“The Killer” de David Fincher: Um Retrato Brutal da Moralidade e Obsessão

David Fincher, conhecido pela sua habilidade em criar narrativas intensas e psicológicas, regressa ao grande ecrã com “The Killer”, um thriller neo-noir baseado na série de novelas gráficas francesas de Alexis “Matz” Nolent e ilustrada por Luc Jacamon. O filme, escrito por Andrew Kevin Walker, combina ação, suspense e um profundo mergulho psicológico, oferecendo um olhar único sobre os dilemas morais de um assassino profissional.

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Uma narrativa densa e provocadora
No centro de “The Killer” está o protagonista sem nome, interpretado com mestria por Michael Fassbender. Um assassino meticuloso e altamente eficiente, ele vive uma existência fria e calculada, evitando qualquer envolvimento emocional que possa comprometer as suas operações. Contudo, a narrativa toma um rumo dramático quando uma missão falha, desencadeando uma série de eventos que ameaçam expor a sua identidade e desmantelar o seu mundo controlado.

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A trama segue o protagonista enquanto este persegue implacavelmente aqueles responsáveis pela tentativa de o destruir, mas o filme vai além do típico enredo de vingança. Em vez de se limitar à ação física, “The Killer” mergulha na psique do protagonista, explorando os danos emocionais e morais que a sua profissão causa.

A desconstrução de um assassino
O que distingue “The Killer” de outros thrillers de ação é a sua profundidade psicológica. O protagonista não é apenas um assassino frio e calculista; é um homem que passou anos a reprimir emoções e a justificar os seus atos violentos. À medida que a sua vida começa a desmoronar, o filme revela as fissuras na sua racionalização, forçando-o a confrontar as consequências da sua moralidade deteriorada.

Estilo e intensidade: A assinatura de Fincher
Como seria de esperar de Fincher, o filme é um festim visual, com uma cinematografia estilizada que reflete a atmosfera sombria e tensa da narrativa. A atenção aos detalhes, aliada à música pulsante e aos enquadramentos cuidadosamente compostos, cria um ambiente de constante inquietação.

Michael Fassbender: Uma performance cativante
Fassbender entrega uma das suas atuações mais marcantes, trazendo complexidade ao papel de um homem que enfrenta a desintegração do seu mundo interno. A sua performance é um equilíbrio perfeito entre frieza emocional e vulnerabilidade latente, capturando a essência do personagem.

“The Killer” como uma obra provocadora
Mais do que um thriller, “The Killer” é uma exploração filosófica sobre o custo psicológico e moral de uma vida de violência. É um retrato da obsessão, da solidão e das escolhas que moldam um ser humano. Fincher prova mais uma vez ser um mestre em transformar histórias de crime em estudos profundos e inquietantes sobre a condição humana.

Estreado em 2023, “The Killer” já é considerado uma das obras mais impactantes do ano, oferecendo uma experiência cinematográfica que desafia e cativa em igual medida.


Omar Sy protagoniza nova versão de “The Killer” de John Woo

O ator francês Omar Sy, conhecido internacionalmente pelo seu papel em “Amigos Improváveis” e pela série “Lupin”, revelou que trabalhar com o lendário realizador John Woo foi a realização de um sonho. Sy é o protagonista da nova versão do clássico do cinema de ação de 1989, “The Killer”, dirigida por Woo e filmada em Paris. O filme, um remake da obra-prima original de Woo, chegou aos cinemas franceses e será lançado diretamente em streaming nos Estados Unidos.

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Em entrevista à AFP, Omar Sy partilhou o entusiasmo que sentiu ao colaborar com Woo, descrevendo a experiência como algo “extraordinário” e “para lá de um sonho”. A nova versão de “The Killer” traz algumas alterações significativas ao enredo original, incluindo uma mudança no género do assassino protagonista, agora interpretado por Nathalie Emmanuel, vista em filmes como “Megalopolis” e na saga “Velocidade Furiosa”. Além disso, a ação, que na versão de 1989 se desenrolava em Hong Kong, foi transferida para Paris.

A escolha de filmar em França foi uma decisão pessoal de John Woo, que revelou que o filme original foi fortemente inspirado pelo clássico francês “Le Samouraï” de Jean-Pierre Melville. Woo sentiu que era apropriado encerrar o círculo de influências filmando esta nova versão no país que inspirou o seu trabalho inicial.

Omar Sy interpreta um polícia com métodos pouco convencionais, que se vê envolvido numa trama de vingança e justiça. A filmagem em Paris permitiu ao ator partilhar o set com amigos de infância, o que tornou a experiência ainda mais significativa para ele.

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Esta versão de “The Killer” chega num momento de revitalização da carreira de Omar Sy, que também protagoniza vários outros projetos de destaque, incluindo o filme “The Strangers’ Case” e a série “Lupin”, disponível na Netflix. Sy continua a afirmar-se como um dos grandes talentos internacionais, com uma carreira que vai do cinema de ação a papéis dramáticos.