistas antigas. “Era mesmo a minha personalidade — mas também um mecanismo de defesa. Eu achava que, se me mostrasse desastrada e autodepreciativa, o público me aceitaria. Agora olho para aquela pessoa e penso: ‘Que irritante!’.”

“Perdi o controlo sobre o meu ofício por causa da imprensa”

Lawrence admitiu que detesta o processo de promoção de filmes, sentindo que a pressão mediática a afasta da essência de representar. “Cada vez que faço uma entrevista, penso: ‘Não posso continuar a fazer isto a mim mesma’. Sinto que perco o controlo sobre o meu trabalho quando tenho de fazer imprensa.”

O desgaste da exposição não é novidade. A atriz tornou-se um fenómeno global após Jogos da Fome e Silver Linings Playbook, mas entre 2012 e 2018 fez 16 filmes em seis anos — uma maratona que resultou em cansaço, críticas e uma série de fracassos de bilheteira.

Toda a gente se fartou de mim — e eu também”, contou à Vanity Fair em 2021. “Cheguei a um ponto em que nada do que fazia era bem visto. Se eu aparecia numa passadeira vermelha, perguntavam porque é que não tinha ficado em casa.”

Do cansaço à paz interior

A rejeição pública levou-a a fazer uma pausa de dois anos. “Durante a maior parte da minha vida fui uma pessoa que queria agradar a todos”, confessou. “O trabalho fazia-me sentir que ninguém podia estar zangado comigo. Mas percebi que não podemos encontrar paz na aprovação dos outros.”

Agora, com 35 anos, Lawrence diz estar finalmente “em paz” com o seu lugar dentro — e fora — de Hollywood. “Hollywood é muito. Acho que teria aguentado, mas também teria ficado muito infeliz.”

O regresso com Die My Love

Jennifer Lawrence regressa ao cinema com “Die My Love”, um psicodrama realizado por Lynne Ramsay e co-protagonizado por Robert Pattinson. O filme, que teve estreia mundial em Cannes, segue uma mulher cuja vida entra em colapso ao tentar equilibrar o casamento e a maternidade.

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O projeto nasceu de uma sugestão de Martin Scorsese, que encorajou Lawrence a aceitar o desafio. “Ele disse-me: ‘Isto é o tipo de papel que deves fazer. Arrisca. Deita fora qualquer noção de conforto e vai com tudo’”, contou a atriz.

Die My Love chega aos cinemas através da MUBI a 7 de novembro, e promete marcar uma nova fase na carreira de Lawrence — menos “hiperativa”, mais introspectiva, e decididamente dona do seu próprio ritmo.