Censura Digital na China: Casamento Gay em Together Transformado em União Heterossexual

Alteração polémica choca espectadores

O filme de terror australiano Together, protagonizado por Dave Franco e Alison Brie, chegou recentemente às salas de cinema na China, mas não sem polémica. Uma cena que retratava o casamento entre dois homens foi digitalmente alterada, com recurso a tecnologia de substituição facial, para transformar um dos noivos numa mulher.

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A mudança só foi descoberta depois de circularem nas redes sociais imagens comparativas da versão original e da versão exibida na China. A reação foi imediata:

“A troca de rostos por IA é inaceitável — altera completamente a visão criativa original”, escreveu um utilizador nas redes.

Uma nova forma de censura

A censura em filmes estrangeiros lançados na China não é novidade, mas a técnica usada desta vez levanta novas questões. Em vez de cortar a cena, as autoridades optaram por reescrever digitalmente a narrativa, tornando a alteração menos óbvia para os espectadores.

Como escreveu um utilizador do Weibo:

“O que está a acontecer fora do filme é ainda mais assustador do que o que vemos nele.”

Contexto social e político

Embora a homossexualidade esteja descriminalizada na China, continua a ser fortemente estigmatizada. O governo promove relações heterossexuais como o modelo ideal e, em 2021, chegou a proibir a presença de “homens efeminados” na televisão.

Apesar disso, a opinião pública mostra sinais de mudança: um inquérito realizado no ano passado revelou que mais de metade da população considera que as pessoas LGBTQ+ devem ser aceites pela sociedade.

Ainda assim, a decisão de alterar Together provocou acusações de humilhação e desrespeito. Um utilizador da rede RedNote escreveu que esta prática representa uma forma de “humilhar grupos minoritários”.

Exibição suspensa

O filme deveria ter tido estreia alargada na China a 19 de setembro, mas perante a onda de críticas, o distribuidor local suspendeu os planos sem apresentar explicações.

Não é caso isolado

Esta não é a primeira vez que produções ocidentais são modificadas para o público chinês. Em 2018, Bohemian Rhapsodyfoi exibido sem referências à homossexualidade de Freddie Mercury, e até a sitcom Friends sofreu cortes em episódios que incluíam personagens lésbicas.

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No caso de Together, realizado por Michael Shanks, a polémica pode ter posto em causa a sua distribuição no país, mas abriu também um debate mais amplo: até onde pode ir a tecnologia ao serviço da censura?

O Filme de Terror Mais Estranho do Ano… É Também uma História de Amor

Em Together, Alison Brie e Dave Franco levam a relação ao limite — até ao ponto de os seus corpos se fundirem.

No cinema de terror, já vimos monstros, fantasmas e criaturas de pesadelo. Mas em Together, o novo filme realizado por Michael Shanks, o horror surge como metáfora para a vida a dois: Alison Brie e Dave Franco interpretam um casal cujo corpo — literalmente — se transforma numa só entidade. O resultado é uma mistura inquietante de body horror à la Cronenberg (A Mosca) com ecos grotescos de The Thing, de John Carpenter.

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Amor, co-dependência e… horror físico

Na trama, Millie (Brie), professora, e Tim (Franco), músico desempregado e orgulhosamente citadino, mudam-se para uma zona remota devido ao novo trabalho dela. Um dia, explorando a área, encontram uma gruta com marcas misteriosas e um lago aparentemente puro. Tim bebe dessa água — e pouco depois, os seus corpos começam a fundir-se.

O argumento, escrito por Shanks, equilibra momentos de terror gráfico com uma leitura mais simbólica: a relação de Millie e Tim está longe de perfeita, marcada por frustrações, dependência mútua e rotinas difíceis de quebrar. Franco admite que a escolha do filme teve tudo a ver com o realismo que poderiam trazer: “A nossa relação de 13 anos ajudou a dar peso a estes personagens.”

Brie acrescenta: “O body horror é uma metáfora directa para os medos em torno da monogamia e da co-dependência tóxica.”

Colados… no trabalho e no ecrã

Este é o quinto projecto em conjunto do casal, depois de The Rental (2020) e Somebody I Used To Know (2023). Gravado em apenas 21 dias, Together exigiu que Brie e Franco passassem até 10 horas fisicamente colados para certas cenas. E, sim, há um momento — já muito comentado — que envolve um pormenor anatómico de Tim… em versão prostética.

Entre os momentos mais insólitos está uma cena em que Franco grita “MUSCLE RELAXANTS!” com intensidade digna de Nicolas Cage — algo que, segundo ele, deveria ser material obrigatório para se tornar meme.

Terror, humor e leitura pessoal

Para lá do grotesco, Together funciona como um espelho para o público: casais, solteiros, cépticos ou românticos, cada um verá o filme de forma diferente. Franco conta que um casal em crise disse ter feito as pazes depois de o ver; já alguns solteiros saíram da sala a dizer que foi “o melhor argumento para continuar solteiro”.

O elenco conta ainda com Jay Lycurgo, como Shy, um jovem problemático, e a dupla Tracey Ullman e Emily Watson.

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Estreia e recepção esperada

Together chega hoje (14 de Agosto) aos cinemas em Portugal, com distribuição da NOS Audiovisuais) e promete não só provocar desconforto e risos nervosos, mas também debates acesos sobre relações, intimidade e os limites do “até que a morte nos separe”.

“Together”: O Body Horror Que Vai Fazer os Fãs de “The Substance” Delirar 🩸🎥

Um romance… e um pesadelo no campo

O realizador e argumentista australiano Michael Shanks estreia-se nas longas‑metragens com Together, uma mistura inquietante de drama relacional e body horror que já passou por vários festivais e que agora chega finalmente às salas de cinema.

