Blue Moon: O Divórcio Mais Famoso da Broadway Ganha Vida no Novo Filme de Richard Linklater 🎭💔

Ethan Hawke brilha como o génio atormentado Lorenz Hart num retrato melancólico e espirituoso sobre a noite em que o musical americano mudou para sempre.

Richard Linklater, o realizador de Boyhood e Before Sunrise, regressa à sua zona de conforto — diálogos longos, almas inquietas e noites que mudam vidas — com Blue Moon, um filme que mergulha na mente de Lorenz Hart, o letrista lendário de canções como My Funny Valentine e The Lady Is a Tramp. O que à primeira vista parece apenas um retrato íntimo de um artista em crise é, na verdade, um “divórcio” criativo contado como uma tragédia de bastidores: o fim da parceria entre Hart e Richard Rodgers, o compositor que, ao lado de Oscar Hammerstein II, reinventaria a Broadway com Oklahoma!

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Uma conversa com fantasmas no bar de Sardi’s 🍸

A acção decorre numa única noite — a noite da estreia de Oklahoma!, em 1943 —, quando Hart (interpretado com melancolia e ironia por Ethan Hawke) se refugia no bar do lendário restaurante Sardi’s. Entre copos, conversas afiadas e tiradas mordazes, ele comenta o espectáculo que acabou de assistir — o triunfo do seu antigo parceiro. O filme é essencialmente um banquete verbal: um homem a enfrentar o fim de uma era, com uma língua tão afiada quanto o vazio que sente por dentro.

Ao longo da noite, Hart cruza-se com um elenco improvável: um barman filósofo (Bobby Cannavale), um jovem soldado que sonha ser compositor, um cliente discreto que se revela o editor E.B. White, e até um precoce adolescente chamado “Stevie” — uma piscadela divertida ao futuro compositor Stephen Sondheim. O ambiente é de humor ácido, nostalgia e autodestruição — um My Dinner With André passado em copos de whisky e neons da Broadway.

O amor, a solidão e a música 🎶

Entre uma gargalhada e uma confissão amarga, Hart revela o seu amor impossível por uma jovem poetisa (vivida por Margaret Qualley), símbolo de tudo o que deseja mas nunca poderá ter. Linklater e o argumentista Robert Kaplowmisturam factos reais e imaginação, criando uma figura que representa o eterno conflito entre desejo e frustração, entre arte e auto-negação.

Na realidade, Hart viveu sempre dividido: um génio letrista e um homem destruído pela insegurança, o alcoolismo e a repressão sexual. Pequeno em estatura (tinha menos de 1,50 m), mas gigante em talento, via-se como “unphotographable” — palavra que ele próprio usou nos versos de My Funny Valentine.

A queda de um gigante e o nascimento de outro 🌙

Blue Moon capta o instante simbólico em que o velho mundo da Broadway — sofisticado, urbano e irónico — cede lugar ao novo idealismo rural de Rodgers e Hammerstein. Para Hart, Oklahoma! não era apenas um sucesso que o excluía, era o sinal de que o seu tempo tinha terminado. “É um sucesso de 14 quilates… e um pedaço de lixo de 14 quilates”, diz, com o humor ferido de quem sabe que está a assistir ao próprio funeral artístico.

Com interpretações poderosas (Hawke é magistral, e Andrew Scott como Rodgers dá-lhe a medida exacta de pragmatismo e crueldade), Blue Moon é uma elegia à amizade perdida, ao amor não correspondido e à passagem do tempo — um brinde amargo ao preço da genialidade.

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Richard Linklater assina aqui um filme que é menos sobre teatro e mais sobre a solidão dos criadores: quando o espectáculo acaba, o aplauso morre — e só resta o eco das canções.

Richard Linklater Abre a 26.ª Festa do Cinema Francês com “Nouvelle Vague”: Uma Carta de Amor à Revolução Cinematográfica de Godard

O aclamado realizador norte-americano Richard Linklater será o responsável por abrir oficialmente a 26.ª edição da Festa do Cinema Francês, com o seu mais recente filme Nouvelle Vague, um tributo cinéfilo ao espírito revolucionário da nouvelle vague francesa. O festival, que este ano ganha uma nova direcção artística e um novo impulso programático, arranca no dia 2 de Outubro no Cinema São Jorge, em Lisboa, com a antestreia nacional do filme, que foi apresentado pela primeira vez em Maio no Festival de Cannes.

