Uma estreia envolta em controvérsia
A série O Arquiteto, inspirada no escândalo sexual de Tomás Taveira nos anos 90, estreou-se a 22 de setembro na TVI, com todos os episódios já disponíveis na Amazon Prime Video. Desde o anúncio, a produção tem sido alvo de críticas e debates intensos nas redes sociais, sobretudo pelo receio de que o tema do abuso de mulheres pudesse ser romantizado ou tratado de forma ligeira.
O principal visado foi o ator Rui Melo, que dá vida a Tomé Serpa, a personagem central da trama. Desde a divulgação do projeto, o intérprete tem sido alvo de críticas duras, ameaças e até insultos, algo que rapidamente escalou em polémica pública.
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Nuno Markl sai em defesa do elenco
Entre os que decidiram intervir está Nuno Markl, humorista e locutor de rádio, que recorreu ao Instagram para defender a série, o elenco e, em particular, Rui Melo.
“Assim que a série foi anunciada, choveu fúria instagrâmica sobre ele, a equipa da série e a TVI. Pela razão mais insólita: pessoas que não tinham visto a série meteram na cabeça que ela iria fazer do protagonista um herói”, escreveu Markl.
O comunicador sublinhou ainda que as críticas ignoraram fatores essenciais: o argumento de Patrícia Müller (Madre Paula), a realização de João Maia (Variações) e um elenco de atores reconhecidos pela sua sensibilidade artística.
As vítimas em primeiro plano
Segundo Markl, quem assistiu ao primeiro episódio percebeu rapidamente que as vítimas não foram esquecidas nem desvalorizadas. O episódio terminou mesmo com a divulgação do contacto da APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, reforçando o enquadramento social e a responsabilidade do projeto.
“Percebo: o tema é delicado, os receios são legítimos. Mas o caso tem pano para mangas para uma boa e útil série de ficção. Disparar primeiro e só perceber depois se a bala foi ou não bem gasta não me parece boa política”, concluiu o humorista.
Debate aberto
A polémica em torno de O Arquiteto mostra como temas sensíveis continuam a dividir opiniões e a gerar reações extremas. Ao mesmo tempo, abre espaço para discutir a forma como a ficção pode revisitar episódios marcantes da história recente portuguesa, sem cair em simplificações ou em discursos perigosos.
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