Um thriller histórico sobre a natureza do mal
Quase 80 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, Nuremberg, escrito e realizado por James Vanderbilt, traz para o grande ecrã o primeiro tribunal internacional da História, onde os líderes nazis sobreviventes foram julgados pelos seus crimes. Mais do que uma recriação judicial, o filme explora a própria natureza do mal e a forma como este se manifesta através de pessoas e sistemas.
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O elenco reúne nomes de peso: Rami Malek como o psiquiatra militar Douglas Kelley, encarregado de avaliar os réus nazis; Russell Crowe como Hermann Göring, o braço-direito de Hitler; Michael Shannon como o juiz do Supremo Robert H. Jackson, chefe da acusação norte-americana; Richard E. Grant como um dos juízes do tribunal; John Slatterycomo oficial dos EUA; e Leo Woodall como tradutor.
Russell Crowe a aprender alemão e intensidade nos bastidores
Russell Crowe e Leo Woodall tiveram de aprender alemão para os seus papéis, um desafio que Vanderbilt sublinha como prova do empenho do elenco. Crowe, em particular, mergulhou no estudo da figura histórica de Göring, procurando recriar o seu carisma perturbador.
Rami Malek recorda a intensidade das filmagens nas celas: “Quando se está frente a frente com Russell naquele ambiente, nada fica por dizer. Foi um confronto destrutivo e humano ao mesmo tempo. Magnífico de interpretar.”
Relevância atual de um julgamento histórico
John Slattery destaca que, apesar de ser um filme histórico, Nuremberg é antes de tudo um thriller com pertinência para o presente: “Foi o primeiro tribunal internacional alguma vez organizado e a primeira vez que imagens em filme foram usadas como prova. É impossível não pensar nos desafios democráticos de hoje ao revisitar este momento.”
Richard E. Grant elogia a autenticidade da produção, desde os cenários recriados ao detalhe até aos figurantes húngaros que carregavam memórias familiares ligadas ao nazismo ou ao comunismo: “Sentia-se o peso da História na sala.”
Michael Shannon, com a sua habitual ironia, confessou que nunca foi bom aluno, mas que a representação lhe deu uma nova forma de aprender: “Entrar nesta História e vivê-la é um enorme privilégio.” Sobre o papel de Robert Jackson, Shannon realça a mensagem central: “Para lidar com o mal, temos de o investigar, dissecar e compreender porque é que ele existe.”
Entre a História e o entretenimento
Para Vanderbilt, Nuremberg não é apenas uma lição de História, mas um filme construído como thriller, no espírito de clássicos como JFK, Apollo 13 ou Glory: “É sobre algo sério, mas deve emocionar e prender o espectador. Assim que o filme estrear, a história passa a pertencer ao público.”
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Com interpretações intensas e um tema que continua a ecoar na atualidade, Nuremberg promete ser não só um retrato do passado, mas também uma reflexão urgente sobre o presente.
