Martin Scorsese revela por que deixou de ir ao cinema: “As pessoas estragam a experiência”

O realizador de Taxi Driver e O Lobo de Wall Street já não suporta telemóveis, pipocas e conversas durante o filme

Martin Scorsese, 82 anos, nome maior da história do cinema e defensor incansável da experiência cinematográfica como um ritual sagrado, acaba de admitir uma espécie de rendição pessoal: já não vai ao cinema ver filmes. E não é por falta de títulos interessantes, mas sim porque, segundo o próprio, as salas estão a tornar-se espaços de distracção constante— e o mestre perdeu a paciência.

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Numa conversa com o crítico Peter Travers no blogue The Travers Take, citada pelo The Guardian, o realizador de Shutter IslandAssassinos da Lua das Flores e O Irlandês confessou que deixou de frequentar as salas de cinema porque já não consegue concentrar-se nos filmes devido ao comportamento do público. O mais irritante? Telemóveis acesos durante a exibição.

“Fiquei chocado com o comportamento das pessoas durante os filmes.”

Scorsese vai mais longe e enumera os restantes culpados por esta debandada pessoal: entradas e saídas constantes, barulho, e claro, a tradicional ida ao bar das pipocas — mas em modo rotativo. Em vez da tão propalada “magia do grande ecrã”, o que o realizador encontrou foi um circo caótico.

“Sim, eu também falava durante os filmes… mas sobre o filme!”

O cineasta reconhece que, no passado, também falava durante os filmes. Mas — e aqui entra o purismo cinéfilo — havia contexto e respeito:

“Sim, talvez, mas quando falávamos era sempre sobre o filme e o quanto nos divertíamos ao analisar os pormenores.”

Não se trata apenas de saudosismo. Scorsese está a verbalizar um sentimento partilhado por muitos: a crescente perda de etiqueta nas salas de cinema. As queixas sobre espectadores que comentam o filme em voz alta, atendem chamadas ou usam redes sociais durante a sessão são cada vez mais comuns. E se até Martin Scorsese desiste, é sinal de que o problema atingiu proporções épicas.

Ainda activo, mas em modo privado

Apesar de já não ir ao cinema como espectador, o realizador está longe de se reformar. Aos 82 anos, Scorsese prepara um drama policial passado no Havai, com Dwayne Johnson como protagonista — um emparelhamento inesperado e que promete dar que falar.

Além disso, está também envolvido na produção de um documentário sobre o Papa Francisco, revelando que o seu apetite narrativo continua bem vivo — mesmo que agora consuma os filmes em casa, num ambiente silencioso e controlado.

Uma voz que importa

Não é qualquer pessoa que pode fazer estas críticas com autoridade. Mas quando é Martin Scorsese — o homem que filmou Taxi DriverTouro EnraivecidoA Última Tentação de Cristo e O Lobo de Wall Street — talvez valha a pena ouvir.

A questão que fica é: estaremos mesmo a perder o ritual de ir ao cinema? E conseguiremos recuperá-lo? Ou a experiência colectiva está condenada a ser engolida por luzes de ecrãs, ruídos de snacks e desatenções sonoras?

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Talvez seja tempo de voltarmos a olhar para as salas de cinema como templos da atenção — e não como extensões do sofá da sala. Scorsese já se afastou. Quem será o próximo?

Cinemas dos EUA Querem 45 Dias de Exclusividade Para Sobreviver ao Streaming

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Las Vegas pode ser o palco de muitos jogos de sorte… mas desta vez, os donos dos cinemas não estão a jogar: querem regras claras e justas. Durante a CinemaCon — a convenção anual da indústria cinematográfica que decorre em Las Vegas — os operadores de salas dos EUA fizeram ouvir a sua voz e foram diretos ao assunto: exigem um mínimo de 45 dias de exclusividade nas estreias dos filmes, antes destes seguirem viagem para os serviços de streaming.

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Michael O’Leary, presidente da Cinema United (a associação que representa os proprietários de salas de cinema nos EUA), foi ao palco e disse, com toda a convicção, que sem esse período exclusivo, os cinemas continuarão a definhar. E o auditório respondeu com aplausos — porque ninguém ali está a achar graça ao estado atual da bilheteira.

“Não há cinema sem sala de cinema”

Em tempos não muito distantes, os filmes tinham um período de 90 dias nas salas antes de estarem disponíveis para compra ou aluguer digital. Era uma norma quase sagrada. Mas veio a pandemia, os estúdios entraram em pânico, e as janelas de exclusividade encolheram para 30 dias, 17 dias, ou até menos. Resultado? Os espectadores começaram a pensar: “Vale a pena ir ao cinema, ou espero três semanas e vejo no sofá?”

Ora, é precisamente essa mentalidade que os donos dos cinemas querem inverter. “Deve haver um ponto de referência”, disse O’Leary, defendendo que 45 dias é o mínimo aceitável para proteger a experiência cinematográfica… e os negócios, claro.