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Linklater, conhecido por obras como Before Sunrise, Boyhood e Dazed and Confused, vira agora a câmara para a França de 1959, recriando a produção e rodagem de O Acossado (À bout de souffle), obra seminal de Jean-Luc Godard que viria a transformar para sempre o cinema moderno. Com Jean Seberg e Jean-Paul Belmondo como protagonistas, o filme de Godard encarnava o espírito de improvisação, liberdade narrativa e visual, e a ousadia estética que definiram uma geração inteira de cineastas franceses.

Segundo a organização do Festival de Cannes, Nouvelle Vague não é apenas um retrato do jovem Godard, mas “de toda uma geração de realizadores”, recuperando a poesia do quotidiano e o impulso de ruptura que definiu aquela época.

Uma Festa com Nova Direcção e Novas Secções

Este ano, a Festa do Cinema Francês apresenta várias novidades: a começar pela nova direcção artística, entregue a Anne Delseth, programadora com experiência em festivais de renome como Cannes, Locarno e Marraquexe. Com esta mudança chega também uma reformulação do modelo do festival, que passa a decorrer praticamente em simultâneo em Lisboa e no Porto — entre os dias 2 e 12 de Outubro na capital e de 3 a 10 de Outubro na cidade Invicta. Coimbra também entra na programação, com sessões entre 8 e 11 de Outubro.

Além da já habitual selecção de filmes francófonos, o festival introduz este ano uma secção competitiva dedicada a primeiras e segundas obras — reforçando a aposta no talento emergente — e promove um encontro profissional de coprodução luso-francófona, um gesto estratégico para dinamizar parcerias internacionais. Regressa também a iniciativa “Do Filme à Série”, que continua a explorar as intersecções entre cinema e televisão.

No Porto, a programação dividir-se-á entre o Batalha Centro de Cinema e o Cinema Trindade, com destaque para a nova secção competitiva e um prémio do público, reforçando o envolvimento directo dos espectadores na celebração do cinema francófono.

Uma Mostra Nacional em Expansão

Depois da passagem por Lisboa, Porto e Coimbra, a Festa do Cinema Francês estender-se-á a Almada (14 a 18 de Outubro) e Beja (em Novembro), com outras cidades ainda por anunciar. A itinerância continua a ser um dos pilares fundamentais da Festa, permitindo levar o melhor do cinema francês a diferentes públicos em todo o país.

A produção do festival está agora a cargo da associação Il Sorpasso, que organiza também a Festa do Cinema Italiano e o Luso! – Mostra Itinerante de Cinema Português em Itália. Esta nova direcção promete uma abordagem mais cosmopolita, dialogante e integradora entre os cinemas de expressão latina.

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Com uma programação que homenageia o passado e olha para o futuro, a 26.ª Festa do Cinema Francês promete ser uma edição marcante, abrindo com um filme que é, ele próprio, uma homenagem cinéfila apaixonada ao poder transformador do cinema.

Richard Linklater homenageia Godard em “Nouvelle Vague” — e Netflix paga um recorde por isso


🎬 Uma carta de amor ao cinema… agora nas mãos da Netflix

Richard Linklater, o realizador norte-americano por trás de obras como Boyhood e Before Sunrise, apresentou no Festival de Cannes 2025 o seu mais recente projeto: Nouvelle Vague. Este filme é uma homenagem ao clássico À Bout de Souffle(1960) de Jean-Luc Godard e à revolução cinematográfica da Nouvelle Vague francesa. Após uma estreia calorosamente recebida, com uma ovação de 11 minutos, a Netflix adquiriu os direitos de distribuição nos EUA por 4 milhões de dólares — um recorde para um filme em língua francesa no mercado norte-americano, ficando apenas atrás de Emilia Pérez no ano anterior . 

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🎥 O filme: recriar a lenda em preto e branco

Filmado em preto e branco e no formato 4:3, Nouvelle Vague mergulha no processo criativo de Godard durante a realização de À Bout de Souffle. Guillaume Marbeck interpreta Jean-Luc Godard, Zoey Deutch dá vida a Jean Seberg e Aubry Dullin assume o papel de Jean-Paul Belmondo. O elenco inclui ainda representações de figuras icónicas como François Truffaut, Claude Chabrol, Agnès Varda e Éric Rohmer . 

Linklater descreveu o filme como “uma carta de amor ao cinema”, capturando o espírito rebelde e inovador da Nouvelle Vague, mas com o seu toque pessoal. A produção recria a Paris dos anos 50 com autenticidade, desde os figurinos até à banda sonora jazzística . 

🏆 Cannes aplaude, Netflix aposta

Apesar de não ter conquistado prémios em Cannes, Nouvelle Vague foi amplamente elogiado pela crítica. A Netflix, que já havia adquirido Hit Man de Linklater em 2023, continua a investir em obras de prestígio, mesmo que estas tenham lançamentos limitados em salas de cinema. Espera-se que o filme tenha uma exibição curta nos cinemas para qualificação a prémios antes de chegar à plataforma . 

