Pierce Brosnan revisita Londres e recorda memórias antes da estreia de The Thursday Murder Club

Pierce Brosnan, o eterno James Bond para toda uma geração, voltou a passear pelas ruas de Londres onde iniciou a sua carreira de ator — e aproveitou para partilhar histórias curiosas e, muitas vezes, hilariantes. A ocasião não podia ser mais simbólica: está em promoção de The Thursday Murder Club, filme que protagoniza ao lado de Helen Mirren, Ben Kingsley e Celia Imrie, e que já chegou à Netflix.

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Um regresso às origens

Com 72 anos, Brosnan tem casas em Malibu e no Havai, mas guarda uma ligação profunda a Londres, onde estudou no Drama Centre London nos anos 70. Foi lá que, em 1973, armado com um solilóquio de Macbeth, impressionou o professor Christopher Fettes, que se tornaria no seu mentor. “Vir para aqui foi o que fez de mim ator”, disse o irlandês durante a visita ao espaço, hoje transformado em galeria.

Antes disso, já tinha experimentado teatro experimental no Ovalhouse (atual Brixton House), experiência que lhe deu traquejo para encarnar “Red” Ron, o ex-sindicalista que interpreta em The Thursday Murder Club.

De Tennessee Williams a 007

Outra paragem obrigatória foi o Roundhouse, onde em 1977 contracenou com Tennessee Williams em The Red Devil Battery Sign. O dramaturgo chegou a promover Brosnan de substituto a protagonista e enviou-lhe um telegrama caloroso na noite de estreia. “Ele gostava de um copo, claro, mas era um contador de histórias extraordinário”, recorda.

Brosnan também partilhou memórias mais pessoais de quando foi ver Goldfinger em 1964, pouco depois de se ter mudado para Londres e de ter voltado a viver com a mãe. “Foi nesse mesmo mês que Ian Fleming morreu”, comentou com sobrancelhas ao estilo de Roger Moore. O destino só o deixaria assumir o smoking de 007 décadas depois, entre 1995 e 2002, em quatro filmes que lhe garantiram fama mundial — e também algumas dores de cabeça, como Die Another Day.

Um ator que nunca se deixou aprisionar

Apesar de ser grato a James Bond, Brosnan sempre cultivou diversidade: foi elegante em The Thomas Crown Affair, surpreendente em The Matador e até se deixou contagiar pelo espírito pop de Mamma Mia!. É essa versatilidade que lhe permite, hoje, ser credível como um reformado com espírito de detective em The Thursday Murder Club, onde partilha o ecrã com grandes nomes do cinema britânico.

Com humor, deixou também um conselho ao futuro 007: “Seja criativo fora de Bond. E arranje um bom advogado.”

O presente: The Thursday Murder Club

O novo filme adapta o best-seller de Richard Osman e segue um grupo de reformados que se dedicam a resolver casos antigos, até que um novo crime lhes cai no colo. Brosnan encarna Ron, uma personagem que mistura dureza com sensibilidade e que lhe permite regressar ao humor e ao charme que sempre cultivou, mas com o peso da experiência.

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Seja a recordar os dias de estudante, a rir das vezes em que foi barrado por seguranças ou a celebrar a oportunidade de trabalhar novamente com Helen Mirren, Brosnan mostra que, meio século depois de entrar no Drama Centre, continua a ser uma das figuras mais queridas e camaleónicas do cinema.

Pierce Brosnan Não Desiste de Bond: “Eles Sabem Onde Me Encontrar”

Actor de 71 anos mostra abertura para regressar como 007 e dá a sua bênção a Aaron Taylor-Johnson como possível sucessor

Pode um espião reformado voltar ao ativo? Segundo Pierce Brosnan, tudo é possível… até em nome de Sua Majestade. O ator irlandês que interpretou James Bond entre 1995 e 2002 reacendeu a discussão sobre o futuro da icónica personagem e, com elegância digna do fato de gala do MI6, admitiu que não exclui um regresso.

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“Acho que ainda me safava no papel, em caso de necessidade. Vamos ver o que o futuro reserva. Eles sabem onde me encontrar”, disse Brosnan durante uma entrevista recente no programa Today. Apesar da idade, o charme continua intacto e a postura diplomática também: “Porquê não?”

Contudo, o próprio reconhece que a ideia é mais romântica do que realista. Em entrevista anterior à GQ, classificou a hipótese como uma “situação delicada” e defendeu que talvez seja melhor “deixar os cães adormecidos em paz”: “Tudo muda, tudo se desfaz. Talvez deva mesmo ser entregue a outro homem. Sangue novo.”

Aaron Taylor-Johnson: o novo nome que entusiasma Brosnan

Se Brosnan pode regressar, o mais provável é que não o faça como protagonista. E nessa frente, já tem um favorito: Aaron Taylor-Johnson. O ator de 34 anos, conhecido por filmes como Kick-Ass, Animais Noturnos e Bullet Train, está a ser apontado como um dos principais candidatos ao papel de Bond. Brosnan, que trabalhou com ele no drama The Greatest (2009), não tem dúvidas:

“Acho que ele seria ótimo. Foi eu quem o escolheu para esse filme. Ele entrou no set e ocupou o espaço com paixão e energia”, recorda. “Se ele o quiser e o conseguir, seria uma excelente escolha.”

Uma nova era Bond em preparação

A especulação sobre o futuro de 007 intensificou-se desde que a Amazon assumiu o controlo criativo da saga, através da Amazon MGM Studios. A parceria com os históricos produtores Barbara Broccoli e Michael G. Wilson permanece, mas agora junta-se ao leque de produção Amy Pascal (Spider-Man: No Way Home) e David Heyman (Harry Potter, Barbie).

Durante a CinemaCon, os responsáveis da Amazon confirmaram que Pascal e Heyman estão já em Londres a trabalhar no novo capítulo. A promessa é clara: “Respeitar o legado da personagem e trazer um novo e emocionante capítulo para audiências de todo o mundo.”

Bond, James Bond… e Inteligência Artificial?

Num tom mais descontraído, Brosnan ainda lançou uma piada curiosa sobre os tempos modernos: “Há grandes coisas que se podem fazer com Inteligência Artificial… portanto, aí está.” A ideia de um Bond digital pode parecer remota, mas num universo cinematográfico em constante evolução, nunca se sabe.

Enquanto isso, a herança de Brosnan como Bond permanece intacta. GoldenEye (1995), O Amanhã Nunca Morre (1997), O Mundo Não É Suficiente (1999) e Die Another Day (2002) são vistos como marcos do 007 entre o classicismo de Connery e o realismo cru de Daniel Craig.

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E se o futuro de Bond está por decidir, uma coisa é certa: Pierce Brosnan não se retirou completamente da mesa de jogo. “Eles sabem onde me encontrar”, repete. E nós também.