Acabaram-se os filmes de super-heróis em 2025 — e o veredito não é nada animador. Este foi o ano em que se consolidou a chamada “fadiga de super-heróis”, com os quatro títulos lançados a ficarem todos abaixo das expectativas, tanto nos Estados Unidos como no mercado internacional.
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Um ano sem campeões de bilheteira
Nenhum filme ultrapassou a barreira dos 700 milhões de dólares a nível mundial, algo que não acontecia desde 2011 — com a exceção de 2020, quando a pandemia fechou as salas. Eis os números:
- Capitão América: Admirável Mundo Novo – 415 milhões de dólares
- Thunderbolts* – 382 milhões
- Quarteto Fantástico: Primeiros Passos – 491 milhões
- Superman – 605 milhões
Embora Superman e Quarteto Fantástico ainda estejam em cartaz, a tendência já é descendente.
Em Portugal, impacto modesto
No mercado português, os resultados confirmam a mesma tendência morna. Superman foi o mais visto, com 179 mil espectadores, seguindo-se Quarteto Fantástico (170 mil), Capitão América (162,5 mil) e Thunderbolts (126 mil). Nenhum entrou no “clube” dos filmes-acontecimento.
Onde estão os tempos de glória?
A comparação com os anos dourados do género é inevitável. Em 2012, Os Vingadores abriu as portas para uma era de ouro, com sucessos que se aproximavam ou ultrapassavam mil milhões de dólares, culminando em Vingadores: Endgame(2019) com uns impressionantes 2,79 mil milhões.
Mesmo a DC viveu o seu auge, de Homem de Aço (2013) ao primeiro Aquaman (2018), que arrecadou 1,15 mil milhões.
De lá para cá, apenas alguns títulos quebraram a barreira do entusiasmo: Spider-Man: No Way Home (2021), Doctor Strange in the Multiverse of Madness (2022), Black Panther: Wakanda Forever (2022), Guardians of the Galaxy Vol. 3(2023) e Deadpool & Wolverine (2024).
Superman: sucesso ou sinal de alarme?
Apesar de ter sido o primeiro filme da DC em 16 anos a superar uma produção da Marvel (o último tinha sido O Cavaleiro das Trevas, em 2008), Superman também traz sinais preocupantes. Quase 60% das receitas vieram do mercado doméstico (EUA e Canadá), quando os blockbusters costumam brilhar sobretudo no mercado internacional.
James Gunn e a Warner Bros. falam em “grande sucesso”, mas os analistas são cautelosos: o público fiel compareceu, mas os espectadores casuais, fundamentais para fazer disparar os números, ficaram em casa.
2026: ano de tudo ou nada?
O futuro imediato do género joga-se já no próximo ano. A Sony aposta em Spider-Man: Brand New Day, embora dificilmente se aproxime dos valores de No Way Home. Todas as atenções, no entanto, estão voltadas para Avengers: Doomsday, o projeto mais ambicioso da Marvel em anos, atualmente em rodagem em Londres e que trará Robert Downey Jr. de volta — mas agora como vilão.
Do lado da DC, a expectativa recai sobre Supergirl, que terá a missão de provar que a “fadiga” ainda pode ser revertida.
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Uma coisa é certa: depois do desastroso 2025, o género precisa urgentemente de um novo fôlego. Caso contrário, os super-heróis podem estar a enfrentar o seu maior inimigo até hoje — a indiferença do público.