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🎞️ Uma reflexão sobre o passado e o presente do cinema

Nouvelle Vague não é apenas uma recriação histórica; é uma meditação sobre a arte de fazer cinema, a paixão dos cineastas e a eterna luta entre inovação e tradição. Linklater convida-nos a revisitar um momento crucial da história cinematográfica, lembrando-nos do poder transformador da sétima arte.

‘Blue Moon’, de Richard Linklater, Ilumina Berlim com Transformação de Ethan Hawke

A estreia mundial de Blue Moon, o mais recente drama musical biográfico de Richard Linklater, causou furor no Festival de Berlim, com aplausos entusiasmados para a transformação impressionante de Ethan Hawke no papel do letrista Lorenz Hart.

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Uma Atuação Memorável de Ethan Hawke 🎭

Este é o primeiro filme em uma década que une Hawke e Linklater, dupla conhecida por colaborações icônicas como a trilogia Before e Boyhood. No filme, Hawke interpreta Lorenz Hart, um gênio letrista que luta contra o alcoolismo e a depressão na noite de estreia de Oklahoma!, o primeiro musical de seus antigos parceiros criativos, Richard Rodgers e Oscar Hammerstein.

A transformação do ator é notável, a ponto de ficar quase irreconhecível na tela. Em uma cena marcante, sua baixa estatura (Hart media apenas 1,52m) é incorporada à performance de forma convincente. A plateia no Berlinale Palast respondeu com aplausos efusivos, especialmente quando Hawke subiu ao palco ao lado dos co-protagonistas Margaret Qualley e Andrew Scott.

Um Filme Criado com Simplicidade e Emoção 🎤📚

Linklater revelou que trabalhou no filme por 12 anos, mas Hawke inicialmente era muito jovem para o papel. “O tom do filme foi inspirado nas canções de Rodgers e Hart — perfeitamente elaboradas, espirituosas, melancólicas, tristes e divertidas ao mesmo tempo”, explicou o realizador.

Hawke também descreveu sua abordagem ao personagem como um “exercício de simplicidade”, comparando o processo de atuação às linhas minimalistas de um desenho de Matisse. Durante a sessão de perguntas e respostas, um fã entusiasmado interrompeu diversas vezes, levando Hawke a responder com humor: “Obrigado, também te adoro. Vamos nos encontrar depois.” Mais tarde, ele assinou um autógrafo para a fã e manteve um sorriso simpático.

Aplausos e Grande Expectativa 👏

Blue Moon recebeu uma ovação de mais de um minuto, um tempo acima da média do festival. Embora o “clap-o-meter” (medidor de aplausos) não seja levado a sério na Berlinale, segundo a diretora do festival Tricia Tuttle, ficou claro que o filme conquistou uma recepção calorosa.

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Atualmente competindo pelo Urso de Ouro, Blue Moon já é considerado um dos grandes destaques do festival, ao lado de eventos estrelados como as apresentações de Robert Pattinson para Mickey 17 e Timothée Chalamet para A Complete Unknown.

Festival de Cinema de Berlim abre com tom político e resistência contra a extrema-direita

Tilda Swinton recebe Urso de Ouro e faz discurso crítico na Berlinale

A 75.ª edição do Festival de Cinema de Berlim arrancou com um forte tom político, refletindo o clima de tensão que se vive na Alemanha, a poucos dias das eleições legislativas. A atriz escocesa Tilda Swinton, homenageada com o Urso de Ouro honorário pela sua carreira, fez um discurso contundente sobre o estado atual do mundo, denunciando a violência, os extremismos e as injustiças sociais.

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“O desumano está a ser perpetuado perante os nossos próprios olhos”, declarou Swinton, de 64 anos, sublinhando a sua preocupação com os assassinatos em massa organizados por Estados e permitidos em escala internacional.

A Berlinale, conhecida pelo seu caráter progressista e politicamente engajado, tornou-se um palco de resistência, num momento em que a extrema-direita cresce na Alemanha. A noite de abertura incluiu também um gesto de solidariedade, com vários atores alemães e Tricia Tuttle, diretora do festival, a segurarem uma fotografia do ator israelita David Cunio, atualmente refém do Hamas.

A presença de Cunio no festival prende-se com o filme “A Letter to David”, do realizador Tom Shoval, que será apresentado nos próximos dias.

