Bong Joon-ho e o único género que nunca irá explorar no cinema

O realizador sul-coreano Bong Joon-ho, vencedor do Óscar por Parasitas (2019), tem uma carreira marcada pela versatilidade e pela sua capacidade de transitar entre géneros cinematográficos com maestria. No entanto, há uma certeza absoluta sobre o seu percurso: nunca irá realizar um musical.

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Durante a sua recente participação no programa The Late Show with Stephen Colbert, enquanto promovia o seu mais recente filme Mickey 17, Bong foi questionado sobre os tipos de filmes que gostaria de explorar no futuro. A sua resposta gerou gargalhadas no público e até no próprio apresentador. “Tenho muito respeito pelos musicais. Gosto especialmente de Jesus Cristo Superstar e adoro All That Jazz, do Bob Fosse. Mas nunca poderei fazer um musical”, afirmou Bong, deixando a plateia curiosa sobre o motivo.

A justificação foi hilária e direta: “Não suporto assim que começam a cantar”.

O realizador brincou com a lógica dos musicais, mencionando o icónico West Side Story: “Porque vemos as personagens a falar normalmente e, de repente, começam a cantar ‘Tonight…'”, disse ele, imitando o tom característico do tema. “Não consigo aguentar. Não posso fazer um musical”.

Um realizador que desafia convenções

Desde Memories of Murder (2003) a O Hospedeiro (2006), Expresso do Amanhã (2013) e o já citado Parasitas, Bong Joon-ho tem demonstrado um apetite voraz por géneros variados, misturando elementos de suspense, ficção científica, comédia negra e sátira social. Agora, prepara-se para lançar Mickey 17, uma ficção científica protagonizada por Robert Pattinson, que tem estreia marcada para 6 de março nos cinemas portugueses.

O cineasta também anunciou recentemente que está a trabalhar num filme de animação, outro território que ainda não havia explorado. Contudo, a resistência a musicais parece ser definitiva. Enquanto Hollywood continua a produzir grandes sucessos no género, como La La Land (2016) ou o recente Wonka (2023), Bong Joon-ho confirma que essa será a única excepção à sua impressionante versatilidade.

Para os fãs que gostariam de ver uma abordagem surreal e satírica ao género musical sob o olhar do mestre sul-coreano, a resposta já está dada: isso nunca acontecerá. Mas se há algo que aprendemos com Bong Joon-ho, é que ele sempre encontra uma forma inesperada de surpreender o público.

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Jennifer Lopez Encanta no Musical Kiss of the Spider Woman em Sundance 🎭✨

O Festival de Cinema de Sundance recebeu um brilho especial este domingo com a apresentação de Kiss of the Spider Woman, o novo musical de Bill Condon estrelado por Jennifer Lopez. Num evento que fugiu do habitual registo independente do festival, o filme trouxe glamour, números musicais exuberantes e uma reflexão profunda sobre identidade e aceitação.

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Uma Adaptação Reimaginada 🎥🌟

Baseado no romance homónimo de Manuel Puig, publicado em 1976, Kiss of the Spider Woman já foi adaptado várias vezes para teatro e cinema, incluindo o filme de 1985 que deu a William Hurt um Óscar pela sua interpretação. Na nova versão de Condon, Jennifer Lopez brilha como uma estrela de cinema da era de ouro de Hollywood, num filme dentro do filme que oferece escapismo e emoção em meio à narrativa principal.

Diego Luna interpreta Valentin Arregui, um revolucionário preso na Argentina cuja cela é partilhada com Luis Molina, vivido por Tonatiuh. Molina, apaixonado por glamour e cinema, narra a história de um musical fictício, Kiss of the Spider Woman, proporcionando momentos de alívio à dura realidade da prisão.

Uma Celebração do Cinema e Reflexões Sobre Identidade 🌈🕸️

A exibição, realizada no Eccles Theater, foi marcada por aplausos espontâneos durante os números musicais de Lopez, que arrancaram também uma ovação de pé no final da sessão. Usando um vestido temático com teias de aranha, Lopez emocionou-se ao falar sobre o filme:

“Esperei por este momento a minha vida toda,” confessou.

O filme explora questões relevantes de identidade de género. Luis Molina revela não se identificar nem como homem nem como mulher, algo que inicialmente desconcerta Valentin, mas que acaba por abrir um caminho para a compreensão mútua.

“Entendi quem é esta pessoa espiritualmente,” disse Tonatiuh, referindo-se ao seu personagem. “É alguém que aprende a ser o herói da sua própria história, transitando entre o feminino e o masculino.”

Condon destacou a mensagem central da obra:

“O filme é sobre a tentativa de ultrapassar as diferenças que tantas vezes nos separam.”

Um Sonho Tornado Realidade 🎶✨

Jennifer Lopez revelou que a sua paixão por musicais começou na infância, ao assistir West Side Story todos os Dias de Ação de Graças.

“Bill Condon realizou os meus sonhos,” disse, com lágrimas nos olhos.

O realizador também expressou o seu amor pelo género musical, afirmando:

“Escrevi a frase ‘Tenho pena das pessoas que odeiam musicais.’ Tudo o que o cinema pode fazer, pode acontecer num musical.”

O Futuro de Kiss of the Spider Woman 🎬

Embora ainda esteja à procura de um distribuidor, Kiss of the Spider Woman já deixou a sua marca em Sundance. Com um elenco de luxo, números musicais grandiosos e uma mensagem poderosa sobre aceitação e tolerância, o filme promete encantar tanto os fãs do género como os apreciadores de histórias emocionantes.

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“Wicked” Chega ao Cinema, Mas Sem Coro nas Salas

O musical Wicked, um dos maiores sucessos da Broadway, prepara-se para encantar audiências no grande ecrã. Com estreia marcada para 5 de dezembro em Portugal, o filme traz Ariana Grande e Cynthia Erivo nos papéis principais, prometendo um espetáculo visual e sonoro que transportará o público para o mundo mágico de Oz. No entanto, a AMC Theaters, maior rede de cinemas da América do Norte, emitiu um aviso curioso: nada de cantar durante as sessões.

Um Musical com Regras de Etiqueta

A decisão da AMC surge após experiências anteriores em que filmes musicais inspiraram espectadores entusiastas a cantar durante as projeções. Desta vez, a rede lançou um vídeo especial, exibido antes das sessões de Wicked, a lembrar que “nos cinemas AMC, o silêncio vale ouro”. A mensagem pede aos espectadores que respeitem a experiência dos outros, evitando comportamentos disruptivos como mensagens de texto ou conversas durante o filme.

A medida gerou controvérsia, com muitos fãs a argumentarem que os musicais são, por natureza, convidativos ao canto. Contudo, críticos apontam que uma sala de cinema não é o local apropriado para tais expressões, especialmente quando as vozes de estrelas como Erivo e Grande são as verdadeiras protagonistas.

A Magia de “Wicked” Continua Intacta

Apesar do debate, a expectativa para a estreia de Wicked mantém-se alta. Realizado por Jon M. Chu (Crazy Rich Asians), o filme é uma adaptação do musical que reimaginou a história da Bruxa Má do Oeste e Glinda, a Boa. Com uma banda sonora icónica e uma produção de grande escala, Wicked promete transportar os espectadores para um mundo de magia e emoção, sem necessidade de coros improvisados.