Desde a primeira cena — dois cães de busca a beber de um poço subterrâneo antes de começarem a comportar‑se de forma estranha — percebemos que o filme não esconde o seu rumo. Aqui, o suspense não vem do “o que vai acontecer?”, mas sim do “como é que vamos lá chegar?”. Shanks confia que o público sabe juntar as peças: título sugestivo + horror corporal + pessoas desaparecidas + um casal co‑dependente que troca a cidade por uma vila isolada = uma história atmosférica, perturbadora e com um humor tão negro quanto a sua narrativa.

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Dave Franco e Alison Brie: química real em tensão fictícia

A trama segue Tim (Dave Franco) e Millie (Alison Brie), um casal que troca o caos urbano pela tranquilidade — ou assim pensam — da zona rural. Pouco depois de chegarem, descobrem que um casal local desapareceu misteriosamente na mesma área onde agora vivem.

Mas Tim e Millie estão demasiado absorvidos pelos próprios problemas para dar a devida atenção ao perigo. Ele carrega o trauma de ter visto os pais morrerem e enfrenta um bloqueio criativo como músico; ela, pelo contrário, está a florescer com um raro e bem pago lugar como professora numa escola local. A proposta de casamento feita por Millie durante a festa de despedida só aumentou a tensão, com Tim a congelar no momento.

Numa tentativa de reconciliação, Tim sugere um passeio pela floresta. Uma tempestade leva‑os a uma caverna repleta de sinos antigos e símbolos perturbadores — o mesmo local onde vimos os cães beberem daquela água misteriosa. E, claro, quando Tim decide também beber, o espectador já sabe que se avizinha um pesadelo viscoso e sangrento.

Horror atmosférico com humor negro

Apesar da premissa quase absurda, Shanks constrói uma atmosfera verdadeiramente inquietante, equilibrando sustos pontuais com um subtexto relacional carregado de tensão. Não há monstros visíveis — a não ser a assustadora ideia de compromisso absoluto com outra pessoa — mas há imagens perturbadoras, sonhos inquietantes e momentos em que o terror se insinua de forma quase invisível.

A química entre Franco e Brie (casados na vida real) dá autenticidade aos diálogos afiados e às farpas trocadas, funcionando como válvula de escape para o espectador antes que a tensão o sufoque.

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O gore é contido quando comparado com The Substance, de Coralie Fargeat, mas isso não retira impacto ao resultado final. A única nuvem sobre o lançamento é uma acção judicial movida pelos criadores da obscura comédia romântica indie Better Half (2023), que acusam a produção de roubo de ideia — algo que, por agora, não obscurece a recepção positiva desta estreia.

Estreia em Portugal

Em Portugal, o filme estreia a 14 de Agosto, com o título “Juntos” e distribuição da NOS Audiovisuais. 🎟️

Amor, Terror e Metamorfose: O Regresso de Alison Brie e Dave Franco no Surpreendente Juntos

🖤 Eyes Wide Shut encontra A Mosca nesta intensa viagem emocional e física que estreia a 14 de Agosto em Portugal.

Preparem-se para um dos filmes mais inquietantes, íntimos e surpreendentes do ano. Juntos (Together, no original) chega aos cinemas portugueses a 14 de Agosto com distribuição da NOS Audiovisuais, trazendo consigo uma combinação explosiva de romance, body horror e realismo psicológico protagonizado por um casal real: Alison Brie e Dave Franco.

Realizado por Michael Shanks, na sua estreia em longa-metragem, Juntos acompanha a história de Tim e Millie, um casal à beira da ruptura que decide isolar-se numa casa remota no campo em busca de recomeço. Mas este refúgio transforma-se rapidamente num pesadelo visceral quando uma presença misteriosa começa a manifestar-se, afetando não só a mente mas também o corpo dos protagonistas.

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🎬 Terror na pele (literalmente)

Mais do que um filme de sustos fáceis, Juntos mergulha profundamente no body horror — um género imortalizado por David Cronenberg, que Alison Brie e Dave Franco admitem ter redescoberto durante a pandemia. As influências de A Mosca são claras, mas a dupla leva este conceito mais além ao incorporar dinâmicas relacionais reais, e a transformação física dos personagens torna-se uma metáfora crua para o desgaste emocional da relação.

Apesar da intensidade do argumento, Brie e Franco revelaram numa entrevista recente à IndieWire que trabalhar juntos neste projecto foi não só uma experiência enriquecedora, como surpreendentemente divertida. A química entre ambos — casados na vida real — é palpável, e o facto de viverem juntos permitiu-lhes ensaiar exaustivamente, chegando ao set com uma preparação rara no cinema independente.

🧟‍♀️ Monstros do quotidiano

Com um orçamento contido, filmagens apressadas em 21 dias e o recurso extensivo a próteses físicas e efeitos visuais práticos, Juntos brilha pela ousadia. Não há espaço para overthinking: os atores entregam-se de corpo e alma — literalmente — a uma narrativa que desafia a lógica e desconstrói a ideia de que os maiores monstros vivem fora de nós. Neste filme, o horror vem de dentro.

Além do seu impacto visual, o filme foi já aclamado pela crítica internacional. Após a estreia no Festival de Sundance, Juntos conquistou uma rara pontuação de 100% no Rotten Tomatoes, com muitos a considerarem-no “um dos melhores filmes de terror do ano”.

💔 Amor em decomposição… ou renascimento?

Mais do que um filme de género, Juntos é uma reflexão sobre intimidade, codependência e a natureza transformadora — por vezes corrosiva — do amor. Como Alison Brie descreveu: “Este é um verdadeiro filme de monstros… onde o monstro vive dentro de nós”.

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Se gosta de terror com substância, de personagens que sangram — por dentro e por fora — e de cinema que desafia convenções, Juntos é a proposta obrigatória deste verão.