O regresso de um comité da era da Guerra Fria
Aos 87 anos, a lendária atriz e ativista Jane Fonda voltou a assumir a linha da frente das lutas políticas em Hollywood. Desta vez, lidera o relançamento do Comité para Defender a Primeira Emenda, um movimento originalmente criado na década de 1940 e que marcou posição durante o período do Macarthismo, quando artistas foram perseguidos e silenciados pelas suas convicções políticas.
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Entre os mais de 550 signatários desta nova iniciativa encontram-se nomes de peso como Natalie Portman, Sean Penn e Anne Hathaway, que se juntam à causa para alertar contra o que descrevem como uma nova ofensiva da Casa Branca para limitar a liberdade de expressão.
As raízes históricas
O comité tem também uma forte carga simbólica para Jane Fonda: o seu pai, Henry Fonda, foi um dos membros fundadores do movimento original. Na altura, figuras como Judy Garland, Humphrey Bogart e Frank Sinatra deram voz à resistência, denunciando nas rádios e em Washington os abusos do governo de então.
Agora, mais de 70 anos depois, a mensagem mantém-se: “Essas forças regressaram. E é a nossa vez de nos levantarmos juntos em defesa dos nossos direitos constitucionais”, lê-se no comunicado oficial.
Da censura ao humor
O relançamento acontece pouco depois da decisão da Disney de retirar temporariamente da programação o late night show de Jimmy Kimmel, na sequência de pressões políticas e regulatórias. O comediante, crítico da direita norte-americana e do aliado de Donald Trump, Charlie Kirk, regressou ao ar após protestos públicos contra o que muitos consideraram um ato de censura.
Kimmel foi direto na sua resposta: “anti-americano”, classificou, referindo-se ao esforço para o silenciar.
Jane Fonda, símbolo de resistência
Com décadas de ativismo, Jane Fonda não mostra sinais de abrandar. Para a atriz, que esteve em inúmeras frentes de protesto desde a Guerra do Vietname até à crise climática, esta luta é também pessoal e histórica: “Este não é um aviso. É o início de uma luta contínua”, afirma o comité no seu manifesto.
A mensagem é clara e dirigida não apenas ao governo, mas também às empresas de Hollywood:
“Para aqueles que lucram com o nosso trabalho enquanto se curvam perante a censura e a intimidação: vemo-los, e a história não esquecerá.”
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Com Jane Fonda no comando, este novo capítulo do Comité pela Primeira Emenda promete reacender um debate essencial sobre os limites da liberdade artística e política em Hollywood.
