Missão (Ainda) Possível: Porque É Que Ethan Hunt Sobreviveu à Sua Última Missão?

Christopher McQuarrie explica porque recusou fazer o que No Time to Die ousou – e o futuro de Tom Cruise como Ethan Hunt ainda está (muito) em aberto.

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Depois de meses de especulação, trailers com tom apocalíptico e teorias nas redes sociais que quase exigiam o funeral cinematográfico de Ethan Hunt, Mission: Impossible – Final Reckoning chegou e… nada de caixão. Nada de morte heróica. Nada de explosão em câmara lenta com a cara de Tom Cruise a desaparecer em CGI. Afinal, o nosso agente mais intrépido e incansável continua vivo e de boa saúde. E o responsável por essa decisão – ou recuo, dirão alguns – tem nome: Christopher McQuarrie.

“Matar o herói? Para quê?”

Segundo o realizador, matar Ethan Hunt nunca esteve verdadeiramente no plano. Pelo menos, não da forma como muitos fãs esperavam. Em entrevista recente, McQuarrie explicou que o fim de uma história não tem de equivaler à morte da personagem:

“A ideia de que a conclusão de uma história tem de ser a morte da personagem… não são sinónimos. Quando fechas totalmente uma história, essa história deixa de existir. E isso não é a vida. As histórias continuam, quer os filmes o façam ou não.”

Um argumento poético, claro, mas que não deixa de soar a “cop-out” para quem esperava uma despedida épica e definitiva. Afinal, No Time to Die teve a ousadia de fazer o impensável: matar James Bond. E logo depois de um filme cheio de despedidas emocionadas e de uma frase final que deixaria qualquer espectador a fungar no escuro da sala. Ao lado disso, Final Reckoning parece… conservador.

E o futuro de Ethan Hunt?

Ora, essa é a pergunta que não quer calar. O final do filme não fecha de forma clara a porta à saga. Pelo contrário: deixa espaço – e vontade – para mais. Tom Cruise não confirmou o regresso, mas também não negou. Aliás, deixou escapar uma frase curiosa a McQuarrie durante as filmagens:

“Podemos fazer melhor.”

E conhecendo o homem que já saltou de aviões em queda livre, escalou prédios sem cabos e pendurou-se num avião em pleno descolar, ninguém acredita que Tom Cruise vá reformar Ethan Hunt sem mais uma corridinha sem dublê.

Missão impossível… convencer os estúdios?

Aqui é que a coisa complica. A verdade é que as duas últimas entradas da saga tiveram orçamentos gigantescos e receitas de bilheteira… aquém do esperado. Apesar da reputação impecável da franquia Mission: Impossible, os números não mentem: fazer mais filmes com este nível de ambição pode ser difícil de vender aos executivos de Hollywood.

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Ainda assim, seria ingénuo apostar num adeus definitivo. Afinal, Ethan Hunt já sobreviveu a explosões, quedas, traições, pandemias (das reais e das fictícias)… sobreviver à lógica dos estúdios pode ser apenas mais uma missão a acrescentar à lista.

🎬 Lilo & Stitch e Mission: Impossible fazem história no box office do Memorial Day 2025

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O cinema comercial voltou a dar sinais de recuperação este fim-de-semana prolongado. Com a estreia em força da versão live-action de Lilo & Stitch e mais uma missão explosiva de Tom Cruise, o box office do Memorial Day 2025 atingiu valores históricos, ultrapassando os 325 milhões de dólares nos EUA e Canadá — o maior de sempre nesta data, sem ajuste à inflação.


🥇 Disney lidera com Lilo & Stitch

A nova versão de Lilo & Stitch arrecadou impressionantes 183 milhões de dólares na estreia doméstica, tornando-se a maior abertura de sempre no Memorial Day, superando os 160,5 milhões de Top Gun: Maverick em 2022. O total global chegou aos 341,7 milhões, consolidando a aposta da Disney em remakes live-action como aposta segura no calendário de verão.


🕵️ Cruise mantém-se em forma com Mission: Impossible – The Final Reckoning

A última aventura de Ethan Hunt, anunciada como o capítulo final da saga, ficou em segundo lugar com 77 milhões de dólares no mercado doméstico e 190 milhões no total global. O filme que terá custado entre 300 e 400 milhões é agora o título com a maior estreia de sempre da franquia. Só nas salas IMAX, o filme rendeu 31 milhões, o que representa mais de 14% da bilheteira global.

“É um feito extraordinário. O público responde quando há conteúdo para todos” — Chris Aronson, presidente de distribuição da Paramount


🎟️ Um ano que pode marcar viragem

O sucesso destes dois títulos junta-se a um primeiro semestre robusto, com filmes como A Minecraft MovieThunderbolts e Final Destination: Bloodlines a impulsionar o regresso das famílias e jovens adultos às salas. O box office norte-americano de Abril atingiu 875 milhões — muito próximo da média pré-pandémica.

Com uma agenda recheada para o verão — Karate Kid: LegendsBallerinaJurassic World: RebirthHow to Train Your DragonSuperman e The Fantastic Four: First Steps — os analistas preveem um box office anual entre 9,2 e 9,5 mil milhões de dólares, ultrapassando os 9 mil milhões de 2023.


📉 Ainda longe da era pré-pandemia, mas em trajectória ascendente

Apesar do entusiasmo, os números continuam abaixo dos 11,4 mil milhões de 2019 ou dos 11,9 mil milhões de 2018. As mudanças nos hábitos de consumo e a crescente força do streaming continuam a afectar o público casual.

“Quando o conteúdo é bom, as pessoas aparecem. E agora, o ciclo é favorável” — Eric Handler, analista da Roth Capital

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Se este ritmo se mantiver, 2025 pode vir a ser o ano que marca o verdadeiro regresso à saúde do cinema de sala — com o grande ecrã novamente no centro da experiência colectiva.