One Battle After Another – Paul Thomas Anderson e Leonardo DiCaprio mergulham no caos da contracultura

Anderson reencontra Pynchon num delírio político

Dez anos depois de adaptar Inherent VicePaul Thomas Anderson volta a cruzar-se com o universo literário de Thomas Pynchon. Desta vez, inspira-se livremente no romance Vineland (1990) e cria “One Battle After Another”, uma espécie de thriller pulp e sátira política que mistura contracultura, paranoia e ação desenfreada.

O resultado é um filme tão caótico quanto fascinante: uma fábula moderna sobre resistência, poder e decadência, com a energia visual e sonora que só Anderson parece conseguir manter sempre “com o pedal colado ao fundo”. A banda sonora de Jonny Greenwood acentua esse nervosismo constante, vibrando entre o psicadélico e o apocalíptico.

ver também : Amanda Seyfried responde a críticas após comentário polémico sobre Charlie Kirk 🎭

Leonardo DiCaprio, um revolucionário desajeitado

No centro da trama está Leonardo DiCaprio, que interpreta Bob, um revolucionário desgrenhado, sempre à beira do colapso nervoso. Membro secundário de uma célula armada que ataca prisões de migrantes na fronteira com o México, o seu papel é quase cómico: lançar fogo-de-artifício como distração. Ao lado dele estão figuras mais imponentes, como Deandra (Regina Hall) e o intelectual Howard (num cameo de Paul Grimstad).

Mas o verdadeiro íman da narrativa é Perfidia (Teyana Taylor), companheira e líder nata, capaz de manipular o grotesco coronel Lockjaw (Sean Penn, num registo repulsivo e caricato) para virar a máquina militar contra si própria. Uma das imagens mais arrebatadoras do filme mostra Perfidia, grávida de nove meses, a disparar uma metralhadora — cena que Anderson transforma num ícone de resistência e excesso.

Entre a farsa e a tragédia

A vida de Bob complica-se ainda mais quando se vê forçado a criar a filha adolescente Willa (Chase Infiniti) como pai solteiro. Enquanto ele se perde em drogas e cinismo, Willa mostra-se determinada, treinada em artes marciais por um excêntrico mestre (nada menos que Benicio del Toro). A relação entre os dois oscila entre ternura e frustração, até desembocar num dilema de paternidade que dá ao filme um inesperado sabor de Mamma Mia! passado no meio da guerrilha.

Anderson no fio da navalha

“One Battle After Another” é simultaneamente sério e farsesco, realista e cartoonesco. A ação — com perseguições de automóvel de cortar a respiração — convive com reflexões sobre identidade, poder e o eterno conflito cultural americano. Anderson transforma o caos em espetáculo, questionando se a luta pela contracultura não se tornou apenas mais um capítulo interminável da guerra cultural dos EUA.

ver também : Jimmy Kimmel suspenso pela ABC após comentários sobre Charlie Kirk 📺🔥

É um filme que não pede consenso: uns vão achá-lo excessivo e desconcertante, outros vão render-se ao seu ritmo alucinado. Mas é impossível negar que Anderson continua a ser um dos cineastas mais ousados da sua geração, capaz de fazer cinema político sem abdicar da extravagância visual.

Warner Bros. Faz História: Sete Estreias Consecutivas Acima dos 40 Milhões de Dólares

“The Conjuring: Last Rites” abre caminho para um recorde inédito

A Warner Bros. acaba de entrar para a história do cinema ao tornar-se o primeiro estúdio a lançar sete filmes consecutivos com estreias acima dos 40 milhões de dólares nas bilheteiras norte-americanas. O feito foi consolidado com The Conjuring: Last Rites, que alcançou 83 milhões nos EUA e 187 milhões globalmente no fim de semana de estreia — o melhor arranque de sempre para a saga.

ver também : Good Fortune: A Comédia de Aziz Ansari Que Divide Críticos em Toronto

De fracassos a sucessos estrondosos

O estúdio vinha de um período difícil, marcado pelos desaires de Joker: Folie a Deux (2024), Mickey 17 e The Alto Knights, que causaram perdas milionárias. A reviravolta começou em abril com A Minecraft Movie, que surpreendeu com uma abertura de 162 milhões de dólares e já acumula quase 957 milhões globalmente, tornando-se o título mais rentável do ano.

Seguiram-se sucessos consecutivos:

  • Sinners, thriller de vampiros de Ryan Coogler e Michael B. Jordan (48M de estreia);
  • Final Destination: Bloodlines (51,6M);
  • F1: The Movie, com Brad Pitt (57M);
  • Superman (125M);
  • Weapons, mistério de terror de Zach Cregger (43,5M).

Todos estes filmes conseguiram resistir além do primeiro fim de semana, algo que muitos blockbusters recentes — incluindo The Fantastic Four: First Steps e Thunderbolts, da Disney — não conseguiram.

Lucros e apostas de risco

Segundo a Franchise Entertainment Research, o estúdio terá gerado já cerca de 600 milhões de dólares em lucros teatrais este ano, antes de contar com os resultados de The Conjuring: Last Rites. Filmes como Superman (com cerca de 125M de lucro previsto) e Final Destination: Bloodlines (75M) estão entre os destaques.

O analista David A. Gross resumiu: “A Warner Bros. está numa fase fantástica. O estúdio fez escolhas ousadas e criativas — e estão a compensar.”

O futuro imediato: Paul Thomas Anderson e 2026 recheado

O próximo grande teste será One Battle After Another, épico de Paul Thomas Anderson protagonizado por Leonardo DiCaprio, com estreia ainda em setembro. O projeto custou pelo menos 130 milhões e precisa de cerca de 300 milhõespara equilibrar contas — uma fasquia elevada, tendo em conta que o maior sucesso do realizador até hoje foi There Will Be Blood (2007), com 76,4 milhões.

Já em 2026, o calendário da Warner promete ser igualmente ambicioso, com títulos como Wuthering Heights de Emerald Fennell (com Margot Robbie e Jacob Elordi), The Bride de Maggie Gyllenhaal, SupergirlClayfaceFlowervale Streetcom Anne Hathaway e Ewan McGregor, Mortal Kombat II, um projeto de Alejandro G. Iñárritu com Tom Cruise e ainda Dune: Part Three.

ver também: Ataque ao Comboio Noturno: A Nova Série Que Vai Acelerar o Seu Coração

Se a atual maré de sorte continuar, a Warner poderá transformar mais uma vez riscos calculados em sucessos de bilheteira.