Eleições na Alemanha e a ascensão da extrema-direita

O contexto político da Berlinale este ano não passa despercebido. A Alemanha está prestes a realizar eleições parlamentares a 23 de fevereiro, e as sondagens indicam que o partido de extrema-direita AfD (Alternativa para a Alemanha) poderá conquistar o segundo lugar, atrás apenas dos conservadores.

Na conferência de imprensa do júri, Tricia Tuttle reforçou a importância do festival como um espaço de resistência ao autoritarismo, enquanto o realizador Todd Haynes, presidente do júri, mencionou a crise política global e os desafios que os EUA enfrentam atualmente.

O festival também prestou homenagem às vítimas de um atropelamento em massa em Munique, ocorrido na quinta-feira, protagonizado por um requerente de asilo afegão que feriu 30 pessoas.

A competição e os filmes em destaque

A edição deste ano da Berlinale apresenta 19 filmes na competição oficial, com um júri presidido por Todd Haynes, conhecido por filmes como Carol e Velvet Goldmine.

Entre os destaques estão:

• “Dreams”, do realizador mexicano Michel Franco, protagonizado por Jessica Chastain e Isaac Hernandez, sobre uma bailarina mexicana que tenta vencer nos EUA.

• “O Último Azul”, do brasileiro Gabriel Mascaro.

• “El Mensaje”, do argentino Iván Fund.

• Filmes de cineastas consagrados como Richard Linklater e Hong Sang-soo também integram a competição.

O festival procura este ano atrair mais estrelas para a passadeira vermelha, com nomes como Timothée Chalamet, Jessica Chastain, Marion Cotillard, Ethan Hawke e Robert Pattinson a marcarem presença.

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Pattinson protagoniza “Mickey 17”, novo filme de Bong Joon-ho, que está fora de competição e marca o regresso do realizador sul-coreano desde o sucesso de “Parasitas”. O filme, uma comédia de ficção científica, satiriza um multimilionário que faz lembrar Elon Musk, líder da Tesla e SpaceX, próximo de Donald Trump e simpatizante do AfD alemão.

Festival de Cinema de Berlim 2025: Política e Cinema em Equilíbrio Delicado

🎬 Berlinale arranca sob tensão política, mas quer manter o foco nos filmes

Festival de Cinema de Berlim começa esta quinta-feira, 15 de fevereiro, e enfrenta um desafio que tem dominado a indústria artística ocidental: como impedir que a política tome conta do debate cinematográfico?

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O evento, conhecido pela sua inclinação para temas sociais e políticos, viu a sua edição de 2024 ser ofuscada por polémicas relacionadas com os ataques de Israel a Gaza, algo que gerou fortes reações entre cineastas e políticos alemães.

Além disso, a Berlinale deste ano coincide com um momento crítico para a Alemanha, onde as eleições nacionais, marcadas para 23 de fevereiro, poderão trazer ganhos históricos para o partido de extrema-direita AfD, de acordo com sondagens.

A nova diretora do festival, Tricia Tuttle, garantiu que a Berlinale não vai evitar temas controversos, mas espera que as discussões não eclipsam o verdadeiro protagonista do evento: o cinema.

🗣️ “A agenda noticiosa pode dominar todos os festivais, mas esperamos que os filmes consigam ser o foco principal do debate.” – Tricia Tuttle

Abertura com um filme de tom político

O festival arrancará com “Das Licht” (“A Luz”) do realizador Tom Tykwer, um filme que aborda a imigração na Alemanha – um dos temas políticos mais sensíveis no país.

A história segue uma família alemã de classe média cuja vida é transformada pela chegada de uma misteriosa governanta síria. A escolha deste filme para a noite de abertura não é inocente, já que a crise migratória de 2015-2016 foi um dos fatores que impulsionaram o crescimento da extrema-direita alemã.

Em 2023, os organizadores do festival barraram cinco políticos da AfD que tinham sido previamente convidados, afirmando que “não eram bem-vindos”.

🎙️ “Seria bom se os principais debates fossem sobre os filmes, mas esse não é o mundo em que vivemos hoje.” – Scott Roxborough, The Hollywood Reporter

Os grandes destaques da Berlinale 2025

A Berlinale continua a ser um espaço de descoberta para cineastas independentes, mas contará também com grandes estrelas e produções de prestígio.

🔥 Na competição oficial:

• “Blue Moon” – O novo filme de Richard Linklater, protagonizado por Ethan Hawke

• Filmes de realizadores emergentes da América Latina, Europa e Ásia

🎥 Exibições especiais:

• “Mickey 17” – O novo filme de Bong Joon-ho (Parasitas), com Robert Pattinson

• Homenagem a Tilda Swinton pela sua carreira

• Jessica Chastain, Marion Cotillard e Timothée Chalamet entre os convidados

🎭 Júri do festival: Liderado pelo realizador Todd Haynes (CarolMay December).

