O novo fenómeno musical e cinematográfico de Taylor Swift arrecadou 33 milhões de dólares só nos EUA e promete conquistar o mundo
Taylor Swift não conhece limites — e o sucesso de The Life of a Showgirl é a prova viva disso. O novo filme-concerto da artista norte-americana, descrito como um “evento cinematográfico” que acompanha o lançamento do seu 12.º álbum de estúdio, estreou em grande estilo nos Estados Unidos, arrecadando 33 milhões de dólares no primeiro fim de semana.
O feito coloca Swift mais uma vez no topo das bilheteiras, consolidando o seu estatuto como uma das artistas mais influentes do século XXI. E como se não bastasse dominar o cinema, o álbum que acompanha o filme já é também um fenómeno nas plataformas digitais: The Life of a Showgirl quebrou o recorde de estreia mais ouvida do ano no Spotify, e em menos de 11 horas.
O filme, intitulado The Official Release Party of a Showgirl, tem estreia marcada em Portugal para o dia 24 de Outubro, e promete transformar as salas de cinema numa verdadeira pista de espetáculo. Entre coreografias exuberantes e interpretações emocionais, Taylor apresenta as novas faixas com a teatralidade que se tornou a sua assinatura — uma fusão entre pop, introspeção e puro entretenimento.
A tracklist do novo álbum é uma mistura de narrativas intensas e melodias pop envolventes, com destaque para temas como “Elizabeth Taylor”, “Ruin the Friendship” e “The Life of a Showgirl (feat. Sabrina Carpenter)”. É um trabalho que parece refletir tanto a maturidade artística como o domínio absoluto de Swift sobre todas as formas de expressão — seja no estúdio, no palco ou no grande ecrã.
Com 14 Grammys e quatro vitórias na categoria de Álbum do Ano (Fearless, 1989, Folklore e Midnights), Taylor Swift continua a expandir o seu império artístico, reinventando-se a cada lançamento. Depois do sucesso estrondoso de The Tortured Poets Department, o seu novo capítulo promete ser uma ode ao espetáculo, à identidade feminina e ao poder criativo de quem transforma a própria vida num musical de proporções épicas.
Desde o primeiro minuto de Better Man, fica claro que Robbie Williams sempre viveu para entreter. O próprio cantor descreve-se como tendo nascido com “jazz hands”, uma metáfora que define não só a sua personalidade carismática, mas também a sua necessidade visceral de ser uma estrela.
Com realização de Michael Gracey (The Greatest Showman), esta cinebiografia ousada e visualmente exuberante traça a ascensão meteórica de Williams desde a sua infância até ao estrelato, sem ignorar os seus problemas com a depressão, a solidão e o vício. O próprio cantor narra o filme e, como seria de esperar, o resultado final é uma obra feita para entreter, surpreender e emocionar.
Um Macaco Como Metáfora do Sucesso e da Prisão da Fama
A grande peculiaridade de Better Man é o facto de Robbie Williams ser interpretado, ao longo de todo o filme, por um macaco CGI (cuja performance física e voz são de Jonno Davies). Uma escolha criativa que nunca é explicada, mas que ganha significado ao longo da narrativa.
Numa das suas entrevistas a Michael Gracey, Williams terá confessado que muitas vezes se sentia como um macaco treinado, enviado para entreter as multidões. O realizador agarrou-se a essa ideia e transformou-a numa metáfora visual arrojada – e embora possa parecer absurda à primeira vista, rapidamente se torna essencial para compreender o que Williams sentia na pele: uma mistura de admiração, prisão e esgotamento emocional.
Do Rapaz Sonhador ao Ícone Pop
A história começa em 1982, em Stoke-on-Trent, onde o jovem Robert Williams, desajeitado no futebol e ridicularizado pelos colegas, percebe que a sua vocação está na música e não no desporto. O seu pai, um performer de cabaré, serve-lhe de inspiração – mas também de desilusão, ao abandonar a família.
Aos 15 anos, Robbie entra na boy band Take That, tornando-se instantaneamente um fenómeno entre as adolescentes britânicas. É aí que a sua identidade se perde: o seu nome deixa de ser Robert para se tornar apenas Robbie, moldado pela máquina da indústria musical. A sua avó (Alison Steadman, num desempenho comovente) lamenta a transformação, mas Robbie já está preso ao turbilhão da fama.
Música, Dança e Espetáculo: O Toque de Gracey
Michael Gracey, que já demonstrou talento para números musicais grandiosos em The Greatest Showman, aplica o mesmo estilo aqui. O grande destaque vai para uma cena incrível filmada em Regent Street, Londres, onde Robbie e os Take That vão, literalmente, conquistando o público ao som de Rock DJ.
Esta sequência encapsula a subida meteórica do cantor: de um jovem desconhecido a um ícone pop, tudo em poucos anos. A forma como a fama é retratada – como uma explosão coreografada e caótica – é um dos pontos altos do filme.
O Lado Negro da Fama
Mas a ascensão ao estrelato tem o seu preço. Williams afunda-se numa espiral de vícios, combinando depressão, drogas e álcool. É expulso dos Take That e, determinado a provar que pode ser maior que a banda, embarca numa carreira a solo triunfante.
O filme explora a sua relação tumultuosa com Nicole Appleton (All Saints) e como o seu comportamento autodestrutivo o levou a perder amigos e amores. Uma cena particularmente intensa coloca-o num campo de batalha medieval, onde ele luta contra os seus próprios demónios – numa metáfora visual que, embora impressionante, pode parecer um pouco exagerada e autoindulgente.
O Pico da Carreira e a Incerteza do Futuro
Um dos momentos mais memoráveis do filme é a recriação da sua performance histórica no Festival de Knebworth, onde cantou para 375.000 fãs em êxtase. Mas, apesar da consagração, Williams sente-se vazio.
O filme termina deixando no ar uma questão: o que acontece quando um artista atinge tudo o que sempre quis, mas continua a sentir-se incompleto? A resposta talvez esteja no próprio título do filme – Better Man, uma jornada constante para se tornar alguém melhor.
Conclusão: Vale a Pena Assistir?
Se há algo que Better Man faz bem, é capturar o espírito de Robbie Williams: exagerado, emocional, carismático e imperfeito. O filme pode ser longo (135 minutos) e, por vezes, demasiado estilizado, mas consegue manter o espectador agarrado do início ao fim.
Se procura um biopic tradicional, cheio de factos históricos e um tom sóbrio, esta não é a escolha certa. Mas se gosta de abordagens criativas e arrojadas, Better Man oferece uma experiência única, cheia de ritmo, emoção e, claro, espetáculo.
⭐⭐⭐ ★☆ (3/4)
Ficha Técnica
🎬 Título:Better Man
📅 Estreia: 2024
🎥 Realização: Michael Gracey
🎭 Elenco: Robbie Williams (narração), Jonno Davies (motion capture), Steve Pemberton, Alison Steadman
🎵 Género: Biopic, Musical, Drama
🎞 Duração: 135 minutos
🎭 Classificação: R (conteúdo adulto, drogas, linguagem forte, nudez)