Um regresso emotivo
Jimmy Kimmel voltou finalmente ao seu programa, Jimmy Kimmel Live!, depois de uma semana afastado na sequência das polémicas declarações sobre o assassinato do influenciador conservador Charlie Kirk.
Visivelmente emocionado, Kimmel abriu a emissão quase em lágrimas, sublinhando:
“Não acho que haja nada de engraçado nisto. Nunca foi minha intenção fazer piada com a morte de Charlie Kirk, nem culpar um grupo específico pelo que foi claramente a ação de um indivíduo perturbado.”
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O apresentador admitiu ainda que os seus comentários anteriores puderam soar “mal cronometrados ou pouco claros, ou talvez ambos”.
Perdão e contraste político
Kimmel aproveitou o momento para elogiar Erika Kirk, viúva do influenciador, que no memorial público perdoou o assassino do marido. O gesto, descreveu o humorista, foi “um ato de graça desinteressado que me tocou profundamente”.
O contraste foi evidente em relação ao Presidente Donald Trump, que no mesmo serviço fúnebre declarou: “Eu odeio o meu adversário e não lhe desejo o melhor.”
Guerra aberta com as estações e com Trump
No regresso, Kimmel também criticou as afiliadas da ABC que se recusaram a transmitir o programa durante a sua suspensão:
“Isso não é legal. Isso não é americano. É antiamericano.”
Recorde-se que apesar de a Disney, dona da ABC, ter anunciado o regresso do talk-show após a onda de protestos vindos de Hollywood e de políticos democratas, grupos de comunicação como a Sinclair Broadcast Group e a Nexstaranunciaram que não exibiriam o programa.
Do lado político, Trump voltou ao ataque na sua rede Truth Social, escrevendo:
“Não consigo acreditar que a ABC lhe devolveu o programa. Ele não é engraçado, tem más audiências e passa lixo democrata positivo em 99% do tempo. Vamos testar a ABC nisto.”
Kimmel não deixou passar em claro: “Ele tentou cancelar-me e, em vez disso, obrigou milhões a ver o programa”, ironizou no monólogo.
O que desencadeou a suspensão
A polémica começou a 15 de setembro, quando Kimmel comentou no programa a exploração política da morte de Kirk:
“Chegámos a novos patamares vergonhosos com a turma MAGA a tentar desesperadamente caracterizar o jovem que assassinou Charlie Kirk como algo diferente de um deles e a fazer de tudo para ganhar pontos políticos com isso.”
Nessa mesma noite, acrescentou ainda que a forma como Trump reagiu à morte de Kirk se parecia mais “com a de uma criança de quatro anos a chorar pela morte de um peixinho dourado”.
Entre liberdade de expressão e pressão política
A suspensão de Kimmel abriu um debate aceso sobre liberdade de expressão e influência política nos media norte-americanos. Para uns, o apresentador foi vítima de censura; para outros, ultrapassou os limites do respeito em circunstâncias trágicas.
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O certo é que o regresso de Jimmy Kimmel aconteceu sob forte escrutínio, mas também com o apoio público de centenas de celebridades e figuras políticas — entre elas Barack Obama —, que consideraram a suspensão um “momento sombrio para a liberdade de expressão na América”.