Polémica do ano passado ainda assombra a Berlinale

A edição de 2024 ficou marcada por discursos políticos inflamados durante a entrega de prémios. O cineasta Ben Russell, usando um lenço palestiniano, acusou Israel de cometer “genocídio”, enquanto o cineasta palestiniano Basel Adraafirmou que a população de Gaza estava a ser “massacrada”.

A resposta do governo alemão foi imediata, classificando os comentários como “inaceitáveis”.

A nova diretora, Tricia Tuttle, reconhece que este ambiente politizado levou alguns cineastas a ponderar a sua participação no evento.

🎙️ “Houve realizadores que decidiram não regressar até verem como gerimos esta questão.” – Tricia Tuttle

Temas sensíveis no festival de 2025

Entre as exibições confirmadas, dois títulos chamam a atenção:

🎞️ Documentário sobre um ator israelita feito refém pelo Hamas

🎞️ “Shoah” (1985), o monumental épico de Claude Lanzmann sobre o Holocausto (+9 horas de duração!)

A inclusão destes filmes demonstra que a Berlinale continua a abraçar debates políticos, quer queira, quer não.

🎙️ “Berlim sempre foi um local de grande debate político.” – Scott Roxborough

Conclusão: Cinema ou política?

Berlinale 2025 promete ser mais uma edição marcada pela tensão entre arte e política. Embora a organização tente manter o foco nos filmes, o contexto internacional e as eleições alemãs tornam isso um desafio.

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Será possível assistir ao festival sem que a política domine o debate?

📅 O Festival de Cinema de Berlim decorre de 15 a 25 de fevereiro de 2025.

“Blue Moon” e a Longa Jornada de Ethan Hawke e Richard Linklater para o Cinema

No Festival de Cinema de Veneza de 2024, o ator Ethan Hawke revelou a extraordinária e longa jornada para levar o filme “Blue Moon” ao grande ecrã. Dirigido por Richard Linklater, este filme é uma cinebiografia do compositor Lorenz Hart, conhecido pela sua colaboração com Richard Rodgers. Hawke contou que o projeto levou 12 anos para se concretizar devido a uma razão curiosa: ele era considerado “bonito demais” para o papel quando a ideia foi inicialmente proposta.

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Durante uma masterclass no festival, Hawke relembrou o momento em que leu o roteiro pela primeira vez e imediatamente quis começar as filmagens. No entanto, Richard Linklater, o realizador com quem Hawke já havia colaborado em filmes como “Boyhood” e a trilogia “Before”, tinha uma abordagem diferente. “Ele disse ‘Legal, vamos fazer, mas precisamos esperar um pouco’. Eu perguntei por quê, e ele respondeu ‘Você ainda é atraente demais. Precisamos esperar até que você seja um pouco menos atraente'”, compartilhou Hawke, arrancando risos da audiência.

Linklater insistiu que a maturidade física de Hawke era crucial para a autenticidade do personagem, que enfrenta sérios problemas pessoais como alcoolismo e depressão, temas centrais na vida de Lorenz Hart, especialmente na última fase da sua vida. O filme se passa na noite da estreia de “Oklahoma!” de Rodgers e Hammerstein em 1943, um momento marcante para a dupla criativa, enquanto Hart luta contra os seus demónios pessoais.

Após anos de espera, durante os quais o roteiro foi revisto várias vezes, Linklater finalmente viu Hawke em uma entrevista na televisão e sentiu que o momento havia chegado. “Ele ligou para mim e disse que era a hora. Eu brinquei dizendo que agora eu não estava mais ‘bonito demais'”, contou Hawke, demonstrando bom humor sobre o longo atraso.

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A produção de “Blue Moon” foi desafiadora. Filmado em tempo real, o filme segue uma estrutura contínua que exige um intenso nível de comprometimento dos atores e da equipe técnica. Ethan Hawke descreveu a experiência como exaustiva, mas gratificante, enfatizando a autenticidade que este método de filmagem trouxe para o retrato de Lorenz Hart, um homem talentoso, mas assombrado por seus próprios excessos e inseguranças.

“Blue Moon” não é apenas uma celebração da música de Hart e Rodgers, mas também uma exploração das complexidades emocionais e psicológicas de um artista que influenciou profundamente o teatro musical americano. O filme tem sido muito aguardado não apenas pelo seu conteúdo, mas também pela colaboração única entre Hawke e Linklater, dois criativos que sempre desafiaram as normas da indústria cinematográfica.