Segundo ele, sem um período de exclusividade claro e consistente, não há forma de restabelecer a saúde de toda a indústria. E sejamos francos: por mais amor ao cinema que tenhamos, sem bilhetes vendidos, não há luzes que se apaguem, nem ecrãs que se iluminem.

Um cenário pós-COVID com sequelas nada glamorosas

Antes da pandemia, os cinemas da América do Norte (EUA + Canadá) geravam mais de 11 mil milhões de dólares anuais em receitas de bilheteira. Hoje, mal ultrapassam os 9 mil milhões. Uma quebra séria que reflete não só os tempos pandémicos, mas também a explosão do streaming e a mudança de hábitos do público.

As estreias simultâneas nos cinemas e nas plataformas — lembram-se da HBO Max com Wonder Woman 1984 ou da Disney+ com Black Widow? — foram apelativas na altura, mas deixaram cicatrizes difíceis de sarar nas contas das salas de cinema.

Hoje, a missão é clara: trazer o público de volta à sala escura, recriar o sentido de urgência que um bom filme no grande ecrã sempre teve — aquela sensação de “tenho de ver isto agora”. Porque, convenhamos, um balde de pipocas e um som surround nunca souberam tão bem como depois de meses a ver séries no telemóvel.

Os estúdios vão alinhar?

É aqui que a conversa se complica. Os grandes estúdios têm os seus próprios serviços de streaming. E gostariam de alimentar essas plataformas com estreias recentes, o mais rápido possível. Afinal, cada subscrição conta.

Mas a pressão vinda da CinemaCon — um evento que junta os principais intervenientes da indústria mundial do cinema — pode marcar o início de uma viragem. Já há sinais de vontade por parte de alguns estúdios em negociar janelas mais longas. Resta saber se o “mínimo dos mínimos” de 45 dias será aceite por todos.


Conclusão (com espírito de cinema à moda antiga)

Ver filmes no cinema é mais do que ver filmes. É viver histórias em grande. A luta por 45 dias de exclusividade pode parecer técnica, mas é uma questão existencial para as salas de cinema. Se esta janela não for respeitada, muitas poderão mesmo… fechar a cortina.

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Mas se os estúdios e os exibidores encontrarem um ponto de equilíbrio, talvez voltemos a ver filas à porta das sessões e gente a correr para os lugares do meio. Porque, no fundo, o cinema merece isso — e nós também.

Sean Baker vence Óscar de Melhor Realização e deixa apelo apaixonado: “Vejam filmes no cinema!” 🎬🏆

Foi a noite de Anora! 🔥 Sean Baker venceu o Óscar de Melhor Realização, garantindo o terceiro prémio para o seu filme e deixando uma mensagem clara: o cinema precisa de ser vivido nas salas!

A competição não foi fácil, com Baker a superar realizadores de peso como:

🎥 Brady Corbet (O Brutalista)

🎥 James Mangold (A Complete Unknown)

🎥 Jacques Audiard (Emilia Pérez)

🎥 Coralie Fargeat (A Substância)

Um apelo à sobrevivência das salas de cinema 🍿

No seu discurso de aceitação, Baker não escondeu a sua preocupação com o futuro da sétima arte. O realizador sublinhou a importância de ver filmes no grande ecrã, apelando ao público para apoiar as salas independentes, que estão a enfrentar grandes dificuldades financeiras.

💬 “Estamos todos aqui esta noite porque adoramos filmes. E onde nos apaixonamos pelos filmes? No cinema! Ver um filme numa sala, rodeado de outras pessoas, é uma experiência única. Podemos rir juntos, chorar juntos, gritar juntos… E numa altura em que o mundo parece tão dividido, isso é mais importante do que nunca.”

O cineasta lembrou que mil salas de cinema fecharam durante a pandemia e que essa tendência continua, especialmente para os cinemas independentes, que não têm o suporte dos grandes estúdios.

🔥 “Se não invertermos esta tendência, perderemos uma parte vital da nossa cultura.”

O “grito de guerra” de Sean Baker pelo cinema 🎞️

Para Baker, esta foi mais do que uma vitória pessoal – foi um chamamento à ação para todos os envolvidos na indústria:

📢 “Os cineastas continuam a fazer filmes para o grande ecrã. Eu sei que vou continuar a fazê-lo. Distribuidores, por favor, foquem-se em primeiro lugar nos lançamentos dos vossos filmes nos cinemas.”

👨‍👩‍👧‍👦 “Pais, apresentem os vossos filhos ao cinema! Estarão a moldar a próxima geração de cinéfilos e cineastas.”

E terminou o discurso com uma mensagem direta:

🎬 “Vejam filmes no cinema! Vamos manter viva a grande tradição da experiência cinematográfica.”

“Anora” domina os Óscares! 🏆

No final da noite, Anora tornou-se o grande vencedor dos Óscares 2025, levando para casa cinco estatuetas, incluindo a de Melhor Filme!

👉 E vocês, concordam com Sean Baker? Ainda fazem questão de ver filmes no cinema ou já se renderam ao streaming? Contem-nos nos comentários! 🎥🍿👇